Enterro atraiu amigos e parentes ao cemitério São João Batista.
Despedida do músico teve chapéu e bandeiras da Portela e do Botafogo.
Do G1, no Rio
O corpo do sambista Walter Alfaiate, que morreu de falência múltipla dos órgãos no último sábado (27), foi seputado por volta da 17h20 deste domingo (28), no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio.
O enterro atraiu parentes e amigos do músico, que tinha 79 anos. Sobre o caixão, foram colocadas bandeiras da Portela, da escola Foliões de Botafogo e de seu time do coração, o Botafogo.
O corpo de Walter Alfaiate começou a ser velado na manhã deste domingo, por volta das 11h, na sede do Botafogo, também na Zona Sul da cidade. O tradicional chapéu panamá, colocado sobre o caixão do sambista, garantiu a elegância da despedida de Alfaiate. O cantor e compositor Zeca Pagodinho enviou uma coroa de flores.
“A obra dele não pode acabar”, disse Claudia Nunes, filha de Alfaiate, que lembrou o entusiasmo do sambista com a nova geração do samba. “Fica uma saudade”, disse ela. O cantor e compositor deixa três filhos.
“Walter era uma pessoa muito simples, que foi reconhecida tardiamente. Ele era um carioca acima do artista. Fizemos muitos shows juntos”, disse o sambista Moacyr Luz, que lembrou ainda o medo de avião do amigo.
Emocionada, Regina Célia Baldi contou que cuidou por dez anos do compositor. “A história de tudo está naquele chapéu. Ele passou por muitas dificuldades e sofreu muito”, disse ela, que costumava preparar chá de romã para garantir a boa forma da voz da cantor.
Internação
O músico estava internado em estado grave há cerca de dois meses no Hospital da Lagoa, na Zona Sul da cidade. Alfaiate, que teve falência múltipla dos órgãos, sofria de enfisema pulmonar, ineficiência cardíaca, arritmia, insuficiência renal, gastrite e esofagite.
O sambista havia sido transferido para a unidade de saúde em dezembro. Anteriormente, ele foi internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Instituto estadual de Cardiologia Aloysio de Castro, no Humaitá, também na Zona Sul, por quase um mês.
Mais de 200 sambas
Com mais de 50 anos de carreira, Walter Alfaiate compôs mais de 200 sambas.
Na juventude, o sambista começou criando músicas para blocos de carnaval cariocas e participando de rodas de samba de destaque na época.
Mas só foi descoberto pelo grande público nos anos 1970, quando teve três de suas canções gravadas por Paulinho da Viola -- "Coração oprimido", "A.M.O.R. Amor" e "Cuidado, teu orgulho te mata".
Desde a década de 1980, Alfaiate integrava a ala de compositores da Portela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário