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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

15 ANOS SEM TOM JOBIM - O GAROTO DE IPANEMA QUE NASCEU NA TIJUCA

No dia 25 de janeiro de 1927 nascia Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, na rua Conde de Bonfim, 634, Tijuca, Rio de Janeiro. O obstetra foi o mesmo que fez o parto de Noel Rosa, em 1910. Em 08 de dezembro de 1994, o maestro encerra sua participação como regente da orquestra da vida. Há 15 anos!

A primeira música do maestro saiu em 1953, numa parceria com Newton Mendonça: Incerteza.

Soberano, amante da natureza e da vida. Um homem sem resumos, onde palavras, frases e pensamentos sempre tiveram sentido universal. E ainda hoje são atuais:

“A criação resolve em parte a angústia. Eu acho que quando você faz música você dissolve uma depressão. (…) Não ia fazer música para incentivar o suicídio, para arregimentar o ódio, nem para conduzir à droga”.

“Minha relação com os dicionários se devia ao fato de minha ignorância ser infinitamente maior do que o que eu sabia. Daí a tentativa de aprender as coisas nos dicionários.”

Incerteza:

NATUREZA

Cantou e compôs para a natureza antes de qualquer “Eco”.

Tom Jobim insinua onde tudo começou: “(…) Meu avô era quem falava dos bichos. Sabia tudo. Tinha paciência para me explicar as coisas. Avô tem mais tempo, porque o pai geralmente está trabalhando para pagar o aluguel. Esse é que é o problema. Percebi isto quando tive esses meus filhos-netos.”

A paixão pela natureza em canções-poesia como PASSARIM

“E o mato que é bom, o fogo queimou”.

“Eu sou o garoto da praia, de Ipanema. Vi coisas lindas que a civilização destruiu”.

Paulo César Pinheiro escreveu parte da letra de Matita Perê, em parceria com Tom Jobim. E descreve: “Comentei com o Tom que a música não ia ser tocada no rádio. É uma música meio sinfônica. Ela tem um tempo muito grande para rádio. Tem quase dez minutos de gravação”. E Tom emendou: “Mas essa música aí não é pra agora. É para adiante”.

Os arranjos do disco Matita Perê foram de Dori Caymmi.

MATITA PERÊ, COM MILTON NASCIMENTO

TOM DAS ÁGUAS: DO MAR E DE MARÇO

”É pau, é pedra, é o fim do caminho…”.

Águas de Março foi lançada em março de 1972, no compacto Disco de Bolso, do jornal O Pasquim. No ano seguinte, entrou no disco Matita Perê (1973) e também no álbum Elis, solo de Elis Regina. Mas a gravação síntese aconteceu em 1974, com o disco Elis&Tom.

Águas de Março é considerada uma das dez melhores composições do século XX.

FOTOGRAFEI VOCÊ NA MINHA ROLLEYFLEX

Econômico nas harmonias, mas intenso em toda sua obra. Sobre essa ‘economia’ de Tom, a compositora e arranjadora Cibele Codonho fez certa vez uma excelente análise do compositor: “Tom me dá orgulho de ser brasileira. Também sou fã do Jobim pianista: o econômico, que não desperdiçava notas”.

A Bossa Nova: Desafinado e Garota de Ipanema.

“O conselho da Bossa Nova é levar a pessoa à vida!”

Não há quem passe pela história da música brasileira que não se depare com Tom Jobim-Vinícius -João Gilberto. Amantes da música têm que percorrer a história de cada um deles, como peregrinos percorrem Roma, Tel Aviv ou Damasco. Ou todos ao mesmo tempo, como Jerusalém.

Desafinado ( Antonio Carlos Jobim / Newton Mendonça – 1958 )

Partitura DESAFINADO.
Arquivo em formato .pdf. Se não tiver: PDF

GAROTA DE IPANEMA

Escrita em parceria com Vinícius de Moraes, a primeira gravação de Garota de Ipanema foi de Pery Ribeiro, em 1963, pela Gravadora Odeon, com arranjos do maestro Lírio Panicalli. É até hoje uma das canções brasileiras mais executadas no exterior.

Letra e música em forma de onda. Nada mais apropriado para uma célebre canção que retrata uma garota a caminho do mar.

AMOR EM PAZ

“Não gosto de discussão e violência. Minha vida sempre foi justamente uma tentativa de viver em paz. De amar em paz”.

VILLA-LOBOS

Jobim conviveu com grandes mestres da música brasileira e estrangeira: afinidades e admirações mútuas.

Tom, Pixinguinha, Donga e Chico

Frank Sinatra e Tom Jobim

“Fui à casa do Villa-Lobos. Quando escutei o Choro nº 10, eu chorei, mas de felicidade, de alegria”.

CHICO BUARQUE

A última parceria de Chico Buarque e Tom Jobim foi “Piano da Mangueira”.

“Chico, a melhor coisa da letra é: já mandei subir o piano para Mangueira”

CHEGA DE SAUDADE

LIVRO: BIOGRAFIA TOM JOBIM – por Sérgio Cabral
Resenha: Tom Jobim foi muito mais do que um dos maiores nomes da música popular de todos os tempos. Ao extraordinário compositor, músico e orquestrador, reconhecido mundialmente, somava-se uma personalidade tão fascinante e multifacetada como sua obra. De sua atilada inteligência saíram observações definitivas sobre o Brasil e seus costumes. Assim como suas criações levaram a canção brasileira a experimentar inédita projeção internacional, angariando respeito e admiração de alguns nomes fundamentais da música. Nesta biografia completa de Antonio Carlos Jobim, seu amigo e jornalista Sérgio Cabral nos aproxima amorosamente do universo de nosso “maestro soberano”.

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TOM JOBIM E JOÃO GILBERTO: CHEGA DE SAUDADE

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