Severino Xavier de Sousa (Campina Grande - PB, 1 de março de 1949), mais conhecido como Biliu de Campina, formou-se em Direito, mas deixou a profissão de advogado em 1978 para ser músico, resgatando o forró de raiz. Biliu é um forrozeiro que transita pela sua cidade natal tranqüilamente, sendo um referencial e um patrimônio cultural da cidade. É fácil encontrá-lo no meio dos turistas no Parque do Povo e horas depois está em cima do palco fazendo show.
É autor de composições descontraídas e satíricas. Admirador de Jackson do Pandeiro e Rosil Cavalcanti, teve seu trabalho influenciado pelos dois artistas paraíbanos. Em suas obras, procura utilizar os ritmos característicos de sua região, o coco, o xaxado, o baião e o xote, entre outros. Foi puxador de samba e participou dos carnavais de Campina Grande. Teve sua primeira composição gravada em 1984, "A grande herança", por Messias Holanda. Criou a banda "Os ETs do Forró". Em seus três primeiros discos incluiu além de suas composições, outras já consagradas, como "O canto da ema", de João do Vale, Aires Viana e Alventino Cavalcanti, e "Sebastiana", de Rosil Cavalcanti. Gravou também "Galo I (Trupizupe)" e "Galo II (Embalo geral)" músicas do Bloco Galo de Campina, com arranjos do maestro Gabymar Cavalcanti.
Em 1989, participou com Gilberto Gil de show realizado no Parque do Povo, em Campina Grande no lançamento do movimento político-ecológico "Onda Azul" e que também serviu como homenagem aos 70 anos de Jackson do Pandeiro.
Seu primeiro CD foi o independente "Do jeito que o diabo quer" no qual interpretou as músicas "Galope diferente"; "Paraibariá"; "Sinto falta"; "Chifre sem dor"; "Coco Limeriano"; "Melhor que tu"; "Um mundo de São João"; "Catirina"; "Mulher avião"; "Do jeito que o diabo quer"; "A grande herança"; "Embolada com "T"; "O pobre e o rico" e "Candidato a virar boi".
Teve lançado pela RB Music o CD "Biliu de Campina" na série "O melhor do repente Nordestino - Coco de pandeiro - Vol 11", no qual estão presentes as músicas "Olha o coco", "Se não souber dizer"; "Embolada com "T"; "Dungo Dungo"; "Coco do cão"; "Paraibaria"; "O pobre e o rico"; "Mulher avião" e "Coco de obrigação", todas de sua autoria, além de "Comparação", de Téo Azevedo.
Em 1999, foi homenageado durante o ForrofestEm 2004, apresentou-se em show durante os festejos de São João na cidade paraibana de Campina Grande.
Se auto-intitula como o maior carrego de Campina Grande. Critica as bandas de forró eletrônico e forró universitário, classificando-os como sendo travestis de forrozeiros, que aparecem como Balão junino; fazendo forró a força e dizendo que estão dando força para o Forró.
Biliu lançou três discos independentes: Tributo a Jackson e Rosil; Forró O Ano Inteiro e Matéria Paga. E lançou dois CDs independentes: Do Jeito Que O Diabo Gosta e Forrobodologia. Em 2002 mantendo seu lado irreverente, lança: Diga Sim A Biliu de Campina, trocadilho da campanha nacional do Combate a Pirataria: Diga Não a Pirataria.
O Forró de Biliu tem toda a essência dos forrós tradicionais, com um suingue característicos dos discípulos de Jackson e uma irreverência no duplo sentido das letras que mostra bem toda a malicia e o bom humor nordestino. O mesmo mantém um trabalho local por opção e por falta de oportunidade de mostrar seu trabalho a nível nacional; não quer se desgastar no sudeste, batendo portas lacradas e trocado por modismo do mercado fonográfico.
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