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sábado, 29 de fevereiro de 2020

ALMANAQUE DO SAMBA (ANDRÉ DINIZ)*

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Francisco Alves, o Rei da Voz

Foi o carioca Francisco de Morais Alves o responsável pela primeira gravação de disco elétrico produzida no Brasil. Com duas composições de Duque – bailarino e divulgador do maxixe no exterior –, “Albertina” e “Passarinho do Má”, Francisco Alves inaugurou na Odeon, em meados de 1927, a fase elétrica. 
Vindo de sucessos do início da década de 1920, quando tinha seus 20 anos e interpretava músicas do sambista Sinhô, Francisco Alves deu um ar mais profissional ao universo musical de seu tempo. Nosso cantor foi amigo da turma do Estácio – Bide, Marçal, Ismael Silva, Brancura –, tornando-se ele próprio frequentador assíduo do grupo. Ainda que tenha realmente comprado sambas, tarefa na qual era ajudado por seu secretário, Ismael, Francisco Alves estava longe de ser um músico vulgar.
Além de bom cantor, tinha um privilegiado ouvido musical – basta considerar seu repertório –, e não foram poucas as vezes em que a inclusão de seu nome em parcerias era de fato merecida: ele era bom violonista e inventor de melodias. 
Francisco Alves representou os novos tempos, quando o crescimento do mercado de bens musicais exigia novas relações profissionais. Filho de imigrantes portugueses, branco, de classe média baixa, foi o elo entre o caráter lúdico da música do morro e a profissionalização do asfalto. Viveu a juventude nos bairros da Saúde, Vila Isabel e Estácio. Com a turma do Estácio, lançou os sucessos “A malandragem”, “Amor de malandro” e “Se você jurar”, entre outros.
Também gravando com o pseudônimo de Chico Viola na Parlophon, subsidiária da Odeon, Francisco Alves foi um dos primeiros cantores profissionais do Brasil. Cantou em circo e no teatro de revista, e tornou-se campeão de vendas de disco na Casa Edison. Ele e o cantor paulista Paraguassu foram dos poucos que passaram incólumes da gravação mecânica à elétrica. Sua voz, quase coloquial, descontraída, estilizou um jeito carioca de cantar. Segundo Abel Cardoso Junior, “é lenda que cantasse gritando, abrindo o dó de peito. Na maioria de suas gravações cantava normalmente, a não ser que a potência de voz fosse exigida pela música”.
Sua ligação com Sinhô foi extremamente produtiva. Dele, o Rei da Voz (apelido que ganhou de César Ladeira) lançou “Pé de anjo”, “Fala meu louro” e uma penca de outros sucessos. Também foi pioneiro no gênero samba-exaltação, gravando a música “Aquarela do Brasil”, do mineiro Ary Barroso. 
Sinhô foi, aliás, um grande formador de cantores em seu tempo. Ensinou técnicas vocais para Francisco Alves, tornando o seu fraseado mais sincopado. 
Mas foi na voz de um jovem carioca de família rica que o Rei do Samba encontrou uma espécie de “grito do Ipiranga” do canto brasileiro, como bem frisou o crítico Lúcio Rangel.


Mário Reis, o samba de blacktie

Coube a um jovem elegante, intelectualizado e desportista fazer uma revolução na forma de cantar o samba e levar definitivamente o gênero das ruas e dos morros cariocas para os salões da elite. Mário era o samba “de black tie, em sua fase art déco”: “foi o primeiro a cantar samba com traje a rigor. Foi ele quem retirou do gênero o seu traço folclórico e étnico para trazê-lo aos salões da alta sociedade”.
Tendo aprendido violão e canto com Sinhô, Mário fundou uma nova maneira de cantar o samba. Sua voz macia, pronunciando as palavras com a ginga do samba e do português carioca, ecoava as características estéticas de seus predecessores brasileiros e também do jazz. Com uma entonação coloquial, quase em tom de conversa, e seguindo toda uma tradição de cantores intimistas, Mário jogava para escanteio as interpretações à italiana, comuns em sua época.
O cantor Fernando, sucessor de Eduardo das Neves e Bahiano na década de 1920 e principal intérprete de Sinhô até o surgimento de Francisco Alves e do próprio Mário, talvez tenha sido a voz que mais o influenciou.
Mário conheceu o sucesso desde o início da carreira, aos 20 anos, com as músicas “O que vale a nota sem o carinho da mulher” e “Carinhos da vovó”, compostas por Sinhô. A bossa de sua voz foi imortalizando outros sucessos, a exemplo de “Agora é cinza”, de Bide e Marçal, e de outras músicas de Ary Barroso, Lamartine Babo e Noel Rosa.
Uma profícua parceria, considerada muitas vezes a mais importante da MPB, deu-se entre os maiores cantores da época: Mário Reis e Francisco Alves. O samba andava meio em baixa. Era o momento da música nordestina que, com seus conjuntos característicos, despertava no público urbano o interesse pelos cantos exóticos e as vestimentas folclóricas. Francisco Alves, sempre com seu tino para o mercado, convidou Mário para cantarem os sambistas do Estácio, a fim de saírem da maré ruim que o samba atravessava. Surgiu daí uma sequência de sucessos, dos quais Bide, Marçal e Ismael eram os principais compositores: “Não há”, “Se você jurar”, “Arrependido” e “O que será de mim”.


Trios

Os trios também tiveram destaque nas décadas de 1930 e 1940. Começando pelo Irakitã, formado por Edinho no violão, Paulo Gilvan no afoxé e João no tantã, até o renomado Trio de Ouro, surgido em 1936 com a incorporação da cantora Dalva de Oliveira à dupla Preto e Branco, formada por Herivelto Martins e Francisco Sena, e assim batizado pelo radialista César Ladeira. 
Cantadas a três vozes, as composições de Herivelto Martins foram alcançando fama nacional: “Ave Maria do morro”, samba símbolo do grupo, “Praça Onze”, “Negro telefone” e outras. Após a tumultuada separação de Herivelto Martins e Dalva de Oliveira, união que gerou o cantor Peri Ribeiro, o trio teve inúmeras outras formações.
O grande êxito da dupla abriu novos caminhos para a parceria vocal. Tornou-se até um modismo cantar em duo ou em trio. Castro Barbosa cantava com Jojoca, numa cópia “quase fiel” de Francisco Alves e Mário Reis. Noel cantava com Marília Batista, que fez toda a cidade entoar o partido-alto “De babado sim, sem babado não”. A Pequena Notável, Carmen Miranda, fez duo com sua irmã Aurora. Zé da Zilda, compositor conhecido na Mangueira como Zé com Fome, autor da pérola “Império do samba”, cantou ao lado da sua mulher, Zilda (a Zilda do Zé).
Diferentemente de Francisco Alves, que atravessou décadas fazendo sucesso até morrer em 1952 em um trágico acidente de carro na rodovia Presidente Dutra – estrada principal que une Rio de Janeiro a São Paulo –, Mário parou de cantar muito cedo, no auge da carreira, em 1936, com 161 gravações em discos de 78 rotações por minuto. Segundo o jornalista e pesquisador Luís Antônio Giron, “sua produção vocal foi quase tão impressionante quanto a atividade de Noel Rosa”.


Os conjuntos vocais

Ao lado de cantores de sucesso, havia também grupos vocais que, desde o início do século XX, marcavam forte presença no cenário musical brasileiro. Originários do Nordeste, os Turunas Pernambucos e os Turunas da Mauricéia, grupos formados predominantemente por chorões, influenciaram a primeira formação carioca do gênero, o Bando de Tangarás. Os novos conjuntos foram surgindo por todo o país, como o Bando da Lua, liderado por Aloysio de Oliveira, e o Anjos do Inferno, nome escolhido para se contrapor ao da orquestra de Pixinguinha, Diabos do Céu. Quatro Ases e um Curinga criou escola na maneira de harmonizar. Demônios da Garoa era um retrato do samba na terra de Adoniran Barbosa. Os Cariocas, outro conjunto paulista, é visto como um dos mais modernos de todos os tempos. Em época mais recente, o MPB4 e o Quarteto em Cy também abrilhantaram a trajetória dos 
grupos vocais na música popular brasileira.


Orlando Silva, o Cantor das Multidões

Na década de 1930, quando um jogador de futebol ou um artista de cinema, teatro ou rádio tinha popularidade, dizia-se que tinha “cartaz”. Esse termo era utilizado por conta de o artista ter seu nome impresso nos cartazes de anúncio dos espetáculos, sendo então sinônimo de sucesso e fama. Mário Reis e Francisco Alves tinham cartaz. Já Orlando Silva...
A visita do cantor Orlando Silva a São Paulo, em 1938, fez a palavra cartaz ficar pequena para a dimensão que a carreira do artista tomara. Milhares de pessoas se comprimiram para aplaudir de perto a inesperada apresentação do cantor na sacada da Rádio São Paulo, em pleno coração da cidade. A repercussão do show foi enorme pelo Brasil, fato que levou o locutor Oduvaldo Cozzi, da Rádio Nacional, a chamá-lo de “Cantor das Multidões”. Orlando
tornara-se o primeiro produto artístico da comunicação de massa.
A fama do cantor era tão grande que certa vez o presidente Getúlio Vargas disse-lhe de viva voz que gostaria muitíssimo de ter a sua popularidade. Orlando respondeu: “Mas ninguém tem a sua popularidade, presidente.” Ao que comentou Getúlio: “Mas eu tenho inimigos.”
Jovem do subúrbio carioca, Orlando Silva foi um fenômeno. Eterno tributário do aprendizado musical e profissional que teve com o amigo Francisco Alves, Orlando Silva explodiu em março de 1937 com a canção “Lábios que beijei”, seguida de “Carinhoso”, “Rosa”, “Caprichos do destino”, “A jardineira”, “Número um” e “Malmequer”, entre outras. “Lábios que beijei”, com arranjo do maestro Radamés Gnattali destacando o naipe de cordas – o que acabaria por promover esse tipo de orquestração no repertório romântico –, foi a música mais solicitada pelos fãs do cantor por todos os lugares pelos quais passou. Havia forte reclamação por parte do público se em algum show ele não entoasse os versos “Lábios que beijei/ mãos que eu afaguei...”.
A infância no subúrbio de Engenho de Dentro, regada a cavaquinhos, violões e bandolins dos chorões cariocas, com melodia clara, harmonia bem trabalhada e ritmo buliçoso, influenciou sua formação musical. Somando-se a isso a expressividade sentimental de sua voz e o completo domínio do microfone, chega-se aos elementos fundamentais para o nascimento do estilo Orlando Silva. 
Sua musicalidade tinha ares de erudição. “O Orlando é um cantor chopiniano”, dizia o maestro Gabriel Migliori aos músicos que acompanhariam Orlando, “ele nunca canta dentro do compasso, mas termina junto do compasso. E vocês não se devem impressionar com ele, ouvindo-o, porque aí quem sai do compasso são vocês. Deixem ele!” Orlando pronunciava as palavras de forma diferente – ressaltava “naiscer” em vez de “nascer” e “mais” em vez de “mas” –, criando uma escola inconfundível. Sua voz poderosa e melancólica entrou nos lares para universalizar as frustrações e os sonhos dos homens e mulheres simples da sociedade.


Sílvio Caldas, o Seresteiro do Brasil

Considerado pelo maestro Villa-Lobos “o professor natural da música de câmara vocal do Brasil”, Sílvio Caldas teve uma das mais belas vozes que a MPB produziu.
Nos tempos de juventude, o garoto encantava todos com sua desenvoltura ao violão nas serestas do bairro de São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Logo sua fama foi se espalhando, e em pouco tempo ele estava frente a frente com um microfone de rádio. Já conhecido e admirado pelos fãs, acabou por consolidar o título de o maior seresteiro do Brasil.
Diferenciando-se de grande parte dos cantores da época, que apenas interpretavam as músicas de outros compositores, Sílvio Caldas foi também exímio compositor e legou-nos alguns clássicos como “Cabrocha do Rocha”, com Noel Rosa, “Nos braços de Isabel”, com José Judice e “Meus vinte anos”, com Wilson Batista.
Com Orestes Barbosa, Sílvio fez a antológica “Chão de estrelas”, elogiada pelo poeta Manuel Bandeira por conter os versos mais bonitos da música brasileira: “tu pisavas nos astros, distraída...”. Jornalista crítico e combativo, autor de letras cheias de lirismo, frequentador assíduo do Café Nice, Orestes conheceu Sílvio em 1934, e fez com o novo parceiro sua principal composição.
Sílvio Caldas, o Caboclinho Querido – apelido criado, mais uma vez, pelo radialista César Ladeira –, como todo bom malandro e boêmio, também andou aprontando as suas. No carnaval de 1939, gravou a marcha-rancho “Florisbela”, de Nássara e Frazão. A música foi inscrita no concurso de carnaval da Prefeitura do Rio de Janeiro. No dia do julgamento, Sílvio chamou seus amigos Waldemar de Brito, craque de futebol, e Rubens Soares, craque de pugilismo, para ficar um em cada portão. Quem pedisse autógrafo ao Sílvio, ao Rubens ou ao Waldemar era convencido a votar na desconhecida “Florisbela”, que, ao final, saiu campeã, derrotando “Cidade maravilhosa” – sem, no entanto, tornar-se mais conhecida em função disso...
Sílvio havia derrubado com suas artimanhas a música que a cidade do Rio de Janeiro iria escolher para o encerramento dos bailes de carnaval. Na década de 1960, a marchinha de André Filho foi “oficializada” como hino da cidade: “Cidade maravilhosa/ cheia de encantos mil/ cidade maravilhosa/ coração do meu Brasil”.



* A presente obra é disponibilizada por nossa equipe, com o objetivo de oferecer conteúdo para uso parcial em pesquisas e estudos acadêmicos, bem como o simples teste da qualidade da obra, com o fim exclusivo de compra futura. É expressamente proibida e totalmente repudiável a venda, aluguel, ou quaisquer uso comercial do presente conteúdo.

MEMÓRIA MUSICAL BRASILEIRA

40 anos depois de lançado este álbum é prova contundente de que São Paulo não pode ser considerado o túmulo do samba


Por Luiz Américo Lisboa Junior


Geraldo Filme (1980)

Escrevo esta pequena matéria no aniversário de São Paulo e por coincidência, talvez não, o tema abordado é sobre um dos grandes músicos dessa que indiscutilvelmente é a mais plural de nossas metrópoles. A cidade locomotiva do Brasil brilha intensamente e transpira uma cultura diversificada devido aos grandes imigrantes que a adotaram e dos migrantes brasileiros que levaram para ela a nossa diversidade. Contudo, mesmo com toda sua heterogeneidade São Paulo tem uma cultura própria que a identifica vinda de sua origem caipira mas que agregou também a nossa negritude e dela soube tirar proveito, principalmente no samba esse gênero musical que para muitos so tem representatividade no Rio de Janeiro. É claro que a cidade maravilhosa, não sei se tão maravilhosa ainda, é o maior celeiro de sambistas pátrios e a sua tradição nesse aspecto pode ser considerada insuperável, porém, apesar de estabelecer-se com uma forte identidade carioca ele na realidade incorpora de tal forma o espírito de nossa gente que passa a ser patrimônio nacional sem limites de fronteira.

Dito isso podemos então ouvir samba em qualquer recanto de nosso imenso país percebendo que a cada lugar em que ele é executado traz consigo um pouco das tradições locais e identificado-o pelas maneira como é executado. Pensando nisso foi que me veio à lembrança que uma das mais infelizes denominações dadas a São Paulo é o fato dela ter sido chamada de tumulo do samba, eu já falei sobre isso antes, mas nunca é demais relembrar que trata-se de uma inverdade absoluta mas que por algum motivo acabou se tornando quase que um consenso. O fato é que o estigma não pegou nem pegaria jamais, pois uma terra que pariu Noite Ilustrada, Germano Mathias, Adoniram Barbosa, Demônios da Garoa e Geraldo Filme, apenas para citar alguns mais conhecidos ja que a lista é imensa, merece ser louvada como um dos berços mais distintos do samba nacional.

Sobre Geraldo Filme é importante lembrar que mesmo não sendo uma figura largamente conhecida nacionalmente seu talento de compositor o eleva a um dos patamares mais altos da hierarquia do samba brasileiro. Nascido na cidade paulista de São João da Boa Vista em 1928, ao cinco anos mudou-se com a família para a capital e como a maioria de nossa população era um garoto e jovem pobre que tirava seu sustento como entregador de marmitas, mas se a pobreza era um problema que tinha de enfrentar, esta tinha sua compensação com a capacidade de criar belos sambas e tornar-se ainda muito cedo um conhecido e respeitado compositor. Foi um dos fundadores do cordão carnavalesco Paulistano da Glória, mas tarde transformado em escola de samba e iniciou sua carreira trabalhando nas escolas de samba Coloração do Brás e Vai Vai, sendo que nesta última chegou a diretor de carnaval e campeão com o samba enredo de sua autoria Solano, vento forte africano, composto em homenagem ao folclorista Solano Trindade, é também autor dos sambas Vai no Bexiga pra ver, que se tornou uma espécie de hino da Vai Vai e Silencio no Bexiga, feito em homenagem a Pato N’água, famoso diretor de bateria da escola.

Incorporando toda a essência de sua negritude Geraldo Filme tornou-se uma referencia e uma liderança na comunidade negra de São Paulo, denunciando injustiças sociais além de lutar pela afirmação da cultura negra na sociedade paulista, sua obra é fundamental para a compreensão da formação e da dificuldade vivenciada pelos afrodescendentes paulistas, bem como a sua relação com a cidade que crescia e se transformava velozmente. Defensor das tradições culturais de seu povo trouxe para o carnaval de São Paulo todo o brilho do samba consolidando-o como uma das maiores expressões musicais da terra da garoa afirmando sua identidade e incorporando-o como elemento hegemônico entre as diversas manifestações que se integram no cenário plural da maior cidade brasileira. A ele o carnaval da grande metrópole deve o seu desenvolvimento e afirmação como manifestação popular a partir da segunda metade do século vinte. Em 1980 aos 52 anos Geraldo Filme gravou seu único disco na gravadora Eldorado interptetando seus maiores sucessos, trata-se de um trabalho que revela a mais pura raiz do samba urbano paulista onde se percebe o seu enorme talento de compositor, poeta e intérprete. Decididamente é um disco fundamental porque demonstra o espírito negro da maior de nossas cidades através de um corolário de imagens que definem todo o engajamento do artista pela luta da afirmação de seus irmãos de cor. O repertório é formado por pérolas como, A morte de Chico Preto, Mulher de malandro, Eu vou pra lá, Garoto de pobre, História da capoeira, São Paulo menino grande, Vai cuidar de sua vida, Vamos balançar, além das citadas Vai no Bexiga pra ver e Silencio no Bexiga, mais Tristeza do sambista, a única de sua não autoria, composta por Osvaldo Arouche e Walter Pinho.

Finalizando o disco temos Reencarnação em que ele com todo seu talento de poeta resume de modo brilhante a sua filosofia de vida:

Eu quero ser sambista
Ao renascer de novo
Pra cantar a alegria
E desventura de meu povo
Quero ter muitos amigos
Como tenho atualmente
Cantar samba na avenida
E nascer negro novamente.

Geraldo filme renasceu para a eternidade em 5 de janeiro de 1995 e certamente continua inspirando a luta e a dignificação dos negros em todo o país principalmente em sua terra, São Paulo, cuja tradição afro teve nele um de seus mais ilustres filhos e divulgadores. Axé!


Itabuna, 25 de janeiro de 2006.



MÚSICAS:
01) Vai no Bexiga pra ver (Geraldo Filme)
02) A morte de Chico Preto (Geraldo Filme)
03) Mulher de malandro (Geraldo Filme)
04) Tristeza do sambista (Oswaldo Arouche/Walter Pinho)
05) Eu vou pra lá (Geraldo Filme)
06) Garoto de pobre (Geraldo Filme)
07) Silencio no Bexiga (Geraldo Filme)
08) História da capoeira (Geraldo Filme)
09) São Paulo menino grande (Geraldo Filme)
10) Vai cuidar de sua vida (Geraldo Filme)
11) Vamos balançar (Geraldo Filme)
12) Reencarnação (Geraldo Filme)

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

CESTA DE CRÔNICAS E OUTRAS ESSÊNCIAS

Por Xico Bizerra




MEIA DÚZIA DE FÃS (OU SEIS GATOS PINGADOS)

Um Poeta deixou de sê-lo, pensando agredir-me, quando disse que ‘faço música e disco apenas para meia dúzia de amigos’. De estranhar se as fizesse para inimigos. Não as faria. Até porque não os tenho, por mais que alguns se esforcem para assim se tornarem. Sou da Paz, do Amor e a fita que mede o sucesso para alguns é diferente da minha. Se fazer sucesso for ter minha obra cantada pelos Safadões ou Anitas da vida, esse sucesso não me interessa. Reconheço não ter o sucesso que alguns pensam que tem e que seus egos exigem, embora nunca tenham sido gravados por Michel Jackson ou Madona e sejam nacional e internacionalmente desconhecidos além das fronteiras do nosso Estado. Esse ‘sucesso’ jamais terei. Posso até não ter fãs. Amigos, com certeza os tenho. A julgar pelos lançamentos dos meus ‘disquinhos’: só gente da melhor qualidade, saindo pelo ladrão. Esse meu ‘severo juiz’ nunca compareceu a um lançamento, embora tenha cantado músicas minhas em meus discos. Deixem-me com meus seis amigos (acho que uma dezena) que gostam de mim e para quem faço minhas ‘musiquinhas’ que só eles ouvem. Sou feliz assim, sem inveja, sem ter meus colegas como concorrentes (na pior acepção da palavra) e respeitando a todos que trabalham com a arte. Sucesso para mim é isso. O resto é presunção, arrogância, desmedida ambição. Ou seria recalque e complexo? Talvez tudo isso junto. Sou muito mais minha dezena de fãs.

Toda a série FORROBOXOTE, Livros e Discos, disponível para compra no site Forroboxote. – Link BODEGA. Entregas para todo o Brasil.

LUIS REIS, 30 ANOS DE SAUDADES

Luiz Reis (Luiz Abdenago dos Reis), instrumentista e compositor nasceu em São Luís MA em 31/3/1926 e faleceu no Rio de Janeiro RJ em 9/2/1980. Mudou-se com a família para o Rio de Janeiro aos seis anos, aprendendo de ouvido a tocar piano, violão, bateria e pandeiro.


Aos 17 anos, transferindo-se para Belo Horizonte MG, começou a atuar como pandeirista no conjunto Dazinho. Aproveitava as folgas do pianista para treinar e acabou por substituí-lo efetivamente. Passou depois para o conjunto Zé do Pistom, tocando em cabarés e escolas de danças, até que, em 1944, retornou ao Rio de Janeiro, onde foi contratado como pianista do programa Hora do Guri, na Rádio Mauá.

Paralelamente, começou a trabalhar como redator em vários jornais e, em 1950, foi para a Última Hora, do Rio de Janeiro, aí conhecendo o compositor Nássara. Sem deixar o jornalismo, dois anos depois passou a tocar na boate Tasca, onde também era pianista Tom Jobim, integrando, a partir de 1956, o conjunto de Bené Nunes, que deixou três anos mais tarde.

Em 1960 formou seu próprio quarteto, atuando na Casa da Praia, e compôs sua primeira música, Projeção (com Haroldo Barbosa). No mesmo ano, teve sua primeira composição gravada, Alô, brotos (com Haroldo Barbosa), por Sônia Delfino, na Philips. Ainda nessa época compôs, também com Haroldo Barbosa, vários sucessos, como Notícia de jornal, Nossos momentos, Tudo é magnífico e Palhaçada, este o maior êxito da dupla, lançado por Miltinho, na RGE.

Em 1962 gravou seu primeiro LP como solista, o Samba de balanço, na Philips, e, três anos depois, com João Roberto Kelly, Samba a quatro mãos, pela RCA. Em 1968 classificou seu samba O craque do tamborim (com Nássara) e a marcha Zé do surdo (com Etmar Vieira de Andrade), no II Concurso de Músicas de Carnaval, da Secretaria de Turismo da Guanabara. Teve como principais parceiros Haroldo Barbosa, Nássara e Luís Antônio.

Suas composições foram gravadas principalmente por Elizeth Cardoso e Miltinho, obtendo este grande sucesso com Só vou de mulher, Devagar com a louça e Meu nome é ninguém (com Haroldo Barbosa), além de Palhaçada. Tocou em shows e boates, compôs jingles e música para filmes, como Poema dos sonhos (com Luís Antônio), da trilha sonora de Onde a terra começa (direção de Rui Santos).

Algumas músicas:
Até quando
Bloco de Sujo
Canção da manhã feliz
Fiz o bobão
Meu nome é ninguém
Nossos momentos
Palhaçada
Salve a Mocidade
Só vou de mulher



Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

GRAMOPHONE DO HORTÊNCIO

Por Luciano Hortêncio*





Canção: Piropo

Composição: ernando Lopez - Roberto Lambertucci F. 

Intérprete - Doris & Rossie

Disco - Mocambo 15.273-A. Ano de 1959.



* Luciano Hortêncio é titular de um canal homônimo ao seu nome no Youtube onde estão mais de 10.000 pessoas inscritas. O mesmo é alimentado constantemente por vídeos musicais de excelente qualidade sem fins lucrativos).


DISCO DE ZÉ RENATO TRAZ SAMBAS POUCO CONHECIDOS DE PAULINHO DA VIOLA

Com nove faixas, "O amor é um segredo'' reúne faixas 'garimpadas' em álbuns antigos disponíveis nas plataformas digitais. Gravado no Recife, projeto tem participação de músicos pernambucanos

Por Mariana Peixoto 


O cantor e compositor Zé Renato reuniu canções tristes sobre o amor criadas por Paulinho da Viola e parceiros, "os sambas mais bonitos da história", de acordo com ele (foto: Philippe Leon/divulgação)


Como muita gente, o cantor, compositor e violonista Zé Renato vem se desfazendo, aos poucos, de sua coleção de CDs. “As plataformas digitais têm vantagens e desvantagens. Uma das vantagens é permitir acesso a discos que você não ouvia mais”, comenta. Foi por meio delas que Zé Renato passou, há pouco mais de um ano, a reouvir a obra de Paulinho da Viola.

“Fiz uma playlist e comecei a escutar músicas que só tinha ouvido na época de lançadas. Muitas, que estão um pouco escondidas no repertório dele, soaram como novas. Vi ali que havia uma história a ser contada”, diz. Essa foi a base de seu novo álbum, O amor é um segredo – Zé Renato canta Paulinho da Viola.


Curto, sem chegar a meia hora, o disco reúne nove antigos sambas de Paulinho – boa parte deles “lados B”. “A maioria apresenta situações amorosas tristes, que na minha opinião são os sambas mais bonitos da história”, acrescenta Zé Renato. Entre as canções registradas estão Um caso perdido (Paulinho da Viola), Sofrer (parceria de Paulinho com Capinam) e Minhas madrugadas (com Candeia). O título foi tirado de um verso de uma das faixas, Só o tempo.

Nessa redescoberta da obra de Paulinho da Viola, Zé Renato fez tudo bem reduzido. Em cena estão basicamente sua voz e seu violão, juntos, registrados em um único dia de estúdio. “Queria deixar evidente a minha história com o violão e gravar como se estivesse em casa”, ele conta. As participações adicionais, de sopro e percussão, foram feitas também em um só dia.

O amor é um segredo foi gravado no Recife, no Studio Luni Áudio. “Tudo o que faço é muito na base da intuição. Há pouco tempo me reencontrei com o Lula Queiroga, com quem tive muito contato nos anos 1980, quando ele vivia no Rio. Começamos a conversar e falei do projeto. Pois ele tem a produtora Luni, com uma sala para captação de áudio.”

O álbum não só foi gravado em Pernambuco, mas também com músicos e produtores de lá. Lula e Tostão Queiroga (que tocou as percussões) coproduziram o disco com Zé Renato. Spock fez alguns metais. “Registramos em vídeo toda a gravação e vamos, aos poucos, postar os vídeos”, continua.

A capa do álbum foi criada na capital pernambucana. Na imagem está seu Paulinho, o motorista da produtora Luni, e a mulher. “É um casal negro de idosos dando um beijo terno. A imagem tem tudo a ver com o disco, traz vários significados para o momento que vivemos”, afirma Zé Renato.

Dividindo-se entre a carreira solo e o trabalho com o Boca Livre, o cantor lança o novo álbum sábado e domingo (11 e 12), no Sesc Bom Retiro, em São Paulo. No início de fevereiro, apresenta-se no Teatro Rival, no Rio de Janeiro. Ao seu lado terá os músicos Eduardo Neves (sopros) e Paulinho Dias (percussões).

“Minha vida sempre foi assim, dividida em várias coisas. Já em fevereiro começo a produzir um novo álbum infantil”, revela Zé Renato. Quanto a Paulinho da Viola, houve uma consulta prévia sobre o álbum. “Conversamos antes da gravação, ele é muito carinhoso, mas reservado”, conta o músico, que já enviou o álbum ao compositor. “Ele ainda não retornou. Estou ansiosamente aguardando.”

(foto: Mills Records/reprodução)

O AMOR É UM SEGREDO
Zé Renato
Mills Records
Nove faixas
Preço sugerido: R$ 24,90
Disponível em CD e nas plataformas digitais

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

GARGALHADAS SONORAS

Por Fábio Cabral (Ou Fabio Passadisco, se preferir)

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- Mas esse seu CD de Luiz Melodia só tem 11 faixas...

- É que quando ele gravou esse LP, ele só gravou 11 músicas.

- Mas um colega meu tem um MP3 com uma "porrada" de músicas.

- Mas esse aí senhor, não é um MP3 é um CD.

- Tá bem... Então faça um MP3 pra mim com "TUDO" dele que venho buscar na próxima semana.

- Mas senhor, eu não vendo MP3...

- Então faça um pen drive

- Eu também não vendo pen drive.

- Ahhhh, o senhor vai falir.

- Espero que não... Mas mesmo assim, quando o senhor sair, eu vou rezar uma Ave Maria e um Pai Nosso pra me proteger !

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

LENDO A CANÇÃO

Por Leonardo Davino*


Menino das laranjas

À primeira vista, o que chama à atenção na canção "Menino das laranjas", de Theo de Barros, gravada por Elis Regina no disco Samba eu canto assim (1965), é a convivência das três vozes que se fazem ouvir na letra: a do sujeito que observa o menino vendendo laranjas para sustentar a mãe solteira; a da mãe que manda o filho vender as laranjas; e a voz do próprio menino gritando e oferecendo sua mercadoria.
As justaposições (entradas e saídas de cena) de cada voz mais parecem a montagem de um filme que é projetado aos olhos do ouvinte. Elis consegue jogar com as três vozes da canção, sem perder a dramaticidade da cena apresentada.
O canto e o gesto vocal de Elis Regina (cria de Ângela Maria que, por sua vez, é cria de Dalva de Oliveira) são impecáveis e precisos durante a troca de personagens: respirações, pausas, acelerações e desacelerações, apoiados pelo arranjo melódico, dão beleza à vida cruel de um menino que, tendo sua infância minada, vende laranjas para sustentar a si e à família.
Vem a pergunta: quem se acaba é a feira; são as laranjas; ou é o próprio menino? O engajamento social da canção fica evidente na complexividade da ignorância da mãe que, mesmo sem ter condições de sustentar os rebentos, engravida.
São muitos os "meninos da laranja", que apanham (da vida e da mãe) se não trouxerem o necessário para casa. Mas, se de fato só damos aquilo que temos, esta mãe (lavadeira das roupas do povo da cidade) não pode dar outra coisa ao filho senão o adensamento da crueldade da existência.
Cabe ao sujeito, cantor, ao narrar a história deste menino (que é muitos), denunciar e iluminar a vida do outro, pois, enquanto durar a canção, os ouvintes estarão atentos à verdade do garoto. A canção instiga o desassossego em quem ouve e, quem dera, incute desejos de mudança no quadro social.


***

Menino das laranjas
(Theo de Barros)

Menino que vai pra feira
Vender sua laranja até se acabar
Filho de mãe solteira
Cuja ignorância tem que sustentar

É madrugada, vai sentindo frio
Porque se o cesto não voltar vazio
A mãe já arranja um outro pra laranja
Esse filho vai ter que apanhar

Compra laranja menino e vai pra feira

Compra laranja, laranja, laranja, doutor
Ainda dou uma de quebra pro senhor

Lá, no morro, a gente acorda cedo
E é só trabalhar
E comida é pouca e muita roupa
Que a cidade manda pra lavar

De madrugada, ele, menino, acorda cedo
Tentando encontrar um pouco pra poder viver até crescer
E a vida melhorar




* Pesquisador de canção, ensaísta, especialista e mestre em Literatura Brasileira pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e doutor em Literatura Comparada, Leonardo também é autor do livro "Canção: a musa híbrida de Caetano Veloso" e está presente nos livros "Caetano e a filosofia", assim como também na coletânea "Muitos: outras leituras de Caetano Veloso". Além desses atributos é titular dos blogs "Lendo a canção", "Mirar e Ver", "365 Canções".


LEVINO, O MESTRE VIVO

Em 2020 completa-se 55 anos que o maestro faleceu, deixando como única e inalienável riqueza, toda sua obra

Por Leonardo Dantas Silva



Resultado de imagem para levino ferreiraNuma manhã de verão, levado por João Santiago, eu conheci o Mestre Vivo. Morava na Rua Nossa Senhora da Saúde, no Cordeiro, e me pareceu uma figura simples, conversando com algo de ironia em suas observações. Era um tipo de mulato baixo, mais para gordo, tinha a camisa por fora das calças, trazia no rosto as marcas da varíola e usava um chapéu de massa, mesmo dentro de casa, complementando, assim, o tipo comum do nosso homem da zona da Mata.

Estava eu diante do Rei do Frevo! O lendário Mestre Vivo!
Ninguém foi maior do que Levino Ferreira da Silva, no gênero frevo-de-rua, ou, como preferia ele, a marcha-frevo.

Nisso estão concordes outros nomes de nossa música, como Capiba, Luiz Bandeira, José Menezes, Edson Rodrigues, Mário Mateus, Mário Guedes Peixoto, Clóvis Pereira, Ademir Araújo, Dimas Sedícias, Duda (José Ursicino da Silva) e uma infinidade de outros monstros sagrados do nosso frevo instrumental.

Nascido na cidade pernambucana de Bom Jardim, em dois de dezembro de 1890, Levino Ferreira da Silva teve o seu aprendizado musical na banda de música de sua terra natal. Foi o seu primeiro professor o mestre Pompeu Ferreira, então responsável pela banda musical Vinte e Dois de Setembro, e a trompa o seu instrumento de iniciação com o qual se apresentava a partir dos oito anos de idade.

Em 1910, Levino Ferreira já era conhecido como exímio instrumentista daquela região do Agreste pernambucano, sendo o seu concurso solicitado pela cidade de Queimadas, hoje Orobó, onde fora reger a banda musical local. Dois anos depois sua cidade natal, Bom Jardim, o convoca para reger a banda musical Vinte e Dois de Setembro, a mesma que serviria de conservatório quando dos seus primeiros estudos. São desta época as suas primeiras composições. Dobrados, músicas sacras para as festas dos santos padroeiros, marchas de procissões, choros, valsas, fazem parte do repertório dos seus primeiros anos. O frevo, ou marcha-carnavalesca pernambucana, como era conhecido, até então não fazia parte de sua bagagem musical, pois este gênero só veio a ser conhecido a partir de 1919 quando da sua primeira viagem ao Recife.

Entre 1920 e 1935, dirigiu a Banda Musical Independência da cidade de Limoeiro, para onde foi levado por José Gonçalves da Silva Júnior (Zumba), outro monstro sagrado, compositor de frevos-de-rua e de outros gêneros musicais. Em 1930, suas músicas já eram bastante conhecidas no Recife, sendo editadas pela Casa Azevedo Júnior e executadas por todos os pioneiros daquela época.

É então que Levino Ferreira vem a ser conhecido pelo apelido que o consagrou ao longo da vida: Mestre Vivo.

A versão é do próprio Levino Ferreira. Era ele mestre da banda de música de Limoeiro, quando sofreu um ataque de catalepsia. Tomado por morto, com uma respiração imperceptível, foi o seu corpo colocado num ataúde, ao mesmo tempo em que a comoção tomava conta da cidade e das redondezas. Tarde da noite, quando familiares e amigos pranteavam o seu desaparecimento, eis que o morto voltou a si e, sentando-se no caixão exclamou:

- Minha gente querem me enterrar vivo!

Ao susto do início, seguiu-se a alegria, o velório transformou-se em carnaval e um apelido marcou o episódio: Mestre Vivo.

Excelente musicista, conhecendo todos os instrumentos de uma banda de música, Levino Ferreira tornou-se um verdadeiro mestre. Já em Limoeiro, ensinava piano, violino, bandolim, saxofone, trombone, clarineta, violão, dentre outros. Foi a profissão de mestre que o ajudou quando de sua transferência para o Recife, para onde veio a convite de Zumba (José Gonçalves da Silva Júnior) no início dos anos trinta, a fim de integrar a grande orquestra da PRA 8 - Rádio Club de Pernambuco, então dirigida por Nelson Ferreira, onde iniciou-se como primeiro trombone. Conhecido por suas habilidades como instrumentista passou a integrar, anos depois, o quarteto de saxofones Ladário Teixeira; formado por Felinho (Félix Lins de Albuquerque), Antônio Medeiros, Zumba e o próprio Levino.


Discografia em 78 R.P.M.
Autor de outros gêneros musicais, inclusive da A Dança do Cavalo Marinho (fantasia para orquestra sinfônica executada internacionalmente), foi no frevo instrumental que Levino Ferreira veio a notabilizar-se e tornar-se conhecido em outros centros, por suas gravações no Rio de Janeiro em discos 78 rotações por minuto. Da sua extensa discografia anotamos: Satanás na Onda, selo Odeon (nº 11.200-B), gravado em 30 de janeiro de 1935; Diabo solto, Victor, nº 34.142-B, Diabos do Céu, 10 de dezembro de 1936; Diabinho de saia, Victor, nº 34.294-B, 10 de janeiro de 1938, Diabos do Céu; Mexe com tudo, Victor, nº 34.706-A, 13 de dezembro de 1940; Segura esse diabinho, Victor, nº 34.855-B, Passos e sua orquestra, 8 de novembro de 1941; Cadê você, Victor, nº 80.0141-A, 11 de outubro de 1943, Zacarias e sua orquestra; Olha a beliscada, Victor, nº 80.0234-B, Zacarias e sua orquestra, 2 de outubro de 1944; A cobra está fumando, Victor, nº 80.0355-B, Zacarias e sua orquestra, 26 de setembro de 1945; Entra na fila, Victor, nº 80.0474-B, Zacarias e sua orquestra, , 6 de setembro de 1946; Chegou sua vez, Victor, nº 80.0545-B, Zacarias e sua orquestra, 13 de agosto de 1947; Com essa eu vou, Victor, nº 80.0111-B, Zacarias e sua orquestra, 17 de agosto de 1949; Solta o brotinho, Odeon, nº 12.984-B, Raul de Barros e sua orquestra, 30 de dezembro de 1949; Macobeba vem aí, Continental, nº 16.119-A, Severino Araújo e sua Orquestra Tabajaras, 30 de setembro de 1949; Lágrimas de Folião, Victor, nº 80.0707-A, Zacarias e sua orquestra, 6 de setembro de 1950; Último Dia, Continental, nº 16.321-A, Severino Araújo e sua Orquestra Tabajaras, lançado em janeiro de 1951; O Tubarão, frevo-canção, Victor, nº 80.0833-B, Carlos Galhardo, 2 de agosto de 1951; Carlos Avelino no frevo, Victor, nº 80.1028-B, Zacarias e sua orquestra, 25 de agosto de 1952; Retalhos de Saudade, Continental, nº 16.492-A, Orquestra Paraguarí do Rádio Jornal do Comércio, janeiro de 1952; Barulho no salão, Odeon, nº 13.372-B, Osvaldo Borba e sua orquestra, 7 de outubro de 1952; Pororoca, Odeon, nº 13.884-B, Jonas Cordeiro e sua orquestra, 12 de agosto de 1955; Aperta o passo, Odeon, nº 14.105-A, Jonas Cordeiro e sua orquestra, 22 de agosto de 1956; É pra quem pode, Victor, nº 80.0832-A, Zacarias e sua orquestra, 1º de agosto de 1951; Vassourinhas do Levino, Victor, nº 80.1514-A ( o título original desta composição é Vassourinhas está no Rio), Zacarias e sua orquestra, 19 de agosto de 1956; Agüenta o cordão, Odeon, nº 14.557-A, 22 de outubro de 1959, Osvaldo Borba e sua orquestra; Não adianta chorar, Victor, nº 80.1701-A, Zacarias e sua orquestra, 5 de setembro de 1956; Papa fila, Victor, nº 80.1891-A, Zacarias e sua orquestra, 5 de setembro de 1957; O pau cantou, Continental, nº 17.738-B, Severino Araújo e Orquestra Tabajaras, lançado em outubro de 1959; são alguns exemplos de sua discografia em 78 R.P.M.

Em 18 de dezembro de 1975, através da Fábrica Rozenblit, fui responsável pela produção do LP-90008, com o título O Frevo Vivo de Levino Ferreira, fruto de uma pesquisa minha com João Santiago e gravado pela competência da Orquestra do Maestro José Menezes, no qual estão reunidos doze dos maiores sucessos do Mestre Vivo.

Falecido em 9 de janeiro de 1970, Levino Ferreira contou ainda com outro LP reunindo sua obra, produzido pelo radialista Hugo Martins para o Centro da Música Carnavalesca de Pernambuco, gravado pela Orquestra do Maestro Duda em 1990.

Seu frevo Último Dia, depois que foi escolhido pelo autor destas obras como abertura e vinheta do Frevança, concurso patrocinado pela Rede Globo Nordeste e Fundação de Cultura Cidade do Recife, a partir de 1979, passou a ser o mais executado em nossos dias.

Em 1985 foi a vez de Luiz Bandeira homenagear o Mestre Levino, em composição gravada por Claudionor Germano no disco O Bom do Carnaval, Som Livre LP nº 4096066-B:

"Mestre Levino
Você está presente
Alegrando a gente
E todo o carnaval

Seu frevo é sempre esperado
Quando é tocado, vejo o mundo virar
"Mexe com tudo", "Faz a cobra fumar"
E no "Último dia" ninguém quer parar } bis

Olha aqui minha gente!
Quem é bom não morre.
Mestre Levino manda frevo do céu
A gente sabe quando o baile esfria
Toca um frevo dele e vira fogaréu" } bis


Fonte: Do livro Carnaval do Recife (2000)

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

A HISTÓRIA MUSICAL DO RÁDIO NO BRASIL

As 25 músicas mais tocadas nos rádios do Brasil no ano de 1930, há exatos 90 anos, foram:

01 - Pra Você Gostar De Mim (Tahi) - Carmen Miranda
02 - Na Pavuna - Almirante & O Bando de Tangarás
03 - Dor de Recordar - Francisco Alves
04 - Dá Nele - Francisco Alves
05 - Deixa Essa Mulher Chorar - Francisco Alves & Mário Reis
06 - Já é Demais - Mário Reis
07 - Iaiá, Ioi o - Carmen Miranda
08 - Amoroso - Quarteto Brunswick
09 - O Que Há Contigo? - Mário Reis
10 - Mulher Exigente - Bando de Tangarás
11 - Linda Cabocla - Augusto Calheiros
12 - Urubatã - Orquestra Victor Brasileira
13 - Eu Gosto da Minha Terra - Carmen Miranda
14 - Louras e Morenas - Jayme Vogeler
15 - Vai Mesmo - Mário Reis
16 - Eu Quero Casar Com Você - Carmen Miranda
17 - Burucuntum - Carmen Miranda
18 - Capelinha de Melão - Elisa Coelho
19 - Maroca Só Que Puxa - Simão Nacional Orquestra
20 - Saxofone, Por Que Choras? - Ratinho
21 - A Voz do Violão - Francisco Alves
22 - Festa no Céu - Noel Rosa
23 - É Sopa - Francisco Alves
24 - Sou Morena - Helena de Carvalho
25 - Volta - Jesy Barbosa

domingo, 23 de fevereiro de 2020

ISAIAS FERREIRA, UMA PONTE ENTRE O RIO DE JANEIRO E O CARNAVAL DE PERNAMBUCO

Pernambucano, o Maestro Isaías Ferreira apesar de residir no Rio de Janeiro bebe constantemente da fonte da cultura do seu estado em recorrentes visitas












Resumo Biográfico:
1963 – Ingressa, aos doze anos de idade, no Colégio Técnico Professor Agamenon Magalhães (Recife-PE), onde inicia os estudos musicais (Teoria Musical, Solfejo e Clarineta) sob orientação dos Professores José Lima e Joaquim Lima;
1964 – Conhece o Maestro Mário Câncio, de quem recebe o convite para estudar na Escola de Belas Artes do Recife. Com ele recebe as primeiras aulas de Fagote. Passa a assistir ensaios da Orquestra Sinfônica do Recife, conduzidos por Vicente Fittipaldi, então Maestro titular da Orquestra;
1965 – Ganha um saxofone de sua mãe e aprende a tocá-lo sozinho aproveitando os conhecimentos obtidos nas aulas de clarineta;
1966 – Ingressa na Banda de Música de uma igreja, no bairro da Encruzilhada (Recife);
1967 – Recebe as primeiras aulas de Regência, na Igreja Batista do Capunga (Recife);
1969 – Ingressa na Banda de Música do Corpo de Fuzileiros Navais como Saxofonista;
1971 – Viaja ao Rio de Janeiro onde aprimora seus conhecimentos musicais na Escola de Música do Corpo de Fuzileiros Navais; – Torna-se Saxofonista da Banda de Música do Corpo de Fuzileiros Navais;
1973 – Ingressa na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) onde se diploma em Regência, sob a orientação do Maestro Roberto Duarte;
1975 – Assume a função de fagotista da Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais;- Torna-se integrante do Quinteto de Sopros Opus Canorum, sendo um dos seus fundadores, com o qual realiza diversos concertos em importantes locais e projetos;
1977 – Torna-se Professor nas disciplinas Solfejo e Ditado ao Piano nos cursos de Música do Corpo de Fuzileiros Navais;
1978 – Ingressa como fagotista na Orquestra Filarmônica do Rio de Janeiro, atuando durante dez anos consecutivos;
1979 – Rege a Orquestra Sinfônica da Escola de Música da UFRJ no seu concerto de formatura;
1980 – Torna-se Professor de Práticas Instrumentais na Sociedade Universitária Augusto Motta (SUAM) (RJ); – Participa como palestrante e instrumentista no Projeto “Musicâmara”, da Secretaria de Educação e Cultura (RJ);
1981 – Excursiona com a Banda de Música do Corpo de Fuzileiros Navais por treze países da América do Sul, América do Norte, Europa e África; – É agraciado com Medalha por sua participação como Regente e Saxofonista na Banda de Música do Corpo de Fuzileiros Navais em turnê por treze países;
1982 – Ingressa no curso de Fagote, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), graduando-se sob a orientação do fagotista franco-brasileiro Noel Devos; – Participa como Palestrante e Fagotista no projeto “Arte Musical nas Escolas”, da Secretaria de Cultura (RJ); – Participa como Palestrante e Fagotista no projeto “Música para Jovens”, da Coordenadoria de Cultura do Estado (MG);
1984 – Torna-se Primeiro Fagotista da Orquestra Sinfônica da Escola de Música da UFRJ;
1985 – Fagotista convidado da Orquestra Jovem da FUNARTE, sob Regência do Maestro David Machado (RJ);
1986 – Participa como Fagotista no LP “Futuros Mestres em Música”, com a Orquestra Sinfônica da Escola de Música da UFRJ; – Atua como Fagotista com o grupo inglês “The Players” no musical “Fidler on the Roof”, de Sheldon Harnick e Jerry Bock (RJ);
1987 – Fagotista convidado da Orquestra Pró Música do Rio de Janeiro (PETROBRÁS), Atual Orquestra Petrobrás Sinfônica (RJ);
1988 – Cria o Quinteto de Sopros “Francisco Braga”, do Corpo de Fuzileiros Navais, para o qual escreve diversos arranjos. Com esse grupo realiza vários concertos dentro e fora do CFN; – Torna-se Arranjador da Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais – RJ; – Cria o Quinteto “Câmara Som”, com o qual realiza diversos concertos; – Compõe e rege a música para as comemorações dos 180 anos do Corpo de Fuzileiros Navais, interpretada pelo Coral da Universidade Gama Filho e Banda Sinfônica do CFN, em concerto com a presença do então Presidente da República, Dr. José Sarney, de quem recebe cumprimentos pessoais; – Participa como Arranjador e Fagotista do Quinteto “Câmara Som” no CD “Senai Canta no Rio”; arranjos por encomenda do SENAI-RJ; – É agraciado com a Medalha Mérito Tamandaré (Decreto-Lei nº 42.111, de 20 de agosto de 1957), concedida pelo então Ministro da Marinha, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados ao Corpo de Fuzileiros Navais com Regente, Compositor, Arranjador, Instrumentista, Professor e Fundador do Quinteto de Sopros “Francisco Braga”, do CFN; – Recebe Referência Elogiosa da Legião Brasileira de Assistência (LBA) pela participação em concerto beneficente realizado no Golden Room do Copacabana Palace Hotel, como Primeiro Fagotista da Orquestra Filarmônica do Rio de Janeiro, em favor dos desabrigados pelas chuvas na capital carioca;
1989 – Compõe a “Marcha para Continência” para as recepções ao Comandante Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, que passa a ser executada em todo o Brasil nos eventos oficiais com a presença daquela autoridade. Composta por encomenda do CFN (RJ); – Participa como Palestrante e Fagotista na sede da Sociedade Teosófica do Rio de Janeiro;
1990 – Torna-se Regente Titular da Banda do Centro de Instrução Almirante Graça Aranha (CIAGA) RJ; – Atua como Fagotista convidado da Orquestra de Câmara Abrarte (Petrópolis – RJ),
1991 – Atua como Regente convidado da Orquestra de Câmara Abrarte, no Teatro Afonso Arinos (Petrópolis – RJ); – Agraciado com a Medalha do Bicentenário da morte de W. A. Mozart, concedida pelo Supremo Conselho do Brasil (:.) – RJ;
1993 – Torna-se Professor de Fagote na Escola de Música do Corpo de Fuzileiros Navais (RJ); – Membro da Banca Examinadora do Concurso para Formação de Músicos do CFN (RJ); – Supervisor dos Cursos da Escola de Música do CFN – Recebe Referência Elogiosa do Centro de Letras e Artes da UFRJ pela participação como Regente em concerto realizado com a Banda do CFN, na sede da Reitoria da UFRJ;
1994 – Torna-se Regente Titular da Banda do Centro de Instrução Almirante Milcíades Portela Alves (CIAMPA) – RJ; – Membro da Banca Examinadora para Prática Coral, no Curso de Aperfeiçoamento para Músicos do CFN; – Membro da Banca Examinadora do Concurso para Formação de Músicos do CFN;
1995 – Compõe diversos arranjos para Coro Infantil e Banda para as Faculdades Integradas Moacyr Schreder Bastos; – Jurado no XX Concurso de Bandas Civis do Estado do Rio de Janeiro (Secretaria de Cultura do Estado); – Ingressa, a convite do Maestro Artur Rua, na UFRJazz Ensemble como saxofonista (barítono), com a qual realiza diversos concertos;
1996 – Rege, como convidado, a UFRJazz Ensemble;- Jurado no XXI Concurso de Bandas Civis do Estado do Rio de Janeiro (Secretaria de Cultura do Estado);
1997 – Fagotista convidado da Banda Sinfônica da Universidade Souza Marques (RJ);- Jurado no XXII Concurso de Bandas Civis do Estado do Rio de Janeiro (Secretaria de Cultura do Estado);- Produtor Assistente do Projeto “Tons & Sonsda UFRJ” – Recebe Referência Elogiosa do Coral de Câmara Bach pela participação como Primeiro Fagotista no Requiem, de W. A. Mozart (RJ);
1998 – Participa como Fagotista no evento “Olimpíada Operária Global”, da Rede Globo (Belo Horizonte – MG);- Participa como Saxofonista do CD “Jazz na Universidade”, com a UFRJazz Ensemble, sob a Regência do Maestro José Rua;
1999 – Atua como Saxofonista em turnê a Portugal e Espanha com o Coral Todotom (UFRJ); – Compõe o arranjo do jingle do Barra Shopping, para Orquestra Sinfônica, por encomenda da Orquestra Filarmônica do Rio de Janeiro, para execução nos concertos patrocinados por aquela empresa; – Produtor Executivo no Selo Fonográfico “Tons & Sons da UFRJ”, tendo produzido doze CDs; – Participa do CD “Música Brasileira para Metais”, como Compositor da peça “Marcha, Coral e Fantasia”; – Produtor Executivo do CD “Desenredos”, do Coral da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ);
2000 – Compõe arranjos para Orquestra Sinfônica de oito obras de Antônio Carlos Jobim, por encomenda da Orquestra Filarmônica do Rio de Janeiro; – Produtor Executivo do CD “Vício Nato”, da Banda Vício Nato (RJ);
2001 – Atua como Saxofonista na Orquestra UNIGRANRIO (Universidade do Grande Rio);
2003 – Atua como Saxofonista na novela “Chocolate com Pimenta”– Rede Globo – RJ; – Participa como Saxofonista nas comemorações do 50º aniversário da Petrobrás, com a presença do então Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva;
2004 – Participa como Saxofonista na novela “Senhora do Destino” – Rede Globo – RJ; – Participa como Saxofonista no CD “Na Bagagem”, da Banda Vício Nato (RJ);
2005 – Funda a UERJazz BAND (Orquestra de Sopros da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ) e torna-se seu Regente Titular; com esse grupo atua em diversos shows dentro e fora da Universidade; – Inicia a confecção de 48 arranjos de obras para a UERJazz BAND; – Professor de Teoria e Percepção Musical nas Oficinas de Criação Artística da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ);
2007 –Torna-se Professor de Fagote e Saxofone na Escola de Música da 1ª Igreja Batista de Alcântara (São Gonçalo-RJ);
2011 – Participa como Saxofonista do CD “Força da Natureza”, da Cantora Ananda (RJ); -Torna-se Professor de Prática de Choro, nas Oficinas de Criação Artística da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ); – Participa como Saxofonista no musical infantil “O Cavalinho Azul”, de Maria Clara Machado e Tim Rescala; – Jurado no Concurso para escolha da Canção do Veterano Fuzileiro Naval (RJ);
2012 – Compõe os Frevos “Pátio de São Pedro” e “Pernambuco na Cabeça”;- Participa como Saxofonista no CD “Longe ou Perto”, do Cantor Daniel Lemos (RJ);- Fundador e Saxofonista do “Grupo de Choro da UERJ” (Universidade do Estado do Rio de Janeiro);- Torna-se Saxofonista do grupo “Instrumental Carioca” (RJ); Participação como saxofonista na Orquestra Popular do Recife, sob a regência do Maestro Ademir Araújo, por ocasião do Festival de Inverno de Garanhuns;
2013 – Participa como Regente e Arranjador no DVD “UERJazz BAND” – Volume 1 (RJ); Participa como Regente, Compositor e Arranjador no DVD “UERJazz BAND” – Volume 2 (RJ); – Compõe arranjo para três obras de Chiquinha Gonzaga, para Flauta, Oboé e Fagote, por encomenda do Trio Capitu (RJ); – Compõe arranjo para três obras de Pixinguinha, para Flauta, Oboé e Fagote, por encomenda do Trio Capitu (RJ);
2014 – Recebe Placa concedida pela Associação de Veteranos do Corpo de Fuzileiros Navais, pela contribuição musical no âmbito do CFN; Cria a Orquestra Popular Carioca


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FORMAÇÃO MUSICAL:
-Técnico em Música (Saxofone) – Colégio Técnico Professor Agamenon Magalhães – Recife-PE (1963);
-Técnico em Música (Saxofone) – Escola de Música do Corpo de Fuzileiros Navais – Rio de Janeiro – (1971);
-Bacharel em Música (Regência) – Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro – (1973);
-Bacharel em Música (Fagote) – Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro – (1982);


EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL:

-REGENTE:
-Orquestra Sinfônica da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (1979);
-Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais (Rio de Janeiro-RJ) (1988);
-Coral da Universidade Gama Filho (Rio de Janeiro-RJ) (1988);
-Banda de Música do Centro de Instrução Almirante Graça Aranha (Rio de Janeiro-RJ) (1990 a 1992);
-Orquestra de Câmara ABRARTE (Petrópolis-RJ) (1991);
-Banda de Música do Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo (Rio de Janeiro-RJ) (1992 a 1994);
-Banda de Música do Centro de Instrução Almirante Milcíades Portela Alves (RJ) (1994 a 1996);
-UFRJazz Ensemble (Rio de Janeiro-RJ) (1996);
-Orquestras de Metais da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro (1996);
-UERJazz BAND (Rio de Janeiro-RJ) (2005 a 2014);

-FAGOTISTA:
-Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais (Rio de Janeiro-RJ) (1975 a 1990);
-Quinteto de Sopros “Opus Canorum” (Rio de Janeiro-RJ) (1975 a 1991);
-Orquestra Filarmônica do Rio de Janeiro (1978 a 1989);
-Orquestra Sinfônica da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (1984 a 1988);
-Orquestra de Câmara de Niterói (RJ) (1984 a 1986);
-Orquestra Jovem da FUNARTE (Rio de Janeiro-RJ) (1985);
-Quinteto de Sopros “Francisco Braga” (Rio de Janeiro-RJ) (1988 a 1992);
-Quinteto de Sopros “Câmara Som” (Rio de Janeiro-RJ) (1988 a 1992);

-SAXOFONISTA:
-Banda de Música do Corpo de Fuzileiros Navais (Rio de Janeiro-RJ) (1971 a 1975);
-UFRJazz Ensemble (Rio de Janeiro), sob a Regência do Maestro José Rua (1995 a 1998);
-Grande Banda Carioca, sob a direção musical de Claudio Dauelsberg (1998);
-Orquestra UNIGRANRIO (Universidade do Grande Rio) (2001);
-Novela “Chocolate com Pimenta” – Rede Globo-RJ (2003);
-Novela “Senhora do Destino” – Rede Globo-RJ (2004);
-Grupo de Choro da UERJ – (Rio de Janeiro-RJ) (2012);
-Grupo INSTRUMENTAL CARIOCA (Rio de Janeiro-RJ) (2012);

-ARRANJADOR:
-Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais (Rio de Janeiro-RJ) (1988);
-Obras para o Coral do SENAI e Quinteto de Sopros (Rio de Janeiro-RJ) – encomenda do SENAI (1988);
-Obras para Coro Infantil e Banda, para as Faculdades Integradas Moacir Schreder Bastos, RJ (1995);
-08 obras de Antonio Carlos Jobim, para Orquestra Sinfônica, encomenda Orquestra Filarmônica do RJ. (2000);
-3º Festival de Música do INMETRO – obras inéditas de autores do Rio de Janeiro e Minas Gerais 2004);
-48 arranjos para a UERJazz BAND (2005 a 2012);
-Três obras de Chiquinha Gonzaga, para Flauta, Oboé e Fagote – por encomenda do Trio Capitu (2013);
-Três obras de Pixinguinha para Flauta, Oboé e Fagote – por encomenda do Trio Capitu (2013);

COMPOSITOR:
-Música comemorativa: 180 anos do Corpo de Fuzileiros Navais, para Coro e Banda Sinfônica (1988);
-“Marcha para Continência” (para Banda) (1989);
-“Marcha, Coral e Fantasia” (para Quinteto de Metais) (1999);
-Peças para Coro Infantil;
-Peças para Coro Adulto;
-Frevos;
-Choros;
-Sambas;


PROFESSOR:
-Escola de Música do Corpo de Fuzileiros Navais (Rio de Janeiro-RJ) – Solfejo e Ditado ao Piano (1977);
-Sociedade Universitária Augusto Motta (SUAM) (Rio de Janeiro-RJ) – Práticas Instrumentais (1980);
-Escola de Música do Corpo de Fuzileiros Navais (Rio de Janeiro-RJ) – Fagote (1993);
-Primeira Igreja Batista de Alcântara (São Gonçalo-RJ) – Fagote e Saxofone (2007);
-Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) – Teoria e Percepção Musical (2008);
-Universidade do Estado de Rio de Janeiro (UERJ) – Prática de Choro (2011);


PALESTRANTE:
-Projeto “Musicâmara” – Secretaria de Educação e Cultura-RJ – (1980);
-Projeto “Arte Musical nas Escolas” – Secretaria de Educação e Cultura-RJ – (1982);
-Projeto “Música para Jovens” – Coordenadoria de Cultura do Estado (MG) – (1982);
-Sociedade Teosófica do Rio de Janeiro – (1989);


DISCOGRAFIA:
-LP “Futuros Mestres em Música” – como fagotista da Orquestra Sinfônica da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (1986);
-CD “Senai canta no Rio” – como fagotista e arranjador (1988);
-CD “Jazz na Universidade – como saxofonista (1998);
-CD “Desenredos” – como produtor executivo (1998);
-CD “Quinteto de Sopros do Corpo de Fuzileiros Navais” – como arranjador;
-CD “Música para Metais” – como compositor e diretor executivo (1999);
-CD “Na Bagagem” – como saxofonista da Banda Vício Nato (2004);
-CD “Força da Natureza” – como saxofonista (2011);
-CD “Longe ou Perto” – como saxofonista (2012);
-DVD “UERJazz BAND” – Volume 1 – como regente e arranjador (2013);
-DVD “UERJazz BAND” – Volume 2 – como regente, compositor e arranjador (2013);


JURADO / BANCA EXAMINADORA:
-Concursos para Formação de Músicos do Corpo de Fuzileiros Navais (1993/1994);
-XX Concurso de Bandas Civis do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Cultura do Estado (1995);
-XXI Concurso de Bandas Civis do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro (1996);
-II Concurso de Bandas Carnavalescas (Rio-Tur) (1996);
-XXII Concurso de Bandas Civis do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Cultura do Estado/RJ (1997);
-III Concurso de Bandas Carnavalescas (Rio-Tur) (1997);
-Concurso para escolha da “Canção dos Veteranos do Corpo de Fuzileiros Navais (2011);


TURNÊS:
-Colômbia, Venezuela, México, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Inglaterra, França, Alemanha, Suécia, Dinamarca, Senegal e Cabo Verde – Saxofonista na Banda de Música do Corpo de Fuzileiros Navais (1981);
-Sergipe e Bahia – como Regente da Banda de Música do Corpo de Fuzileiros Navais (1996):
-Portugal e Espanha – Saxofonista em peças para Coro Adulto e Saxofone – Coral Todotom-UFRJ (1999);


ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA:
-Supervisor dos Cursos da Escola de Música do Corpo de Fuzileiros Navais (1993);
-Produtor Assistente no Projeto “Tons&Sons da UFRJ” (1997);
-Produtor Executivo no Selo Fonográfico “Tons&Sons da UFRJ”, trabalhou na produção de 12 CDs (1999);
-Produtor Executivo do CD “Desenredos” – Coral da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ);


DISTINÇÕES:
-Finalista no II Concurso de Conjuntos de Choro (Secretaria Municipal de Educação e Cultura, RJ – (1978);
-1º Lugar no Concurso de Bandas Militares como Primeiro Fagotista da Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais;
-Medalha por participar em turnê por 13 países, Saxofonista da Banda de Música do Corpo de Fuzileiros Navais (1981);
-Medalha Mérito Tamandaré, concedida pelo Ministério da Marinha pelos serviços prestados ao Corpo de Fuzileiros Navais como Regente, Instrumentista, Compositor, Arranjador, Professor e fundador do Quinteto de Sopros “Francisco Braga” (1988);
-Referência Elogiosa da Legião Brasileira de Assistência (LBA) pela participação em concerto beneficente como Fagotista da Orquestra Filarmônica do Rio de Janeiro em benefício dos desabrigados pelas enchentes no Rio de Janeiro (1988);
-Medalha do Bicentenário da Morte de W. A. Mozart concedida pelo Supremo Conselho do Brasil (:.) (1991);
-Referência Elogiosa do Centro de Letras e Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro pela participação como Regente em concerto na Reitoria da UFRJ (1993);
-Referência Elogiosa do “Coral de Câmara BACH” pela participação como Fagotista no Requiem, de W. A. Mozart (1997);
-Placa concedida pela Associação de Veteranos do Corpo de Fuzileiros Navais pelos serviços prestados como Músico ao Corpo de Fuzileiros Navais (2014).


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