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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

MÁRIO LAGO, 100 ANOS

Ao longo deste mês o compositor, radialista, letrista, ator e advogado Mário Lago, que faleceu em 2002, completaria um século de existência.

Por Roberto Lessa*


"Com o desaparecimento do mestre da cultura popular brasileira Mário Lago, perde o Brasil um dos seus últimos intelectuais em franca atividade. No Brasil da submissão cultural e da subversão dos valores fundamentais que deveriam nortear os principais interesses dos cidadãos, a perda de um ativista, advogado, poeta, ator (tragicômico), jornalista e defensor ferrenho de seus ideais, é algo que nos parece insubstituível.

Não choram somente amélias e auroras que habitam todos os quadrantes do Brasil, mas também choramos nós, cultores da arte e do belo, que conhecemos a extensão deste tipo de perda!

A precariedade da educação no Brasil, assim como o sucateamento de valores morais e éticos, em nome de uma “modernidade” que só existe na cabeça dos imbecis (veja-se o enorme contingente de “astros” que emporcalham a televisão brasileira), torna simplesmente impossível a reposição de peças preciosas como Carlos Drummond de Andrade, Tom Jobim e Mário Lago. Jamais o Brasil terá novamente homens daquela estatura!

Não perdemos apenas Lago, perdemos um grande oceano! Noventa anos é muito pouco tempo de sobrevivência para um tão grande oceano de intenções e de idéias. Ele foi criticado por ser comunista e também chamado de machista (por causa de sua Amélia).
Contudo, aqueles que o criticaram são os mesmos que até hoje criticam tudo quanto não conhecem e não fazem nenhum esforço para conhecer com maior profundidade. São aqueles que sempre ouvem o cantar do galo, mas não fazem a menor idéia de onde ele esteja...

Vá, Mário Lago! Vá misturar suas águas com as águas de outros oceanos. Pena que o Brasil continuará amargando sua seca.
Vá, Mario! Aproveite e reze para que um dia as auroras do Brasil sejam mais sinceras e que as amélias brasileiras não achem mais bonito não ter o que comer..."




Biografia

Natural do Rio de Janeiro, nasceu na Rua do Resende, nº 150, no bairro da Lapa. Filho único do maestro Antônio Lago e de Maria Vicencia Croccia Lago, filha de uma imigrante da região da Calábria (Itália), d. Maria. Seus avôs, tanto o materno, Giuseppe Croccia, quanto o paterno, José Lago, eram músicos. Seu avô materno teve grande influência na sua trajetória artística. Costumava levá-lo pelas ruas da cidade e às reuniões da maçonaria, fato que irá influenciar de forma definitiva as idéias do neto na juventude. Freqüentava, também com o avô, os chopes da Lapa, onde ficou conhecendo a vida cultural da época.

O ambiente musical sempre o seduziu, e muitas vezes se encontrava com seu pai em seus locais de trabalho, principalmente nas salas de espera dos cinemas da época, como o Cine Odeon. Apesar de viver da música, o pai nunca o incentivou a seguir a vida artística da mesma maneira que ele, pois sabia as dificuldades que enfrentaria: uma vida de altos e baixos. Queriam, sim, ele e sua mãe, que seguisse um caminho mais requintado: a boa música. Estudou piano desde os 7 anos com Lucília Villa-Lobos, pois os pais o queriam concertista. Porém, aos 13 anos, depois de assistir a um concerto de Arthur Rubinstein no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, decidiu abandonar o projeto de ser pianista. Concluiu que teria de abdicar de muita coisa para atingir o nível daquele intérprete. A partir daí passaria a inclinar-se para o samba e para a vida boêmia. Declararia certa vez: "A Lapa foi o chão de todos os meus passos. Na busca de caminhos e no encontro de atalhos... Conheci-a em muitas realidades e em diversos tempos".

Estudou no Colégio Pedro II entre os anos de 1923 e 1926 onde participou, como líder, de uma greve e concluiu o ginasial no Curso Superior Preparatório. Com 15 anos publicou o primeiro poema, "Revelação", na revista "Fon fon". Formou-se em Direito em 1933, por insistência familiar, mas só exerceu a profissão durante três meses. Chegou a trabalhar como funcionário da Seção de Estatísticas Socias e Culturais do Departamento de Estatísticas do Rio de Janeiro, de 1938 a 1940. Nesse ano foi nomeado membro do Conselho do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mas não tomou posse. Sua trajetória de vida sempre foi traçada pela intensa militância política. Fez parte dos quadros do Partido Comunista Brasileiro por 50 anos como o Companheiro Pádua, fato que lhe rendeu represálias nos tempos da ditadura Vargas e da ditadura militar, incluindo algumas prisões.

Casou-se em 1947 com Zeli, filha do dirigente comunista Henrique Cordeiro, com quem teve cinco filhos: Mariozinho, Graça; Vanda; Antônio Henrique e Kakalo.

Em 1964, foi um dos primeiros nomes a encabeçar a famosa lista de inimigos do regime militar, sendo até cassado, com outros companheiros, de suas funções na Rádio Nacional. Em 1998, atuou como âncora dos programas eleitorais do candidato do PT Luís Inácio Lula da Silva á presidência da República.

Faleceu em casa conforme seu pedido, aos 90 anos, de falência múltipla dos órgãos. Para seu velório foi aberto o palco do Teatro João Caetano onde vivera importantes momentos como ator. Até o fim da vida manteve intensa atividade política e mesmo doente chegou a se engajar na campanha presidencial apoiando o então candidato Luís Inácio Lula da Silva do PT, partido ao qual havia se ligado desde 1989.

Em dificuldades financeiras devido ao baixo valor de sua aposentadoria especial, teve ajuda dos amigos e admiradores que organizaram o "Movimento Viva Mário Lago" para uxiliar os filhos no custeio das despesas hospitalares.


Dados artísticos

Ainda cursando a faculdade de Direito, começou a escrever, em parceria com Álvaro Pinto, duas revistas para o teatro: "Figa de Guiné" e "Grande estréia". Em 1935, teve sua primeira composição gravada a marcha "Menina eu sei de uma coisa", com Custódio Mesquita, inspirada numa socialaite que estaria atuando como garota de programa no Hotel Glória. A música foi gravada por Mário Reis. Pouco mais de um mês depois, a marcha "Podia ser melhor", também com Custódio Mesquita, foi lançada na Odeon por Aurora Miranda. Escreveu com Custódio Mesquita a peça "Sambista da Cinelândia", que foi encenada na Casa de Caboclo, de Duque, em 1936. Era a primeira vez que a temática do samba aparecia em uma revista de costumes. Para a peça, compôs alguns números musicais com Custódio Mesquita entre os quais o samba "Sambista da Cinelândia", gravado por Carmen Miranda. Nesse ano, teve a marcha "É noite", em parceria com Custódio Mesquita, gravada Aurora Miranda pela Odeon. Em 1937, estreou no Teatro Recreio a revista "Rumo ao Catete", em parceria com Custódio Mesquita. Um dos números musicais da peça, o fox "Nada além", tornou-se sucesso nacional na voz de Orlando Silva, que a gravou em 1938 pela Victor. Nesse ano, seu samba "Covardia", com Ataulfo Alves, foi gravado por Nuno Roland na Odeon. Também na Odeon, Almirante gravou o samba "Você pensa", com Roberto Martins, e na Victor, Sílvio Caldas lançou o samba "Na mão direita", com Nássara.



Em 1939, Francisco Alves gravou o samba "Que tem você", com Roberto Martins; Almirante a marcha "O que é que me acontecia", com Benedito Lacerda, e o samba "Não quero chorar", com Roberto Martins, na Odeon. Nesse ano, fez sucesso com o fox "Dá-me tuas mãos", com Roberto Martins, gravado por Orlando Silva que registrou também a valsa "Número um", com Benedito Lacerda. Ainda nesse ano, o fox "Dá-me tuas mãos" foi regravado por Laurindo de Almeida e Garoto.

Em 1940, teve o fox-trot "O homem mais feliz do mundo" e a valsa "Devolve" gravadas por Carlos Galhardo , sendo que a valsa "Devolve" tornou-se outro sucesso.

Em 1941, sua marcha de carnaval "Aurora" fez grande sucesso com a dupla Joel e Gaúcho que a gravou na Columbia. Essa marcha havia sido composta um ano antes, em parceria com Roberto Roberti. Carmen Miranda a incluiu em seu repertório, divulgando-a nos Estados Unidos, onde teve 17 gravações. A marcha fez tanto sucesso, que recebeu letra em inglês, com versão gravada pelas Andrew Sisters também em 1941 em número incluído no filme "Segure o Fantasma", da dupla Abbot & Costello. Nesse ano, Orlando Silva gravou o choro "Mentirosa", com Custódio Mesquita; Carlos Galhardo a valsa "Não quero saber", e Francisco Alves a marcha-rancho "Numa noite assim"; com Alberto Ribeiro; os Anjos do Inferno o samba "Ela mandou me avisar", com Rubens Soares; Rosina Pagã o choro "Tabuleiro de ilusão", com Roberto Martins; Isaura Garcia o choro "Chega de tanto amor"; Arnaldo Amaral a marcha "Eu quero ver é a pé", com Roberto Roberti, e Carlolina Cardoso de Menezes regravou ao piano a marcha "Aurora", em ritmo de fox.

Em 1942, lançou um de seus maiores sucessos, o samba "Ai que saudades da Amélia", composta em parceria com Ataulfo Alves. Para divulgá-lo, recorreu a uma dupla famosa de disc-jóqueis da época - Júlio Lousada e Xavier - que em 24 horas tornaram a música um sucesso em toda a cidade do Rio de Janeiro. Gravado pelo próprio Ataulfo Alves e suas pastoras na Odeon, esse samba acabou criando uma neologismo da língua portuguesa: amélia, que figura como verbete do dicionário de Aurélio Buarque de Holanda, significando mulher paciente, submissa, escravizada. A personagem que inspirou o samba existiu e foi lavadeira da família de Aracy de Almeida. A idéia do samba surgiu em uma brincadeira do irmão de Aracy, o Almeidinha, que costumava dizer: "Qual nada. Amélia é que era mulher de verdade...". O samba foi aclamado vencedor do carnaval de 1942, no campo do Fluminense, juntamente com outro samba, "Praça Onze", de Herivelto Martins e Grande Otelo. Foi também em 1942 que estreou como ator no teatro na peça "O Sábio", da Companhia de Joraci Camargo. Nesse ano, seu fox "Mais um minuto apenas", com Newton Teixeira, foi gravado na Victor por João Petra de Barros. Teve ainda a valsa "A mulher que eu tanto adoro", parceria com o russo Georges Moran gravada por Carlos Galhardo, também na Victor.

Em 1943, Déo gravou na Columbia o samba "Talvez digam que é vaidade", com Nássara. Em dezembro desse ano, teve o samba "Atire a primeira pedra", com

Ataulfo Alves, lançada por Orlando Silva para o carnaval do ano seguinte, quando obteria grande sucesso. Este samba foi cantado por Emilinha Borba no filme "Tristezas não pagam dívidas" e, segundo o autor, o responsável pelo único pileque da vida de Ataulfo Alves. Ao chegar no Café Nice depois de constatar o sucesso do samba, encontrou o parceiro 'meio alto', que foi logo lhe dizendo: "Parceiro, estamos outra vez na boca do povo...". Em 1944, começou a trabalhar como radialista na Rádio Pan-Americana de São Paulo. Em 1945, seu samba "Cuidado com o andor", com Marino Pinto, foi gravado pelo grupo Anjos do Inferno. Nesse ano, ingressou na Rádio Nacional do Rio de Janeiro nela permanecendo por três anos.

Em 1946, obteve êxito com o samba-canção "Fracasso", gravado por Francisco Alves. Ainda nesse ano, Luiz Gonzaga gravou apenas de forma instrumental as valsas "Devolve" e "Não quero saber". Teve também o samba "Para que mais felicidade", com Ataulfo Alves, gravado por Ataulfo Alves e Suas Pastoras; o samba "Não me olhe assim", com Erasmo Silva, lançado por Nelson Gonçalves; o samba "Deixa falar", com Roberto Martins, gravado por Linda Batista, e o fox-trot "Incerteza", por Carlos Galhardo, todos na Victor. E os sambas "E ela não voltou" e "Destino traçado", com Erasmo Silva, além do fox "Ave Maria" gravados na Continental po Sílvio Caldas. No ano seguinte, novo êxito, com o samba "Gilda", em parceria com Erasmo Silva, gravado por Sílvio Caldas. Em 1948, passou a atuar na Rádio Mayrink Veiga e no ano seguinte, na Rádio Bandeirantes de São Paulo.

Em 1950, o samba "Um gesto...uma frase", com Roberto Martins, foi gravado por Carlos Galhardo e o samba "Que mulher infernal", com José Batista, pelos Anjos do Inferno. Nesse ano, retornou para a Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Foi também responsável por muitos programas e novelas, tais como "Lendas do Mundo", "Romance Kolynos" e a novela "Presídio de mulheres". Em 1951, foi o produtor do programa "Dr. Infezulino". Em outro programa produzido por ele, "Largo da Harmonia", criou um personagem muito popular na época, o 'Jacó de uma palavra só'.

Ainda em 1951, teve o samba "Todo mundo me condena", gravado por Fernando Barreto na Odeon. Nesse ano, uma inédita parceria sua com o pai Antônio Lago, então já falecido, o samba "Não tenha pena morena", foi gravada por Jorge Goulart na Continental. No ano seguinte, seu samba "Covarde", com Valdemar de Abreu, o Dunga, foi gravado na Continental por Ruy Rey e Sua Orquestra, e o samba "Adeus orgia", com Roberto Martins, foi lançado na mesma gravadora por Carmélia Alves.



Em 1953, novo sucesso com "É tão gostoso seu moço", um samba-choro em parceria com Chocolate, gravado por Nora Ney. Fez nesse ano com Getúlio Macedo a valsa "Tanta mentira" gravada por Carlos Galhardo. Embora seu repertório se constituísse principalmente de sambas, marchas e fox-canção, não deixou de entrar na moda do baião e em 1953 compôs com Chocolate o baião "Bobagem gostosa", gravado por Ivon Curi na RCA Victor. Ainda nesse ano, atuou no filme "Balança, mas não cai", de Paulo Vanderlei. No ano seguinte teve êxito com o samba-canção "Rua sem sol", em parceria com Henrique Gandelman, tema principal do filme homônimo dirigido por Alex Viany, gravado por Ângela Maria. Ainda em 1954, fez com Chocolate o samba-canção "Eu sei que você não presta", gravado por Vera Lúcia na Odeon, além do também samba-canção "Coitado dele" gravado por Jorge Goulart na Continental. Também nesse ano, o samba "Ai que saudades da Amélia", foi regravado ao piano por Carolina Cardoso de Menezes. Nesse ano, começou a atuar na TV no programa "Câmera-Um", da TV Rio.

Em 1955, teve a "Canção pra broto se espreguiçar" gravada por Dircinha Batista. No ano seguinte, Cauby Peixoto regravou com sucesso o fox "Nada além". Em 1958, teve a música "Obrigado por tudo" , com Bruno Marnet, gravada por Carlos Galhardo no LP "Carrossel de melodias", da RCA Victor. Uma de suas últimas composições foi o samba "Três sorrisos", com Chocolate, gravado por Peri Ribeiro em 1962.

Foi contratado em 1966, como ator, pela TV Globo, onde atuou em dezenas de novelas: "Cuca legal", "Pecado capital", "O casarão", "Brilhante", entre outras. Sua estréia como ator de telenovelas foi em "O sheik de Agadir". Em 1967, participou do filme "Terra em transe", de Glauber Rocha. Em 1973, sua valsa "Será" foi regravada por Carlos Galhardo no LP "E o destino desfolhou" lançado pela Odeon. Nesse ano, participou do filme "São Bernardo", de Leon Hiszman. Em 1975 publicou "Chico Nunes de Alagoas", obra de pesquisa folclórica pela Editora Civilização Brasileira. Publicou, em 1976, o livro "Na rolança do tempo", pela Editora Civilização Brasileira e, no ano seguinte, "Bagaço de beira-estrada", pela mesma editora. Em 1978, gravou o LP "Retrato", lançado pela gravadora Continental com 16 músicas, entre as quais "Gilda" e "Leva meu coração", com contracapa do radialista Paulo Tapajós.

Em 1986 publicou o livro "Meia porção de sarapatel" pela Editora Rebento. Em 1991, recebeu homenagem pelos seus 80 anos, quando a família publicou "Segredos de família". Nesse ano, sua obra foi revisitada no disco "Nada além" lançado pela Som Livre com uma mescla de antigas e novas composições suas nas vozes de Gal Costa; Paulinho da Viola; Alcione; Nelson Gonçalves; Zeca Pagodinho; D. Ivone Lara; Elton Medeiros; Mestre Marçal; Ney Matogrosso; Eduardo Dussek; Raphael Rabello e Sandra de Sá, entre outros. Em 1997, apresentou algumas composições inéditas no espetáculo "Causos e canções de Mário Lago". Nesse ano, teve publicada sua biografia, "Mário Lago - boêmia e política", escrita por Mônica Veloso, pela Editora Fundação Getúlio Vargas. No mesmo ano o compositor Gilberto Gil o homenageou com a música "O mar e o lago", cuja letra foi escrita em 1985. Ainda em 1997, seu filho Mário Lago Filho, dirigiu o espetáculo "Causos e canções de Mário Lago", no Teatro Café Pequeno, no Rio de Janeiro, onde o próprio pai apresentava suas histórias, com músicas cantadas por Chamom. O espetáculo foi montado em várias cidades brasileiras.



Em 2001, seu livro de memórias "Reminiscências do sol quadrado", originalmente publicado pela editora Civilização Brasileira, foi relançado. Nele, o compositor e ator conta como foram os três meses que passou na cadeia após o golpe de 1964. Em janeiro de 2002, recebeu em sua casa a Medalha do Mérito Legislativo, homenagem da Câmara dos Deputados pelos seus 90 anos completados em novembro de 2001. Poucos dias depois, em entrevista ao Jornal do Brasil, afirmou ter feito um acordo com o tempo:"Nem ele me persegue nem eu fujo dele", disse. Ainda em 2002, anunciou estar escrevendo um novo livro de memórias: "Meus tempos de moleque" do qual chegou a redigir 200 páginas. Seu último trabalho foi uma participação especial na novela "O clone", da TV Globo.Também nesse ano, o selo Revivendo lançou em sua homenagem o CD "Mário Lago 90", com 21 consagradas composições suas nas vozes de Orlando Silva, Carmen Miranda, Francisco Alves, Sílvio Caldas, Luiz Barbosa, Aurora Miranda e outros. Estão presentes no disco clássicos como Ai que saudades da Amélia", com Ataulfo Alves; "Aurora", com Roberto Roberti; "Número um", com Benedito Lacerda; "Se essa rua fosse minha", com Roberto Martins; "Seja feliz!...", com Custódio Mesquita; "Sambista da Cinelândia" e "Mentirosa", com Custódio Mesquita, além de "Fracasso", "Devolve"; "Pensa um minuto em mim" e "Como é que ficou o céu", apenas de sua autoria.

Teve músicas registradas por grandes intérpretes da música popular brasileira, tais como Lúcio Alves, Peri Ribeiro, Elizeth Cardoso, Carmélia Alves, Jorge Goulart, Gilberto Alves, Nélson Gonçalves, Linda Batista e muitos outros que gravaram cerca de 140 de suas composições. Como ator atuou em mais de 100 filmes, novelas e minisséries. Sobre ele assim escreveu a pesquisadora Mônica Velloso e autora do livro sobre o compositor: "Mário é uma síntese da história da mídia neste século. Começou no teatro de revista, fez rádio, cinema e depois ingressou na TV." Numa de suas entrevistas disse: "Mantenho-me jovem porque sou comunista. O comunismo sempre foi a juventude do mundo". Em 2006, foi homenageado no espetáculo "Ai, que saudade do Lago! - Um olhar sobre a vida e a obra de Mário Lago", com texto de Marcos França e direção de Joana Lebreiro, e com as participações dos atores Marcos França, Claudia Ventura e Alexandre. O musical apresentado no Centro Cultural dos Correios no Rio de Janeiro recriou a vida e a obra do compositor revisitando seu legado musical.

Tudo isso foi motivo para o lançamento no último dia 18 de julho, do projeto Mario Lago – Homem do século XX, para comemorar o centenário artista. O local da apresentação não poderia ser mais apropriado: a sede do Cordão da Bola Preta, o tradicional bloco carnavalesco do Rio.

As ações em comemoração a esse centenário acontecerá tanto este ano como em 2012, como anunciado por Mario Lago Filho, serão lançados dois CDs, sendo um apenas de marchinhas, o Folias do Lago, um site – www.mariolago.com.br – no dia 1º de agosto –, um documentário em 2012, livros e textos autobiográficos.

O Arquivo Nacional, que recebeu em 2002 todo o acervo de Mario Lago, fará uma exposição virtual, que depois poderá ser vista no local. Em setembro deste ano, a ECT lançará um selo comemorativo e a Casa da Moeda uma medalha em homenagem ao ator.



No site, o público poderá encontrar a história do artista, com biografia, cronologia, álbum de fotos e registros antigos (incluindo, partituras, correspondências e trechos de filmes, radionovelas e telenovelas). Haverá também registros fonográficos, uma série de shows (“Nas águas do Lago”), e a produção e exibição da peça teatral inédita, “Foru Quatru Tiradente na Conjuração Baiana”- um musical-histórico escrito por Mário Lago nos anos 70, imediatamente proibido pela Censura.

Ao final do evento, foi apresentada uma música inédita feita por Mario Lago, a única em parceria com o compositor Braguinha, “Meu Rio, Meu Vício”, uma bela canção que enaltece a capital carioca, entre outras famosas canções de sua autoria.

O projeto conta com as parcerias da Petrobrás, do Governo do Estado do Rio de Janeiro, da Prefeitura do Rio de Janeiro, do Arquivo Nacional e da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

Suas atuações na teledramaturgia (Em ordem cronológica decrescente):
2001 - O Clone - Dr. Molina (participação especial)
2000 - Brava Gente - Eleutério
1992/1999 - Você Decide (12 episódios)
1999 - Força de um Desejo - Teodoro
1998 - Pecado Capital - Amatto
1998 - Torre de Babel - Padre (participação especial)
1998 - Hilda Furacão - Olavo
1996 - O Fim do Mundo - Frei Luiz
1996 - Quem É Você?
1995 - Explode Coração
1995 - Engraçadinha, seus amores e seus pecados - Osmar
1994 - Quatro por Quatro - Henrique Pessoa
1993 - Agosto - Aniceto
1992 - De Corpo e Alma - Veiga
1992 - Despedida de Solteiro - Padre (participação especial)
1990 - Barriga de Aluguel - Dr. Molina
1989 - O Salvador da Pátria - Quinzote
1988 - O pagador de promessas - Dom Germano
1986 - Cambalacho - Antero Souza e Silva
1986 - Roda de Fogo - Antônio Villar
1985 - Grande Sertão: Veredas - Compadre Quelemem
1985 - Tenda dos Milagres - Judge João Reis
1985 - Um Sonho a Mais
1985 - O tempo e o vento - Padre Lara
1984 - Partido Alto
1984 - Padre Cícero - Núncio Apostólico
1983 - Guerra dos Sexos - juiz
1983 - Louco Amor - Agenor Rocha
1982 - Elas por Elas - Miguel Aranha
1981 - Brilhante - Vítor Newman
1981 - Baila Comigo - (participação especial)
1980 - Plumas & Paetês - Cristiano
1979 - Os Gigantes - Antônio Lucas
1979 - Dancin' Days - Alberico Santos
1977 - Nina - Galba
1976 - O Casarão - Atílio Souza
1975 - Pecado Capital - Perez
1975 - Cuca Legal - Aureliano
1975 - Escalada - Chico Dias
1974 - O Espigão - Gabriel Martins
1973 - Cavalo de Aço - Inácio
1972 - Selva de Pedra - Sebastião
1971 - Minha doce namorada - César
1971 - Assim na Terra Como no Céu - Oliveira Ramos
1970 - Verão Vermelho - Bruno
1969 - A Ponte dos Suspiros - Foscari
1969 - Rosa Rebelde - Barão de La Torre
1968 - Passo dos Ventos - Dubois
1968 - O homem proibido - Ali Abbor
1967 - Presídio de Mulheres - Pierre (TV Tupi)
1967 - A sombra de Rebeca - Tamura
1966 - O Sheik de Agadir - Otto Von Lucker
1963 - Nuvem de Fogo


Suas atuações no Cinema (Em ordem cronológica decrescente):
1983 - Idolatrada
1978 - O Velho Gregório
1977 - Lá Menor
1973 - Café na Cama
1971 - São Bernardo
1970 - Os Herdeiros
1970 - Badalada dos Infiéis
1969 - Pedro Diabo Ama Rosa Meia-Noite
1969 - O Bravo Guerreiro
1969 - Tempo de Violência
1969 - Incrível, Fantástico, Extraordinário
1968 - Desesperato
1968 - A Vida Provisória
1968 - Massacre no Supermercado
1967 - Terra em Transe
1967 - Na Mira do Assassino
1966 - O Padre e a Moça
1966 - Essa Gatinha é Minha
1966 - Na Onda do Iê-iê-iê
1966 - Cuidado, Espião Brasileiro em Ação
1965 - História de um Crápula
1962 - Assalto ao Trem Pagador
1962 - Assassinato em Copacabana
1959 - Mulheres, Cheguei!
1957 - Papai Fanfarrão
1953 - Balança Mas Não Cai
1952 - Pecadora Imaculada
1950 - A Sombra da Outra
1949 - O Homem que Passa
1948 - Uma Luz na Estrada
1948 - Terra Violenta
1947 - Asas do Brasil
1947 - O Homem que Chutou a Consciência


Algumas de suas composições:
A culpa é sua (c/ Sílvio Caldas)
A mulher que eu tanto adoro (c/ Georges Moran)
Adeus orgia (c/ Roberto Martins)
Ai, que saudades da Amélia (c/ Ataulfo Alves)
Ana Maria
Atire a primeira pedra (c/ Ataulfo Alves)
Aurora (c/ Roberto Roberti)
Baladinha lítero-cultural-amorosa (c/ Lúcio Alves)
Bate, bate coração (c/ Roberto Martins)
Batuque no terreiro (c/ Roberto Martins)
Bobagem gostosa (c/ Chocolate)
Calcule eu (c/ Francisco Santos)
Capacho (c/ Ataulfo Alves)
Chega de tanto amor
Coitado dele (c/ Chocolate)
Como é que ficou o céu? (c/ Newton Teixeira)
Como o tempo judiou (c/ Roberto Martins)
Covarde (c/ Dunga)
Covardia (c/ Ataulfo Alves)
Cuidado com o andor (c/ Marino Pinto)
Dá-me tuas mãos (c/ Roberto Martins)
Deixa a saudade bater (c/ Chocolate)
Deixa assim (c/ Roberto Martins)
Destino traçado (c/ Erasmo Silva)
Devolve
Diz que sim, diz que não (c/ Roberto Martins)
E ela não voltou (c/ Erasmo Silva)
É melhor não voltar (c/ Newton Teixeira)
É noite (c/ Custódio Mesquita)
É tão gostoso, seu moço (c/ Chocolate)
Ela mandou me avisar (c/ Rubens Soares)
Endereço (c/ Ataulfo Alves)
Enquanto houver saudade (c/ Custódio Mesquita)
Eu não posso dizer
Eu não quero saber
Eu não sou pano de prato (c/ Roberto Roberti
Eu quero ver é a pé (c/ Roberto Roberti)
Eu sou feio e moro longe
Eu te agradeço (c/ Benedito Lacerda)
Faça de conta (c/ Custódio Mesquita)
Ficarás
Fim de romance (c/ Nássara)
Fracasso
Gilda (c/ Erasmo Silva)
Incerteza
Leva meu coração (c/ Roberto Martins)
Mais um minuto apenas (c/ Newton Teixeira)
Menina, eu sei de uma coisa (c/ Custódio Mesquita)
Mentirosa (c/ Custódio Mesquita)
Meu amor foi embora (c/ Erasmo Silva)
Meu consolo (c/ Roberto Martins)
Minha revelação (c/ Roberto Martins)
Morena, morena
Na mão direita (c/ Nássara)
Nada além (c/ Custódio Mesquita)
Não é bom pra você (c/ Chocolate)
Não me olhe assim (c/ Erasmo Silva)
Não precisas bater (c/ Oldemar Magalhães)
Não quero chorar (c/ Roberto Martins)
Não te conheço mais (c/ Newton Teixeira)
Não tenhas pressa morena (c/ Antônio Lago)
Numa noite assim (c/ Alberto Ribeiro)
Número um (c/ Benedito Lacerda)
O homem mais feliz
O que é que me acontecia (c/ Benedito Lacerda)
Os olhos de Nancy
Passa passa moreninha (c/ Roberto Martins)
Pensa um minuto em mim (c/ Frazão)
Penúmbra, penúmbra
Perdão não é níquel de tostão
Podia ser melhor (c/ Custódio Mesquita)
Poleiro de pato (c/ Rubens Soares)
Por que me olhas assim? (c/ Roberto Martins)
Pra que mais felicidade? (c/ Ataulfo Alves)
Primeiro prêmio
Problema seu (c/ Chocolate)
Qual a razão? (c/ Antônio Almeida)
Que mulher infernal
Que tem você que se meter? (c/ Roberto Martins)
Quero o meu pandeiro (c/ Ataulfo Alves)
Questão de vez (c/ Nássara)
Rosinha bonita (c/ Chocolate)
Rua sem sol (c/ Henrique Gandelman)
Sacoleja morena (c/ Erasmo Silva)
Sacrifício não se pede (c/ Chocolate)
Sambista da Cinelândia (c/ Custódio Mesquita)
Se a vida fosse sempre assim (c/ Newton Teixeira)
Se essa rua fosse minha (c/ Roberto Martins)
Se o negócio é sofrer (c/ Chocolate)
Seja feliz... (c/ Custódio Mesquita)
Sem rancor (c/ Roberto Faissal)
Será?
Só errando o português (c/ Lúcio Alves)
Tabuleiro da Ilusão (c/ Roberto Martins)
Talvez digam que é vaidade (c/ Nássara)
Tão bonitinha (c/ Lúcio Alves)
Tira a boca do caminho (c/ Chocolate)
Três sorrisos (c/ Chocolate)
Um gesto... Uma frase (c/ Roberto Martins)
Uma canção dentro da noite
Valquíria (c/ Erasmo Silva)
Vamos falar de saudade (c/ Chocolate)
Vem pra cá que tem mulher (c/ Roberto Roberti)
Vida vazia (c/ Chocolate)
Você pensa (c/ Almirante)
Você sabe me maltratar (c/ Erasmo Silva)


Discografia:

Retrato (1978)
Faixas:
01 - Ai que saudades da Amélia - Atire a primeira pedra - Gilda - Leva meu coração
02 - Não quero ser marisco - Quem chegou já tá
03 - Nada além - Dá-me tuas mãos - Devolve
04 - Deixa em paz - Não precisas bater
05 - É tão gostoso seu moço - Faz de conta - Rosinha bonita
06 - Cantiguinha tristezíssima
07 - No meio do mundo
08 - Poema: canção do não - tempo de lua


Nada além (1991)
Faixas:
01 - Medlley:
Quem Chegou Já Tá (Élton Medeiros)
A Onda (Dona Ivone Lara)
Salve a Preguiça Meu Pai (Neguinho da Beija-Flor)
Atire a Primeira Pedra (Mestre Marçal)
Ai Que Saudades da Amélia (Zeca Pagodinho)
Aurora (Zeca Pagodinho, Dona Ivone Lara, Élton Medeiros, Mário Lago, Mestre Marçal e Neguinho da Beija-Flor)
02 - Nada Além (Marco Pereira e Gal Costa)
03 - Ficarás (Chamon)
04 - Fracasso (Raphael Rabello e Nelson Gonçalves)
05 - Faz de Conta (Paulinho da Viola)
06 - Faz Como Eu (Alcione e Ataulfo Júnior)
07 - Dá-me Tuas Mãos (Sandra de Sá)
08 - Número Um (Raphael Rabello e Ney Matogrosso)
09 - Caluda Tamborins (Eduardo Dusek)
10 - Rua Sem Sol (Tânia Machado)
11 - Faz de Conta (As Gatas e Conjunto Nosso Samba)


A música brasileira deste século por seus autores e intérpretes (2000)
Faixas:
01 - Pot pourri:
Ai que saudades da Amélia
Atire a primeira pedra
02 - Faz como eu
03 - Aurora
04 - Menina, eu sei de uma coisa
05 - Nada além
06 - Enquanto houver saudade
07 - Bate, bate coração
08 - Dá-me tuas mãos
09 - Que tem você
10 - Leva meu coração
11 - Poleiro de pato é no chão
12 - Eu quero ver é a pé
13 - Pot pourri:
Devolve
Eu não quero saber quem tu és
Será
14 - Fracasso
15 - Pot pourri:
É tão gostoso, seu moço
Faz de conta
Vamos falar de saudade
16 - Cantiguinha tristezíssima
17 - Descarte do não tempo de lua
18 - Quem chegou já tá
19 - Salve a preguiça, meu pai


Mário Lago: 90 anos (2002)
Faixas:
01 - Menina, eu sei de uma coisa
02 - Sambista da Cinelândia
03 - Devolve
04 - Se essa rua fosse minha
05 - Mentirosa
06 - Quem tem você
07 - Seja feliz!
08 - Covardia
09 - Ana Maria
10 - Por que me olhas assim?
11 - Pensa um minuto em mim
12 - Ela mandou me avisar
13 - O que é que me acontecia?
14 - Ai que saudades da Amélia!
15 - Número um
16 - E ela não voltou
17 - Eu te agradeço
18 - Como é que ficou o céu?
19 - Aurora
20 - Não quero saber
21 - Fracasso

Mário Lago - Homem do século XX (2006)
CD 01
01 - Atire a primeira pedra (Com Roberto Silva)
02 - Ai que saudades da Amélia! (Com Roberto Silva)
03 - Covardia (Com Mariana Bernardes)
04 - Cuidado com o andor (Com Alice Passos, Ignez Perdigão, Matias Correa)
05 - É tão gostoso, seu moço (Com Áurea Martins)
06 - Mentirosa (Com Emílio Santiago)
07 - Ficarás (Com Moacyr Luz)
08 - Não me olhe assim (Com Cristina Buarque)
09 - Adeus para quê (Com Paulo Marquez)
10 - Capacho (Com Ataúlfo Alves Jr.)
11 - Faz de conta (Com Nelson Sargento)
12 - Caminho vai, caminho vem (Com Wilson Moreira)
13 - Sambista da cinelândia (Com Pedro Paulo Malta)
14 - Caminho sem sol (Com Délcio Carvalho)
15 - Salve a preguiça meu pai (Com Beth Carvalho)
16 - Casa no meio do mundo (Com Diogo Nogueira)
17 - Poleiro de pato é no chão (Com Lenine)

CD 02
01 - Não te conheço (Com Cláudio Jorge)
02 - Vida vazia (Com Vânia Carvalho)
03 - Fracasso (Com Chamon)
04 - Gilda (Com Gilberto Gil)
05 - E ela não voltou (Acabei) (Com Tantinho da Mangueira)
06 - Leva meu coração (Com D. Ivone Lara)
07 - Para que mais felicidade (Com Jorge Aragão)
08 - Faz como eu (Com Leci Brandão)
09 - Walkíria (Com Monarco)
10 - Meu consolo (Com Walter Alfaiate)
11 - Como é que ficou o céu? (Com Dudu Nobre)
12 - Seja qual for a hora (Com Tânia Machado)
13 - Quebrou-se no meu peito (Com Teresa Cristina)
14 - Amei (Com Paulão)
15 - Não precisas bater (Com Oswaldo Carvalho)
16 - Mulher Infernal (Com Zeca Pagodinho)

CD 03
01 - Cantiguinha tristezíssima (Com Mário Lago)
02 - Rosinha bonita (Com Mário Lago)
03 - Número um (Com Roberto Silva)
04 - Enquanto houver saudade (Com Marquinho China)
05 - Devolve (Com Luiza Dionísio)
06 - Será (Com Clarisse Grova)
07 - Não tenhas pressa, morena (Com Agenor de Oliveira)
08 - Ana Maria (Com Alfredo Del-penho)
09 - Mais um minuto apenas (Com Ana Costa)
10 - É gostoso como o quê (com Zezé Gonzaga)
11 - Dá-me tua mão (Com Chamon)
12 - Nada além (Com Luiz Melodia)
13 - É noite (Com Iracema Monteiro)
14 - O que é que me acontecia? (Com Moysés Marques)
15 - Faça de conta (Com Chamon)
16 - Aurora (Com Richah, Oswaldo Cavalo, Mariana Bernardes, Clarisse Grova e Moysés Marques)
17 - Canção do não tempo de lua (Poema) (Com Mário Lago Filho)
18 - Tudo como antigamente (Poema) (Com Fernanda Montenegro)


* Sob consultas ao Dicionário Cravo Albin de música popular brasileira e Wikipédia.

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