É com muito pesar que, eu particularmente, venho trazer essa notícia para todos os que, assiduamente ou não, frequentam o Musicaria Brasil. Trago uma daquelas notícias que as vezes nós preferimos não dar e nem ao menos saber. Venho aqui falar de um cidadão paraíbano (pois ele era natural de São Memede, município que está inserido geograficamente na depressão sertaneja, que representa a paisagem típica do semi-árido nordestino) ; mas que adotou Pernambuco para fazer uma carreira ímpar na música instrumental brasileira.
O seu nome de batismo era Severino Ramos de Lucena, mas poucos conheciam; ele era na verdade popularmente conhecido por Anquito (ou Quito como acostumei a chamá-lo desde criança) e hoje venho aqui me despedir desse grande músico e acima de tudo grande homem.
Aos 87 anos, Anquito sempre se orgulhou de ter acompanhado cantores como Roberto Carlos, Ângela Maria, Cauby Peixoto, Elizeth Cardoso, Dolores Duran, Dalva de Oliveira, Herivelto Martins, Orlando Silva e Sílvio Caldas, só para citar alguns.
Outra grande honra que Anquito tinha era ter a carteira de músico assinada por Waldemar de Almeida, pai do maestro Cussy de Almeida e colecionar letras e partituras, embora saiba decorado canções de grandes compositores, como Capiba, Nelson Ferreira, Tom Jobim, Chico Buarque e Vinícius de Moraes.
Meu estimado "Quito", estava com 87 anos e fazia tratamento para combater um câncer no estômago. Estava internado no hospital Otávio de Freitas desde o último dia 02 de novembro. Ele era casado e pai de seis filhos. O corpo do músico e amigo foi sepultado no fim da tarde no hoje no cemitério São José, em Paulista, na Região Metropolitana.
Que as lágrimas que encerram essa postagem reguem as lembranças que tenho desse grande homem. Peço licença a vocês leitores para reconhecer toda a gratidão que tenho por tudo o que ele fez por mim e por meus familiares em uma das horas que mais chegamos a precisar do apoio de alguém aquém do contexto familiar.
Vai com Deus! Assim como fostes um ser iluminado aqui nessa passagem pela terra, tenho certeza que essa tua passagem servirá para que você continue a iluminar aqueles que te admiram e te querem bem que ficaram do lado de cá... morre o homem, mas ficou a obra referência na música pernambucana e nacional que você sempre será. Até um dia, "Quito"!
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