Por Leonardo Lichote
RIO - Uma nova edição do Rock in Rio e a abertura de palcos importantes na cidade indicam um cenário positivo para a música em 2013. Mas o recente desinteresse do público pelos shows de estrelas como Madonna e Lady Gaga, a nova lei da meia-entrada e o fato de turnês internacionais (como Jamiroquai e Elton John) anunciadas para passar pelo Brasil nos próximos meses não incluírem o Rio em seu roteiro, entre outros fatores, plantam algumas incertezas.
O Rock in Rio, que será realizado entre os dias 13 e 22 de setembro, pisa em solo firme. Estruturado sobre o conceito de festival-família, voltado para as massas, sem radicalismos na curadoria, o evento aposta no certo. Os artistas anunciados até agora — em sua maioria, grandes nomes do pop e do rock — reafirmam essa ideia. Estão confirmadas atrações como Bruce Springsteen (pela primeira vez no Rio, 25 anos depois de seu único show no Brasil, realizado em São Paulo), Muse, Metallica, Alice In Chains, Ben Harper, Iron Maiden e a dupla Ivan Lins e George Benson (reeditando parceria feita na primeira edição do festival, em 1985).
O país terá novas edições de outros festivais, como o Lollapalooza (em março, com 60 atrações, entre elas Pearl Jam, The Killers e Black Keys) e o Planeta Terra (que teve sua edição confirmada para outubro/novembro após boatos de cancelamento), ambos em São Paulo — no caso do Lolla, está prevista uma miniedição no Circo Voador, com Alabama Shakes e Hot Chip, entre outros.
A Cidade das Artes — antiga Cidade da Música — se anuncia como um novo palco importante para o Rio. E controverso. A abertura em janeiro, com o musical “Rock in Rio”, não inaugura o espaço como um todo — em sistema de soft opening, apenas uma das salas da construção (que custou mais de R$ 500 milhões) será usada. Ainda não estão definidas as próximas atrações.
Preços mais baixos?
Outro espaço importante é o Teatro Bradesco, no Shopping VillageMall, na Avenida das Américas. Com 1.060 lugares e pensado (como a matriz paulistana) para receber shows, concertos, musicais e peças, o espaço está previsto para abrir em maio, após um período de soft opening. João Gilberto está cotado para ser a atração da inauguração.
Além das novas casas e dos festivais, um fator extra-palco promete mexer com o mercado: a possível aprovação da nova lei da meia-entrada, nos próximos meses, que limitará os ingressos do tipo a 40% do total. Hoje, como a emissão de carteiras não é centralizada, há shows em que quase toda a plateia paga meia — os produtores, para compensar, põem os ingressos à venda pelo dobro do valor real. Com o fim dessa situação, há uma perspectiva de que os preços diminuam e que o planejamento dos orçamentos seja mais fiel à realidade — o que, defendem os empresários, tornará mais fácil viabilizar as produções.
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