Por Bruno Negromonte
Ao longo do último mês não se falou em outra coisa referente a música brasileira que não tenha sido a passagem pelos 30 anos de morte da saudosa Elis Regina, talvez porque falar desse furacão chamado Elis sempre seja algo impreterível. Neste país-continente onde a há uma quantidade sem tamanho de cantoras e intérpretes, qualquer pessoa apaixonado por nossa música sabe que Elis trazia consigo algo de arrebatador que poucos artistas trazem. Desde a primeira aparição da pimentinha em rede nacional a partir da interpretação da canção “Arrastão” (música composta por Vinícius de Moraes e Edu Lobo em cerca de apenas 10 minutos) no I Festival Nacional da Musica Popular Brasileira, passando pelas pungentes apresentações de Elis em interpretações magníficas como, por exemplo, “Atrás da porta” de autoria de Chico Buarque até a sua última apresentação com o espetáculo “Trem Azul”, ocorrida em 11 de dezembro de 1981, no Rio Palace sob direção do grande diretor Fernando Faro.
Filha de Romeu Costa e de Ercy Carvalho, Elis nasceu em Porto Alegre e sua carreira teve início ainda na capital do Rio Grande do Sul, onde nos auditórios das rádios gaúchas a menina já impressionava com suas interpretações. Ainda em Porto Alegre gravou trabalhos como o álbum “Viva a Brotolândia” e posteriormente veio residir no eixo Rio - São Paulo, onde assinou contratos com canais de televisão, gravou inúmeros disco, deu inúmeras declarações polêmicas, arrasou corações, amou e foi amada, odiou e foi odiada, deu a luz a três talentosos filhos e saiu de cena precocemente deixando órfão um país que a idolatrava veementemente. É por essas e outras que Elis Regina Carvalho Costa ainda hoje é a referência e parâmetro para as diversas cantoras que surgem a cada novo dia mesmo 30 anos após sua morte.
Não poderia deixar também de trazer ao conhecimento de todos o falecimento da grande cantora, pertencente aos áureos tempos da Rádio Nacional e crooner do Copacabana Palace Carminha Mascarenhas ocorrido no último dia 16 de janeiro. Carminha começou a cantar no coral da Igreja Matriz de Poços de Caldas, destacando-se pela voz de contralto e foi uma das grandes intérpretes de Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Ary Barroso. Sua discografia incluía cerca de 20 lp’s gravados em 8 anos e diversos shows pela América latina. Carminha foi casada com o pianista Raul Mascarenhas, com quem teve um filho, o saxofonista Raul Mascarenhas Jr. O saxofonista foi casado com a cantora Fafá de Belém e é pai da cantora Mariana Belém.
Mas é como a própria pimentinha, em certa entrevista falou: “... isso aqui é uma passagem, entende? A gente vem pra cá porque tem que melhorar... a gente vem pra cá pra isso mesmo, pra ficar um tempo aqui, fazendo coisas, acrescentando uma bagagem grande, pra depois ir pra uma outra e transar uma vida melhor, porque realmente só essa eu acho que não tem sentido, entende?”
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