PROFÍCUAS PARCERIAS

Gabaritados colunistas e colaboradores, de domingo a domingo, sempre com novos temas.

ENTREVISTAS EXCLUSIVAS

Um bate-papo com alguns dos maiores nomes da MPB e outros artistas em ascensão.

HANGOUT MUSICARIA BRASIL

Em novo canal no Youtube, Bruno Negromonte apresenta em informais conversas os mais distintos temas musicais.

domingo, 31 de julho de 2016

HISTÓRIAS E ESTÓRIAS DA MPB

Conhecido internacionalmente, Tito foi gravado por alguns dos grandes nomes da MPB


Gostaria de aproveitar a coluna de hoje para dar continuidade a abordagem da biografia do cantor e compositor Tito Madi, artista que abordei recentemente aqui mesmo nesta coluna. Lembro-me que na coluna passada houve muito mais um desabafo de minha parte para o ostracismo dedicado a um artista do quilate do Tito do que qualquer outra informação relevante. Lembro-me que dentre as poucas informações biográficas que trouxe do artista, havia a sua ida para a então capital paulista afim de dar continuidade a sua vida profissional, uma vez que os altos falantes aos quais era responsável em sua terra natal já não o satisfazia. Para quem não sabe Tito pretendia ser professor e para isso concluiu o curso que o habilitava a tal profissão e pretendia tornar-se professor em Cornélio Procópio, uma cidade ao norte do Paraná. Ao sair de sua cidade natal afim de chegar à Cornélio Procópio acabou por parar na cidade paulista de Rancharia. Por casualidade o carro demorou mais tempo do que deveria na cidade, e nesse ínterim Tito decidiu-se, antes de ir para Cornélio, tentar a carreira radiofônica em São Paulo. Fato que ocorreu de modo exitoso e o propiciou estabelecer-se na capital paulista onde teve a oportunidade de dar os seus primeiros passos na carreira artística em um início que ocorreu de modo interessante. Nesta ida à São Paulo afim de dar início a carreira artística, Tito resolveu visitar alguns parentes e amigos em uma pensão. Chegando lá encontra um violão e começa a cantar e tocar com os amigos. A filha da dona da pensão, concertista de piano e parente do locutor Ribeiro filho sugere que Tito a acompanhe até a Rádio Tupi para quem sabe poder fazer um teste na emissora. Tito nem sequer titubeou e seguiu com a jovem para a oportuna tentativa que acabou acontecendo e o credenciando a trabalhar na emissora por intermédio de Ribeiro filho(seu primeiro padrinho dentro do rádio).

Já trabalhando na emissora de rádio paulista, Tito tem a oportunidade de desenvolver suas outras habilidades e resolve aventurar-se como cantor e compositor. Começou a compor sob a influência de alguns dos diversos nomes que ouvia nas ondas sonoras das emissoras de rádio, em especial a Nacional,  quando ainda morava no interior paulista; no entanto, o próprio Tito afirma que suas maiores influências foram sem dúvida os cantores e compositores Dick Farney e Lúcio Alves (assim como também Dorival Caymmi, fonte da qual bebeu para adornar as suas primeiras composições). Neste início vale registrar que a sua primeira composição gravada foi a canção "Eu e você", pelo conjunto vocal Os Quatro Amigos; já sua primeira interpretação registrada em disco se deu em 1954 acompanhado pelo trio Tupi quando juntos gravaram pela continental um 78 rpm composto por duas canções de sua autoria em parceria com George Henry: o samba-canção "Pirajuí" e o samba "Não diga não", esta última viria a se tornar um clássico do seu repertório anos depois. Com esse disco, foi eleito cantor revelação do ano. Ao longo dos anos de 1950 sedimentou a sua carreira como cantor e compositor a partir de composições como "Joguete de amor"(parceria sua com Henry e registrada pela cantora Leni Caldeira), "Não diga não" (gravada pela cantora Nora Ney), "Encontro no sábado" (valsa também em parceria com George Henry e gravada por Orlando Ribeiro na Odeon) entre outras. Dentre seus registros estão o samba-canção "Vem felicidade" e o samba "Canto do engraxate", ambas de sua autoria. Sem contar registros como a da toada "A saudade apertou" e a valsa "Senhorita", de sua autoria. Profícuo, a década de 1950 para Tito não só colocou-o no rol dos grandes compositores e intérpretes do cancioneiro nacional como também acabou por sedimentar seu nome como um dos gêneros mais representativos deste período: o samba-canção.

SR. BRASIL - ROLANDO BOLDRIN

HENRIQUE ANNES, 70 ANOS

Maestro, violonista e compositor, Henrique Annes segue uma trajetório bem calcada no repertório nordestino. Buscando referências no cancioneiro popular, ele compoe uma obra toda enraizada no passado regional e na tradição clássica. Como solista já atuou em sinfônicas e orquestras de câmara no exterior e aqui no Brasil. Professor no conservatório pernambucano de música e na universidade de Pernambuco, uma vivência caudalosa sempre margeada pelo conhecimento erudito e pela sabedoria popular.























Formação
Passarinho Gomes - percussão; Mozart Ramos - flauta transversal; Marisa Johnson - violoncelo; Marcos Silva Araújo - contrabaixo elétrico; Lúcio Sócrates - bandolim; Henrique Annes - violão; Adelmo Arcoverde - viola; Adalberto Cavalcante - bandolim

sábado, 30 de julho de 2016

PETISCOS DA MUSICARIA

GRANDES INSTRUMENTISTAS PERNAMBUCANOS (I) – HERALDO DO MONTE


Heraldo do Monte, do Quarteto Novo e de todos nós


Nas duas últimas semanas, revelei aqui toda a emoção do desbravar a vida e a obra de Amélia Brandão Ney, pianista e compositora, uma das mais importantes personalidades da MPB, do choro e da pesquisa da cultura popular que, embora nascida em Jaboatão-PE, não me havia sido ainda apresentada.

Tia Amélia era, antes de tudo, uma musicista, uma instrumentista. Portanto, somando-se a outros momentos em que aqui abordei histórias de vida e obra de nomes como João Pernambuco, Luperce Miranda, Rossini Ferreira, Jacaré do Cavaquinho e Quincas Laranjeiras, o que realizo aqui é uma continuidade de levantamentos já iniciados.

“O Ovo” – de Geraldo Vandré e Hermeto Pascoal, execução do ‘Quarteto Novo’ – gravado em 1967 – Reparem a viola:



Desta vez, porém, trago novo elenco de conterrâneos instrumentistas, tais como Novelli, Heraldo do Monte, Paulo Raphael, Robertinho do Recife, Ivinho, Naná e Erasto Vasconcelos, maestro Moacir Santos de uma safra, chamemos de vanguardista, Antônio Nóbrega, maestro Spock, tomemos como frutos diretos da cultura popular e sua completa tradução e, no viés erudito Marlos Nobre, para compor provisoriamente um quadro. Neste contexto, destaco músicos que pertenceram a grupos definitivos para o amalgama da música regional, como o Quinteto Armorial, o Quinteto Violado e a Banda de Pau e Corda, sem, contundo, abordá-los enquanto conjuntos.

Abro esta série falando de Heraldo do Monte, músico que, embora tenha completado 80 anos, agora em maio de 2015, não teve como tantos outros, merecidamente, a data registrada em eventos, homenagens, sequer um show que lembrasse sua tão rica e criativa carreira de guitarrista, violista, cavaquinhista e contrabaixista, além de ser arranjador e compositor. Esteve no Sesc, aqui em São Paulo, em abril, mas em show isolado.


Aírto Moreira, Hermeto Pascoal,Heraldo do Monte e Théo de Barros: único LP gravado, em 1967


Heraldo do Monte nasceu no Recife, em 1º de maio de 1935. Começou a tocar clarineta ainda no colégio. Usando os métodos da clarineta, aprendeu sozinho a tocar violão.

Começou também a tocar cavaquinho e viola caipira, comprando depois uma guitarra para começar a ganhar a vida, trabalhando nas casas noturnas do Recife. Algum tempo depois partiu para São Paulo, onde se empregou na TV Tupi, acompanhando os músicos que se apresentavam na emissora.

Em 1966, entrou para o então “Trio Novo”, que veio a se tornar o “Quarteto Novo”. Nele tocavam ninguém menos que outros brilhantes músicos: Théo de Barros (contrabaixo), Hermeto Pascoal (piano e flauta) e Airto Moreira (bateria e percussão).

Heraldo do Monte – Viola Nordestina – Festival Nacional de Viola – Palácio das Artes – Belo Horizonte-MG – dezembro de 2010:



Com elementos jazzísticos numa sonoridade fortemente brasileira (principalmente nordestina), introduziram traços inovadores à música instrumental brasileira.

O “Quarteto” foi responsável pelos arranjos e a apresentação das músicas “Ponteio” (Edu Lobo) e “Disparada” (Geraldo Vandré e Théo de Barros) em festivais da Record.

Convidado por Edu Lobo, o quarteto partiu para e Europa para sua primeira turnê internacional. Com a ida de Airto Moreira para os EUA, o quarteto se manteve por um curto período com o baterista Nenê.

Gravou três discos nos três anos seguintes, já ao fim do quarteto, de 1970 a 1972. Na mesma década, fez o álbum “O Violão de Heraldo do Monte”.

Só voltaria a gravar quase dez anos mais tarde, ao lado de Elomar, Paulo Moura e Arthur Moreira Lima, o disco “ConSertão”.

Nos anos 80, gravou ainda os discos: “Heraldo do Monte, Cordas Mágicas” e “Cordas Vivas”. Passada mais uma década gravou o CD “Viola Nordestina” (em 2004). Com direção musical de seu filho, o guitarrista Luís do Monte, fez o CD Guitarra Brasileira, com temas inéditos e compostos exclusivamente para o projeto. Nele, Heraldo criou um mosaico com os estilos brasileiros, separados por suas respectivas regiões.

Heraldo do Monte

Considerado por Joe Pass (norte-americano, um dos maiores nomes da guitarra de jazz) o melhor guitarrista do mundo, gravou ao lado de Elis Regina, Quinteto Violado, Michel Legrand, Zimbro Trio e outros, além de se apresentar em grandes festivais de música ao redor do mundo, como Montreux, Montreal e Cuba.


Semana que vem, tem mais instrumentistas..


Fontes:
e-jazz – Fernando Jardim/Wikipedia/Acervo pessoal

ANTÔNIO RAGO, 100 ANOS

Por Gilson Antunes




Antonio Rago foi não apenas um dos mais ativos e importantes violonistas da história da música brasileira, mas também um dos últimos representantes da era de ouro do rádio no Brasil, sendo um dos introdutores do violão elétrico no país e um dos inovadores do regional instrumental.

Rago foi também um dos poucos violonistas a escrever uma importante autobiografia, na qual narra quase um século de suas aventuras e desventuras no meio musical. Presenciou o violão solo paulista praticamente desde o início. Seu primeiro ídolo foi Américo Jacomino (Canhoto), que ouvia no rádio quando este ainda era vivo. Assim como Canhoto, Rago era filho de imigrantes italianos que vieram ao Brasil tentar a sorte no início do século 20.

Em 1924, com apenas 8 anos de idade, ouviu pela primeira vez um violão, tocado por um cunhado que estava vivendo temporariamente em sua residência – no tradicional bairro do Bixiga – por causa das revoltas políticas paulistas. A partir daí começou a estudar violão com o sapateiro e professor Rafael Fezza e nunca mais largou o instrumento. Estudou em seguida violão clássico com Edgar Mello, que conheceu na fábrica de violões Del Vecchio.

Logo começou a acompanhar cantores como Francisco Petrônio e outros instrumentistas, tocando na Rádio Educadora de Campinas. Graças ao convite de uma artista da Rádio Mayrink Veiga do Rio de Janeiro, foi até aquela cidade e travou contato com os principais artistas brasileiros daquela época, como Mario Reis, Ari Barroso, Ciro Monteiro, Mario Lago, Luperce Miranda, Tute, Pixinguinha, as irmãs Batista e as irmãs Miranda (Carmen e Aurora).

Em 5 de setembro de 1935, começou a dirigir um grupo regional da Rádio Cultura de São Paulo, tocando músicas como Abismo de Rosas (cuja partitura pode ser baixada neste portal), Marcha dos Marinheiros e La Cumparsita. No ano seguinte apresentou-se na Argentina com contrato de dois meses, conhecendo a futura primeira dama do país, Evita Perón. Ao voltar ao Brasil, foi convidado para tocar no grupo regional do violonista Armando Neves (Armandinho), chamado Regional da Record. Nessa época, a rádio recebia músicos do nível de Jacob do Bandolim, Isaura Garcia, Silvio Caldas e Mario Zan. Graças a esse conjunto, Rago pode se apresentar com o rei da voz daquela época, Francisco Alves.



Em 1937, foi contratado pela recém inaugurada Rádio Tupi, de Assis Chateaubriand, quando formou o Regional Tupi. Por essa época conheceu e se apresentou com outro grande músico brasileiro, o cantor Augusto Calheiros, apelidado de Patativa do Norte.

Em seguida, Rago começou a se apresentar com violão elétrico. Em vez de tocar com palheta, dedilhava à maneira de um violonista clássico, e assim continuou tocando esse instrumento, sendo que os contratos profissionais eram tantos que ele mesmo dizia não conseguir aceitar todos eles. Seu primeiro violão elétrico foi um violão normal adaptado com um captador, mas em seguida passaria a ganhar vários violões das três principais fábricas no Brasil: Giannini, Del Vecchio e Di Giorgio.

As primeiras das centenas de gravações de Rago se iniciaram – como diz o próprio violonista em sua autobiografia – são de 1938, acompanhando cantores com seu grupo regional.

Em 1940, organizou Rago e seu Music Hall, espetáculo que misturava música e teatro, com o violonista atuando também como ator.

Em 1942, gravou seus primeiros registros como solista – e não mais com o seu regional – com as músicas Velhos Tempos e Chorando. A partir daí, Rago deixou uma quantidade invejável de grandes clássicos da música brasileira, como Jamais te Esquecerei e Pelo Teu Amor. Ainda em 1942, foi um dos primeiros a inovar os grupos regionais com a introdução da guitarra elétrica e do acordeão.

No final da década de 1940, Rago e seu Regional musicaram um dos primeiros desenhos animados produzidos no Brasil, Cozinhando um Samba.Rago participou também da trilha sonora dos filmes Quase no Céu (de Oduvaldo Viana) e Terra é Sempre Terra, dirigido por Alberto Cavalcanti, nos Estúdios Vera Cruz.

Na década de 1950, fez uma turnê pelo Nordeste, tocando nas principais rádios e locais de Pernambuco, Paraíba, Ceará, Bahia e Rio Grande do Norte. Rago foi também um dos primeiros artistas a se apresentar na recém criada televisão, em 1952, ao lado de Hebe Camargo, Caçulinha e outros.

Em 1962 lançou o LP Recital de Violão, no qual apresentou duas músicas ao estilo clássico, Sonatina em Lá Menor e Flor Triana.

Entre os diversos prêmios que recebeu, destacam-se Os Melhores de 1944, o Prêmio IV Centenário de São Paulo, o Roquete Pinto (de 1950), Os Favoritos (de 1953, 1954 e 1955) e o Prêmio Sanyo dos Melhores do Rádio e Raízes (1980).

Antonio Rago teve maior sucesso no período de ouro do rádio no Brasil, até a década de 1980. Após esse período, continuou suas atividades em diversos shows e apresentações por diversas localidades brasileiras. Em 1976 voltou à Argentina para algumas apresentações. Até o final de sua vida, aos 91 anos de idade, quando morreu de pneumonia, possuía tantos compromissos como artista que era difícil encontrar espaço em sua agenda para marcar uma entrevista. Este violonista teve literalmente uma vida de quase um século dedicada ao violão.


Bibliografia
Rago, A Longa Caminhada de um Violão (Editora Iracema Ltda, s/d)


Discografia Selecionada
Violões: Projeto memória brasileira (1992)
Solos de violão (1986, 3M)
Rago (1978, Continental)
Especialmente para você (1974, Chantecler)
Recital de violão (1962, Continental)
Balada do teu passo/Vai com Deus (1960, Continental)
Passarinho, Passarinho / Índia morena (1958, Continental)
Boneca japonesa / Encantamento (1957, Continental)
Mi noches sin ti / Mambo na Glória (1956, Continental)
Amargurado / Castanholas (1956, Continental)
Santista / Lágrimas de amor (1955, Continental)
O barão na dança/Jerimum (1955, Continental)
O grande centenário / Folhinha (1954, Continental)
De braços abertos / Festa portuguesa (1954, Continental)
Dois bailarinos / Arrependida (1953, Continental)
Baião do Ceará / Na granja do Lacerda (1953, Continental)
Desespero / Gostozinho (1952, Continental)
Saudades de alguém / Despertar da montanha (1952, Continental)
Valsa do adeus / Voltarás a mim (1952, Continental)
Por toda a vida / Motivo cubano (1951, Continental)
História triste de uma praieira / Minha homenagem (1951,Continental)
Ni una palabra / Um guarda-chuva na sombra (1951, Continental)
Em tuas mãos / Grande amigo (1950, Continental)
Noite triste / Estranho (1950, Continental)
Dos almas / Pelo teu amor (1949, Continental)
Que importa.../ Delicioso (1948, Continental)
Jamais te esquecerei / Mentiroso (1947, Continental)
Extasiado / Sonhadora (1946, Continental)
Chorando / Velhos tempos (1942, Colúmbia)

"SÓ ESCREVO QUANDO TENHO VONTADE", DIZ HERMETO PASCOAL, AUTOR DE OITO MIL MÚSICAS



Com seu bocal de trompete, o compositor alagoano cria música e transforma tampa de privada em partitura 

Por Eduardo Tristão Girão



Rio de Janeiro – Hermeto Pascoal diz ter escrito cerca de oito mil músicas. Aos incrédulos que insistem em mínima premeditação para se chegar a esse volume de produção, o veterano responde: “Só escrevo na hora que me dá vontade, mas tenho vontade sem parar. Minha vontade é maravilhosa. Me dá vontade no avião, por exemplo, e já enchi essas revistas de bordo de música. Quando peço para alguém me comprar uma chaleira, não sei que música virá, mas já tenho a intuição para fazer a música para ela”.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

CANÇÕES DE XICO


HISTÓRIA DE MINHAS MÚSICAS – 32



OLINDA, HOLANDA

Esta música consta do meu mais recente CD – CANDEEIROS E NEONS, recém-lançado, e tem como curiosidade, além da voz de Toinho Alves no final, ter sido a última canção feita por aquele músico fundador do Quinteto Violado. Num clima de muita emoção fizemos o registro para o Forroboxote 9, com o Quinteto Violado sendo responsável pelo arranjo. O Disco em que a música se inclui é a ele dedicado como forma de admiração pelo trabalho e pela contribuição que ele deu à nossa Nordestinidade.

OLINDA, HOLANDA
Toinho Alves e Xico Bizerra

olinda, holanda, ó beleza que há
no nosso mar, que é um mar só
olinda, holanda, me encanta, fascina
o nosso céu, que é um céu só
que tanto faz ver um boi voador
ou ver as estrelas, e tê-las com amor
holanda de anas e de outras cunhãs
amsterdãs de ouros, castelos
olinda, tão linda, com seus amanhãs
afãs de carinhos, de sonhos tão belos
ó linda holanda, olhando olinda
ó linda olinda, olhando holanda
ó linda holanda, olhando olinda
ó linda olinda, olhando Holanda

ALMIR GUINETO, 70 ANOS

Por Chicco Brust


No dia 12 de julho de 1946, o samba brasileiro ganhava seu mais fiel e versátil representante. Nascia, no Morro do Salgueiro, capital carioca, Almir de Souza Serra, popularizado pela criativa alcunha de Almir Guineto. Criado em meio a músicos de primeira linha como Geraldo Babão, Antenor Gargalhada e muitos outros, Guineto cresceu influenciado pela veia sambista de seu pai, Iraci de Souza Serra, respeitado violonista e integrante do grupo Fina Flor do Samba, e de sua mãe, Nair de Souza Serra – a “Dona Fia”, costureira do Salgueiro e figura ancestral do samba.

Desde muito jovem, Almir já mostrava seu diferencial musical. Dono de uma voz inconfundível, única, rascante, o cantor, músico e compositor ingressou aos 16 anos no grupo Originais do Samba, fundado por seu irmão mais velho, Francisco de Souza Serra – o “Chiquinho”, onde tocou por dez anos. Sua primeira composição foi Bebedeira do Zé, gravada justamente pelos Originais. O “Rei do Pagode”, apelido que conquistaria na década de 1980, conduziu a bateria do Salgueiro por 15 anos e ao sair deixou o posto para seu irmão mais novo, o lendário “Mestre Louro”.

Destacado violonista – comparado a Baden Powel por Beth Carvalho – e cavaquinista, Guineto frustrava-se por ser pouco ouvido, nas rodas de pagode do bloco carnavalesco Cacique de Ramos, no final dos anos 70, em meio à alta sonoridade dos couros de tantãs e pandeiros da época. Foi aí que, acompanhado do músico e humorista Mussum, adaptou o banjo – instrumento utilizado na música country americana – ao samba. Cabe lembrar, inclusive, uma frase de Zeca Pagodinho: “Banjo no samba só existem dois: Almir Guineto e Arlindo Cruz”. Também é neste período que Guineto começa a se destacar, durante os pagodes, como versador imbatível, partideiro incontestável que, devido à sua criatividade e divisão de tempo na aplicação das rimas de improviso, ficaria conhecido como “Mestre do Partido-Alto”.



Apoiado por Beth Carvalho, Almir Guineto oficializou em 1980 a fundação do Grupo Fundo de Quintal, ao lado dos parceiros Neoci, Jorge Aragão, Sombrinha, Bira, Ubirany e Sereno. Após a gravação do disco “Samba é no Fundo de Quintal”, Almir deixaria o conjunto para cantar, a partir de 1981, em carreira solo. Neste ano, inclusive, Guineto conquistou o Prêmio MPB-Shell de música, sendo agraciado pelo partido “Mordomia”.

Ao longo da década de 80, Guineto destacou-se cada vez mais no cenário musical brasileiro como intérprete e compositor, sendo gravado, além de todos os grandes sambistas do país, por artistas como Elba Ramalho, Nelson Gonçalves, Elymar Santos e muitos outros. De lá para cá, Guineto coleciona 13 discos próprios e outras tantas participações em CDs e DVDs de nomes como Chico Buarque, Beth Carvalho e Martinho da Vila.

Guineto é um sambista completo. Como compositor, destaca-se por sua letra forte, de irreverência e divulgação do jongo, mas também de um romantismo sutil e envolvente, com letras que vão de uma contestação sarcástica à mais profunda poesia musicada. Como músico, Guineto mostra sua polivalência ao manusear com maestria uma infinidade de instrumentos de percussão e corda, mostrando um poder criativo único em suas mãos. O Almir Guineto intérprete é um versador intransponível, de divisão única, incomparável, com voz de quarta dose, de língua solta, com amplitude fabulosa e valente. A voz, enfim, partideira.

Acompanhado de sua banda, o Rei do Pagode faz shows por todo o Brasil e projeta o lançamento de seu DVD.



Discografia Oficial

O Suburbano (1981)
Faixas: 
01 - O suburbano (Aluizio Machado - Beto Sem Braço)
02 - Fiz o que pude (Geraldo Babão)
03 - Saco cheio (D. Fia - Marcos Antônio)
04 - E pois é (Almir Guinéto, Luvercy - Luiz Carlos)
05 - Tumulto no carnaval (Almir Guinéto - Beto Sem Braço)
06 - Sinhá Mandaçaia (Almir Guinéto - Luvercy)
07 - Mordomia (Ary do Cavaco - Gracinha)
08 - Gari padrão (Almir Guinéto - Diogo - Almir Baixinho)
09 - Mocotó com pimenta (Geraldo Babão - Zardino)
10 - Madalena cabrocha bonita (Martinho da Vila)
11 - Feiosa (Antônio, Juarez)
12 - Tudo acabou (Almir Guinéto - Di - Grupo - Luvercy)



A Chave do Perdão (1982)

Faixas: 
01 -  Não tenho ambição (Aritana)
02 - A chave do perdão (Paulinho Rezende - Everaldo Cruz)
03 - Mel de marimbondo (Djalminha - Beto Sem Braço)
04 - Até ver (Almir Guinéto - Luverci)
05 - Máfia da miçanga (Almir Guinéto - Luverci)
06 - À Luta, vai-vai! (Almir Guinéto - Luverci)
07 - De Lurdes (Almir Guinéto - Luverci)
08 - Orai por nós (Almir Guinéto - Luverci)
09 - Além da ilusão (Iracy Serra - Marquinho - Pedrinho da Flor)
10 - Faz de conta (Almir Guinéto - Luverci - Dedé)
11 - Manto real (Sombrinha - Ratinho)
12 - Quem lhe viu, quem lhe vê (Almir Guinéto - Arlindo Cruz)



Sorriso Novo (1985)

Faixas:
01 - Jibóia (Bombril - Vilani Silva)
02 -Rendição (Almir Guinéto - Capri - Adauto)
03 -O destino de Maria (Guará - Reinaldo Vilar - Jorginho)
04 -Murmúrio da cachoeira (Guará - Beto Sem Braço)
05 -Dalila, cadê Guará? (Almir Guinéto - Arlindo Cruz)
06 -Vida, vida (Almir Guinéto - Luverci Ernesto)
07 -Insensato destino (Maurício Lins - Chiquinho - Acyr Marques)
08 - A vaca (Ratinho - Zeca Pagodinho)
09 -Terezinha (Jorginho Saberás - Jaime Harmonia - Bonsucesso)
10 - Descendo o morro (Almir Guinéto - Gelcy do Cavaco - Pedrinho da Flor - Mestre Zeca)
11 - Passe bem (Almir Guinéto - Luverci Ernesto)
12 - Sorriso novo (Almir Guinéto - Capri - Adauto)



Almir Guineto (1986)

Faixas:
1 - Caxambu (Élcio do Pagode - Jorge Neguinho - Zé Lobo - Bidubi)
2 - Mel na boca (David Correia)
3 - Superman (Almir Guinéto - Adalto Magalha)
4 - Cenário (Almir Guinéto - Adalto Magalha - Capri)
5 - Quem me guia (Serginho Meriti - Beto Sem Braço)
6 - Lama nas ruas (Almir Guinéto - Zeca Pagodinho)
7 - Conselho (Adilson Bispo - Zé Roberto)
8 - Santo errado (Almir Guinéto - Adalto Magalha - Capri)
9 - Pra que tanta marra (Arlindo Cruz - Sombrinha - Acyr Marques)
10 - Flecha do cupido (Almir Guinéto - Beto Sem Braço - Guará da Empresa)
11 - Feito aguardente (Almir Guinéto - Adalto Magalha)
12 - Hoje (Almir Guinéto-  Luverci Ernesto)



Perfume de Champagne (1987)

Faixas:
01 - Folia de reis (Élcio do Pagode - Jorge Neguinho - Zé Lobo, Bidubi)
02 - Perfume de champanhe (Almir Guinéto - Vanilda Bazeth - Adalto Magalha)
03 - Acabou a miséria (Luizinho)
04 - Opção (Sereno - Noca da Portela)
05 - Bombaim (Almir Guinéto - Arlindo Cruz - Sombrinha)
06 - Surra de açoite (Almir Guinéto - Adalto Magalha)
07 - Mensagem (Adilson Bispo - Zé Roberto)
08 - Batendo na palma da mão (Almir Guinéto - Guará)
09 - Eterno companheiro (Almir Guinéto -  Adalto Magalha - Guará da Empresa)
10 - Coisas da roça (Almir Guinéto - Beto Sem Braço)
11 - Na certeza da paz (Sombra - Adilson Victor)
12 - Xexé (Almir Guinéto - Luverci Ernesto)




Olhos da Vida (1988)

Faixas:
01 - Tanta promessa (Marquinho PQD - Arlindo Cruz-  Franco)
02 - Meiguice descarada (David Correa - Ratinho)
03 - Abençalgueiro (Almir Guinéto - Nei Lopes)
04 - Azul do meu céu (Almir Guinéto - Adalto Magalha)
05 - Laços do desamor (Sombra - Marquinho PQD)
06 - Cristo traído (Almir Guinéto - Adalto Magalha - Carlos Senna)
07 - Desavença (Almir Guinéto-  Adalto Magalha - Guará da Empresa)
08 - A natureza chora (Sombrinha-  Adilson Victor)
09 - Onde o sol se perfuma (Adilson Gavião - Almir Guinéto - Adalto Magalha)
10 - Momentos de prazer (Adilson Gavião - Almir Guinéto - Adalto Magalha)
11 - Caso sério (A melô do X-9) (Almir Guinéto - Arlindo Cruz-  Beto Sem Braço)
12 - Melhores momentos (Almir Guinéto - Adalto Magalha)




Jeito de Amar (1989)

Faixas:
01 - Lado a lado (Sereno - Noca da Portela)
02 - Negra negrita (Roque Ferreira - João Rios)
03 - Chantagem (Adilson Bispo - Zé Roberto)
04 - Trabalho gigante (Almir Guinéto - Adalto Magalha - Carlos Senna)
05 - Dura missão (Almir Guinéto - Carlinhos Russo - Adalto Magalha - Lauriano - Zezinho do Vale) 
06 - Despertei (Almir Guinéto - Ivan Paulo - Adilson Santos)
07 - Barquinho branco (David Correia)
08 - Lindo requebrado (Almir Guinéto - Adalto Magalha - Carlos Senna - Beto Sem Braço)
09 - Mãe natureza (Almir Guinéto - Adalto Magalha)
10 - Lugar ao sol (Almir Guinéto - Arlindo Cruz - Adalto Magalha)
11 - Grande herói (Almir Guinéto - Chico Serra - Adalto Magalha-  Guará da Empresa)
12 - Jeito de amar (Almir Guinéto - Adalto Magalha)



De Bem com a Vida (1991)
Faixas:
01 - Motivo (Almir Guinéto - Laureano)
02 - Não sei porque (Almir Guinéto - Cesar do Pandeiro - Chiquinho Serra - Guilherme - Neguinho Poeta)
03 - O que passou (Almir Guinéto - Vicente Matos)
04 - Tantos amores (Almir Guinéto - Luverci Ernesto)
05 - Mulher, sempre mulher (Almir Guinéto - Carlos Sena - Laureano)
06 - Almas e corações (Almir Guinéto - Luverci Ernesto)
07 - Última folia (Carvalho - Zapatta)
08 - Sabor de jiló (Almir Guinéto - Carlos Sena)
09 - Salgueiro, divina magia (Almir Guinéto - Carlos Sena)
10 - Vovó rezadeira (Almir Guinéto - Carlos Sena)
11 - Saudade do poeta (Almir Guinéto - João Nogueira)
12 - Desencanto de cantar (Almir Guinéto - Carlos Sena - Luiz Carlos da Vila)



Pele de Chocolate (1993)

Faixas:
01 - Dona Maria aperta . Dona Maria torceu . Mulher que não tem marido . Meu pai, minha mãe . Na beira do cais . Feliz do homem que tem uma grande mulher . Dona Joaquina . Coroné endoidou . Enquanto todo mundo dorme . Não vou mais te dar colher . Comi um negócio gostoso . Alegria geral (Antônio de Paula e Murilão do Salgueiro - Miguelão do Salgueiro - Murilão do Salgueiro - Murilão do Salgueiro - Murilão do Salgueiro - Almir Guinéto, Miguel Senna e Otacílio - Juarez da Boca do Mato - Almir Guinéto e Simões PQD - Tião Fuleiro e Wilsom Macaco - Tetéu - Miguelão do Salgueiro - Miguelão do Salgueiro)
02 - É melhor você parar (Almir Guinéto - Dona Fia - Luis Carlos Xuxu)
03 - Arte e ofício (Almir Guinéto -e Laureano)
04 - Tambores de Trinidad (Almir Guinéto - Dona Fia - Geovana)
05 - Força de Golias (Carlos Sena - Laureano - Luiz Carlos da Vila)
06 - Pele de chocolate (Almir Guinéto - Barbeirinho do Jacarezinho - Giba)
07 - Por que querer voltar (Almir Guinéto - Laureano)
08 - Subir sem cantar (Almir Guinéto - Dona Fia - Luis Carlos Xuxu)
09 Toca sanfoneiro (Almir Guinéto - Beto Sem Braço - Carlos Sena)
10 - Coração sangrando chora (Almir Guinéto - Cleidy Barros - Jalmir - Sidney - Tamba)
11 - Brinquedo sério (Almir Guinéto - Carlos Sena - Simões PQD)



Acima de Deus, só Deus (1995)

Faixas:
01 - Só sei que te amo (André Renato - Sereno)
02 - Não fique assim (Almir Guinéto - Arlindo Cruz - Carlos Senna)
03 - Acima de Deus (Tânia Ferreira - Almir Guinéto - Mazinho Xerife - Carlos Senna)
04 - Coroné endoidou (Almir Guinéto - Simões PQD)
05 - Já era (Almir Guinéto - Simões PQD - Dona Fia - Carlos Senna)
06 - D.J. (Almir Guinéto - Vanessa)
07 - Pranto que chorei (Alcyr Marques - Arlindo Cruz - Franco)
08 - Mulher de malandro (Almir Guinéto - J. Laureano - Marcos Diniz-  Passarinho)
09 - Falador se dá mal (Zeca Pagodinho - Dudu Nobre)
10 - Palavras (Almir Guinéto - Mazinho Xerife - Carlos Senna)
11 - Diz que foi engano (Almir Guinéto - Dona Fia)



Pés (1997)

Faixas:
01 - Brilho no olhar (Almir Guinéto - Celso Leão - Daniel Brasileiro)
02 - Cacos (David Correia)
03 - Sedução (Almir Guinéto, Mazinho Xerife - Dona Fia - Sidnei Serra)
04 - Eterno apaixonado (Almir Guinéto - Mazinho Xerife)
05 - Dupla personalidade (Almir Guinéto - Luverci Ernesto)
06 - Chico (Otacílio  -Ari do Cavaco)
07 - Pés (Almir Guinéto - Lucerci Ernesto)
08 - Malandros aposentados (Almir Guinéto, Luverci Ernesto - Mi Barros - Mazinho Xerife)
09 - Teresa (Almir Guinéto - Luverci Ernesto - Mi Barros)
10 - Prejuízo (Luiz Grande - Marquinhos Diniz - Barberinho do Jacarezinho)
11 - Ela na janela (Almir Guinéto - Adilson - Rubens F. Alves)
12 - Menino da roça (Simões PQD - Carlinhos do Cavaco)


Almir Guineto (1999)

Faixas:
01 - Caxambu (Élcio do Pagode - Jorge Neguinho - Zé Lobo - Bidubi do Tuiti)
02 - Jibóia (Velani Silva “Bombril”)
03 - Mel na boca (David Correia)
04 - Pra não deixar morrer um grande amor (Almir Guinéto - Celso Leão - Passarinho)
05 - Donzela-flor (Almir Guinéto - Luverci Ernesto)
06 - Terreirão (David Correia - Jorge Macedo)
07 - Conselho (Adilson Bispo - Zé Roberto)
08 - Rei por um dia (Moisés Santiago - Carlos Caetano)
09 - Pedi ao céu (Almir Guinéto - Luverci Ernesto)
10 - Lama nas ruas (Almir Guinéto - Zeca Pagodinho)
11 - Mais duro que um coco (Almir Guinéto - J. Laureano - Luverci Ernesto - Julio Menino)
12 - Saco cheio (Marcos Antônio - Dona Fia)
13 - Lábios (Almir Guinéto - Luverci Ernesto)
14 - Insensato destino (Maurício Lins -  Chiquinho - Acyr Marques)


Todos os Pagodes (2001)

Faixas:
01 - Saco cheio (Dona Fia e Marcos Antonio)
02 - Pra não deixar morrer um grande amor (Almir Guinéto, Celso Leão e Passarinho) 
03 - Mãos (Almir Guinéto, Carlos Sena e Simões PQD)
04 - Chantagem (Adilson Bispo e Zé Roberto)
05 - Perfume de champagne (Adalto Magalha e Almir Guinéto)
06 - Boteco da esquina (Almir Guinéto, Cris Salgado e Pêo) 
07 - Nos laços (Almir Guinéto e Gilson de Souza)
08 - Boca sem dente / Tanta promessa / Santo errado / Caxambu
(Almir Guinéto e Geocy do Cavaco / Arlindo Cruz, Franco e Marquinho PQD / Adalto Magalha, Almir Guinéto e Capri / Bidubi, Elcio do Pagode, Jorge Neguinho e Zé Lobo)
09 - Você deixou marcas (Almir Guinéto - Gilson de Souza)
10 - Orai por nós (Almir Guinéto - Luverci Ernesto)
11 - Insensato destino / Conselho / Meiguice descarada / Mel na boca
(Acyr Marques, Chiquinho - Maurício Lins - Adilson Bispo - Zé Roberto - Ratinho - David Corrêa - David Corrêa)
12 Todos os pagodes (Almir Guinéto)


13 - Força que embala (Almir Guinéto e Fernando Boêmio)


Cartão de Visita (2012)

Faixas:
01 - Mãe Iemanjá (Almir Guineto - Babalu)
02 - Tá Tudo Mudado (Almir Guineto - Adalto Magalha - Dudu Nobre)
03 - Tambor (Almir Guineto - Adalto Magalha - Daniel de Oliveira)
04 - Cartão de Visita (Almir Guineto - Adalto Magalha)
05 - Desabafo (Brasil - Gilson Bernini - Fernando Magaça)
06 - Dom do Criador (Adalto Magalha - Marquinhos PQD - Zé Roberto - Pedrinho da Flor - Mauro Diniz)
07 - É Você (Almir Guineto - Adalto Magalha)
08 - Outra Oportunidade (Almir Guineto - Adalto Magalha - Daniel de Oliveira)
09 - Partideiro Caseiro (Arlindo Cruz - Zeca Pagodinho)
10 - Paixão Falida (Almir Guineto - Adalto Magalha -Evair Rabelo)
11 - Sou Eu (Almir Guineto - Adalto Magalha)
12 - Homenagem ao Mestre Neoci (Almir Guineto - Adalto Magalha)




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