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quinta-feira, 20 de junho de 2013

MEMÓRIA MUSICAL BRASILEIRA


Noriel vilela começou sua carreira em meados dos anos 50, como integrante dos Cantores de Ébano, lendário grupo vocal da época. com uma inconfundível voz de baixo profundo, noriel gravou seu único álbum solo, "Eis o ôme", em 1968, e consagrou-se como um dos precursores do hoje tão badalado samba-rock. A cultura de terreiro, com seu imaginário e suas histórias, é determinante no trabalho de Noriel, não apenas pelo balanço e pela sonoridade, como pela temática da Umbanda fortemente presente em todas as faixas.

Representando o legítimo "samba de preto-velho", Noriel não economiza talento e apela com competência para o folclore dos santos e orixás, sem pudores ou metáforas - como pode ser comprovado em versos como “ah, mô fio, do jeito que suncê tá / só o ôme é que pode te ajuda” [só o ôme] ou “eu tá vendo no copo, eu vai dizê / rabo de saia fez feitiço pra suncê” [eu tá vendo no copo].

É um disco muito bem gravado, com melodias e harmonias maravilhosas em arranjos de primeira. Há momentos engraçados do dia a dia dos terreiros e há momentos de fé comovente, como em “Saravando Xangô. Curiosamente, Noriel vilela ganhou notoriedade como a voz de "dezesseis toneladas" (que virou hit nas pistas depois de regravada pela banda paulista funk como le gusta), canção despretenciosa que, a não ser pelo vozeirão grave do intérprete, não lembra em nada seus outros trabalhos. A música é uma versão em português de "Sixteen tons", clássico folk/country americano, de Ernie Ford e Merle Travis. O álbum “Eis o ôme” foi lançado em cd pela EMI como parte da série "Odeon 100 anos", organizada pelo Titã Charles Gavin.

Faixas:
01 - Promessado
02 - Saravando Xangô
03 - Só o Omê
04 - Meu Cabloco Não Deixa
05 - Pra Iemanjá Levar
06 - Samba das Águas
07 - Eu Tá Vendo no Copo
0
8 - Acredito Sim
09 - Peço Licença
10 - Cacundê, Cacundá
11 - Acocha Malungo
12 - Saudosa Bahia



Fonte: Acervo Ayom

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