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terça-feira, 4 de março de 2014

10 MARCHINHAS DE CARNAVAL


Diferentemente do frevo e do samba - de caráter popular -, as marchinhas de carnaval surgiram como ritmo executado prioritariamente nos salões cariocas do final do século 19. Elas tiveram sua ascensão ao mesmo tempo em que a classe média aumentou sua participação nos carnavais de rua. O reinado das marchinhas durou 4 décadas: de 1920 a 1960, elas embalavam o carnaval brasileiro. A partir dessa década, os sambas-enredo tornaram-se a principal referência dos dias de folia. Relembre 10 marchinhas memoráveis:


01 - Ó Abre Alas

Ó abre alas
Que eu quero passar
Ó abre alas
Que eu quero passar

"Ó Abre Alas" foi a primeira música composta especificamente para um bloco de carnaval. Quem escreveu a marchinha foi Chiquinha Gonzaga, em 1899. 


02 - Allah-la-ô

Allah-la-ô
Mas que calor, ô ô ô
Atravessamos o deserto do Saara
O Sol estava quente e queimou a nossa cara

Filho de imigrantes libaneses, o compositor e desenhista Antonio Gabriel Nássara nasceu no dia 11 de novembro de 1910, no Rio de Janeiro. Sua marchinha mais famosa, "Allah-la-ô", foi escrita em parceira com Haroldo Lobo em 1941.


03 - O Retrato do Velho

Bota o retrato do velho outra vez
Bota no mesmo lugar
O retrato do velhinho faz a gente trabalhar 

Haroldo Lobo escreveu, em 1951, a marchinha "O Retrato do Velho", inspirada no hábito de Getúlio Vargas de pendurar retratos seus nas repartições públicas. Interpretada por Francisco Alves, a música não agradou Getúlio, que odiava ser chamado de velho.


04 - Cabeleira do Zezé

Olha a cabeleira do Zezé!
Será que ele é? Será que ele é?
Será que ele é bossa nova?
Será que ele é Maomé?
Parece que é transviado mas isso eu não sei se ele é

A inspiração para a marchinha surgiu no bar São Jorge, em Copacabana, Rio de Janeiro. Um dos garçons, apelidado de "Zezé", tinha cabelos compridos - uma ousadia em 1963 - e ainda por cima flertou com a namorada do compositor João Roberto Kelly, que - em parceria com o amigo Roberto Faissal - transformou a "cabeleira do Zezé" em música.


05 - Jardineira

Oh! Jardineira por que estás tão triste
Mas o que foi que te aconteceu?
Foi a Camélia que caiu do galho
Deu dois suspiros e depois morreu

Seu compositor, Benedito Lacerda, era flautista e policial militar. Humberto Porto, que também assina a composição, era estudante de Medicina. Composta em 1938, a música apareceu na comédia musical "Banana da Terra" (1939), que tinha no elenco Carmen Miranda, Oscarito e Emilinha Borba.


06 - Chiquita Bacana

Chiquita bacana lá da martinica
Se veste com uma
Casca de banana nanica

A marchinha é uma das obras de Braguinha, o mais célebre compositor desse gênero musical. O artista também trabalhou nas versões brasileiras de músicas dos desenhos da Disney "Branca de Neve e os Sete Anões", "Pinocchio", "Dumbo" e "Bambi".


07 - Mamãe Eu Quero

Mamãe eu quero, mamãe eu quero
Mamãe eu quero mamar
Dá a chupeta, dá a chupeta
Dá a chupeta pro bebê não chorar

José Luís Rodrigues, o "Jararaca", nasceu no dia 29 de setembro de 1896, em Maceió, Alagoas. A música foi lançada pela primeira vez em janeiro de 1937. Nos anos 40, ela foi traduzida e lançada no mercado norte-americano nas vozes de Bing Crosby e Carmen Miranda. A "pequena notável" cantou a música de Jararaca e Vicente Paiva no filme "Serenata Tropical" (1940), indicado ao Oscar em três categorias técnicas (Melhor Fotografia, Direção de Arte e Melhor Trilha Original). O compositor morreu no Rio de Janeiro, no dia 8 de setembro de 1977, aos 81 anos.


08 - Máscara Negra

Tanto riso, oh quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando pelo amor da Colombina
No meio da multidão

Gravada pela primeira vez em 1967, a marchinha "Máscara Negra" foi sucesso em uma época que as músicas tradicionais do Carnaval estavam saindo de moda. Sua autoria é disputado pelos músicos Zé Keti e Pereira Mattos, que processou o primeiro por plágio. José Flores de Jesus, o "Zé Kéti", nasceu no dia 16 de setembro de 1921 no Rio de Janeiro e morreu no dia 14 de novembro de 1999, aos 78 anos.


09 - Teu cabelo não nega

O teu cabelo não nega mulata
Porque és mulata na cor
Mas como a cor não pega mulata
Mulata eu quero o teu amor

A marchinha - uma adaptação da composição "Mulata", dos irmãos pernambucanos João e Raul Valença, - foi gravada em 1932 por Lamartine Babo. Lamartine de Azeredo Babo nasceu - no dia 10 de janeiro de 1904 - e morreu na cidade do Rio de Janeiro, aos 59 anos, no dia 16 de junho de 1963.


10 - Quem é o tal

Quem é que usa cabelinho na testa
e um bigodinho que parece mosca
Ê ê ê ê palhaço

Quem tem um G que representa a glória
quem tem um V que ficará na história
Com seu sorriso que nos dá prazer
Ê ê ê ê vitória

Até Adolph Hitler inspirou a composição de marchinhas. A letra acima, de autoria de Ubirajara Nesdan e Afonso Teixeira, é uma clara referência ao ditador nazista. Já o G e o V são uma menção a Getúlio Vargas, que instituiu no país o Estado Novo.


Fonte: Guia dos curiosos

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