Mais maduro, Alexandre Carlo estreia solo e troca o reggae pelo soul
Por Mariana Peixoto
A idade chega para todo mundo. É isso que Alexandre Carlo, prestes a completar 40 anos, parece dizer em Quartz, sua estreia solo. Vocalista e único remanescente da formação original do Natiruts, ele abandona o reggae juvenil, mesmo que por ora, para se dedicar ao pop com sotaque soul. Carlo assina todas as 10 faixas do disco, também produzido por ele.
O cantor e compositor tenta fazer uma ponte entre suas raízes brasilienses e a música black brasileira. A cozinha de Quartz é comandada por artistas de Brasília. Ellen Oléria, primeira vencedora do reality show The voice Brasil, divide com ele os vocais em Te beijar. Caê du Samba tem tom de voz um tanto mais grave que o de seu irmão Alexandre, como mostra o dueto em Só a gente sabe. Ainda que pandeiro e surdo marquem o início da canção, a levada de samba é logo engolida por um embalo soul agradável aos ouvidos.
Rappers paulistas dividiram a autoria de duas faixas com Carlo. Rashid dá colorido à dançante Last night, marcado por belo solo do trombonista Adil Silva. Projota participa de Chelly, que fecha o disco numa levada mais lenta. Sem letras marcantes ou grandes interpretações, Quartz tem instrumentação bem conduzida.
Genérico com bom acabamento, Quartz nada traz de novo ao panorama musical – se quiser algo original do soul brasuca, vá atrás de álbuns produzidos por Banda Black Rio, Cassiano, Tim Maia e Hyldon nos anos 1970. Alexandre Carlo mira o futuro e busca um público mais maduro, que deixou as levadas do reggae no passado.
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