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quinta-feira, 25 de junho de 2009

JESSIER QUIRINO

Arquiteto por profissão, poeta por vocação, matuto por convicção. Essa é a auto definição dada ao paraibano de Campina Grande Jessier Quirino, filho adotivo de Itabaiana onde reside há dezessete anos. Autor dos livros: Paisagem de Interior (poesia), Agruras da Lata D'água (poesia), O Chapéu Mau e o Lobinho Vermelho (infantil), Prosa Morena - acompanhado de CD com declamações de alguns poemas, musicas e causos, Política de Pé de Muro, A Folha de Boldo Notícias de Cachaceiros - em parceria com Joselito Nunes, além de causos, músicas, cordéis e outros escritos. Todos publicados pelas Edições Bagaço - Recife/PE.Preenchendo uma lacuna deixada pelos grandes menestréis do pensamento popular nordestino, o poeta Jessier Quirino tem chamado a atenção do público e da crítica, principalmente pela presença de palco, por uma memória extraordinária e pelo varejo das histórias, que vão desde a poesia matuta, impregnada de humor, neologismos, sarcasmo, amor e ódio, até causos, côcos, cantorias músicas, piadas e textos de nordestinidade apurada.Dono de um estilo próprio "domador de palavras" - até discutido em sala de aula - de uma verve apurada e de um extremo preciosismo no manejo da métrica e da rima, o poeta, ao contrário dos repentistas que se apresentam em duplas, mostra-se sozinho feito boi de arado e sabe como prender a atenção do distinto público. Apesar de muitos considera-lo um humorista, opta pela denominação de poeta popular e escritor, onde procura mostrar o bom humor e a esperteza do matuto sertanejo, sem no entanto fugir ao lirismo poético. Talvez prevendo uma profunda transformação no mundo rural, em virtude da força homogeneizadora dos meios de comunicação e das novas tecnologias, Jessier Quirino, desde seu primeiro livro, vem fazendo uma espécie de etnografia poética dos valores, hábitos, utensílios e linguagem do agreste e do sertão nordestinos. Segundo críticos, ensaístas, promotores culturas e professores que tecem-lhe conceituações filosóficas, sua obra, além do valor estético cada dia mais comprovado, vai futuramente servir como documento e testemunho de um mundo já então engolido pela voragem tecnológica.Depois da publicação do primeiro livro em 1996, pela Edições Bagaço do Recife, o poeta vem defendendo sua poesia a golpes de declamações em tons solenes e brincativos, fato que já lhe rendeu fama e respeitabilidade no meio artístico e literário. Atualmente concilia sua condição de arquiteto autônomo, com uma agenda artística de vôos cada vez maiores, espalhando nordestinidade Brasil a fora.Entre lançamentos de livros e shows para convenções de empresas e ou encontros de repentistas e atividades culturais, podemos destacar algumas, quais sejam:

• Teatro Guararapes - Recife nos dos 77 anos do Jornal do Comércio.
• I Feira Internacional do Livro - Centro de convenções Recife.
• II Feira Internacional do livro - centro de convenções
• XIII Congresso Brasileiro de Teoria e Crítica Literária. - Campina Grande
• Show no teatro do transatlântico Mrs. Leeward em Cruzeiro Marítimo, para a Convenção da ABRACAF ( Associação Brasileira de Concercionárias Fiat )
• Show no espaço Brasil no Hall da Embaixada Brasileira em Barcelona
• Teatro Guararapes - Convenção do Bureau Jurídico de Pernambuco
• Encontro da Justiça do Trabalho de Pernambuco AMATRA - Hotel Blue Tree Park, Pernamenbuco. Além de outros para a Justiça do Trabalho.
• Congresso Brasil de Campeões - Banco do Brasil - Costa de Sauípe - Bahia.
• Quinze outras convenções para Superintendências do Banco do Brasil
• Show para o Hospital do Coração em São Paulo.
• Show para o Clube de Campo de São Paulo - Interlagos
• Show de confraternização da CocaCola do Brasil - Casa da CocaCola - Lago Sul - Brasília
Show confraternização SEBRAE - Espaço Flamboyan Brasília • Três outros encontros SEBRAE
• Primeiro colocado no concurso de declamadores no II encontro de poetas e repentistas de Pernambuco Shows em congressos de repentistas, aulas espetáculos em colégios e universidades, programas de rádio e TV.


DISCOGRAFIA:

JESSIER QUIRINO – PROSA MORENA (2001)

Faixas:
01 - Bolero De Isabel
02 - Zé Qualquer E Chica Boa
03 - Parafuso De Cabo De Serrote
04 - Coisas Pra Se Dizer Benzó-Deus
05 - Beijo De Coalho
06 - Espasmos De Gafieira
07 - Uma Paixão Pra Santinha
08 - O Imposto Do Cupido
09 - Lua Tapioca
10 - Vou-Me Embora Pro Passado
11 - Secas De Março
12 - Comício De Beco Estreiro
13 - Ô Coisa Bem Empregada!
14 - Pru-Qui-Pru-Li, Pru Culá



JESSIER QUIRINO – PAISAGEM DO INTERIOR 01
Faixas:
01 - Entre o Pente e o Repente
02 - Paisagem de Interior
03 - A Morrença dos Meus Compadre
04 - Além das Preces
05 - A Morte do Matador
06 - Acontecença Matuta I
07 - Acontecença Matuta II
08 - Pensamento Sertanejo
09 - Voltando Pro Nordeste
10 - Sou Doutor da Merdicina
11 - Matuto Doente das Partes
12 - Banheiro de Matuto
13 - Matuto no Cinema


JESSIER QUIRINO – PAISAGEM DO INTERIOR 02
Faixas:
01 - Agruras da Lata D'água
02 - Virgulino Lampião Deputado Federá
03 - Quatro Ave Maria Bem Cheia de Graça
04 - Perguntinha Cabulosa
05 - Turista Brasileiro - Suíte das Feiras do Interior
06 - 1° Movimento - Véspera de Feira
07 - 2° Movimento - Escutação de Mei de Feira
08 - 3° Movimento - Feira de Troca
09 - Nada Faz Mais Zuada que Três Mulher e um Pato
10 - Conversa de Manicure
11 - Rasga-Rabo Bagunçador de Bagunça
12 - Taqui-Pa-Tu!
13 - O Matuto e o Coroné


JESSIER QUIRINO – BANDEIRA NORDESTINA(2006)
Faixas:
01 - Bandeira nordestina
02 - Umbuzeiro sagrado
03 - O dizido das horas no Sertão
04 - Endereço de matuto
05 - A cumeeira de aroeira lá da casa grande (Participação de Maciel Melo)
06 - Maria Pano de Chão
07 - Linda não, aquelas tuia
08 - Uma fachada de cinema com o nome dela apregado
09 - Fé menina
10 - Miss Feiúra Nenhuma
11 - Baixe as arma comedor
12 - E o povo gritando amém
13 - Politicagem/ Tire seu político do caminho/ De domingo agora a oito
14 - Outra de Mané Cabelim
15 - Cumpade Lelé Garrinha fez um golzão de lascar/ Casamento esportivo


Berro Novo (2009)
Faixas:


"CAUSOS" DE SEU LULA

Por Luiz Lemos.

"Anselmo de Lica" era um amigo de Gonzaga, dos tempos de menino. Ele também tocava sanfona e ia a todos os bailes e forrós com o Lua. Quando Gonzaga arrumava um "xodó" no baile, botava o Anselmo pra tocar no lugar dele e ia dançar ou... fazer outras coisas, que ninguém é de ferro.E a proposta era, no final do baile, dividir o "cachê" entre os dois, metade para cada um.Só que, na hora de dividir, Lua era sabido e Anselmo, coitado, meio bobo.Então, Lua dividia:"Acá... são quarenta mirréis! Prestenção. Vamo reparti no meio: Um pá eu, um pá tu, um pá eu.Um pá eu, um pá tu, um pá eu...Um pá eu, um pá tu, um pá eu... E, assim, com esse estratagema, Lua ficaca com dois terços da grana e Anselmo com um terço! Sabido, né?
Pêdo Mêa Garrafa" E qué ôta???Então lá vai!Luiz tinha outro amigo, de nome "Pêdo Mêa Garrafa". (Ele é citado na estória Karolina com K", gravada por Lua. É aquele que dança com Karolina, enquanto Lua toca).Pois bom. Cês sabem qual a origem do apelido do "Pêdo Mêa Garafa"?Não? Então, prestenção:Pedro, (até intão só Pedro), bebia muito. E Luiz, que gostava muito dele, lamentava o fato. - Luiz não bebia!
Uma madrugada, Luiz encontrou com Pedro bêbado, no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, e ainda... com uma garrafa de pinga no bolso. Luiz brigou, deu conselho, fez o diabo. E pediu a Pedro para parar de beber. Pedro concordou. "Se o cumpadi tá pedino... páro na hora. Pronto, parei. "Então, cumpade, faz o seguinte: para celebrar este momento, DERRAME AQUI NA CALÇADA essa garafa de pinga! - disse Luiz.
E Pedro: "Bão... o cumpadi mi disculpe, mas isso eu não posso fazer, não.
E Lua: "Mas, por que não pode?"
E Pedro: "Porque sô mêa garrafa é minha. A ôta metade é do Anselmo de Lica!"
E Gonzaga: "Ôxente!... então joga fora a SUA METADE, home!"
E Pedro: "Também não posso, cumpade!
Gonzaga "Não pode... por que?"
E Pedro: "Porque a MINHA metade é a que está POR BAIXO!!!"
Dizem que "Pêdo Mêa Garrafa" nunca parou de beber. Mas também nunca mais se livrou do apelido que Gonzaga lhe deu, naquela mesma hora:
"Então vai com Deus, compadre "Pêdo Mêa Garrafa!!!"

CURIOSIDADADES DA MPB

Em 1985, Luiz Gonzaga ganhou mais dois discos de ouro em sua carreira com o LP Sanfoneiro Macho. Esse LP tinha a participação de Dominguinhos, Gonzaguinha, Sivuca, Gal Costa e Elba Ramalho e havia oito músicas de João Silva, seu último grande parceiro.
No ano seguinte, o álbum de 1986, Forró de Cabo a Rabo, deu mais um disco de ouro a Luiz Gonzaga. A música-título era mais uma parceria dele e João Silva. Os dois compuseram a música num quarto de hotel. E João Silva com a cara cheia de uísque.

GAITA NO SUL = SANFONA NO NORDESTE

Por Fabio Gomes

A sanfona foi criada na Europa por C. Buffet em 1827 e chegou ao Brasil entre 1836 e 1851, através dos imigrantes alemães do Rio Grande do Sul. Na época, o instrumento já era chamado "gaita" no Sul, como até hoje. A gaita passou a ser considerada o instrumento ideal para acompanhar bailes, substituindo o violão e a rabeca, de pouco volume sonoro, e dispensando até cantor. Os italianos, a partir de 1875, além de trazerem mais gaitas, também começaram a fabricá-las aqui. A primeira fábrica de gaitas no Brasil foi criada pelo casal Cesare Arpini e Maria Savoia no final do século 19 no atual município de Santa Tereza, na Serra gaúcha. Outras fábricas aparecem em seguida em Garibaldi, Caxias do Sul e Bento Gonçalves.
O surgimento da primeira gravadora gaúcha, a Casa A Elétrica, em 1913, em Porto Alegre, possibilita a gravação dos primeiros solos de gaiteiros como Moisés Mondadori (que usava o nome artístico Cavaleiro Moisé) e Lúcio de Souza.
Em 1939, o catarinense Pedro Raymundo (1906-73) forma em Porto Alegre o Quarteto dos Tauras, com o qual se apresenta no rádio e excursiona pelos estados do Sul em 1943. Desfeito o conjunto, Raymundo segue para o Rio de Janeiro, onde se destaca em programas de calouros e emplaca o primeiro sucesso: "Adeus Mariana". Raymundo projeta no país a figura de gaiteiro gaúcho e influencia o pernambucano Luiz Gonzaga (1912-1989) a valorizar a cultura nordestina, lançando o baião em 1946.
Gonzaga é o maior fruto da difusão da gaita pelo Norte do país, onde é chamada sanfona, depois da Guerra do Paraguai (1864-1870). A integração do instrumento às festas populares no Norte foi idêntica à do Sul. Havia bailes de quinta a domingo todas as semanas, com sanfoneiros requisitados como Januário dos Santos, pai de Luiz Gonzaga. Além de tocar, Januário consertava e afinava sanfonas, tendo sempre diversos instrumentos em casa. Luiz começou a tocar escondido quando o pai saía para os bailes; Januário descobriu mas acabou aprovando: ao ver que o menino levava jeito para a música, pediu que ele o auxiliasse na afinação e em seguida, com apenas 12 anos, Luiz passou a viajar com o pai para animar bailes.
O lançamento do baião nos anos 1940 gera uma moda de sanfona pelo país, com a criação de diversas academias de acordeom mantidas pelo gaiteiro (e fabricante) Mário Mascarenhas em várias capitais brasileiras. A sanfona figurou até na gravação do primeiro rock brasileiro, "Enrolando o Rock" (Betinho - Heitor Carrillo), por Betinho e Seu Conjunto (1957). A sanfona só entrou em declínio como instrumento preferido da música popular a partir da bossa nova, em 1958, substituída pelo violão.
Curiosamente, enquanto nas outras regiões do país a sanfona era muito admirada, no Sul acontecia o inverso. Os costumes típicos do interior não eram considerados válidos pelos habitantes da capital gaúcha, que buscavam alinhar seu gosto pelo das metrópoles mundiais. Foi portanto com muita dificuldade que se conseguiu realizar um Baile Gauchesco no Teresópolis Tenis Club, em Porto Alegre, a 20 de setembro de 1947, durante a Ronda Crioula que marcou o nascimento do Movimento Tradicionalista Gaúcho. Também não foi fácil encontrar músicos que tocassem músicas típicas gaúchas. A solução foi contratar a bandinha do maestro Ernani Mendes e reforçá-la com o acordeom do taxista Pedroso.
A gaita não tardou a retomar seu posto de instrumento preferido do povo gaúcho, a partir da criação dos primeiros CTGs (Centros de Tradições Gaúchas), em 1948, e do surgimento de diversos festivais nativistas (o primeiro, em 1971, sendo a Califórnia da Canção Nativa, de Uruguaiana). Em 1977, o compositor gaúcho Radamés Gnattali escreveu um "Concerto para Acordeão, Tamboras e Orquestra de Cordas", especialmente para seu conterrâneo Chiquinho do Acordeão, promovendo assim a entrada desse instrumento eminentemente popular nas salas de concerto.
Sendo a sanfona uma criação do século XIX, fica a dúvida a que instrumento exatamente se referia o escrivão da esquadra de Pedro Álvares Cabral que chegou à costa brasileira em 1500. Pero Vaz de Caminha cita duas vezes o termo "gaita" em sua carta, mas o mais provável é que se tratasse de um tipo de uma flauta doce, parecida com um pífaro, que em Portugal é chamada, justamente, de "gaita" (por sinal, uma palavra árabe).
Existem dois tipos básicos de sanfona: a com teclado de piano - chamada acordeom, acordeona, acordeão ou cordeona; e a gaita-ponto, com botões no lugar das teclas, também denominada gaita-de-botão. O instrumento também tem diversos outros nomes, como concertina, harmônia, harmônica, fole (ou gaita-de-foles) e realejo.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

DICAS DA MUSICARIA - ESPECIAL SÃO JOÃO

ELBA RAMALHO - BALAIO DE AMOR (2009)


FAIXAS:
01 - Fuxico (Flávio Leandro)
02 - Um baião chamado saudade (Petrúcio Amorim / Rogério Rangel)
03 - Riso cristalino (Dominguinhos / Climério Ferreira)
04 - Não lhe solto mais (Antonio Barros / Cecéu)
05 - Me dá meu coração (Accioly Neto)
06 - Oferendar (Xico Bizerra / Flávio Lenadro)
07 - É só você querer (Nando Cordel)
08 - Recado (Cezinha / Fábio Simões)
09 - D'estar (Eliezer Selton)
10 - Ilusão nada mais (Dominguinhos / Fausto Nilo)
11 - Se tu quiser(Xico Bizerra)
12 - Seu aconchego (Terezinha do Acordeon / Júnior Vieira)
13 - Bebedouro (Maciel Melo / Anchieta Dali)
14 - Quem é você (Jorge de Altinho)

DOWNLOAD:
http://www.4shared.com/file/103708315/41f0cd0e/Balaio_de_amor_comp.html

DICAS DA MUSICARIA - ESPECIAL SÃO PEDRO

IRAH CALDEIRA CANTA MACIEL MELO (2004)

Faixas:
01 - Minha Fala (Maciel Melo/Nico Batista)
02 - Caia por cima de mim (Maciel Melo)
03 - Cheiro de Terra Molhada (Maciel Melo)
04 - A Poeira e a Estrada (Maciel melo/Cláudio Almeida), com Dominguinhos
05 - Feira de Sonhos (Maciel Melo)
06 - Jeito Maroto (Maciel Melo)
07 - Pra Ninar meu Coração (Maciel Melo/Luiz Fidélis) / Tampa de Pedra (Maciel Melo) (Com Maciel Melo)
08 - Coco Peneruê (Maciel Melo/Jessier Quirino)
09 - Que Nem Vem-Vem (Maciel Melo)
10 - Retinas (Maciel Melo/Virgílio Siqueira)
11 - Não é Brincadeira (Maciel Melo)
12 - Nos Tempos de Menino (Maciel Melo/Virgílio Siqueira)
13 - Caboclo Sonhador (Maciel Melo)
14 - Firirim Fom Fom (Maciel Melo)
15 - Um veio d'água (Maciel Melo)

DICAS DA MUSICARIA - ESPECIAL SANTO ANTÔNIO

SALA DE REBOCO (2006)

Faixas:
01 - Olhos de tição (Anchieta Dali) (Canta: Cristina Amaral)
02 - Numa sala de reboco (Zé Marcolino/Luiz Gonzaga) (Canta: Cristina Amaral)
03 - Meu cenário (Petrúcio Amorim) (Canta: Petrúcio Amorim)
04 - Pau de arara (Luiz Gonzaga/Guio de Moraes)(Canta: Petrúcio Amorim)
05 - Virado no paletó velho (Anchieta Dali) (Canta: Josildo Sá)
06 - Tenho sede (Dominguinhos/Anastácia) (Canta: Josildo Sá)
07 - Patativa (Vicente Celestino) (Canta: Irah Caldeira)
08 - Caia por cima de mim (Maciel Melo) (Canta: Irah Caldeira)
09 - Espumas ao vento (Accioly Neto) (Canta: Santanna)
10 - Tareco e mariola (Petrúcio Maia) (Canta: Santanna)
11 - Tampa de pedra (Maciel Melo) (Canta: Maciel Melo)
12 - Mala e cuia (Flávio Leandro) (Canta: Maciel Melo)
13 - Ficou no coração (Donizete Batista/Francisco F. e L. Furtado) (Canta: Nádia Maia)
14 - Se tu quiser (Xico Bezerra) (Canta: Nádia Maia)
15 - Gostoso demais (Nando Cordel) (Canta: Nando Cordel)
16 - Você endoideceu meu coração (Nando Cordel) (Canta: Nando Cordel)
17 - Sou feliz (Jorge de Altinho/Ezequias) (Canta: Jorge de Altinho)
18 - Confidências (Jorge de Altinho/Petrúcio Amorim) (Canta: Jorge de Altinho)
19 - Dia dos namorados (Onildo Almeida/Cobrinha) (Canta: Almir Rouche)
20 - Perto de você (Almir Rouche) (Canta: Almir Rouche)

"CAUSOS" DE SEU LULA

Quando eu vi a Lua pela primeira vez!
Exu, idos de 1989. Dia tranqüilo, expediente normal no banco e a cidade como sempre: Muito agradável.
Como de costume, sempre ao sair do trabalho aí por volta das 17:40 h, quando não tinha um bate-bola na quadra, reuniões da maçonaria às terças, sempre me dirigia ao Posto Gonzagão ou ao Parque Aza Branca (com Z mesmo). Principalmente, quando o velho Gonzagão estava na cidade. Era momento de papear e aprender muito.
Naquele dia não foi diferente. “Boquinha da noite”, estacionei a Furglaine ao lado da Churrascaria do posto e ali estava ele. Sentado, sereno, alegria no rosto, mesmo com a bengala que servia de apoio ao corpo que insistia em reclamar para uma mente teimosa em sua constante vontade de viver.
- Oiiiiiii... saudou-me com aquele vozeirão inconfundível. f
- Tudo bom meu irmão? Correspondi.
Sentei-me ao seu lado, apenas por alguns instantes, pois logo ele falou:
- Vamos ali? Perguntou.
- Aonde? Indaquei.
- Não se preocupe. Você vai ver. Afirmou com muita segurança.
Entramos na Furglaine, e ele me indicou que tomasse o caminho para o Crato.
Cruzamos a cidade e iniciamos uma viagem que eu não sabia para onde.Começamos a subir a Serra do Araripe. Pensamentos invadiram minha mente, quanto à segurança, perigos e outras coisas mais. Divagações de quem não conhecia a vida e por ter poucos meses de convivência em Exu, só pensava na propalada violência. Ledo engano.
Continuamos a subir a serra. Em dado momento, veio a determinação.
- Meu irmão. Na próxima oportunidade dê a volta e coloque o carro com a frente para o Exu. Disse-me.
Outro perigo. Imaginei. Fazer o retorno em plena Serra do Araripe à noite. Nem pensar.
Andei mais alguns quiilômetros enquanto buscava um lugar seguro para efetuar a manobra.
- Vamos rápido meu irmão, senão você vai perder. Afirmou.
- Perder o que? Imaginei.
Feito o retorno, orientou-me a estacionar em um trecho, de frente para o Exu, em um local que nunca tinha percebido em minhas viagens para o Crato ou Juazeiro e que cabia exatamente o carro sem causar qualquer obstrução na rodovia.
Estacionei, desliguei o motor e sem entender nada fiquei esperando.
Era aquele misto de confiança, angústia, medo e expectativa.
Não demorou muito. Parecia que estava combinado.
Após exatos cinco minutos...
Deslumbre total. Surge uma bola no horizonte. Uma grande bola amarelada com uma força de energia positiva inimaginável... era a Lua Cheia!
E à medida que ela ia ganhando altura a visão ficava cada vez mais magnífica!
Estávamos num plano onde víamos a cidade de Exu abaixo. Entre nós e a cidade estava a Lua. Indescritível! Sentia-me acima dela!
Uma visão completamente nova! Nunca havia percebido nada igual.
Refeito da onda de sentimentos positivos, da admiração pela harmonia da natureza e de ter solidificado, cada vez mais, minha crença no Ser Superior que rege todas as coisas, retornei a Exu, agradecendo na expressão do meu mais profundo silêncio, a oportunidade que tive, aos trinta anos, de ver a Lua pela primeira vez.
A partir daí, sempre que possível, cá estou eu contemplando as noites de Lua Cheia.
Com o velho Lua, aprendi a ver uma nova Lua!
Gonzagão! Seja muito bem-vindo ao presente e à imortalidade de sua arte, nas páginas e nos links deste site luizluagonzaga.com.br. Para sempre!

Paulo Marconi
Cidadão exuense

PARA ENTENDER ESSE BAIÃO

Livro conta a história da relação conturbada de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha.

"Você me respeita, eu respeito você, e a coisa mais bacana da minha vida é você. Você é Gonzaguinha. Eu sou Gonzagão. Encontramos esse slogan. Eu me envaideço muito de você, sabia? Nunca me pediu nada. Te dei um violão velho, barato. Nunca me preocupou. Eu sou pai postiço, mas sou pai e tenho sido pai, não é verdade?". O inédito depoimento faz parte da biografia "Gonzagui nha e Gonzagão - Uma história brasileira", da escritora paulistana Regina Echeverria, a mesma de "Furacão Elis" e "Cazuza: só as mães são felizes".
Enternecido testemunho, pro ferido num raro momento de de sembaraço do cantor e sanfoneiro pernambucano, foi extraído de 20 horas de entrevistas gravadas pelo seu filho carioca, Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, entre 1979 e 1980, quando excursionaram juntos fazendo o show "Vida de viajante". O plano de Gonzaguinha, interrom pido por um acidente fatal de carro em 1991, era ver publicado um livro em louvor ao pai. Sua vontade se concretizará, pelas mãos de Regina, dia 27, com o lançamento na Livra ria Unibanco Artplex, em Botafogo.

- Fiz o livro, mas não diria que foi em louvor a alguém. Contei as histórias do pai e do filho, as coi sas boas e ruins - defende ela.

Menino foi criado por amigos do pai

Ao longo das 310 páginas, toma- se conhecimento da conturbada re lação entre os artistas. Quando o fi lho nasceu, em 1945, Gonzagão já ti nha 25 discos gravados como san foneiro e estreava como cantor. Aos 2 meses, o bebê foi afastado da mãe, a cantora Odaléia Guedes dos Santos, que contraíra tuberculose. Foi criado no Morro de São Carlos, no bairro do Estácio, por Leopoldi na de Castro Xavier e seu marido, Henrique Xavier Pinheiro, o Baiano do Violão, amigos de Gonzagão. Foi com o pai de criação e não com o biológico que o menino deu os pri meiros passos na música. Quando o filho tinha 3 anos de idade, o Rei do Baião se casou com outra mulher, e Odaléia morreu.

- Como estava sempre fora do Rio fazendo turnês e tanto a sua no va mulher quanto a sogra rejeita ram Gonzaguinha, ele teve de dei xar o filho sob os cuidados de Leo poldina e Xavier. O casal levava o garoto para visitar o pai, então não houve corte de relações. Mas quan do o menino começou a crescer, em contato com a malandragem do Morro de São Carlos, e a ficar indis ciplinado, Gonzagão o botou num colégio interno. O velho acreditava que o filho não daria em nada, cha mava-o de comedor de bolacha. Gonzaguinha precisou mostrar ao pai que podia vencer na vida, que tinha talento. Seu primeiro público foi o pai. Foi para ganhar seu respei to e seu amor que ele batalhou tan to, e os conquistou - conta Regina, que passou dois anos realizando a pesquisa para o livro.

As longas entrevistas feitas por Gonzaguinha com o próprio pai, no fim da década de 1970, foram uma valiosa fonte de informação, cedida à Regina pela viúva do cantor, Lele te, e seus quatro filhos. Livros e re portagens já publicados e conver sas diretas com Gonzaguinha, de quem ficou amiga, também ajuda ram a autora a enriquecer a obra.

- Conheci Gonzaguinha quan do fiz uma grande reportagem com ele em 1979, para a capa da revista "Veja". A princípio, achei que não conseguiria fazê-la, pois ele era carrancudo e falava pou co. Aliás, essa era uma de suas três características marcantes. Era também um conhecido pão- duro e mulherengo. Mas ele viu que a entrevista lhe traria benefí cios e foi se abrindo. A última vez que o vi foi no enterro do pai (em 1989), que fui cobrir como repór ter, e ali ele tratou mal a imprensa também - lembra Regina.

Sucesso veio com "Explode coração"

Para complementar o trabalho, a escritora entrevistou muita gen te que conviveu com os biografa dos. Ivan Lins, por exemplo, con tou ter aprendido harmonia com Gonzaguinha. Os dois se conhece ram no fim da década de 1960, na Rua Jaceguai 27, na Tijuca, ende reço do médico Aloísio Porto Car reiro, freqüentado também por Lucinha Lins, César Costa Filho,Aldir Blac outros

Quem levou Gonzaguinha para lá foi a amiga Ângela Leal, sua vizinha na Ilha do Governador, onde ele mo rava com o o pai biológico - con vívio iniciado quando ele tinha 16 anos, numa casa em Miguel Pereira. O capítulo "Rua Jaceguai 27" fala dessa turma, a do MAU (Movimen to Artístico Universitário) e desse período, em que Gonzaguinha ga nhou o primeiro lugar no II Festival Universitário de Música Popular da Tupi, com a canção "O trem", sob vaias. O sucesso popular, contudo, só veio uma década depois, em 1979, com o disco "Gonzaguinha da vida" e a música "Explode coração", interpretada por Maria Bethânia.

- Gonzaguinha se engajou no movimento político-estudantil de esquerda, e isso foi mais um ponto de conflito com o pai, que era de di reita e tinha passado nove anos no Exército. Foi no tempo de quartel que Gonzagão comprou, em presta ções, sua primeira sanfona, de um caixeiro-viajante. Ele estava em Mi nas e, depois de pagar tudo, foi re ceber o instrumento em São Paulo. Era um golpe. A loja não existia. Da li, ele foi para um hotel, com dinhei ro contado. O filho do dono do ho tel tinha uma sanfona igual à que ele queria. Gonzagão gastou tudo o que tinha para comprá-la - conta Regina, que fez outras descobertas curiosas, como uma gravação do velho de "Pra não dizer que não fa lei das flores", hino contra a ditadu ra. - Ele gravou a música sem sa ber seu significado.

Ela aponta mais uma diferença entre pai e filho, para além das convicções políticas:

- O velho cantava em comí cios de qualquer partido, bastava que lhe pagassem. Já Gonzagui nha foi engajado. Foi tão censura do quanto Chico Buarque, mas fa zia modificações nas letras das músicas e conseguia as libera ções. Era um malandro carioca, criado no morro, numa época em que a contravenção era o jogo do bicho e a prostituição, e não o trá fico de drogas e armas.

No livro, descobrimos que Gon zaguinha, ainda criança, avisava os bicheiros quando a polícia chega va. Função semelhante a dos 'fo gueteiros' e 'soldados' do tráfico hoje. O que leva à terrível pergun ta, extrabiográfica: quantos Gonza guinhas se perderam nas violentas favelas dos últimos anos?

CURIOSIDADES DA MPB

Hoje tenho que abrir um espaço para uma curiosidade que não condiz com a temática proposta durante esse mês de junho, pois iremos falar de samba.
Em uma data como hoje há exatamente 35 anos atrás (19 de junho de 1974), Angenor de Oliveira lançava o seu primeiro LP. Próximo de completar seus 66 anos, Angenor registrava alguns dos clássicos da MPB de sua autoria com a sua própria voz no selo Marcus Pereira. Esse disco era composto pelas seguintes faixas:

LADO A
01 - Disfarça e Chora
02 - Sim
03 - Corra e Olhe o Céu
04 - Acontece
05 - Tive Sim
06 - O Sol Nascerá

LADO B
01 - Alvorada
02 - Festa da Vinda
03 - Quem Me Vê Sorrindo
04 - Amor Proibido
05 - Ordenes e Farei
06 - Alegria

Isso mesmo! para quem não conseguiu identficar quem era Angenor, sabe agora que se tratava de nada mais, nada menos que o genial Cartola!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

CRISTINA AMARAL

Pernambucana da cidade de Sertânia, começou suas atividades artísticas ainda criança quando fez parte de um grupo jovem e cantava em templos da Igreja Católica, foi convidada a participar da Orquestra Marajoara como vocalista, depois ingressou no Grupo Os Tropicais onde dividiu o palco com Flávio José durante alguns anos. Em 1990 sua carreira solo começava, participa e vence o Festival Recifrevo, em 1991 participa do Festival Canta Nordeste da Rede Globo de Televisão, conseguindo a segunda colocação além de ser premiada como melhor Intérprete com a música “Cidade Grande” do poeta Petrúcio Amorim.
Cristina recebe convites e participa dos CD`s Recifrevoé I e II, junto com artistas consagrados, como Chico Buarque de Holanda, Alceu Valença, Maria Bethânia, Paulinho da Viola, Geraldo Azevedo, Lenine entre outros, depois participa do CD Forró Brasil, com Gilberto Gil, Dominguinhos, Elba Ramalho, Alceu Valença e outros.
Cristina Amaral representou Pernambuco por várias vezes, sempre cantando ritmos regionais viajando em turnês internacionais pela Europa, mais precisamente, Holanda, Projeto Boi Voador, (Caravana do Frevo no Teatro Paradiso) Áustria, Suíça, Portugal e França, juntamente com Alceu Valença, Antúlio Madureira, André Rio, Elba Ramalho... Participou também do Festival de Montreux por duas vezes, em 1998 teve uma música sua inserida no CD “Montreux Jazz Festival”.




CRISTINA AMARAL CANTA ALCEU VALENÇA (1997)
Faixas:
01 - Tropicana
02 - Cabelo No Pente
03 - Fm Rebeldia
04 - Quiabo Sedutor
05 - Na Primeira Manhã
06 - Agalopado
07 - No Romper Da Aurora
08 - Pelas Ruas Que Andei
09 - Martelo Alagoano
10 - Solidão
11 - Romance Da Bela Inês
12 - Taxi Lunar

OLINDA PREPARA PROGRAMAÇÃO ESPECIAL PARA SÃO JOÃO 2009

O São João já está chegando e a Prefeitura de Olinda (PE) prepara a cidade para cair no arrasta-pé. A Secretaria de Patrimônio e Cultura, em parceria com a Fundarpe e o MTur, divulga uma programação especial para marcar os festejos juninos na 1ª Capital Brasileira da Cultura e não deixar ninguém parado.

A festa terá dois pólos, um no Fortim, com shows de grandes nomes da música regional e outro no complexo que abrange o Parque do Carmo e o Sítio de Seu Reis. A área promete virar um animado palhoção para abrigar gente de todas as idades. A programação começa no dia 19 e segue até o dia 23.

No Fortim, a noite de abertura começará às 19h e trará o som de Jorge de Altinho, Fim de Feira e Banda Metade. No dia 20, também a partir das 19h, o palco vai receber Aurinha do Coco, Josildo Sá e o forrozeiro Gaspar Andrade. Já a noite do dia 21 vai ser embalada pelo ritmo de Renivaldo Pinheiro, Santanna e Petrucio Amorim, que se apresentam a partir das 18h30.

A programação continua no dia 22, a partir das 19h, com os shows de Maciel Melo, Flávio Barra e grupo Pau no Xote. Já no dia 23, fechando a programação, sobem no palco do Fortim Derico Alves e Banda, Walter de Afogados e Forró Rabecado. As apresentações também começam às 19h.

FAMÍLIA - No Parque do Carmo e Sítio de Seu Reis, a animação começa às 17h e vai ficar por conta da apresentação de trios de forró pé-de-serra e de quadrilhas juninas tradicionais, quadrilha de boneco gigante e de perna de pau. O pólo contará também com barraquinhas de comidas típicas e ganhará uma decoração especial para abrilhantar a festa.

O coreto da Praça do Carmo vai abrir espaço para a cultura regional e promete encantar os amantes dos versos. O local vai contar com apresentações de poesia, repentistas, cantadores e recitais de cordel.

Ainda no Parque a programação trará grupos de coco e ciranda, sempre a partir das 17h. O público também poderá prestigiar grandes nomes da cultura de Pernambuco como Coco Raízes de Arcoverde, Camarão, Bacamarteiro Mandacaru, Banda de Pífano de Conceição das Crioulas, João do Pife, Luizinho Calixto e Mamulengo Riso das Crianças.

No dia 20, a festa faz uma justa homenagem ao Dia Municipal do Coco de Roda, trazendo para o Parque do Carmo e Sítio de Seu Reis nomes de destaque do ritmo no Estado. A animação fica por conta de Mestre Ferrugem, Rosa do Coco, Edmilson do Coco, Peixe do Coco, Selma do Coco e Elisabeth do Coco, entre outros.

O clima de festinha de interior vai ganhar ainda mais força com a realização de brincadeiras tradicionais dos festejos juninos como pau de sebo e jogo de argolas. Para garantir o conforto de quem for aproveitar a noite no local, a prefeitura vai disponibilizar mesas e cadeiras.

ESCALADA PORNÔ CONTAMINA LETRAS

Por José Teles

A única surpresa nesta decisão da Prefeitura de Caruaru de afastar do São João oficial da cidade a maioria das bandas de fuleiragem music (que muitos teimam em chamar de forró estilizado) foi a demora em isto acontecer. Surgidas em 1990, no Ceará, produzidas pelo empresário Manoel Gurgel, que copiou o formato da Kaoma, banda criada em Paris, em 1989. No início, Mastruz com Leite, Mel com Terra, Feijão com Arroz, cantavam uma música pouco elaborada, calcada na lambada, com letras “românticas”.

À medida que o gênero foi sendo disseminado pelo Nordeste, conquistou as emissoras de rádio e caiu no gosto dos jovens. Começaram as apelações no palco, e nas canções para disputar público. Feito menino que diz palavrão, os pais acham engraçado – e ele passa a dizer mais palavrões – as bandas passaram a cantar letras de duplo sentido e a encená-las nos shows. Uma das que mais fizeram sucesso neste estilo foi a Saia Rodada com Coelhinho, inspirada na pueril “Coelhinho, seu fosse como tu…”. Com a Saia Rodada o coelhinho adquiria outras conotações, com a coreografia explícita no palco.

As bandas, a partir daí, não tiveram mais critério, nem medidas, saíram atropelando estética, moral, bons costumes, civilidade. Viraram punks. Só que os punk rock era feito por iconoclastas que sabiam construir estátuas (vide o The Clash), enquanto os punks da fuleiragem derrubaram tudo que viram pela frente, e não ergueram nada em seu lugar.

Os que são favor da fuleiragem music provavelmente nunca assistiram a uma apresentação de grupos como Cavaleiros do Forró, a citada Saia Rodada, Aviões do Forró, Felipão Forró Moral, Solteirões do Forró, Garota Safada. Precisam. O que cantam e mostram em palco, as emulações de atos sexuais, strip tease, os trajes sumários das dançarinas, podem e devem ser mostrados em palco, porém em ambientes fechados, para uma platéia maior de idade. Para se ter uma idéia do que cantam estas bandas, mesmo sem vê-las ao vivo, as letras são mais do que suficientes (naturalmente, as letra publicáveis).

Cada banda tem o seu grito de guerra antes de iniciar um show, o de Felipão Forró Moral é assim:

“Vaga, vaga, vagabundo, bota pra descer, bota pra descer ladrão!”.

Um dos maiores sucessos da Felipão Forró Moral chama-se Fiel à putaria, dos versos:

“Eu te falei que quem gosta de homem é gay/mulher gosta de dinheiro/ isso é padrão pro mundo, no mundo inteiro/você não é o primeiro nem vai ser o derradeiro/Por isso seja fiel à putaria”.

A mulher é um tema recorrente para as bandas de fuleiragem music. Normalmente elas estão em cabaré, ou em casa esperando o maridão chegar da farra. Uma das mais representativas nesta temática é Tapa na cara, da Saia Rodada:

“Ela é safada, mas gosta de apanhar/e diz que é gostoso na hora de amar/apanha pra dormir, apanha pra acordar/apanha todo dia, toda hora sem parar/eu sei o que fazer pra ela não brigar/é tudo diferente, seu remédio é apanhar”.

O carrão como todo agroboy que se preze tem que ser grande, com som para derrubar o muro de Jericó, como canta o citado Felipão Forró Moral, em Vagabundo:

“E ligue o som do carro/prepare o paredão/ e chame a galera pra curtir o swingão/whisky e red bull e cerveja gelada/chega vagabundo pra curtir a mulherada/agora eu quero ver a galera beber/ o grave começou o chão estremecer”.

Com títulos feito Dinheiro na mão, calcinha no chão, Lapada na rachada, A periquita, Abra a mala e solta o som, Hoje eu quero ver corno chorar, Paula dentro, Trenzinho da sacanagem, torna-se até redundante transcrever mais versos do repertório da fuleiragem music. Mas estes de Cachaça, mulher e gaia, de Aviões do Forró, merecem ser conhecidos:

“Mande esse corno passear/mande ele se divertir/bote o tira gosto na mesa/traga mais uma cerveja/hoje eu vou dormir aí/Já que ele não dá conta/hoje vai levar é ponta/porque eu vou dormir aí".

O repórter procurou conversr com a produção de algumas das bandas alijadas do São João de Caruaru, mas somente no fechamento desta edição foi que se conseguiu conversar com Raphael Acioli, assessor de comunicação da Luan Produções, responsável pelas bandas Saia Rodada, Arreio de Ouro e Garota Safada (além das banda Calypso e Magníficos, que entrou na programação de Caruaru).

Para ele, foi uma grande surpresa para a produtora quando o comercial não conseguiu fechar contrato com as três bandas para o São João de Caruaru: “Externamos uma tristeza muito grande em não participar de uma das maiores festas juninas do país. A gente queria continuar fazendo, como vem acontecendo há alguns anos. Quanto ao motivo, as letras de duplo sentido, o que temos a dizer é que não há maldade alguma nelas”.

sábado, 13 de junho de 2009

CURIOSIDADES DA MPB

Nos anos 50, o cantor Luiz Gonzaga fez a primeira grande turnê de um artista brasileiro. Sob o patrocínio do Colírio Moura Brasil, o rei do baião percorreu todos os estados do país apresentando-se nas praças públicas de pequenas e médias cidades. Acompanhado de sua sanfona branca e de um trio formado por um bumbo e dois triângulos, o artista atraía milhares de pessoas das cidades e redondezas, todas curiosas para vê-lo ao vivo cantando sucessos como Asa branca, Assum preto e Paraíba.Aquilo era algo inédito na história do show business nacional. Portandose como um ídolo pop de seu tempo, Luiz Gonzaga não desprezava o aspecto visual e só subia ao palco com sua indumentária de vaqueiro estilizado: chapéu de couro, calça e gibão de couro, brocados de madrepérola e outros apetrechos. Seus shows eram transmitidos ao vivo pelas emissoras de rádio locais, o que ampliava ainda mais a audiência de suas turnês pelo Brasil.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

DICAS DA MUSICARIA

Faixas:
01 - José (Siba)
02 - Se Zé Limeira sambasse maracatu (Siba)
03 - Pé-de-calçada (Siba)
04 - Forró de primeira (Heleno dos 8 baixos - Helder Vasconcelos)
05 - Jatobá (Siba)
06 - Estrela amazona (Cavalo marinho do mestre Batista) (Folclore)
07 - Três vendas (Siba)
08 - O circo de Seu Bidu (Siba)
09 - Baile catingoso (Siba)
10 - Mensagem pra Zé Calixto (Siba)
11 - Usina (Tango no mango) (Paulírio - Chico Antônio)
12 - Pipoca moderna (Sebastião Biano - Caetano Veloso)
13 - A roseira (Onde a moça mijou) (Luiz Oliveira - Waldemar Oliveira)
14 - Benjaab (Siba - Lenine)
15 - Matuto do salame (Siba)
16 - A feira de Caruaru (Onildo Almeida)

sábado, 6 de junho de 2009

XICO BIZERRA EM MAIS FORROBOXOTE

Idealizado há 10 anos, CD tem como temática a sanfona e dele participam praticamente todos os nomes importantes da música nordestina.

Por José Teles

Cearense, do Crato, Sertão do Araripe, Xico Bizerra idealizou, há dez anos, o projeto Forroboxote. O oitavo CD da série chama atenção a qualidade gráfica dos discos do projeto. Este oitavo Forroboxote, cujo título é Com a sanfona agarrada no peito, tem antológicas caricaturas de todos os que participaram do álbum, inclusive dos três homenageados – Sivuca, Dominguinhos e Luiz Gonzaga. “Entendo que um disco, para ser considerado bem produzido, além dos músicos, dos intérpretes, do repertório e do estúdio, tem que ter uma boa capa, uma boa embalagem. Desta feita, contei com o auxílio luxuosíssimo de Ana Rios e de Humberto Araújo”, diz o organizador.
Do CD, que tem como temática a sanfona, participam praticamente todos os nomes importantes da música nordestina: Dominguinhos, Santanna o Cantador, Irah Caldeira, Flávio José, Geraldo Maia,, Maciel Melo, Beto Hortis, Liv Moraes, entre outros, mais Luizinho Calixto, Maestro Spok e César Michiles (sem esquecer músicos como João Neto, Quartinha, Lalão e Fábio Valois). Com discos vendendo tão pouco, fica a curiosidade: como Xico Bizerra consegue tocar o projeto já que não se trata de nenhum milionário? “Alguns dos Forroboxotes tiveram apoio institucional – Fundarpe e Chesf – outros não. Este último contou com pequeno apoio da PCR – cerca de 20% do custo total. Se à vendagem dos discos se acrescentar a derivação de receita decorrente de Ecad, de direitos autorais, de eventuais cessões para propaganda, etc, diria que é a receita pela despesa. O grande lucro é o da satisfação pessoal pelo reconhecimento, por parte de imprensa, público e artistas, de nossa obra e pelo prazer de estar trabalhando em algo muito prazeroso, que é a música”, explica Bizerra.
Tem-se a impressão de que o compositor já conhecia os artistas há anos, daí foi só convocá-los para a gravação. Mas não foi bem assim, conforme ele conta: “Até então, conhecia na condição de fã a maioria deles. Depois do primeiro disco essa condição se ampliou, e hoje posso dizer que sou amigo de quase todos os nossos grandes cantadores de forró”.
Embora o forró seja seu forte, Xico Bizerra aos poucos vem incursionando por outros gêneros musicais, inclusive o frevo. É de se perguntar: será que vem algum Forrobofrevo por aí? “As pessoas às vezes me cobram isso. Na verdade, poderia me considerar um especialista em forró, mas também faço frevos, sambas, choros, valsas, canções. Tenho participado de alguns festivais com músicas que não forró e a experiência tem sido gratificante. No próximo ano talvez faça um disco comemorativo dos 10 anos, mostrando esse lado. Seriam cinco faixas de cada ritmo, divididas em Xico do forró, Xico do samba e choro, Xico das canções e Xico do Carnaval. Por enquanto é só um projeto que vagueia na minha cabeça. Mas, para ser sincero, gosto mesmo é de nossa música regional, do nosso xote, do baião e de um arrasta-pezinho”.
Reunir tanta gente em torno de um projeto certamente tem suas dificuldades. Xico Bizerra chuta a modéstia para escanteio e afirma que os cantores e músicos comparecem porque a música que lhes é oferecida é de boa qualidade. “Infelizmente, a cada disco, tenho que me justificar pelo não convite a alguns para dele participarem. Infelizmente, digo-lhes, e é verdade, da limitação física de um disco, onde só cabem 14, 15 faixas. O processo de feitura de um disco como os meus, ou o Asas (da América, de Carlos Fernando), por exemplo, é um pouco mais complicado desde a elaboração dos arranjos, da marcação de estúdio, compatibilização de horários etc. A evolução da informática também é parceira no processo: hoje, um disco pode ser totalmente gravado sem que os músicos e intérpretes se encontrem. No Forroboxote 6, por exemplo, gravei as bases aqui no Recife e fui pro Sertão pra colocar as vozes dos intérpretes, todos residente na região do Araripe”.
A cada ano a série aumenta seus títulos, e o compositor garante que não tem dificuldades para formar um repertório: “Sou aposentado, e meu tempo pode ser integralmente dedicado à música. Daí o estoque suficiente para um disco de 13, 14 faixas por ano, além das cedidas para outros discos e que não constam nos Forroboxotes. Hoje, tenho música gravada por 172 vozes diferentes, em vários Estados brasileiros – Rio, SP, MG, GO, BA e todo o Nordeste.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

ACCIOLY NETO

Nome de peso entre compositores nordestinos, e pouco divulgado como intérprete, dizem os forrozeiros de plantão que basta-se ir a um show de forró, que vamos escutar alguma música da obra do pernambucano Accioly Netto . Em 1978 o cantor Paulo Diniz gravou "Severina cooper (It's not mole não)" de sua autoria. Em 1980, a cantora Vanusa gravou "Maria maravilha". Em 1981 teve a música "Primavera", parceria com Carlos Alexandre gravada pelo próprio. Em 1988, teve a música "Engano seu" gravada por Vanusa na Discoban. Teve diversas músicas gravadas pelo cantor Flávio José, entre as quais, "Espumas ao vento", "Saudade da boa" e "Quando bate o coração", entre outras. Jorge de Altinho gravou "Raio de luar" e "Mal de amor", essa última, parceria entre os dois. Em 1998 o sanfoneiro baiano Edgar Mão-Branca regravou "Severina cooper". Em 2003, teve a música "Canção da saudade" gravada pelo cantor e ator Jackson Antunes no CD "Pé de serra". Em 2007, sua composição "A natureza das coisas" foi gravada por Elba Ramalho no CD "Qual o assunto que mais lhe interessa", lançado pelo selo Ramax, de propriedade da cantora.

O Cd “Meu Forró” foi gravado oito dias antes dele morrer de aneurisma cerebral e traz Accioly Netto interpretando suas próprias composições. Esse álbum conta com músicas tipo ; "Minha gata", gravada anteriormente pelo grupo paulista Falamansa; "Espumas Ao Vento" e "Lembranças De Um Beijo", ambas sucessos com Fagner; "Gosto De Você", que estourou na voz de Novinho da Paraíba e "Canção De Saudade", na voz da Amelinha.

Alguns de seus sucessos: A natureza das coisas • Asas da ilusão • Avoante • Canção da saudade • Engano seu • Espumas ao vento • Lembrança de um beijo • Mal de amor (c/ Jorge de Altinho) • Maria maravilha • Me diz, amor • Primavera (c/ Carlos Alexandre) • Quando bate o coração • Raio de luar • Saudade da boa • Severina cooper (It'S not mole não)

As faixas que compõem o cd “Meu Forró” são as seguintes:
01 - Asas da ilusão
02 - Canção de saudade
03 - Chororo (Respondeu no coraçao)
04 - Espumas ao Vento
05 - Gosto de você
06 - Lembrança de um beijo
07 - Maquina de fazer doido
08 - Me da meu coração
09 - Me diz amor
10 - Mel e Aveloz
11 - Minha Gata
12 - Quando bate o coraçao
13 - Saudade da boa
14 - Trancelim

VIVA SANTO ANTôNIO, SÃO JOÃO E SÃO PEDRO!!!

Tradicionalmente comemora-se aqui no nordeste as festividades juninas, o MUSICARIA BRASIL não deixou passar de forma despercebida esse período durante o ano passado e esse ano, não poderia ser diferente. Os freqüentadores do blog se deliciarão com um pouco daquilo que o vasto cancioneiro nordestino tem a oferecer para nós, além de conhecer um pouco mais sobre essas tradições tão arraigadas em nossa região. Espero, por um momento, acreditar que de uma forma ou de outra estou contribuindo para a perpetuação de nossa cultura. Cultura esta tão rica e que se renova a cada ano com o surgimento de novas manifestações artísticas.