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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

25 SEM ELZA LARANJEIRA

No último dia 22 de julho completaram-se 25 anos que a cantora paulistana considerada como uma das melhores intérpretes de Dolores Duran faleceu.

Por Bruno Negromonte*


Elza iniciou sua carreira ainda na infância, quando aos 10 anos de idade apresentou-se em público pela primeira vez na Rádio Clube de Bauru, porém na adolescência preferiu dar continuidade aos estudos e acabou formando-se pela Escola Normal de Bauru, onde ainda chegou a exercer a profissão lecionando em escola pública antes de iniciar a carreira artística.

Laranjeira iniciou sua carreira mais precisamente na década de 40, substituindo Leny Eversong no programa de Blota Júnior, transmitido pela Rádio Cruzeiro do Sul. Em 1945, transferiu-se com o apresentador para a Rádio Record de São Paulo. Em 1951, fez suas primeiras gravações pelo selo Star, lançando quase simultâneamente dois discos, com os sambas "Foi sem querer", de Enrico Simoneti e Maragliano e "Quando eu era pequenina", de Enrico Simoneti e Donato, e, as canções "Poema das duas mãozinhas", de Hervê Cordovil e Jorge de Lima e "Dia das mães", de Maria Cecília B. França. No mesmo ano, gravou o baião "O galo já cantou", de Hervê Cordovil e Raul Duarte.

Em 1953, foi contratada pela Copacabana e lá estreou com o samba "Vida nova", de Alfredo Borba e Sérgio Rubens e a batucada "A louca chegou", de Rômulo Paes, Adoniran Barbosa e Henrique de Almeida. No mesmo ano, gravou o samba "Gol de Baltazar", de Alfredo Borba, homenagem ao então artilheiro do time de futebol do Corinthians de São Paulo. Gravou também no mesmo período, em dueto com Cauby Peixoto, o samba "Já paguei o meu tributo", também de Alfredo Borba. Ainda no mesmo ano, estreou na gravadora Columbia, com o choro "Doçura", primeira composição de sua autoria e o samba canção "Meu Deus não sei", de Ted. Em 1954, gravou a marcha "É covardia", de Alfredo Borba e José Sacomani e o samba "Mulher namoradeira", de Alfredo Borba. No mesmo ano, gravou outra música alusiva ao futebol, uma vez que a seleção brasileira de futebol, em junho daquele ano, participava da Copa do Mundo da Suiça, o samba "Gol do Brasil", de Alfredo Borba. No ano seguinte, gravou o xote "Bandinha do interior", de Mário Vieira e Elpídio dos Santos e o baião "Baião espanhol", de Alfredo Borba e Luiz Gaúcho. No mesmo ano, gravou mais duas composições de Alfredo Borba, a marcha "Gole de cachaça" e o samba "Lampião de querosene".




Em 1956, teve uma rápida passagem pela Odeon, onde gravou dois discos. No primeiro, cantou "Lavadeiras de Portugal", de Popp e Lucchesi, em ritmo de baião, com versão de Joubert de Carvalho e o choro "pica-pau", de Alfredo Borba e José Henrique. O segundo disco, lançado em janeiro do ano seguinte, trazia a valsa "Que será, será", de Livingstone e Evans, com versão de Nadir Corte Real, e, o samba "Poço dos desejos", de Edson Borges. Em 1957, passou a gravar na RGE e lançou avalsa " Dois olhos azuis", de M. Jary e Maugéri Neto e o beguine "Insônia", de Mário Albanese e Heitor Carrilho, com acompanhamento de Enrico Simoneti e sua orquestra. Em 1959, gravou o fox "É disso que eu gosto", de Heitor Carrilho e Maugério Neto e o samba canção "Dona saudade", de Mário Albanese e Habib Nader. No mesmo ano, gravou de Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes, o samba canção "Eu sei que vou te amar", e, de Antônio Carlos Jobim e Marino Pinto, o samba "Aula de matemática". Foi considerada uma das maiores intérpretes de Dolores Duran, de quem gravou ainda em 1959, o samba canção " A noite do meu bem".

Cantou durante muito tempo em casas noturnas de São Paulo. Destacou-se como cantora romântica, tendo gravado valsas, fox, beguines e sambas canções, como "Estou amando azul", de Fernando César e Britinho, lançado também em 1959. No ano seguinte, gravou o samba canção "Fale baixinho", de Portinho e Heitor Carrilho, e a marcha rancho "Um punhadinho de estrelas", de Mário Albanese e Heitor Carrilho. No mesmo ano, gravou o samba " Tome continha de você", de Dolores Duran e o samba canção "Um minuto só", de Edson Borges. Fiel ao seu estilo de músicas românticas, com temâticas amorosas, gravou ainda no mesmo ano, o bolero "Ninguém é de ninguém", de Umberto Silva, Toso Gomes e Luiz Mergulhão e, o fox "Devaneio", de Djalma Ferreira e Luiz Antônio. Ainda em 1960, lançou seu primeiro LP, e um dos discos de maior destaque, "A noite do meu bem", com Simonetti e sua Orquestra, no qual cantou além da música título, as composições "Tome continha de você", de Dolores Duran e Édson Borges; "Um punhadinho de estrêlas", de Mário Albanese e Heitor Carillo; "Cuidado coração", de Ciloca Madeira e Fred Jorge; "Eu sei que vou te amar", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes; "Estou amando azul", de Fernando César e Leal Brito "Britinho"; "Fale baixinho", de Portinho e Heitor Carillo; "Quando te achei", de Adoniran Barbosa e Hilda Hilst; "Podem falar", de Agostinho dos Santos e Quico; "Conversa", de Jair Amorim e Evaldo Gouveia; "Um minuto só", de Édson Borges, e "Porquê", de Hervé Cordovil e Vicente Leporace. Em 1962, gravou o bolero "Sem motivo", de Aderaldo Monteiro e o samba canção "Mais uma vez adeus", de Georges Auric e Teixeira Filho.



Em 1962, gravou o bolero "Sem motivo", de Aderaldo Monteiro e o samba canção "Mais uma vez adeus", de Georges Auric e Teixeira Filho. No mesmo ano, gravou acompanhada pelo Conjunto RGE, dois clássicos da bossa nova, os sambas "Só danço samba", de Tom Jobim e Vinícius de Moraes e "Samba do avião", de Tom Jobim. Apresentou-se em vários países latino-americanos, destacando-se o Uruguai.

Recebeu o Prêmio Roquete Pinto (melhor cantora paulista de música internacional), o Prêmio Cidade de São Sebastião (RJ) e o Troféu Chico Viola (SP). As músicas "A noite do meu bem", de Dolores Duran e "Eu sei que vou te amar", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes destacaram-se entre suas gravações de maior sucesso. Deixou a Rádio Record e foi para Rádio Nacional (SP) no início da década de 1960.



Em 1963, lançou o LP "A música de Tom e Vinicius", no qual interpretou, entre outras, "Só danço samba", "Sem você", "Por toda minha vida", "Serenata do adeus" e "Derradeira primavera". Ficou um tempo afastada da vida artística, só retornando em 1975. Nesse mesmo ano voltou a cantar na Boate Samba-Enredo (SP).

Foi casada com o cantor Agostinho dos Santos e considerada uma das cantoras mais importantes do chamado broadcasting da radiofonia paulistana.

*Sob consulta ao site dicionario da mpb.

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