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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

WALLY SALOMÃO

Filho de pai sírio e mãe sertaneja baiana, Waly Dias Salomão nasceu na Bahia, mais precisamente no município de Jequié no dia 03 de setembro de 1943.

Nos anos 60 aproximou-se de artistas que se identificaram com o movimento tropicalista, como Torquato Neto, Gal Costa, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gil e Jards Macalé. No entanto, Salomão nunca se identificou como integrante do movimento estético tropicalista.

Poeta e letrista — além de produtor cultural e diretor artístico —, é co-autor de músicas como "Mel" e "Talismã", ambas com Caetano e que viraram título dos discos de Maria Bethânia de 1979 (ultrapassando a marca de 1 milhão de cópias) e 1980, "Anjo Exterminado" (com Macalé, também título do disco de Bethânia de 72), "Mal Secreto" (com Macalé), "Assaltaram a Gramática" (com Lulu Santos, grande sucesso dos Paralamas), "Balada de um Vagabundo" (com Roberto Frejat, gravada por Cazuza), "Pista de Dança" (com Adriana Calcanhotto, gravada pela própria em "Marítimo") e "Vapor Barato" (com Jards Macalé), composta em 1968 e gravada por Gal Costa no disco "Fa-tal" em 1972, que voltou a fazer sucesso em 1995 na trilha sonora do filme "Terra Estrangeira".

Na década de 70 desenvolveu a "Morbeza (morbidez + beleza) Romântica", linha pela qual Jards Macalé lançou o disco "Aprender a Nadar". O espetáculo "Fa-tal", marco na carreira de Gal, foi dirigido por Waly.

Lançou seu primeiro livro do poemas em 1971, "Me Segura que Eu Vou Dar um Troço", com textos escritos durante uma temporada passada na prisão, paginados e diagramados pelo artista plástico Hélio Oiticica, amigo de toda a vida e de quem escreveu a biografia, "Qual É o Parangolé".

No ano seguinte participou da organização e edição de "Os Últimos Dias de Paupéria", coletânea de artigos do poeta e amigo Torquato Neto, morto em 1972. Junto com Torquato fez a revista "Navilouca", que só teve um número mas fez história. Nessa época, passou a assinar como Wally Sailormoon, pseudônimo que logo abandonou. Outros de seus livros foram "Gigolô de Bibelôs", "Surrupiador de Souvenirs", "Algaravias", "Lábia" e "Tarifa de Embarque", lançado em 2000.

Em 1997, ganhou o Prêmio Jabuti de Literatura com o livro de poesia Algaravias. Seu último livro foi Pescados Vivos, publicado em 2004, após sua morte.

Nos anos 90, Waly Salomão juntamente com o João Bosco e o Antônio Cícero participaram de um projeto onde só havia composições dos três. Esse projeto saiu como disco de carreira do Joao e foi intitulado de "Zona de fronteira", além de deste projeto, dirigiu dois discos da cantora carioca Cássia Eller. São eles Veneno AntiMonotonia (1997) e Veneno Vivo (1998)

Chegou também a trabalhar no Ministério da Cultura, como assessor de Gilberto Gil, no início de seu mandato, e uma de suas propostas era a inclusão de um livro na cesta básica dos brasileiros.

Waly Salomão morreu às 7h40 do dia 05 de maio de 2003, aos 59 anos na Clínica São Vicente, na Gávea, zona Sul do Rio, onde estava internado para tratamento de um câncer no fígado.

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