São duas décadas sem dois expressivos do nosso cancioneiro
Por Bruno Negromonte
Isaurinha Garcia
Por Bruno Negromonte
Isaurinha Garcia
A personagem que hoje trago ao espaço do Musicaria ainda hoje é considerada uma das grandes intérpretes da nossa música popular brasileira mesmo após 20 anos de seu falecimento. Uma artista que acabou tornando-se referência para muitas das cantoras que hoje frequentam os palcos brasileiros, Isaurinha Garcia foi considerada por muitos como a Edith Piaf brasileira ao longo dos seus mais de quatro décadas de carreira e cerca de 300 gravações.
Sua carreira teve início na década de 1930 e foi inspirada principalmente por nomes como Carmen Miranda e Aracy de Almeida e hoje, na semana em que completa-se duas décadas que ela partiu para o andar de cima, gostaria de trazer algumas histórias e curiosidades sobre a sua carreira.
Sua carreira teve início na década de 1930 e foi inspirada principalmente por nomes como Carmen Miranda e Aracy de Almeida e hoje, na semana em que completa-se duas décadas que ela partiu para o andar de cima, gostaria de trazer algumas histórias e curiosidades sobre a sua carreira.
A primeira história vem da época em que ela ainda era aspirante a cantora e participava de alguns programas de calouros. Muitas vezes sem dinheiro para apanhar o bonde Isaurinha ía a pé arriscar a sorte em alguns programas de calouros de sua cidade. Em sua primeira participação foi gongada, mas a partir da segunda já começou a ter o seu talento reconhecido e tirou primeiro lugar interpretando a canção “Camisa listada”, do Assis Valente.
Já consolidada como cantora ela recebe o título de rainha da rádio paulista e não sei o porquê a comemoração deste título não se deu na rádio paulista a qual Isaurinha estava vinculada, e sim em uma excursão no Nordeste, onde na Rádio Jornal do Commercio, situada em Recife, capital pernambucana, acabou criando um forte vínculo de amizade com o então radialista Fernando Castelão.
Dentre as curiosidades biográficas da cantora não poderia deixar de dizer que ela foi casada com o pernambucano Walter Wanderley, instrumentista que consolidou a sua carreira no exterior de modo bastante exitoso.
Dentre as curiosidades biográficas da cantora não poderia deixar de dizer que ela foi casada com o pernambucano Walter Wanderley, instrumentista que consolidou a sua carreira no exterior de modo bastante exitoso.
Lúcio Alves
Outro grande nome de nossa música que partiu também há exatamente duas décadas foi Lúcio Alves. Lúcio nos anos de 1950 foi um dos cantores mais populares das rádios brasileira e acabou eternizando-se não apenas por suas composições, mas também por interpretações singulares sob forte influência da música americana. O autor de clássicos como "Meu cavaquinho", "Baião de Copacabana" e "De conversa em conversa" (ambas com Haroldo Barbosa) juntamente com Dick Farney destacou-se como uma das grandes influências da bossa nova.
Nascido no município mineiro de Cataguases a 28 de janeiro de 1927, Lúcio começou a tocar violão ainda na infância. Talvez por ter a música em sua casa a partir do seu pai, que era maestro maestro da Banda de Cataguases. Ainda na infância, quando tinha cerca de sete anos, mudou-se para o Rio de Janeiro e fã incondicional do cantor Orlando SIlva resolveu participar de alguns programas de calouros interpretando algumas canções do set-list do cantor das multidões. Aos nove anos, Lúcio interpretou a música "Juramento Falso", de Pedro Caetano, no programa Picolino, de Barbosa Júnior, na Rádio Nacional.
A partir, o então adolescente Lúcio Alves procurou desenvolver sua carreira artística dentro da música (apesar de participar de alguns programas da rádio Nacional como rádio-ator). Aos 14 anos, Lúcio cria popular grupo Namorados da Lua, onde atuava não só como cantor, mas também como violonista e arranjador. O grupo destacou-se no cenário musical brasileiro, chegando a gravar diversos 78 rpm durante os 5 anos em que manteve-se na ativa. Em 1947 Lúcio Alves resolve partir para carreira solo, lançando seu primeiro disco no ano seguinte com o bolero "Solidão", (versão de Aloysio de Oliveira para "Tres Palabras", de O. Ferrez).
Ingressou nesse período no grupo Anjos do inferno e partiu com o conjunto numa turnê por países como Estados Unidos, Cuba e México onde apresentavam-se como "Hell's Angels" e ao retornar para o Brasil ganha o fã-clube Dick Haymes-Lúcio Alves Fan Club, no Flamengo, que rivalizava com o Sinatra-Farney Fan Club, da Tijuca. Na década seguinte torna-se, ao lado de Dick Farney, um dos cantores mais populares do país ao lado de Dick Farney, com quem gravou em dupla uma das primeiras composições de Tom Jobim e Billy Blanco, "Teresa da Praia" para amenizar os boatos de rivalidade entre ambos.
Desde então enumerou diversos sucessos em sua carreira como "Sábado em Copacabana" (Dorival Caymmi e Carlos Guinle), "Valsa de uma Cidade" (Ismael Neto e Antônio Maria), "Xodó" (Jair Amorim e J.M. de Abreu) entre outros. Fez incursões pela bossa nova com álbuns como "A Bossa É Nossa" (Philips, 1961) e "Balançamba" (Elenco, 1963). Teve seu último registro fonográfico em 1986 sob o título "Romântico/A arte do espetáculo - ao vivo", um álbum gravado ao vivo no restaurante-bar paulista Inverno e Verão em agosto de 1986.
Nascido no município mineiro de Cataguases a 28 de janeiro de 1927, Lúcio começou a tocar violão ainda na infância. Talvez por ter a música em sua casa a partir do seu pai, que era maestro maestro da Banda de Cataguases. Ainda na infância, quando tinha cerca de sete anos, mudou-se para o Rio de Janeiro e fã incondicional do cantor Orlando SIlva resolveu participar de alguns programas de calouros interpretando algumas canções do set-list do cantor das multidões. Aos nove anos, Lúcio interpretou a música "Juramento Falso", de Pedro Caetano, no programa Picolino, de Barbosa Júnior, na Rádio Nacional.
A partir, o então adolescente Lúcio Alves procurou desenvolver sua carreira artística dentro da música (apesar de participar de alguns programas da rádio Nacional como rádio-ator). Aos 14 anos, Lúcio cria popular grupo Namorados da Lua, onde atuava não só como cantor, mas também como violonista e arranjador. O grupo destacou-se no cenário musical brasileiro, chegando a gravar diversos 78 rpm durante os 5 anos em que manteve-se na ativa. Em 1947 Lúcio Alves resolve partir para carreira solo, lançando seu primeiro disco no ano seguinte com o bolero "Solidão", (versão de Aloysio de Oliveira para "Tres Palabras", de O. Ferrez).
Ingressou nesse período no grupo Anjos do inferno e partiu com o conjunto numa turnê por países como Estados Unidos, Cuba e México onde apresentavam-se como "Hell's Angels" e ao retornar para o Brasil ganha o fã-clube Dick Haymes-Lúcio Alves Fan Club, no Flamengo, que rivalizava com o Sinatra-Farney Fan Club, da Tijuca. Na década seguinte torna-se, ao lado de Dick Farney, um dos cantores mais populares do país ao lado de Dick Farney, com quem gravou em dupla uma das primeiras composições de Tom Jobim e Billy Blanco, "Teresa da Praia" para amenizar os boatos de rivalidade entre ambos.
Desde então enumerou diversos sucessos em sua carreira como "Sábado em Copacabana" (Dorival Caymmi e Carlos Guinle), "Valsa de uma Cidade" (Ismael Neto e Antônio Maria), "Xodó" (Jair Amorim e J.M. de Abreu) entre outros. Fez incursões pela bossa nova com álbuns como "A Bossa É Nossa" (Philips, 1961) e "Balançamba" (Elenco, 1963). Teve seu último registro fonográfico em 1986 sob o título "Romântico/A arte do espetáculo - ao vivo", um álbum gravado ao vivo no restaurante-bar paulista Inverno e Verão em agosto de 1986.
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