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sexta-feira, 8 de novembro de 2013

FRANCISCO PETRÔNIO, 90 ANOS

Se vivo estivesse, a voz de veludo do Brasil estaria completando nove décadas de existência encantando a muitos com o seu baile da saudade.


Nascido no bairro do Bexiga, em São Paulo, no dia 8 de novembro de 1923, Francisco Petrônio, também conhecido como 'A voz de veludo do Brasil', denominação dada pelo apresentador Aírton Rodrigues cantava desde a infância, e costumava contar: "Quando eu era criança, meu pai chamava amigos e companheiros e me colocava sobre uma cadeira para que eu cantasse. Ser cantor era um sonho de criança que apenas em 1961 tornou-se realidade. Eu era taxista e costumava cantar enquanto dirigia. Numa dessas corridas um passageiro e cantor chamado Nerino Silva gostou de minha voz e me levou para fazer um teste na TV Tupi. Cantei, e o Cassiano Gabus Mendes que na época era diretor artístico da emissora, gostou da minha voz e me contratou para a Rádio e a TV Tupi". O sangue italiano talvez tenha sido o responsável por sua paixão pela música. 

Em 1964 gravou a música "Baile da Saudade" que marcou sua carreira e bateu Recordes de vendas. Na televisão, em 1966, Petrônio criou o programa "Baile da Saudade", apresentado na TV Paulista - atual Rede Globo, aproveitando a boa receptividade da música que levava o mesmo nome. Posteriormente, passou por várias emissoras brasileiras, como TV Band, TV Gazeta, com o programa "Trasmontano em Família", TV Cultura, com "Festa Baile", TV Record, com "O Grande Baile" e Rede Vida, com o programa "Cantando com Francisco Petrônio".

Humilde, Petrônio, dono de uma das mais belas vozes do país, diz que seu sucesso só foi possível graças ao apoio de grandes amigos, como o apresentador Aírton Rodrigues. "Nunca fui um cantor de estourar nas paradas. Considero-me um cantor da velha guarda que continua lutando por seu espaço. Nestes 46 anos as dificuldades foram muitas, mas nos últimos tempos as dificuldades aumentaram talvez em virtude de minha idade. No Brasil as pessoas, a partir de uma certa idade são marginalizadas, não só na TV ou nas rádios, mas de modo geral", desabafava, acrescentando "o desrespeito com as coisas do passado é grande. As TVs deveriam, junto com os sucessos atuais, dar um espaço mínimo para a velha guarda. Nós também temos que sobreviver com um mínimo de dignidade.




Conhecido também como o "Rei do Baile da Saudade", Francisco Petrônio passou a realizar shows e bailes da saudade por todo o Brasil. Certa ocasião Petrônio declarou: "Continuo fazendo o que melhor sei fazer, ou seja, cantar. Até quando não sei, Deus é quem dirá. A única certeza que tenho é que estou aqui de passagem e preciso entoar meu cântico aos que gostam de me ouvir cantar" .

Para Petrônio, na realidade não falta espaço para os cantores da velha guarda. "Acabaram é tirando o nosso espaço para colocar cantores mais bonitos ou grupos com rebolantes moças usando pouca roupa".

Em 46 anos de carreira, gravou cerca de 750 músicas e teve lançados 55 discos e CD´s, entre gravações solo, participações especiais e regravações.

Casado com Rosa Petrone, teve três filhos, José, Armando e Francisco Jr., e seis netos, Alessandro, Leandro, Thiago, Juliana, Camila e Rafaela.

4 comentários:

  1. Boa, Bruno. Bela lembrança. Estou compartilhando no FB. Abraço.

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  2. Francisco Petrônio sempre foi o meu cantor preferido! Na época do LP eu adquiri a coleção completa de UMA VOZ E UM VIOLÃO EM SERENATA em que ele fazia dupla com o extraordinário violonista Dilermando Reis! Atente para esta belíssima interpretação do clássico QUEM SABE! Os agudos dele eram suaves e não afetavam os nossos tímpanos. Saliente-se também as belas imagens postadas no presente vídeo. Abraços!
    Jorge Macedo

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