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sexta-feira, 16 de abril de 2010

SONY CELEBRA ROBERTO POR 100 MILHÕES DE DISCOS VENDIDOS

"Em 50 anos, este homem atravessou geração após geração e se reinventou com criatividade tanto como cantor quanto como compositor, chegando a 100 milhões de discos. Para nós da Sony Music, e para toda a indústria fonográfica mundial, é um sucesso fantástico". Com tais palavras, ditas na homenagem prestada pela Sony Music esta semana em Nova York (EUA) a Roberto Carlos por conta dos alegados 100 milhões de discos vendidos pelo Rei em suas cinco décadas de carreira, o presidente da Sony Music Entertainment International, Richard Sanders, tentou sintetizar a trajetória fenomenal do artista no Brasil e no mercado de música hispânica. Fenômeno ainda não explicado a contento por nenhum crítico musical. Talvez até porque não haja explicação plausível para o carisma de um cantor, a força do repertório de um bom compositor popular e a comunhão afetiva que se estabelece - sem critérios racionais - entre o público e o artista que possua tais atributos. Roberto Carlos sempre os teve, com fartura. Carisma, voz (extremamente afinada, de emissão perfeita) e um cancioneiro popular de ótimo nível - apesar da evidente queda de qualidade observada a partir da segunda metade dos anos 80 - são atributos valiosos que ajudam a entender os números superlativos que cercam a carreira de Roberto Carlos. Mas nem eles são suficientes para justificar a adoração do público pelo compositor. A comunhão entre o Rei e seus súditos passa pelo subconsciente e por uma afinidade de valores que extrapolam o campo puramente musical. De certa forma, o autor de Jesus Cristo e Como É Grande o meu Amor por Você sempre encarnou o bom moço. O rapaz bem-intencionado (e algo triste) que acredita no amor e em Deus. Que fala de sexo sem ultrapassar os limites impostos pela moral social. Mesmo na sua fase jovem, nas efervescentes tardes dominicais, Roberto já tinha esses românticos valores embutidos em sua figura e em sua música. Tanto que conseguiu fazer de forma perfeita a transição desse mundo jovem para a fase adulta. Lá se vão 51 anos de carreira. A acomodação já rege a trajetória de Roberto Carlos, hoje já a caminho dos 70 anos, mas nada lhe tira o mérito de ser a voz mais popular da música brasileira nestas cinco décadas. E os alegados 100 milhões de discos vendidos nada mais são do que a tradução em números de um reinado inabalável.

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