Por Marcelo Jeneci
Roberto Carlos antes de ser Roberto Carlos era tudo isso que conhecemos hoje e muito mais. O grande compositor e cantor já morava dentro daquele jovem com cabeça de homem e coração de menino.
Tentem desconstruir o mito...
Pensem nele no auge de seus 18 anos. Imaginem um jovem amigo da família com seu violão tímido, querendo mostrar algumas canções que acabara de fazer.
Aquele vozeirão já existia no garotão. Com 20 anos ele gravou seu primeiro álbum, Louco Por Você, e, aos 21, fez o histórico Splish Splash. Simples assim, aparentemente, começa a história de uma das pessoas mais cultuadas até hoje no Brasil.
A televisão precisava de alguém que alcançasse o coração dos brasileiros. O Brasil precisava de alguém que cantasse pra tornar o dia a dia do trabalhador menos insuportável. Com o alcance poderoso de sua voz e das sínteses de suas canções - que ora triscavam na ingenuidade da juventude, ora na religiosidade das pessoas e ora dava voz aos sentimentos mais puros e verdadeiros que todos nós temos - ele acalentava o país de canto a canto, comovendo e embalando muitas multidões. Não demorou muito pra que ele fosse eleito “Embaixador da Fé em Deus e no Amor”. Nascia então o Rei Roberto Carlos.
Seu diálogo com Caetano Veloso, por exemplo, nos rendeu 3 lindíssimas canções. Roberto fez “Debaixo dos Caracóis”, Caetano lhe respondeu com “Força Estranha” e, depois de um desentendimento entre eles, Roberto desabafou com “Fera Ferida”. Caminhar na linha que une o popular e o sofisticado, o intelectual e o comercial é de fato tarefa pra poucos e ele esteve lá.
Mas como todo reinado é brega, vieram no pacote todos os exageros que costumam existir nele. Mantos estranhos, coroas estranhas, súditos estranhos, conselheiros estranhos, cabelos estranhos, além de isolamento, distanciamento e tristeza.
A mesma televisão que constrói, destrói. O combustível dela são as notícias mais bizarras que se pode imaginar. O circo estava armando em torno do Rei.
Sua saúde psicológica começou a ser exposta através de seus conhecidos “TOCs” (transtornos obsessivos compulsivos). Sua fé em Deus “versus”
dureza da vida gerou uma espécie de reality show, no momento em que ele enfrentava o leito de dor de sua falecida mulher. Isso foi muito triste... No meio dessa loucura, ele manteve sua voz firme e continuou trazendo seu recado singular ao logo dos anos.
O tempo passou e, aos poucos, sua genialidade foi se transformando num mito azul e branco, como o céu.
Quando rola aquele brinde de fim de ano na televisão, chego bem perto da tela e tento olhar nos olhos dele. Vejo que, apesar de tudo isso, ele ainda é muito sincero e continua lá, com muitas tristezas e alegrias pra compartilhar.
Todo reinado é brega, mas nem todo Rei se entrega.
Roberto Carlos antes de ser Roberto Carlos era tudo isso que conhecemos hoje e muito mais. O grande compositor e cantor já morava dentro daquele jovem com cabeça de homem e coração de menino.
Tentem desconstruir o mito...
Pensem nele no auge de seus 18 anos. Imaginem um jovem amigo da família com seu violão tímido, querendo mostrar algumas canções que acabara de fazer.
Aquele vozeirão já existia no garotão. Com 20 anos ele gravou seu primeiro álbum, Louco Por Você, e, aos 21, fez o histórico Splish Splash. Simples assim, aparentemente, começa a história de uma das pessoas mais cultuadas até hoje no Brasil.
A televisão precisava de alguém que alcançasse o coração dos brasileiros. O Brasil precisava de alguém que cantasse pra tornar o dia a dia do trabalhador menos insuportável. Com o alcance poderoso de sua voz e das sínteses de suas canções - que ora triscavam na ingenuidade da juventude, ora na religiosidade das pessoas e ora dava voz aos sentimentos mais puros e verdadeiros que todos nós temos - ele acalentava o país de canto a canto, comovendo e embalando muitas multidões. Não demorou muito pra que ele fosse eleito “Embaixador da Fé em Deus e no Amor”. Nascia então o Rei Roberto Carlos.
Seu diálogo com Caetano Veloso, por exemplo, nos rendeu 3 lindíssimas canções. Roberto fez “Debaixo dos Caracóis”, Caetano lhe respondeu com “Força Estranha” e, depois de um desentendimento entre eles, Roberto desabafou com “Fera Ferida”. Caminhar na linha que une o popular e o sofisticado, o intelectual e o comercial é de fato tarefa pra poucos e ele esteve lá.
Mas como todo reinado é brega, vieram no pacote todos os exageros que costumam existir nele. Mantos estranhos, coroas estranhas, súditos estranhos, conselheiros estranhos, cabelos estranhos, além de isolamento, distanciamento e tristeza.
A mesma televisão que constrói, destrói. O combustível dela são as notícias mais bizarras que se pode imaginar. O circo estava armando em torno do Rei.
Sua saúde psicológica começou a ser exposta através de seus conhecidos “TOCs” (transtornos obsessivos compulsivos). Sua fé em Deus “versus”
dureza da vida gerou uma espécie de reality show, no momento em que ele enfrentava o leito de dor de sua falecida mulher. Isso foi muito triste... No meio dessa loucura, ele manteve sua voz firme e continuou trazendo seu recado singular ao logo dos anos.
O tempo passou e, aos poucos, sua genialidade foi se transformando num mito azul e branco, como o céu.
Quando rola aquele brinde de fim de ano na televisão, chego bem perto da tela e tento olhar nos olhos dele. Vejo que, apesar de tudo isso, ele ainda é muito sincero e continua lá, com muitas tristezas e alegrias pra compartilhar.
Todo reinado é brega, mas nem todo Rei se entrega.
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