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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

JUCA CHAVES, 75 ANOS


Foi criado em São Paulo, demonstrando, desde muito cedo, interesse por música e poesia. Aprendeu violão ainda menino, quando compôs "Hino para os cachorros" e "Semente bonitinha". Estudou no Colégio Mackenzie, onde organizava festas nas quais cantava suas composições. Teve sólida formação musical. Estudou com Guerra-Peixe (harmonia, contraponto e fuga), Oswaldo Lacerda (teoria musical e solfejo), Lurdinha Amaral (violão e canto), Scupinari (violão clássico), Bernardo Federowsky (regência), Fausto Antão Fernandes (canto orfeônico), Nair Medeiros (piano) e Maynard Araújo (curso de folclore). Fundou o movimento Juventude Musical Brasileira, com o Maestro Eleazar de Carvalho, de quem foi também aluno. Dos 16 aos 19 anos de idade, teve intensa produção poética motivada pelo Grupo de Seresteiros de São Paulo, que fundou com amigos do Largo de São Francisco. Nessa época, sua composição "Nas águas de Saquarema" chegou a ser interpretada por Leny Eversong na Rádio Nacional. Foi um dos organizadores, em 1955, da revista "Rua Augusta Chic", onde publicava suas poesias e crônicas.




Iniciou sua carreira profissional em 1955, apresentando-se na TV Tupi, em São Paulo. 

Em 1957, realizou, no Teatro Leopoldo Fróes, seu primeiro recital. 

No final da década de 1950, editou a coletânea de poemas satíricos "Pincel da sociedade". Nessa época, chegou a trabalhar como repórter nos jornais "Diários Associados" e "Última Hora". 

Em 1960, gravou o LP "As duas faces de Juca Chaves", com destaque para suas canções "Por quem sonha Ana Maria?", "Nasal sensual", uma alusão ao seu próprio nariz, e "Presidente bossa nova", que lhe gerou problemas com a censura por se referir ao presidente Juscelino Kubitschek. 

Também foi vítima de censura sua composição satírica "O Brasil já vai à guerra", que se referia à aquisição de um porta-aviões pelo governo brasileiro. "Seguirei teus dúbios passos", "Contrabando de café" e "Caixinha... Obrigado" são músicas com as quais também se destacou nesse período. 

Em 1963, após gravar "Dona Maria Teresa", seguiu para a Europa, em busca de maior liberdade de expressão. Passou algum tempo em Portugal, onde se apresentou algumas vezes e chegou a ter problemas com o governo salazarista. Em seguida, fixou residência em Roma. Tocou órgão em uma igreja, piano em cabarés e apresentou-se em televisão. 

Em 1967, obteve sucesso com sua composição "Lé com lé, cré com cré". 

No ano seguinte, lançou o LP "Italiano", contendo versões de suas canções, assinadas por G. Calabrese, como "O naso mio!" e "Per chi sogna Annamaria?". 

Retornou ao Brasil em 1969 e percorreu o país com o show "Circo Sdruws". 

Em seguida, foi contratado pela TV Record (SP) para apresentar o programa "Juca, caviar e mulher". 

Em 1972, lançou o LP "Muito vivo - A sátira de Juca Chaves", registrando composições próprias, como "Take me back to Piauí", "Caixinha, obrigado" e "Paris tropical", e o LP "Juca Chaves ao vivo". 

Em 1974, montou o show "Vá tomar caju", com o qual se apresentou em diversas cidades do Brasil, e gravou o LP "Ninguém segura este nariz", contendo suas canções "Sim, sou feio", "Divina cinquentona" e "Amor non sense", entre outras. 

Em 1975, foi novamente vítima da censura, desta vez pela canção "Rimas sádicas", proibida pelo uso do termo "tesão". A música viria a ser liberada na íntegra, alguns anos depois, pelo Conselho Superior de Censura, quando foi defendida em reunião do plenário, no Ministério da Justiça, por Ricardo Cravo Albin. 

Lançou, em 1977, o LP "Juca bom de câmera", contendo o texto "O pequeno notável". 

Em 1985, gravou "O menestrel do Brasil - Enfim (quase) livre", registrando suas composições "Nova República", "Rimas sádicas" e "Votar, votar", entre outras. 

No início da década de 1990, fundou a gravadora independente Sdruws Records. 

Em 1994, inaugurou o "Jucabaré - Theatro Inteligente", em São Paulo. 

Em 1996, apresentou o espetáculo "Juca Chaves - O menestrel do Brasil", no Teatro Municipal de São Paulo, acompanhado pela Camerata Atheneum e pelo Coral Paulistano.


Fonte: Dicionário da MPB

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