Incluso na região metropolitana de Salvador, o Recôncavo baiano abrange além da capital do estado da Bahia municípios como Santo Antônio de Jesus, Candeias, São Francisco do Conde entre outros municípios; como, por exemplo, Santo Amaro da Purificação, que ficou nacionalmente conhecido por trazer entre seus ilustres filhos nomes como Assis Valente, Caetano Veloso, Maria Bethânia entre outros. Localizada em torno da Baía de Todos-os-Santos, confesso que meu discernimento não alcança se há algo na região que propicia o desenvolvimento desses talentos, no entanto é público e notório o propício desenvolvimento dos samba-de-rodas (variante do tradicional ritmo brasileiro e que teve sua origem no próprio estado da Bahia).
Uma das maiores representantes deste ritmo não só em Santo Amaro, mas em todo o estado da Bahia foi Edith Oliveira Nogueira, que ficou mais conhecida por Dona Edith do Prato. De modo despretensioso a dona de casa usava uma faca e um prato como instrumentos de percussão cantando sambas-de-roda. Ninho Nascimento, produtor musical e neto de criação de Dona Edith, sabe bem como foi o início de tudo: "Ela começava a tirar os primeiros sons da metade de uma cuia de queijo quando brincava de fazer comida no quintal de casa. Na adolescência, tocava prato e assim descobriu um som diferente e foi aperfeiçoando. Para ela, o prato tinha que ser de louça e o mais barato, e a faca de inox, sem cabo de madeira. Não teve referência artística, mas um dom, que foi desenvolvendo aos poucos. Ela nunca se imaginou artista."
Dona Edith subiu ao palco pela primeira vez na década de 1970 ao lado do cantor e compositor Roberto Mendes, em Salvado, mas em 1969 já tinha o toque do seu prato registrado na canção "Torno a repetir", um tema de domínio público adaptado por Caetano. Quatro anos depois ela voltava para o estúdio para participar do álbum Araçá Azul, também de Caetano Veloso. No álbum ela canta uma adaptação de Veloso para tema de domínio público "Viola, Meu Bem", além de dividir com ele os vocais em "Sugar Cane Fields Forever". Amiga ao longo de décadas de Dona Canô, Edith acabou tornando-se figura recorrente nos trabalhos dos filhos da matriarca dos Veloso. Em 1983 participou do álbum Ciclo de Maria Bethânia com a canção "Filosofia Pura", de autoria de Roberto Mendes e Jorge Portugal; Em 1991, grava o samba-de-roda "Boas vindas" canção composta por Caetano em homenagem ao filho Zeca, recém-nascido.
Em 2002 Edith grava o álbum Vozes da Purificação (único registro de Edith e que posteriormente gerou um DVD), e que conta com a participação não só dos Velosos (Bethânia e Caetano), mas também de nomes como Roque Ferreira, Cortejo Afro, Mariene de Castro entre outros. O álbum é composto principalmente por temas populares adaptados, as exceções são "How Beautiful Could A Being Be", de autoria de Moreno Veloso (filho de Caetano) e o "Hino De Nossa Senhora Da Purificação", composto por Domingos de Faria Machado, compositor santoamarense.
Raspando a faca no prato de modo bastante peculiar Dona Edith soube como poucas trazer consigo a típica sonoridade do Recôncavo, entoando seus sambas de roda de modo bastante pessoal, tornando-se a partir daí como certa vez definiu Hermínio Bello de Carvalho, uma espécie de cartão postal sonoro da Bahia.
Uma das maiores representantes deste ritmo não só em Santo Amaro, mas em todo o estado da Bahia foi Edith Oliveira Nogueira, que ficou mais conhecida por Dona Edith do Prato. De modo despretensioso a dona de casa usava uma faca e um prato como instrumentos de percussão cantando sambas-de-roda. Ninho Nascimento, produtor musical e neto de criação de Dona Edith, sabe bem como foi o início de tudo: "Ela começava a tirar os primeiros sons da metade de uma cuia de queijo quando brincava de fazer comida no quintal de casa. Na adolescência, tocava prato e assim descobriu um som diferente e foi aperfeiçoando. Para ela, o prato tinha que ser de louça e o mais barato, e a faca de inox, sem cabo de madeira. Não teve referência artística, mas um dom, que foi desenvolvendo aos poucos. Ela nunca se imaginou artista."
Dona Edith subiu ao palco pela primeira vez na década de 1970 ao lado do cantor e compositor Roberto Mendes, em Salvado, mas em 1969 já tinha o toque do seu prato registrado na canção "Torno a repetir", um tema de domínio público adaptado por Caetano. Quatro anos depois ela voltava para o estúdio para participar do álbum Araçá Azul, também de Caetano Veloso. No álbum ela canta uma adaptação de Veloso para tema de domínio público "Viola, Meu Bem", além de dividir com ele os vocais em "Sugar Cane Fields Forever". Amiga ao longo de décadas de Dona Canô, Edith acabou tornando-se figura recorrente nos trabalhos dos filhos da matriarca dos Veloso. Em 1983 participou do álbum Ciclo de Maria Bethânia com a canção "Filosofia Pura", de autoria de Roberto Mendes e Jorge Portugal; Em 1991, grava o samba-de-roda "Boas vindas" canção composta por Caetano em homenagem ao filho Zeca, recém-nascido.
Em 2002 Edith grava o álbum Vozes da Purificação (único registro de Edith e que posteriormente gerou um DVD), e que conta com a participação não só dos Velosos (Bethânia e Caetano), mas também de nomes como Roque Ferreira, Cortejo Afro, Mariene de Castro entre outros. O álbum é composto principalmente por temas populares adaptados, as exceções são "How Beautiful Could A Being Be", de autoria de Moreno Veloso (filho de Caetano) e o "Hino De Nossa Senhora Da Purificação", composto por Domingos de Faria Machado, compositor santoamarense.
Raspando a faca no prato de modo bastante peculiar Dona Edith soube como poucas trazer consigo a típica sonoridade do Recôncavo, entoando seus sambas de roda de modo bastante pessoal, tornando-se a partir daí como certa vez definiu Hermínio Bello de Carvalho, uma espécie de cartão postal sonoro da Bahia.
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