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domingo, 16 de fevereiro de 2014

DON TRONXO VOLTA COM DISCOS DE INÉDITAS

Músico acaba de lançar "Frevo acústico", uma coleção de 12 composições inéditas

Por José Teles



Há 20 anos morando em Gravatá, João Fernando Cavalcanti Silva foi um dos mais irrequietos nomes do udigrudi do Recife e Olinda nos anos 1970. Está em discos como Paêbiru, de Lailson e Lula Côrtes (toca guitarra na faixa Raga dos raios) e em Rosa de sangue. É autor ou coautor de canções bem conhecidas, entre outras, Beijando a flora (com Alceu Valença e Carlos Fernando), Caia por cima de mim (com Alceu), Maria dos Santos (com Alceu), Brilhos e mistérios(com Lula Côrtes). "Já conhecia Zé Ramalho de João Pessoa. Vim morar no Recife em Casa Amarela e conheci logo o pessoal da música, a turma do Tamarineira Village, eu estava com uns 16, 17 anos", lembra Don Tronxo, cujo apelido vem desta época.

Don Tronxo lançou recentemente, o Frevo acústico (independente), uma coleção de 12 composições inéditas, criadas com parceiros novos, como Marcondes Sávio, ou antigos, como Rubinho Valença. É o terceiro álbum de frevos gravado pelo artista: "Reencontrei Marcondes Sávio em Gravatá, há mais de 30 anos que a gente não se via. Ele sugeriu que eu fizesse um disco. Mandou uma letra para mim. Fiz umas pequenas alterações e musiquei. Ele gostou muito e me mandou mais. Para resumir, em 30 dias estava com um repertório completo do disco". 

A opção pelo tratamento acústico foi uma escolha de Don Tronxo. "Fiz os outros dois discos de frevo com orquestras. Quis este mais tranquilo, mais romântico. As músicas louvam as ruas do Recife, do bairro do São José e de Olinda. Mas não é um repertório para a rua, é de auditórios, palcos. Não necessariamente carnavalesco". Frevo acústico foi gravado em setembro, no Estúdio Áudio/C estúdio, em Gravata, com Cláudio Santos (violão), Cristiano Pereira (sax) e Geovanni Cavalcanti (pandeiro), com produção de Don Tronxo e Marcondes Sávio. 

Don Tronxo afastou-se do Recife, mas não da música. Seu disco de estreia Estamos chegando, de 1984, foi creditado a João Fernando: "Lula Côrtes levou a fita para João Araújo, da Som Livre. Ele gostou e perguntou qual era o nome do artista. Lula disse meu nome, e ficou João Fernando", conta Don Tronxo. Deste então ele lançou mais doze álbuns, entre LPs e CDs.

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