Ao todo serão 100 bonecos gigantes compondo 18 cenas em homenagem à cultura da Estado.
do NE10
Com o tema "Pernambuco Imortal, Imortal", a cenografia do Carnaval 2013 de Olinda, no Grande Recife, homenageará a cultura pernambucana. A proposta do carnavalesco Fernando Augusto é reunir em 18 cenas cerca de 100 bonecos que adornarão as ruas da cidade.
A decoração terá como pontos principais espaços como o Varadouro, a Rua Sigismundo Gonçalves e o Largo do Palácio. A previsão é de que no dia 1º de fevereiro as ruas estejam decoradas. Esta é 10ª vez que Fernando Augusto cria a cenografia de Olinda.
O prefeito de Olinda, Renildo Calheiros, ressaltou que este é o melhor momento para homenagear a cultura do Estado, uma vez que o povo pernambucano está cada vez mais vaiodoso com o desenvolvimento regional.
“Faremos um grande Carnaval em Olinda este ano com a maior cenografia já criada. Os foliões podem esperar muito colorido nas ruas e criatividade na cenografia criada por Fernando Augusto. Será uma festa que vai congregar e homenagear as principais expressões do Estado”, afirma o prefeito Renildo Calheiros.
Entre os bonecos, uma homenagem ao Rei do Baião, Luiz Gonzaga. Também presentes na decoração carnavalesca Lampião e Maria Bonita, carrancas, capoeiras e, claro, muitos passistas. Diversas cidades do interior estão representadas, como: Salgueiro, Triunfo, Serra Talhada, Pesqueira, Caruaru, Glória do Goitá e muitas outras.
“A cultura pernambucana é de uma riqueza sem igual. O folião e o turista que vierem brincar em Olinda verá na cenografia o mosaico cultural que compõe nossas expressões do litoral ao sertão”, comenta o secretário de Patrimônio e Cultura, Lucilo Varejão Neto.
» Confira abaixo o resumo da cenografia preparada para o Carnaval 2013 de Olinda:
Cena 1 – Dona Olinda Olanda olindamente linda apresenta: Pernambuco Imortal, Imortal!
Dona Olinda Olanda é uma personagem do Mamulengo Só Riso, criada como metáfora da própria cidade. Com seus 12 metros de altura, ela será montada na entrada de Olinda, revestindo o monumento Lions, no Varadouro, e recepcionando os foliões.
Cena 2 – Dona Santa rainha dos maracatus de Pernambuco.
Rainha negra do centenário Maracatu Elefante, aqui Dona Santa simboliza a rainha de todos os maracatus de Pernambuco. Ladeando a rainha, estão Xangô e Ogum, guardiões da cidade e guarnecem a sagrada corte africana dos maracatus. Toda a cena revestirá o Monumento da Sereia, no Varadouro.
Cena 3 – O Sertão: Vidas Secas.
A cena representa a árida paisagem do sertão pernambucano descrita por Euclides da Cunha que definiu o sertanejo como “antes de tudo, um forte”. O vaqueiro, com seu gibão e chapéu de couro, enfrenta a caatinga na luta pela sobrevivência.
Cena 4 – Em Salgueiro, a bicharada do Mestre Jaime.
Em Salgueiro, durante o carnaval, uma tradição se consolidou através da figura do Mestre Jaime, criador de um desfile de bonecos que representa diferentes tipos de bichos, existentes ou recriados, os quais fazem a alegria dos foliões sertanejos.
Cena 5 – Serra Talhada, da rendeira ao cangaço.
Nascido na cidade de Vila Bela, atual Serra Talhada, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, é uma espécie de Robin Hood do sertão. Sua mulher, Maria Gomes de Oliveira, a Maria Bonita, foi a primeira mulher a participar de um grupo de cangaceiros.
Cena 6 – Os caretas de Triunfo.
Com suas caras amarradas, a folia de Triunfo é marcada pelos caretas. Os brincantes desfilam trajando roupas escuras, estalando seus relhos (chicotes com ponteiras) e assustando os moradores. Hoje, os caretas são reconhecidos como patrimônio cultural de Triunfo.
Cena 7 – Ibimirim: dos toros de umburana aos santos do Sertão.
A tradição dos santos em Ibimirim teve início com a mestra Zefinha Paulino. Esculpidos em umburana, madeira nobre proveniente da caatinga, as peças podem ser consideradas obras de arte popular da melhor qualidade vendidas, hoje, para colecionadores de todo o Brasil.
Cena 8 – Pesqueira: a grande folia dos caiporas.
Caiporas são figuras do imaginário popular, seres que pregam peças em caçadores e cães. Em pesqueira, se tornaram símbolo do carnaval. A festa começa com a confecção das fantasias feitas com sacos de estopa pintados.
Cenas 9 e 10 – Mestre Vitalino: a cerâmica figurativa do Alto do Moura.
O Alto do Moura é reconhecido pela Unesco como o maior Centro de Artes Figurativas das Américas. A arte de retratar cenas do cotidiano e dos costumes do povo nordestino começou com o Mestre Vitalino e logo se perpetuou entre os outros artesãos de Caruaru.
Cena 11 – Tracunhaém: dos bolos de barro ao imaginário pernambucano.
Tracunhaém é um dos centros de excelência da cerâmica brasileira. Na década de 1940, a cerâmica ganha fama com a arte de Lídia Vieira e seus familiares. A partir daí, tem início a produção da cerâmica figurativa de santos, anjos, bichos e figuras humanas, inspirados nas imagens do cotidiano, da cultura popular e, sobretudo, da fé
religiosa.
Cena 12 – Bezerros: o universo dos mascarados e dos papangus.
O papangu nasceu de uma brincadeira de familiares dos senhores de engenhos que saiam mascarados para visitar os amigos durante o carnaval e comiam angu, comida típica do agreste pernambucano.
Cena 13 – De Glória de Goitá a Olinda: viva o mamulengo brasileiro.
Os mamulengos têm origem nos presépios mecanizados montados no Convento de São Francisco em Olinda, dali se espalhando e tendo com centro aglutinador o município de Glória do Goitá e seu entorno.
Cena 14 – Olinda: capital dos bonecos do Brasil.
A principal marca do carnaval de Olinda é a existência dos bonecos gigantes, que conduzidos pelas ruas da cidade, fazem todo o diferencial da folia e embalam milhares de foliões.
Cena 15 – Reinado e coroa: viva o Rei do Baião.
Luiz Gonzaga, considerado o pernambucano do século, também participa da festa. Em frente à Prefeitura de Olinda, um obelisco guardará a imagem do Rei do Baião. Com 12m, a estrutura revestirá o busto do Monsenhor Fabrício.
Cena 16 – Pernambucanos notáveis.
Figuras importantes da cultura pernambucana e que tiveram destaque nacional, estarão aqui homenageados num palco em frente à Praça Monsenhor Fabrício, na entrada da Ladeira 10 de Novembro. Estão representados: João Cabral de Melo Neto, Ascenso Ferreira, Chico Science, Chacrinha, Gilberto Freire, Bajado, Manoel Bandeira, Mestre Salustiano, Capiba, Paulo Freyre, Nelson Rodrigues e Janete Costa.
Cena 17 – O Sertão vai virar mar nas águas do São Francisco.
No lado esquerdo da Praça Monsenhor Fabrício, um barco velejado por um sertanejo aparece rodeado de enormes carrancas de modo a criar uma ambiência de encantamento que prenuncia o grande desvio das águas para fertilização do sertão.
Cena 18 – Alegoria pernambucana: viva o Leão do Norte.
Em toda a fachada do Palácio dos Governadores, sede da Prefeitura de Olinda será montada a mais importante intervenção da cenografia. Cobrindo a frente do prédio estarão o antigo brasão da cidade ladeado por dois leões de pé e outros dois sentados; no topo do prédio, o brasão de Pernambuco; nas laterais três capoeiristas introduzem os dois cordões de passistas em homenagem ao frevo; dois caboclos de lança gigantes guarnecem o brasão de Olinda e bandós nas cores da bandeira de Pernambuco revestem todas as sacadas do Palácio.
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