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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

MÁRIO LAGO, 100 ANOS

Ao longo deste mês o compositor, radialista, letrista, ator e advogado Mário Lago, que faleceu em 2002, completaria um século de existência.

Por Roberto Lessa*


"Com o desaparecimento do mestre da cultura popular brasileira Mário Lago, perde o Brasil um dos seus últimos intelectuais em franca atividade. No Brasil da submissão cultural e da subversão dos valores fundamentais que deveriam nortear os principais interesses dos cidadãos, a perda de um ativista, advogado, poeta, ator (tragicômico), jornalista e defensor ferrenho de seus ideais, é algo que nos parece insubstituível.

Não choram somente amélias e auroras que habitam todos os quadrantes do Brasil, mas também choramos nós, cultores da arte e do belo, que conhecemos a extensão deste tipo de perda!

A precariedade da educação no Brasil, assim como o sucateamento de valores morais e éticos, em nome de uma “modernidade” que só existe na cabeça dos imbecis (veja-se o enorme contingente de “astros” que emporcalham a televisão brasileira), torna simplesmente impossível a reposição de peças preciosas como Carlos Drummond de Andrade, Tom Jobim e Mário Lago. Jamais o Brasil terá novamente homens daquela estatura!

Não perdemos apenas Lago, perdemos um grande oceano! Noventa anos é muito pouco tempo de sobrevivência para um tão grande oceano de intenções e de idéias. Ele foi criticado por ser comunista e também chamado de machista (por causa de sua Amélia).
Contudo, aqueles que o criticaram são os mesmos que até hoje criticam tudo quanto não conhecem e não fazem nenhum esforço para conhecer com maior profundidade. São aqueles que sempre ouvem o cantar do galo, mas não fazem a menor idéia de onde ele esteja...

Vá, Mário Lago! Vá misturar suas águas com as águas de outros oceanos. Pena que o Brasil continuará amargando sua seca.
Vá, Mario! Aproveite e reze para que um dia as auroras do Brasil sejam mais sinceras e que as amélias brasileiras não achem mais bonito não ter o que comer..."




Biografia

Natural do Rio de Janeiro, nasceu na Rua do Resende, nº 150, no bairro da Lapa. Filho único do maestro Antônio Lago e de Maria Vicencia Croccia Lago, filha de uma imigrante da região da Calábria (Itália), d. Maria. Seus avôs, tanto o materno, Giuseppe Croccia, quanto o paterno, José Lago, eram músicos. Seu avô materno teve grande influência na sua trajetória artística. Costumava levá-lo pelas ruas da cidade e às reuniões da maçonaria, fato que irá influenciar de forma definitiva as idéias do neto na juventude. Freqüentava, também com o avô, os chopes da Lapa, onde ficou conhecendo a vida cultural da época.

O ambiente musical sempre o seduziu, e muitas vezes se encontrava com seu pai em seus locais de trabalho, principalmente nas salas de espera dos cinemas da época, como o Cine Odeon. Apesar de viver da música, o pai nunca o incentivou a seguir a vida artística da mesma maneira que ele, pois sabia as dificuldades que enfrentaria: uma vida de altos e baixos. Queriam, sim, ele e sua mãe, que seguisse um caminho mais requintado: a boa música. Estudou piano desde os 7 anos com Lucília Villa-Lobos, pois os pais o queriam concertista. Porém, aos 13 anos, depois de assistir a um concerto de Arthur Rubinstein no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, decidiu abandonar o projeto de ser pianista. Concluiu que teria de abdicar de muita coisa para atingir o nível daquele intérprete. A partir daí passaria a inclinar-se para o samba e para a vida boêmia. Declararia certa vez: "A Lapa foi o chão de todos os meus passos. Na busca de caminhos e no encontro de atalhos... Conheci-a em muitas realidades e em diversos tempos".

Estudou no Colégio Pedro II entre os anos de 1923 e 1926 onde participou, como líder, de uma greve e concluiu o ginasial no Curso Superior Preparatório. Com 15 anos publicou o primeiro poema, "Revelação", na revista "Fon fon". Formou-se em Direito em 1933, por insistência familiar, mas só exerceu a profissão durante três meses. Chegou a trabalhar como funcionário da Seção de Estatísticas Socias e Culturais do Departamento de Estatísticas do Rio de Janeiro, de 1938 a 1940. Nesse ano foi nomeado membro do Conselho do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mas não tomou posse. Sua trajetória de vida sempre foi traçada pela intensa militância política. Fez parte dos quadros do Partido Comunista Brasileiro por 50 anos como o Companheiro Pádua, fato que lhe rendeu represálias nos tempos da ditadura Vargas e da ditadura militar, incluindo algumas prisões.

Casou-se em 1947 com Zeli, filha do dirigente comunista Henrique Cordeiro, com quem teve cinco filhos: Mariozinho, Graça; Vanda; Antônio Henrique e Kakalo.

Em 1964, foi um dos primeiros nomes a encabeçar a famosa lista de inimigos do regime militar, sendo até cassado, com outros companheiros, de suas funções na Rádio Nacional. Em 1998, atuou como âncora dos programas eleitorais do candidato do PT Luís Inácio Lula da Silva á presidência da República.

Faleceu em casa conforme seu pedido, aos 90 anos, de falência múltipla dos órgãos. Para seu velório foi aberto o palco do Teatro João Caetano onde vivera importantes momentos como ator. Até o fim da vida manteve intensa atividade política e mesmo doente chegou a se engajar na campanha presidencial apoiando o então candidato Luís Inácio Lula da Silva do PT, partido ao qual havia se ligado desde 1989.

Em dificuldades financeiras devido ao baixo valor de sua aposentadoria especial, teve ajuda dos amigos e admiradores que organizaram o "Movimento Viva Mário Lago" para uxiliar os filhos no custeio das despesas hospitalares.


Dados artísticos

Ainda cursando a faculdade de Direito, começou a escrever, em parceria com Álvaro Pinto, duas revistas para o teatro: "Figa de Guiné" e "Grande estréia". Em 1935, teve sua primeira composição gravada a marcha "Menina eu sei de uma coisa", com Custódio Mesquita, inspirada numa socialaite que estaria atuando como garota de programa no Hotel Glória. A música foi gravada por Mário Reis. Pouco mais de um mês depois, a marcha "Podia ser melhor", também com Custódio Mesquita, foi lançada na Odeon por Aurora Miranda. Escreveu com Custódio Mesquita a peça "Sambista da Cinelândia", que foi encenada na Casa de Caboclo, de Duque, em 1936. Era a primeira vez que a temática do samba aparecia em uma revista de costumes. Para a peça, compôs alguns números musicais com Custódio Mesquita entre os quais o samba "Sambista da Cinelândia", gravado por Carmen Miranda. Nesse ano, teve a marcha "É noite", em parceria com Custódio Mesquita, gravada Aurora Miranda pela Odeon. Em 1937, estreou no Teatro Recreio a revista "Rumo ao Catete", em parceria com Custódio Mesquita. Um dos números musicais da peça, o fox "Nada além", tornou-se sucesso nacional na voz de Orlando Silva, que a gravou em 1938 pela Victor. Nesse ano, seu samba "Covardia", com Ataulfo Alves, foi gravado por Nuno Roland na Odeon. Também na Odeon, Almirante gravou o samba "Você pensa", com Roberto Martins, e na Victor, Sílvio Caldas lançou o samba "Na mão direita", com Nássara.



Em 1939, Francisco Alves gravou o samba "Que tem você", com Roberto Martins; Almirante a marcha "O que é que me acontecia", com Benedito Lacerda, e o samba "Não quero chorar", com Roberto Martins, na Odeon. Nesse ano, fez sucesso com o fox "Dá-me tuas mãos", com Roberto Martins, gravado por Orlando Silva que registrou também a valsa "Número um", com Benedito Lacerda. Ainda nesse ano, o fox "Dá-me tuas mãos" foi regravado por Laurindo de Almeida e Garoto.

Em 1940, teve o fox-trot "O homem mais feliz do mundo" e a valsa "Devolve" gravadas por Carlos Galhardo , sendo que a valsa "Devolve" tornou-se outro sucesso.

Em 1941, sua marcha de carnaval "Aurora" fez grande sucesso com a dupla Joel e Gaúcho que a gravou na Columbia. Essa marcha havia sido composta um ano antes, em parceria com Roberto Roberti. Carmen Miranda a incluiu em seu repertório, divulgando-a nos Estados Unidos, onde teve 17 gravações. A marcha fez tanto sucesso, que recebeu letra em inglês, com versão gravada pelas Andrew Sisters também em 1941 em número incluído no filme "Segure o Fantasma", da dupla Abbot & Costello. Nesse ano, Orlando Silva gravou o choro "Mentirosa", com Custódio Mesquita; Carlos Galhardo a valsa "Não quero saber", e Francisco Alves a marcha-rancho "Numa noite assim"; com Alberto Ribeiro; os Anjos do Inferno o samba "Ela mandou me avisar", com Rubens Soares; Rosina Pagã o choro "Tabuleiro de ilusão", com Roberto Martins; Isaura Garcia o choro "Chega de tanto amor"; Arnaldo Amaral a marcha "Eu quero ver é a pé", com Roberto Roberti, e Carlolina Cardoso de Menezes regravou ao piano a marcha "Aurora", em ritmo de fox.

Em 1942, lançou um de seus maiores sucessos, o samba "Ai que saudades da Amélia", composta em parceria com Ataulfo Alves. Para divulgá-lo, recorreu a uma dupla famosa de disc-jóqueis da época - Júlio Lousada e Xavier - que em 24 horas tornaram a música um sucesso em toda a cidade do Rio de Janeiro. Gravado pelo próprio Ataulfo Alves e suas pastoras na Odeon, esse samba acabou criando uma neologismo da língua portuguesa: amélia, que figura como verbete do dicionário de Aurélio Buarque de Holanda, significando mulher paciente, submissa, escravizada. A personagem que inspirou o samba existiu e foi lavadeira da família de Aracy de Almeida. A idéia do samba surgiu em uma brincadeira do irmão de Aracy, o Almeidinha, que costumava dizer: "Qual nada. Amélia é que era mulher de verdade...". O samba foi aclamado vencedor do carnaval de 1942, no campo do Fluminense, juntamente com outro samba, "Praça Onze", de Herivelto Martins e Grande Otelo. Foi também em 1942 que estreou como ator no teatro na peça "O Sábio", da Companhia de Joraci Camargo. Nesse ano, seu fox "Mais um minuto apenas", com Newton Teixeira, foi gravado na Victor por João Petra de Barros. Teve ainda a valsa "A mulher que eu tanto adoro", parceria com o russo Georges Moran gravada por Carlos Galhardo, também na Victor.

Em 1943, Déo gravou na Columbia o samba "Talvez digam que é vaidade", com Nássara. Em dezembro desse ano, teve o samba "Atire a primeira pedra", com

Ataulfo Alves, lançada por Orlando Silva para o carnaval do ano seguinte, quando obteria grande sucesso. Este samba foi cantado por Emilinha Borba no filme "Tristezas não pagam dívidas" e, segundo o autor, o responsável pelo único pileque da vida de Ataulfo Alves. Ao chegar no Café Nice depois de constatar o sucesso do samba, encontrou o parceiro 'meio alto', que foi logo lhe dizendo: "Parceiro, estamos outra vez na boca do povo...". Em 1944, começou a trabalhar como radialista na Rádio Pan-Americana de São Paulo. Em 1945, seu samba "Cuidado com o andor", com Marino Pinto, foi gravado pelo grupo Anjos do Inferno. Nesse ano, ingressou na Rádio Nacional do Rio de Janeiro nela permanecendo por três anos.

Em 1946, obteve êxito com o samba-canção "Fracasso", gravado por Francisco Alves. Ainda nesse ano, Luiz Gonzaga gravou apenas de forma instrumental as valsas "Devolve" e "Não quero saber". Teve também o samba "Para que mais felicidade", com Ataulfo Alves, gravado por Ataulfo Alves e Suas Pastoras; o samba "Não me olhe assim", com Erasmo Silva, lançado por Nelson Gonçalves; o samba "Deixa falar", com Roberto Martins, gravado por Linda Batista, e o fox-trot "Incerteza", por Carlos Galhardo, todos na Victor. E os sambas "E ela não voltou" e "Destino traçado", com Erasmo Silva, além do fox "Ave Maria" gravados na Continental po Sílvio Caldas. No ano seguinte, novo êxito, com o samba "Gilda", em parceria com Erasmo Silva, gravado por Sílvio Caldas. Em 1948, passou a atuar na Rádio Mayrink Veiga e no ano seguinte, na Rádio Bandeirantes de São Paulo.

Em 1950, o samba "Um gesto...uma frase", com Roberto Martins, foi gravado por Carlos Galhardo e o samba "Que mulher infernal", com José Batista, pelos Anjos do Inferno. Nesse ano, retornou para a Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Foi também responsável por muitos programas e novelas, tais como "Lendas do Mundo", "Romance Kolynos" e a novela "Presídio de mulheres". Em 1951, foi o produtor do programa "Dr. Infezulino". Em outro programa produzido por ele, "Largo da Harmonia", criou um personagem muito popular na época, o 'Jacó de uma palavra só'.

Ainda em 1951, teve o samba "Todo mundo me condena", gravado por Fernando Barreto na Odeon. Nesse ano, uma inédita parceria sua com o pai Antônio Lago, então já falecido, o samba "Não tenha pena morena", foi gravada por Jorge Goulart na Continental. No ano seguinte, seu samba "Covarde", com Valdemar de Abreu, o Dunga, foi gravado na Continental por Ruy Rey e Sua Orquestra, e o samba "Adeus orgia", com Roberto Martins, foi lançado na mesma gravadora por Carmélia Alves.



Em 1953, novo sucesso com "É tão gostoso seu moço", um samba-choro em parceria com Chocolate, gravado por Nora Ney. Fez nesse ano com Getúlio Macedo a valsa "Tanta mentira" gravada por Carlos Galhardo. Embora seu repertório se constituísse principalmente de sambas, marchas e fox-canção, não deixou de entrar na moda do baião e em 1953 compôs com Chocolate o baião "Bobagem gostosa", gravado por Ivon Curi na RCA Victor. Ainda nesse ano, atuou no filme "Balança, mas não cai", de Paulo Vanderlei. No ano seguinte teve êxito com o samba-canção "Rua sem sol", em parceria com Henrique Gandelman, tema principal do filme homônimo dirigido por Alex Viany, gravado por Ângela Maria. Ainda em 1954, fez com Chocolate o samba-canção "Eu sei que você não presta", gravado por Vera Lúcia na Odeon, além do também samba-canção "Coitado dele" gravado por Jorge Goulart na Continental. Também nesse ano, o samba "Ai que saudades da Amélia", foi regravado ao piano por Carolina Cardoso de Menezes. Nesse ano, começou a atuar na TV no programa "Câmera-Um", da TV Rio.

Em 1955, teve a "Canção pra broto se espreguiçar" gravada por Dircinha Batista. No ano seguinte, Cauby Peixoto regravou com sucesso o fox "Nada além". Em 1958, teve a música "Obrigado por tudo" , com Bruno Marnet, gravada por Carlos Galhardo no LP "Carrossel de melodias", da RCA Victor. Uma de suas últimas composições foi o samba "Três sorrisos", com Chocolate, gravado por Peri Ribeiro em 1962.

Foi contratado em 1966, como ator, pela TV Globo, onde atuou em dezenas de novelas: "Cuca legal", "Pecado capital", "O casarão", "Brilhante", entre outras. Sua estréia como ator de telenovelas foi em "O sheik de Agadir". Em 1967, participou do filme "Terra em transe", de Glauber Rocha. Em 1973, sua valsa "Será" foi regravada por Carlos Galhardo no LP "E o destino desfolhou" lançado pela Odeon. Nesse ano, participou do filme "São Bernardo", de Leon Hiszman. Em 1975 publicou "Chico Nunes de Alagoas", obra de pesquisa folclórica pela Editora Civilização Brasileira. Publicou, em 1976, o livro "Na rolança do tempo", pela Editora Civilização Brasileira e, no ano seguinte, "Bagaço de beira-estrada", pela mesma editora. Em 1978, gravou o LP "Retrato", lançado pela gravadora Continental com 16 músicas, entre as quais "Gilda" e "Leva meu coração", com contracapa do radialista Paulo Tapajós.

Em 1986 publicou o livro "Meia porção de sarapatel" pela Editora Rebento. Em 1991, recebeu homenagem pelos seus 80 anos, quando a família publicou "Segredos de família". Nesse ano, sua obra foi revisitada no disco "Nada além" lançado pela Som Livre com uma mescla de antigas e novas composições suas nas vozes de Gal Costa; Paulinho da Viola; Alcione; Nelson Gonçalves; Zeca Pagodinho; D. Ivone Lara; Elton Medeiros; Mestre Marçal; Ney Matogrosso; Eduardo Dussek; Raphael Rabello e Sandra de Sá, entre outros. Em 1997, apresentou algumas composições inéditas no espetáculo "Causos e canções de Mário Lago". Nesse ano, teve publicada sua biografia, "Mário Lago - boêmia e política", escrita por Mônica Veloso, pela Editora Fundação Getúlio Vargas. No mesmo ano o compositor Gilberto Gil o homenageou com a música "O mar e o lago", cuja letra foi escrita em 1985. Ainda em 1997, seu filho Mário Lago Filho, dirigiu o espetáculo "Causos e canções de Mário Lago", no Teatro Café Pequeno, no Rio de Janeiro, onde o próprio pai apresentava suas histórias, com músicas cantadas por Chamom. O espetáculo foi montado em várias cidades brasileiras.



Em 2001, seu livro de memórias "Reminiscências do sol quadrado", originalmente publicado pela editora Civilização Brasileira, foi relançado. Nele, o compositor e ator conta como foram os três meses que passou na cadeia após o golpe de 1964. Em janeiro de 2002, recebeu em sua casa a Medalha do Mérito Legislativo, homenagem da Câmara dos Deputados pelos seus 90 anos completados em novembro de 2001. Poucos dias depois, em entrevista ao Jornal do Brasil, afirmou ter feito um acordo com o tempo:"Nem ele me persegue nem eu fujo dele", disse. Ainda em 2002, anunciou estar escrevendo um novo livro de memórias: "Meus tempos de moleque" do qual chegou a redigir 200 páginas. Seu último trabalho foi uma participação especial na novela "O clone", da TV Globo.Também nesse ano, o selo Revivendo lançou em sua homenagem o CD "Mário Lago 90", com 21 consagradas composições suas nas vozes de Orlando Silva, Carmen Miranda, Francisco Alves, Sílvio Caldas, Luiz Barbosa, Aurora Miranda e outros. Estão presentes no disco clássicos como Ai que saudades da Amélia", com Ataulfo Alves; "Aurora", com Roberto Roberti; "Número um", com Benedito Lacerda; "Se essa rua fosse minha", com Roberto Martins; "Seja feliz!...", com Custódio Mesquita; "Sambista da Cinelândia" e "Mentirosa", com Custódio Mesquita, além de "Fracasso", "Devolve"; "Pensa um minuto em mim" e "Como é que ficou o céu", apenas de sua autoria.

Teve músicas registradas por grandes intérpretes da música popular brasileira, tais como Lúcio Alves, Peri Ribeiro, Elizeth Cardoso, Carmélia Alves, Jorge Goulart, Gilberto Alves, Nélson Gonçalves, Linda Batista e muitos outros que gravaram cerca de 140 de suas composições. Como ator atuou em mais de 100 filmes, novelas e minisséries. Sobre ele assim escreveu a pesquisadora Mônica Velloso e autora do livro sobre o compositor: "Mário é uma síntese da história da mídia neste século. Começou no teatro de revista, fez rádio, cinema e depois ingressou na TV." Numa de suas entrevistas disse: "Mantenho-me jovem porque sou comunista. O comunismo sempre foi a juventude do mundo". Em 2006, foi homenageado no espetáculo "Ai, que saudade do Lago! - Um olhar sobre a vida e a obra de Mário Lago", com texto de Marcos França e direção de Joana Lebreiro, e com as participações dos atores Marcos França, Claudia Ventura e Alexandre. O musical apresentado no Centro Cultural dos Correios no Rio de Janeiro recriou a vida e a obra do compositor revisitando seu legado musical.

Tudo isso foi motivo para o lançamento no último dia 18 de julho, do projeto Mario Lago – Homem do século XX, para comemorar o centenário artista. O local da apresentação não poderia ser mais apropriado: a sede do Cordão da Bola Preta, o tradicional bloco carnavalesco do Rio.

As ações em comemoração a esse centenário acontecerá tanto este ano como em 2012, como anunciado por Mario Lago Filho, serão lançados dois CDs, sendo um apenas de marchinhas, o Folias do Lago, um site – www.mariolago.com.br – no dia 1º de agosto –, um documentário em 2012, livros e textos autobiográficos.

O Arquivo Nacional, que recebeu em 2002 todo o acervo de Mario Lago, fará uma exposição virtual, que depois poderá ser vista no local. Em setembro deste ano, a ECT lançará um selo comemorativo e a Casa da Moeda uma medalha em homenagem ao ator.



No site, o público poderá encontrar a história do artista, com biografia, cronologia, álbum de fotos e registros antigos (incluindo, partituras, correspondências e trechos de filmes, radionovelas e telenovelas). Haverá também registros fonográficos, uma série de shows (“Nas águas do Lago”), e a produção e exibição da peça teatral inédita, “Foru Quatru Tiradente na Conjuração Baiana”- um musical-histórico escrito por Mário Lago nos anos 70, imediatamente proibido pela Censura.

Ao final do evento, foi apresentada uma música inédita feita por Mario Lago, a única em parceria com o compositor Braguinha, “Meu Rio, Meu Vício”, uma bela canção que enaltece a capital carioca, entre outras famosas canções de sua autoria.

O projeto conta com as parcerias da Petrobrás, do Governo do Estado do Rio de Janeiro, da Prefeitura do Rio de Janeiro, do Arquivo Nacional e da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

Suas atuações na teledramaturgia (Em ordem cronológica decrescente):
2001 - O Clone - Dr. Molina (participação especial)
2000 - Brava Gente - Eleutério
1992/1999 - Você Decide (12 episódios)
1999 - Força de um Desejo - Teodoro
1998 - Pecado Capital - Amatto
1998 - Torre de Babel - Padre (participação especial)
1998 - Hilda Furacão - Olavo
1996 - O Fim do Mundo - Frei Luiz
1996 - Quem É Você?
1995 - Explode Coração
1995 - Engraçadinha, seus amores e seus pecados - Osmar
1994 - Quatro por Quatro - Henrique Pessoa
1993 - Agosto - Aniceto
1992 - De Corpo e Alma - Veiga
1992 - Despedida de Solteiro - Padre (participação especial)
1990 - Barriga de Aluguel - Dr. Molina
1989 - O Salvador da Pátria - Quinzote
1988 - O pagador de promessas - Dom Germano
1986 - Cambalacho - Antero Souza e Silva
1986 - Roda de Fogo - Antônio Villar
1985 - Grande Sertão: Veredas - Compadre Quelemem
1985 - Tenda dos Milagres - Judge João Reis
1985 - Um Sonho a Mais
1985 - O tempo e o vento - Padre Lara
1984 - Partido Alto
1984 - Padre Cícero - Núncio Apostólico
1983 - Guerra dos Sexos - juiz
1983 - Louco Amor - Agenor Rocha
1982 - Elas por Elas - Miguel Aranha
1981 - Brilhante - Vítor Newman
1981 - Baila Comigo - (participação especial)
1980 - Plumas & Paetês - Cristiano
1979 - Os Gigantes - Antônio Lucas
1979 - Dancin' Days - Alberico Santos
1977 - Nina - Galba
1976 - O Casarão - Atílio Souza
1975 - Pecado Capital - Perez
1975 - Cuca Legal - Aureliano
1975 - Escalada - Chico Dias
1974 - O Espigão - Gabriel Martins
1973 - Cavalo de Aço - Inácio
1972 - Selva de Pedra - Sebastião
1971 - Minha doce namorada - César
1971 - Assim na Terra Como no Céu - Oliveira Ramos
1970 - Verão Vermelho - Bruno
1969 - A Ponte dos Suspiros - Foscari
1969 - Rosa Rebelde - Barão de La Torre
1968 - Passo dos Ventos - Dubois
1968 - O homem proibido - Ali Abbor
1967 - Presídio de Mulheres - Pierre (TV Tupi)
1967 - A sombra de Rebeca - Tamura
1966 - O Sheik de Agadir - Otto Von Lucker
1963 - Nuvem de Fogo


Suas atuações no Cinema (Em ordem cronológica decrescente):
1983 - Idolatrada
1978 - O Velho Gregório
1977 - Lá Menor
1973 - Café na Cama
1971 - São Bernardo
1970 - Os Herdeiros
1970 - Badalada dos Infiéis
1969 - Pedro Diabo Ama Rosa Meia-Noite
1969 - O Bravo Guerreiro
1969 - Tempo de Violência
1969 - Incrível, Fantástico, Extraordinário
1968 - Desesperato
1968 - A Vida Provisória
1968 - Massacre no Supermercado
1967 - Terra em Transe
1967 - Na Mira do Assassino
1966 - O Padre e a Moça
1966 - Essa Gatinha é Minha
1966 - Na Onda do Iê-iê-iê
1966 - Cuidado, Espião Brasileiro em Ação
1965 - História de um Crápula
1962 - Assalto ao Trem Pagador
1962 - Assassinato em Copacabana
1959 - Mulheres, Cheguei!
1957 - Papai Fanfarrão
1953 - Balança Mas Não Cai
1952 - Pecadora Imaculada
1950 - A Sombra da Outra
1949 - O Homem que Passa
1948 - Uma Luz na Estrada
1948 - Terra Violenta
1947 - Asas do Brasil
1947 - O Homem que Chutou a Consciência


Algumas de suas composições:
A culpa é sua (c/ Sílvio Caldas)
A mulher que eu tanto adoro (c/ Georges Moran)
Adeus orgia (c/ Roberto Martins)
Ai, que saudades da Amélia (c/ Ataulfo Alves)
Ana Maria
Atire a primeira pedra (c/ Ataulfo Alves)
Aurora (c/ Roberto Roberti)
Baladinha lítero-cultural-amorosa (c/ Lúcio Alves)
Bate, bate coração (c/ Roberto Martins)
Batuque no terreiro (c/ Roberto Martins)
Bobagem gostosa (c/ Chocolate)
Calcule eu (c/ Francisco Santos)
Capacho (c/ Ataulfo Alves)
Chega de tanto amor
Coitado dele (c/ Chocolate)
Como é que ficou o céu? (c/ Newton Teixeira)
Como o tempo judiou (c/ Roberto Martins)
Covarde (c/ Dunga)
Covardia (c/ Ataulfo Alves)
Cuidado com o andor (c/ Marino Pinto)
Dá-me tuas mãos (c/ Roberto Martins)
Deixa a saudade bater (c/ Chocolate)
Deixa assim (c/ Roberto Martins)
Destino traçado (c/ Erasmo Silva)
Devolve
Diz que sim, diz que não (c/ Roberto Martins)
E ela não voltou (c/ Erasmo Silva)
É melhor não voltar (c/ Newton Teixeira)
É noite (c/ Custódio Mesquita)
É tão gostoso, seu moço (c/ Chocolate)
Ela mandou me avisar (c/ Rubens Soares)
Endereço (c/ Ataulfo Alves)
Enquanto houver saudade (c/ Custódio Mesquita)
Eu não posso dizer
Eu não quero saber
Eu não sou pano de prato (c/ Roberto Roberti
Eu quero ver é a pé (c/ Roberto Roberti)
Eu sou feio e moro longe
Eu te agradeço (c/ Benedito Lacerda)
Faça de conta (c/ Custódio Mesquita)
Ficarás
Fim de romance (c/ Nássara)
Fracasso
Gilda (c/ Erasmo Silva)
Incerteza
Leva meu coração (c/ Roberto Martins)
Mais um minuto apenas (c/ Newton Teixeira)
Menina, eu sei de uma coisa (c/ Custódio Mesquita)
Mentirosa (c/ Custódio Mesquita)
Meu amor foi embora (c/ Erasmo Silva)
Meu consolo (c/ Roberto Martins)
Minha revelação (c/ Roberto Martins)
Morena, morena
Na mão direita (c/ Nássara)
Nada além (c/ Custódio Mesquita)
Não é bom pra você (c/ Chocolate)
Não me olhe assim (c/ Erasmo Silva)
Não precisas bater (c/ Oldemar Magalhães)
Não quero chorar (c/ Roberto Martins)
Não te conheço mais (c/ Newton Teixeira)
Não tenhas pressa morena (c/ Antônio Lago)
Numa noite assim (c/ Alberto Ribeiro)
Número um (c/ Benedito Lacerda)
O homem mais feliz
O que é que me acontecia (c/ Benedito Lacerda)
Os olhos de Nancy
Passa passa moreninha (c/ Roberto Martins)
Pensa um minuto em mim (c/ Frazão)
Penúmbra, penúmbra
Perdão não é níquel de tostão
Podia ser melhor (c/ Custódio Mesquita)
Poleiro de pato (c/ Rubens Soares)
Por que me olhas assim? (c/ Roberto Martins)
Pra que mais felicidade? (c/ Ataulfo Alves)
Primeiro prêmio
Problema seu (c/ Chocolate)
Qual a razão? (c/ Antônio Almeida)
Que mulher infernal
Que tem você que se meter? (c/ Roberto Martins)
Quero o meu pandeiro (c/ Ataulfo Alves)
Questão de vez (c/ Nássara)
Rosinha bonita (c/ Chocolate)
Rua sem sol (c/ Henrique Gandelman)
Sacoleja morena (c/ Erasmo Silva)
Sacrifício não se pede (c/ Chocolate)
Sambista da Cinelândia (c/ Custódio Mesquita)
Se a vida fosse sempre assim (c/ Newton Teixeira)
Se essa rua fosse minha (c/ Roberto Martins)
Se o negócio é sofrer (c/ Chocolate)
Seja feliz... (c/ Custódio Mesquita)
Sem rancor (c/ Roberto Faissal)
Será?
Só errando o português (c/ Lúcio Alves)
Tabuleiro da Ilusão (c/ Roberto Martins)
Talvez digam que é vaidade (c/ Nássara)
Tão bonitinha (c/ Lúcio Alves)
Tira a boca do caminho (c/ Chocolate)
Três sorrisos (c/ Chocolate)
Um gesto... Uma frase (c/ Roberto Martins)
Uma canção dentro da noite
Valquíria (c/ Erasmo Silva)
Vamos falar de saudade (c/ Chocolate)
Vem pra cá que tem mulher (c/ Roberto Roberti)
Vida vazia (c/ Chocolate)
Você pensa (c/ Almirante)
Você sabe me maltratar (c/ Erasmo Silva)


Discografia:

Retrato (1978)
Faixas:
01 - Ai que saudades da Amélia - Atire a primeira pedra - Gilda - Leva meu coração
02 - Não quero ser marisco - Quem chegou já tá
03 - Nada além - Dá-me tuas mãos - Devolve
04 - Deixa em paz - Não precisas bater
05 - É tão gostoso seu moço - Faz de conta - Rosinha bonita
06 - Cantiguinha tristezíssima
07 - No meio do mundo
08 - Poema: canção do não - tempo de lua


Nada além (1991)
Faixas:
01 - Medlley:
Quem Chegou Já Tá (Élton Medeiros)
A Onda (Dona Ivone Lara)
Salve a Preguiça Meu Pai (Neguinho da Beija-Flor)
Atire a Primeira Pedra (Mestre Marçal)
Ai Que Saudades da Amélia (Zeca Pagodinho)
Aurora (Zeca Pagodinho, Dona Ivone Lara, Élton Medeiros, Mário Lago, Mestre Marçal e Neguinho da Beija-Flor)
02 - Nada Além (Marco Pereira e Gal Costa)
03 - Ficarás (Chamon)
04 - Fracasso (Raphael Rabello e Nelson Gonçalves)
05 - Faz de Conta (Paulinho da Viola)
06 - Faz Como Eu (Alcione e Ataulfo Júnior)
07 - Dá-me Tuas Mãos (Sandra de Sá)
08 - Número Um (Raphael Rabello e Ney Matogrosso)
09 - Caluda Tamborins (Eduardo Dusek)
10 - Rua Sem Sol (Tânia Machado)
11 - Faz de Conta (As Gatas e Conjunto Nosso Samba)


A música brasileira deste século por seus autores e intérpretes (2000)
Faixas:
01 - Pot pourri:
Ai que saudades da Amélia
Atire a primeira pedra
02 - Faz como eu
03 - Aurora
04 - Menina, eu sei de uma coisa
05 - Nada além
06 - Enquanto houver saudade
07 - Bate, bate coração
08 - Dá-me tuas mãos
09 - Que tem você
10 - Leva meu coração
11 - Poleiro de pato é no chão
12 - Eu quero ver é a pé
13 - Pot pourri:
Devolve
Eu não quero saber quem tu és
Será
14 - Fracasso
15 - Pot pourri:
É tão gostoso, seu moço
Faz de conta
Vamos falar de saudade
16 - Cantiguinha tristezíssima
17 - Descarte do não tempo de lua
18 - Quem chegou já tá
19 - Salve a preguiça, meu pai


Mário Lago: 90 anos (2002)
Faixas:
01 - Menina, eu sei de uma coisa
02 - Sambista da Cinelândia
03 - Devolve
04 - Se essa rua fosse minha
05 - Mentirosa
06 - Quem tem você
07 - Seja feliz!
08 - Covardia
09 - Ana Maria
10 - Por que me olhas assim?
11 - Pensa um minuto em mim
12 - Ela mandou me avisar
13 - O que é que me acontecia?
14 - Ai que saudades da Amélia!
15 - Número um
16 - E ela não voltou
17 - Eu te agradeço
18 - Como é que ficou o céu?
19 - Aurora
20 - Não quero saber
21 - Fracasso

Mário Lago - Homem do século XX (2006)
CD 01
01 - Atire a primeira pedra (Com Roberto Silva)
02 - Ai que saudades da Amélia! (Com Roberto Silva)
03 - Covardia (Com Mariana Bernardes)
04 - Cuidado com o andor (Com Alice Passos, Ignez Perdigão, Matias Correa)
05 - É tão gostoso, seu moço (Com Áurea Martins)
06 - Mentirosa (Com Emílio Santiago)
07 - Ficarás (Com Moacyr Luz)
08 - Não me olhe assim (Com Cristina Buarque)
09 - Adeus para quê (Com Paulo Marquez)
10 - Capacho (Com Ataúlfo Alves Jr.)
11 - Faz de conta (Com Nelson Sargento)
12 - Caminho vai, caminho vem (Com Wilson Moreira)
13 - Sambista da cinelândia (Com Pedro Paulo Malta)
14 - Caminho sem sol (Com Délcio Carvalho)
15 - Salve a preguiça meu pai (Com Beth Carvalho)
16 - Casa no meio do mundo (Com Diogo Nogueira)
17 - Poleiro de pato é no chão (Com Lenine)

CD 02
01 - Não te conheço (Com Cláudio Jorge)
02 - Vida vazia (Com Vânia Carvalho)
03 - Fracasso (Com Chamon)
04 - Gilda (Com Gilberto Gil)
05 - E ela não voltou (Acabei) (Com Tantinho da Mangueira)
06 - Leva meu coração (Com D. Ivone Lara)
07 - Para que mais felicidade (Com Jorge Aragão)
08 - Faz como eu (Com Leci Brandão)
09 - Walkíria (Com Monarco)
10 - Meu consolo (Com Walter Alfaiate)
11 - Como é que ficou o céu? (Com Dudu Nobre)
12 - Seja qual for a hora (Com Tânia Machado)
13 - Quebrou-se no meu peito (Com Teresa Cristina)
14 - Amei (Com Paulão)
15 - Não precisas bater (Com Oswaldo Carvalho)
16 - Mulher Infernal (Com Zeca Pagodinho)

CD 03
01 - Cantiguinha tristezíssima (Com Mário Lago)
02 - Rosinha bonita (Com Mário Lago)
03 - Número um (Com Roberto Silva)
04 - Enquanto houver saudade (Com Marquinho China)
05 - Devolve (Com Luiza Dionísio)
06 - Será (Com Clarisse Grova)
07 - Não tenhas pressa, morena (Com Agenor de Oliveira)
08 - Ana Maria (Com Alfredo Del-penho)
09 - Mais um minuto apenas (Com Ana Costa)
10 - É gostoso como o quê (com Zezé Gonzaga)
11 - Dá-me tua mão (Com Chamon)
12 - Nada além (Com Luiz Melodia)
13 - É noite (Com Iracema Monteiro)
14 - O que é que me acontecia? (Com Moysés Marques)
15 - Faça de conta (Com Chamon)
16 - Aurora (Com Richah, Oswaldo Cavalo, Mariana Bernardes, Clarisse Grova e Moysés Marques)
17 - Canção do não tempo de lua (Poema) (Com Mário Lago Filho)
18 - Tudo como antigamente (Poema) (Com Fernanda Montenegro)


* Sob consultas ao Dicionário Cravo Albin de música popular brasileira e Wikipédia.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

EM UM ÁLBUM DE PRECIOSIDADES, GONZAGA LEAL SE FAZ OURIVES COM AS CANÇÕES

Há um provérbio bastante popular que diz que nem tudo o que reluz é ouro. Esta premissa perde seu sentido quando não nos dá os fundamentos necessários para a explicação acerca de "O que mais aflore", álbum que traz um dourado e inspirado Gonzaga Leal.

Por Bruno Negromonte


Alguns destilados e fermentados são melhores sorvidos depois de longos anos, isso se dá devido a espera da depuração de um ou até mais componentes de tais bebidas. Como exemplo podemos citar os vinhos, que tornam-se mais requintados quando acolhidos em barris de vinícolas ou em adegas à espera de que os anos passem trazendo-lhes características peculiares, dentre as quais a suavidade. Tal qual destilados e fermentados se fez a carreira fonográfica deste artista pernambucano, que veio auto depurando-se nos palcos brasileiros desde a década de 70 (quando dividiu os palcos com nomes como Boca Livre, Canhoto da Paraíba, Edu Lobo, Eduardo Dusek, Tito Madi, Zé Miguel Wisnik entre outros). A sua formação musical começou a ser construída ainda na infância, quando o pequeno Gonzaga Leal começou a ser norteado pelas ondas do rádio existente na sala de sua casa na cidade de Serra Talhada (sertão do Pajeú pernambucano).

Suas reminiscências musicais não são frutos de vitrolas e LP's (algo comum a muitos), mas das audições de canções como " Sertaneja" (René Bittencourt) e "Se ela perguntar" (Jair Amorim e Dilermano Reis) a partir das ondas radiofônicas. E foi a partir deste hábito e do interesse do menino Gonzaga pelas lindas canções que dali eram emitidas, que acabou sendo fecundada uma espécie de semente no pequeno Leal, que após alguns anos germinou de maneira plena; o arrebatando e constituindo em definitivo o seu universo cultural (essencialmente musical) a partir de então.



Posteriormente, ao longo da juventude, ao chegar a capital para estudar Terapia Ocupacional acabou dando início também a uma odisseia musical pois trouxe consigo para a capital a tal semente, já fertilizada no sertão por nomes como o da professora Rosa Pau Ferro (mestra em técnica vocal) e do maestro Edézio da Jazz Acadêmica de Serra Talhada. Eles perceberam que essa semente já mostrava que iria render pomposos frutos.

Quando decidiu profissionalizar-se contou com o auxílio de diversos nomes presentes no cenário musical do Recife, principalmente com aqueles que faziam parte do Conservatório Pernambucano de Música (onde estudou técnica e teoria musical) e também com a ajuda dos profissionais existentes nos diversos programas televisivos ao quais participou na época, principalmente na TV Jornal do Commercio, como os programas "Você faz o show" sob o comando do apresentador Fernando Castelão e "Eu show Luiz Vieira"; além das apresentações nas casas noturnas da cidade, que além de propiciar experiência levou o artista ao convívio de nomes como Canhoto da Paraíba, Marlene (uma das divas do artista), Emilinha, Luiz Vieira, Cauby e Ângela Maria, Tito Madi, Johnny Alf e Dóris Monteiro entre outros.

Foram vários anos nos palcos do Recife apresentando espetáculos diversos dentre os quais "Quando a dor não tem razão"; "Gonzaga Leal e Henrique Annes no recital Aparição"; "Gonzaga Leal canta Heitor Villa-Lobos e declama Manuel Bandeira" entre outros; Em dado momento a restrição aos palcos (que privava o grande público da possibilidade de se deliciar com a audição do que era presenciado nos espetáculos) já era algo incômodo e precisava expandir-se ao disco. A experiência nos palcos depurou o artista de maneira suficiente, dando-lhe o sustento necessário para que em seus trabalhos fonográficos fossem arraigados prismas carregados de talento, onde o tempo da delicadeza pode surgir não de maneira unítona em sua voz, mas transfigurado em diversos outros requintes. Talvez por isso essa intuição ao bom gosto esteja tão evidente no trabalho desse pernambucano em projetos como o álbum "Minha adoração: um tributo a Nelson Ferreira", "Gonzaga Leal cantando Capiba... e sentirás meu cuidado" e "E o nosso mínimo é prazer!". Curiosamente só depois de duas décadas de carreira atuando nos palcos foi que o artista teve o seu primeiro registro fonográfico.

Sem prender-se a nenhum tipo de estigma, Leal vem construindo paulatinamente através da técnica, da versatilidade e da emoção do seu canto uma carreira coesa, e isso o credencia atualmente como um dos exponentes da cena musical pernambucana ao apresentar ao público um trabalho carregados de adjetivos que já são natural e inerentemente associado a todos os seus projetos: uma ousada e moderna qualidade estética como o que se é visto em seu mais recente álbum. O sexto fruto da seleta e requintada discografia de Gonzaga Leal intitula-se "O que mais aflore" e traz consigo a mesma linhagem peculiar dos discos de Gonzaga desde o primogênito trabalho lançado em 2000.

No caso do primeiro álbum (O Olhar Brasileiro de Gonzaga Leal) há um repertório composto por nomes do primeiro time do cenário cultural pernambucano como Nando Cordel, Capiba, Alceu Valença, Carlos Pena Filho eMoacir Santos somados a compositores de relevância nacional análoga como Paulo César Pinheiro,Sueli Costa, Vinícius de Moraes, Paulinho da Viola, Chico Buarque entre outros. O projeto conta com os arranjos de Neneu Liberalquino, músicos como Naná Vasconcelos (que define o álbum como "uma seleção de canções românticas cortejadas por Leal e que nos leva à essência da mpb, no seu lado mais puro nos trazendo de volta o sutil e verdadeiro sentimento de amor") e Henrique Annes. O álbum traz consigo uma característica que acompanha os trabalhos elaborados por Gonzaga desde então: uma sagacidade voltada para o refinamento que é capaz de transformar o mais óbvio em requinte. Trata-se de um minucioso trabalho, onde o singelo paradoxalmente se funde ao suntuoso repertório e projeto gráfico. Vale salientar que todos os trabalhos posteriores do artista trouxe consigo características semelhantes e que fazem Gonzaga Leal preencher algumas lacunas dentro da música brasileiras antes desconhecidas a partir de um ecletismo que, como define a jornalista Flávia de Gusmão, é sua pedra de toque e apuro estético, sua profissão de fé. E foi a partir do álbum O Olhar Brasileiro de Gonzaga Leal, que o artista deu o pontapé inicial ao reconhecimento hoje existente ao seu trabalho o credenciando entre os grandes nomes do cenário musical nacional a partir das boas avaliações tanto do público quanto crítica especializada aos seus projetos.



Neste "entronamento" de qualidade rebuscada, Gonzaga faz da sua sensibilidade aguçada norte seguro para a ousadia, inteligência e refinada percepção na escolha de um rebuscado repertório, onde consegue tecer com precisão os fios das canções como só os grandes artistas são capazes "compromissado com apenas aquilo que o toca", como afirmou. E é isto que ele apresente em seu mais recente projeto intitulado "O que mais aflore", onde Gonzaga lapidou um disco de maneira minuciosa, onde a escolha do repertório se deu entre canções de domínio público, temas religiosos, sambas e compositores diversos.

A primeira faixa do álbum mostra de cara um pouco do propósito do álbum, que é resgatar as tradições culturais brasileiras de forma rebuscada a partir de uma rica sonoridade. "Ponto de Ogum" (que conta com a participação da artista pernambucana Anastácia Rodrigues) trata-se de um tema de domínio público recolhido pelo músico mineiro Djalma Correa e adaptado por Gonzaga. O trabalho segue dando destaque a cena musical local, primeiro com o contemporâneo samba de autoria do pernambucano Junio Barreto intitulado "A quem glória possa ser" vindo em seguida o destaque a outros artistas conterrâneos de Leal como, por exemplo, na faixa composta pelo instrumentista, compositor e produtor musical Juliano Holanda intitulada "Na primeira cadeira que encontrei", que traz uma forte lembrança dos cantadores nordestinos com versos em decassílabo (as chamadas parcelas - canção em 10 estrofes). Há ainda "Pedra de fogo" (canção composta por 3 dos integrantes do antigo Mestre Ambrósio - Siba, Sérgio Cassiano e Hélder Vasconcelos) com citação do artista baiano Bule-Bule e participação do cantor pernambucano Geraldo Maia (que também assina a faixa "Presente fruto" existente no álbum). Há ainda "De madrugada" (do cantor e pernambucano Aristides Guimarães, que em 2011 completa 45 anos de atividade artística e que também participa em uma das faixas) e a junina "Festa do fogo" do não menos pernambucano Públius (que também participa da faixa acompanhado da viola caipira de Chico Lobo).



As verdadeiras raízes da música brasileira se evidenciam nas interpretações dos diversos temas de domínio público presentes no disco e que se entrelaçam de maneira tal que formam um verdadeiro mosaico de identidade cultural brasileiro a partir de faixas como "Mestre dos reis magos chegou", "Ô-lê-lê" (tema tradicional de Moçambique), "Senhora Santana"(bendito de origem medieval recolhido), "Passarinho pintadinho", "Muriquinho" (canto dos vissungos, escravos da mineração de Diamantina), "Boneca", "Saudação a Oxossi" (tradição afro-brasileira), "Em santo Amaro" e "Cariolé" (sambas de roda tradicional).

O trabalho ainda conta com a participação do violonista, compositor e arranjador Roberto Mendes (que assina e participa da faixa "Deu saudade"), do regente da banda sinfônica do Recife, violonista e arranjador Neneu Liberalquino (cantando em uma das faixas), do sambista Marcos Sacramento (na faixa da composição de Ataúlfo Alves intitulada "Saudades do meu barracão"), do mestre Dominguinhos em "Última estrofe" (de autoria do carioca Cândido Neves - o índio) e do Chico Lobo (que empresta sua viola e voz a serviço da canção de sua autoria "Hoje sei que volto" e da já citada "Festa do fogo").

Sob a maioria dos arranjos de Nilson Lopes o disco conta ainda com a participação dos músicos George Rocha, Tomás Melo, Elias Paulino (percussão), Cláudio Moura (violão e viola), Rodrigo Samico (violão), Julinho, Beto Ortiz (acordeom), Bandeira (clarinete) Nilsinho Amarante (trombone), Erison Oliveira (clarinete), Cláudia Beija, Naara, Lucinha Guerra e Abissal (vocais), Bianca Moraes, Deneil Laranjeiras (arranjo da faixa "Passarinho pintadinho") e Lucas dos Prazeres (percussão e vocal). A direção musical fica sob os cuidados de Cláudio Moura (integrante do grupo Sá Grama e discente do conservatório pernambucano de música) que vem trabalhando a alguns anos com Leal e mostrando que apesar de toda heterogeneidade presente no álbum a coerência e unidade rítmica se faz como marca de tais trabalhos.


Quando questionado a respeito do zelo e o cuidado na elaboração de seus discos ele responde geralmente com a seguinte frase: “Gosto de fazer as coisas aos poucos, saboreando e compreendendo exatamente cada detalhe do que estou criando”, daí explica-se os dois anos de dedicação na elaboração deste trabalho, que chega a excelência por mérito próprio. Enfim, "O que mais aflore" se faz supra-sumo de extremos quando se emaranha de maneira perfeita em um tipo de arte que se faz contemporânea e ao mesmo tempo barroca, requintada sem perder a veia popular. É um disco que traz um novo conceito não só estético, mas também auditivo, onde o cuidado do artista se evidencia nos mais minuciosos detalhes. “Isso expressa o cuidado que tenho com meu trabalho, um respeito do artista com a própria imagem, mas também com o público”, como ele mesmo afirma nesse trabalho essencialmente verdadeiro.


Maiores Informações:
Leal Produções Artísticas Ltda.
Rua Raul Lafayette, 191 - sala 403
Boa Viagem - Recife - PE
CEP: 51021-220

Fone/fax: (81) 3463.4635 e 8712.5110

Site Oficial - http://www.gonzagaleal.com.br/

Youtube (Canal) - http://www.youtube.com/user/gonzagaleal1

E-mail - http://www.blogger.com/leal-producoess@hotmail.com

Myspace - http://www.myspace.com/gonzagaleal2

Facebook - http://www.facebook.com/profile.php?id=1700959597

Twitter - @GonzagaLeal

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

ANA PAULA DA SILVA - ENTREVISTA EXCLUSIVA

Com uma carreira de bastante êxito na Áustria, Ana Paula da Silva concede-nos um pouco do seu corrido tempo para essa entrevista exclusiva, onde fala, dentre outras coisas, um pouco sobre suas influências, a carreira internacional e as incursões pelo universo musical infantil.

Por Bruno Negromonte


A cantora catarinense (que vem recebendo comentários elogiosos de críticos musicais como Nelson Motta) ultimamente está na estrada divulgando o seu mais recente trabalho intitulado "Pé de crioula", álbum este que traz Ana Paula da Silva em um álbum imbuído essencialmente pelo samba e o melhor de suas variantes, ritmo que segundo a própria artista está enraizado em sua alma e coração.

Neste trabalho a cantora apresenta-se não só como compositora, mas também se faz intérpretes de nomes como Wilson Moreira, Candeia e Wilson das Neves dentre outros autores como pode ser conferido na pauta publicada anteriormente sobre Ana Paula da Silva intitulado QUEM NÃO GOSTA DE SAMBA BOM SUJEITO NÃO É... (http://musicariabrasil.blogspot.com/2011/08/quem-nao-gosta-de-samba-bom-sujeito-nao.html). A crioula parece ter chegado com o pé direito e “Pé de crioula” além de ter sido um dos álbuns pré-selecionados no Prêmio da Música Brasileira 2011 tem sido um sucesso de crítica e público tanto no Brasil quanto na Europa.

E é nesse contexto que a cantora nos concedeu esta entrevista exclusiva onde aborda, dentre outras coisas, alguns dos projetos que antecederam o seu álbum recém lançado e a sua bem sucedida carreira no exterior, particularmente na Áustria (país este onde Ana Paula morou até 2006 e hoje, apesar de voltar a residir no Brasil, vem consolidando sua carreira cada vez mais não só lá, mas por toda a Europa).


Você vem de uma formação musical auto-didata e, segundo informações, ao longo de sua infância foi muito influenciada pelo o que seu pai ouvia. Que tipo de música você estava habituada a ouvir a partir da predileção dele e quais aqueles nomes que chamaram a atenção da criança Ana Paula ao ponto de influenciá-la para a música?

Ana Paula da Silva - Paulinho da Viola, Nelson cavaquinho, Lupicínio, Bide e Marcal , muito samba mesmo, cantávamos muito eu e ele... umas das primeiras músicas que cantei com meus pai foi "Aos pés da Cruz"... acho que com 06 ou 07 anos...


Em que momento você sentiu que a música seria de fato um caminho sem volta?

APS - Profissionalmente com 16 anos.


Em 2004, depois de sete anos de carreira, você lança “Canto Negro”, um álbum com participações especiais, composições próprias e outras peculiaridades como o lançamento longe do seu país. Como se deu a elaboração e gravação deste primeiro trabalho?

APS - Então.... depois de alguns shows realizados em SC com o Duo que tinha na época com Edson Santanna (pianista), surgiu o convite do grande amigo e músico Arnou de Melo de iniciar a gravação do meu primeiro disco, e daí foi aquele negócio, músicas inéditas, amigos parceiros, e a gravação de “Quando eu me chamar saudade” em homenagem a esta época e em agradecimento ao meu pai.


Você vem com uma carreira internacional que vem se sedimentando a cada novo dia com apresentações em alguns países e festivais europeus, como o de Montreux por exemplo. Essa carreira internacional se desenvolveu particularmente na Áustria. Como tudo isso aconteceu ao ponto de você ter seu primeiro álbum lançado lá e posteriormente aqui?

APS - Na verdade lancei o Por causa do samba na Áustria que já era o segundo álbum em parceria com Alegre Corrêa. O Canto Negro estava ainda no forno quando fiz o lançamento deste disco em Montreux, antes de chegar na Áustria. Então vim lançar oficialmente o Canto Negro no Brasil primeiro, depois voltei para Áustria em 2007 e lancei lá também o que para os austríacos ficou como sendo o segundo disco. E sempre estou voltando desde então para lá com lançamentos e participações em concertos de amigos.


Muitos artistas defendem a teoria de que quanto mais preso as suas origens são, mais universais acabam se tornando. Em seu trabalho isso é percebido a partir de sua musicalidade e repertório. Além disso, a música brasileira é um dos produtos de exportação mais bem sucedido que existe. Você acredita que esses dois fatores podem ser usados como justificativa para essa excelente aceitação fora do Brasil? Existe mais algum fator que você ache preponderante?

APS - Acredito em fazer música livre, a que tenho vontade, a que flui dentro de mim, não fico pensando o que vai ser aceito ou não para seguir nos shows e CDs, penso em projetos, em histórias que poderei contar nestas fases da minha vida, não existe segredo, existe trabalho e muito, faço as produções dos discos, por muito tempo fiz a dos shows, e sigo trabalhando firme dia-a-dia, o que tenho a dizer é que amo o que faço, me emociono com o que é raiz, com gente simples, com essa música linda que nos rodeia em tudo, e tento sentir e fazer a troca com as pessoas, gosto muito de ir na fonte...o Brasil é absurdamente lindo e esquecido do seu folclore, da sua forca do seu canto e toque forte das suas origens, procuro encontrar nela a inspiração e verdade...


Essa questão referente às origens me remete ao seu álbum “Aos de casa” (trabalho que surgiu por conta da conquista do prêmio Pixinguinha). Nesse trabalho a abordagem da cultura local é bastante acentuada, tendo inclusive a gravação do ritmo catarinense Catumbi pela primeira vez por uma voz feminina. A concepção de um tipo de álbum dessa forma era algo já planejado?

APS - Acredito que cada álbum faz parte de um momento da minha vida, e cada um tem um tipo de história pra contar, a idéia inicial era fazer mais composições minhas e de amigos catarinenses, mas com o presente da música Aos de Casa do compositor Dentinho Arueira, surgiu a ideia final, valorização e envolvimento total com a cultura de Santa Catarina, inclusive no encarte do cd, com obras e contatos de artistas plásticos e artesãos de SC.


Como foi essa incursão pelo universo infantil a partir do "Contos em Cantos"?

APS - Contos em Cantos nasceu em 2001, quando o amigo, artista plástico e contador de histórias Humberto Soares iniciou o caminho da criação de suas próprias histórias. Fiz as composições baseadas nas histórias, e somente em 2008 escrevi um projeto municipal, onde foi aprovado, e produzi o LIVRO-CD Contos em Cantos.


Percebe-se claramente uma química muito forte entre você e o Alegre Corrêa. Prova disto são os diversos projetos em parceria como o álbum “Por causa do samba”. Como se deu esse encontro?

APS - Nasceu quando participei do primeiro show com seu antigo projeto Alegre Corrêa Group em Viena 2004 cantando duas músicas, meses depois fizemos um show em DUO, seguiu com o guitarrista Wolfgang Muthspiel que fez um convite para eu participar do show de ambos. No ano seguinte, iniciou o trabalho de ensaios e elaboração de um show, que apresentamos bastante antes da gravação do disco Por causa do Samba, este nome é do samba que a letra é do compositor Raul Boeira e música minha e de Alegre Corrêa.


Quem escuta o seu mais recente álbum acaba percebe que ele é composto predominantemente por sambas contemporâneos, porém há a regravação do samba "Me alucina" (Wilson Moreira e Candeia). Como se deu a escolha dessa faixa?

APS - Em todos os álbuns a idéia é apresentar novos compositores, este é um papel muito importante de uma intérprete, mas Me Alucina conheci em 1996 no disco do Arlindo Cruz (Arlindinho) e sempre gostei muito, daí quando pensei em fazer o disco de samba ela já estava dentro de mim há tempos esperando o momento certo. Assim como esta tenho outras que também aguardam sua hora.


Você vem apresentando o espetáculo “Pé de crioula” em algumas cidades do estado de São Paulo e também de Santa Catarina, além de países da América Platina como, por exemplo, a Argentina. Sabemos que a gênese do show é o álbum, mas o que os seus fãs podem encontrar de diferente das apresentações anteriores? Como se deu a concepção desse novo espetáculo?

APS -Cada show é um dia novo, é uma troca nova, posso somente dizer que por onde passar com este trabalho, estarei fazendo o que há de forte em minha alma e coração, e pra quem gosta de samba, aí está um trabalho quase inédito, com grandes músicos e amigos, isso é o que vim para fazer, sigo meu caminho com verdade e amor!( É só ter alma de ouvir e coração de escutar...)


Agenda Novembro / Dezembro (2011)

18/11 - SC JAM FESTIVAL 2011
Centro de Cultura e Evento Plínio Arlindo de Nes - Chapecó - SC - Br - 21hrs

25/11 - APS - Semeando
Café Ferrazza - Jaraguá do Sul - SC - Br - 21.00 hrs

09/12 - Panorama de Música - Workshop
Alma na voz e Mãos no Tambor - Folclore - Jaraguá do Sul - SESC-SC

10/12 - Lançamento CD Pé de Crioula - Blumenau - 11.00 hrs SESC-SC

11/12 - Lançamento CD Pé de Crioula - Jaraguá do Sul - 18.00 hrs - SESC-SC


Maiores informações:
Contatos para shows e aquisição dos álbuns: crioulabrasilproducoes@gmail.com
Fone: (47) 8816-1464
Site - www.anapauladasilva.com
Myspace - www.myspace.com/apdasilva
Youtube - www.youtube.com/anacrioula

terça-feira, 15 de novembro de 2011

A SOMBRA CONFIA AO VENTO GANHA A SUA SEGUNDA EDIÇÃO

Acaba de chegar ao mercado fonográfico a segunda tiragem do álbum "A sombra confia ao vento" do cantor fluminense Ricardo Machado.

Por Bruno Negromonte


O álbum "A sombra confia ao vento" que já abordamos aqui no Musicaria Brasil no primeiro semestre deste ano tem sido sucesso não só de público e crítica (prova disso foi está presente entre os concorrentes do Prêmio da música brasileira), mas também de vendas. O disco que chegou ao conhecimento de nosso público a partir da matéria A ODISSEIA MUSICAL DE RICARDO MACHADO (que traz como cerne o requintado passeio do artista acerca de 150 anos de nossa cultura a partir 14 temas musicais).

O cantor debruça-se sobre o cancioneiro brasileiro através de um seleto resgate e traz diversos temas, que vão desde modinhas compostas no século XIX até grandes sucessos do século XX, onde Ricardo Machado acompanhado dos exímios arranjos do músico Ricardo Calafate traz nomes como Chiquinha Gonzaga, Heitor Villa-Lobos, Cartola, Dolores Duran, Nelson Cavaquinho, Carlos Gomes entre outros.

Essa excelência no produto final não poderia resultar em algo diferente. Em pouco mais de um semestre o álbum "A sombra confia ao vento" vem alcançando expressivos números em vendas, mostrando que o mercado fonográfico ainda respira quando se trata de materiais de boa qualidade.

É válido trazer ao conhecimento de todos que o autor do capa e do projeto gráfico do álbum nada mais é que o designer gráfico e pesquisador musical catarinense Egeu Laus Simas, que foi diretor de arte da EMI music no Brasil e tornou-se responsável pelas capas dos álbuns de artistas como Joyce, Marisa Monte, Legião Urbana e tantos outros.

O álbum que já está a venda em toda a Europa através da internet chega em sua segunda tiragem apresentando discretas mudanças em ínfimos detalhes como a cor da mídia, créditos, fundo de caixa, layout, tudo melhorado para que o prazer não venha a ser apenas aos ouvidos, mas também aos olhos.


Ao longo da próxima sexta-feira (18/11/11) Ricardo Machado estará das 17 às 20 hs lançando "A sombra confia ao vento" na Livraria Arlequim ("Praça XV de novembro", Loja 01 - Centro - Rio de Janeiro - Fone:(21) 2220-8471 / 2524-7242)

Excelente aquisição para presente no final do ano!

Para a aquisição desse álbum-pérola e informações adicionais segue abaixo uma lista de links:

www.popsdiscos.com.br
www.ferrs.com.br

Na Europa/in Europe: www.tangara.net

Rio de Janeiro:
Loja Tracks Gávea
TEL: 21-22747182
Pça. Santos Dumont, 140 Lj B - Gávea - Rio de Janeiro (http://pt-br.facebook.com/tracksgavea)


Arlequim: http://arlequim.com.br/Home (ENTREGAS EM TODO PAÍS)
Endereço: Rio de Janeiro - RJ - 20010-010 - Brasil
Fone:(21) 2220-8471 / 2524-7242
E-mail: musica@arlequim.com.br


Venezinha Discos:
Rua Oliveira, nº 3, Lj A - Méier - RJ
Tel: (21) 3627 2356

Mundo Místico:
Rua Dias da Cruz, nº 188, Loja 109 - Méier (RJ)
Tel:3899-1222


Ou através com o próprio Ricardo Machado:
Email: machadorick@uol.com.br

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

BENITO DI PAULA, 70 ANOS


Nascido em 28 de novembro de 1941, em Nova Friburgo (RJ), Uday Veloso ganhou fama nacional com o pseudônimo de Benito Di Paula. Seu envolvimento com música se deu desde a infância, quando junto aos irmãos Ney e Jota Veloso (que hoje são multiinstrumentistas) já convivia com a música dentro de casa, pois o pai, aposentado da concessionária da Estação Leopoldina, tocava vários instrumentos (piano, bandolim, violão).

Essa naturalidade com a qual lhe dava com a música fez com que sua relação com o piano tivesse bastante êxito ainda cedo. Talvez por isso, logo após servir ao Exército no Rio de Janeiro e ter morado no Morro da Formiga, na Tijuca, Zona Norte do Rio enveredou para a música.

Na década de 1960 trabalhou como crooner em boates do Rio de Janeiro, principalmente na boate Balalaika, em Copacabana. Em seguida, passou a cantar e a tocar piano em casas noturnas de Santos e na cidade de São Paulo, em casa como Catedral do Samba, no bairro do Bixiga. Em 1968 teve a oportunidade de ter o seu primeiro registro fonogáfico a partir de um compacto simples, e daí em diante sua carreira discográfica só viria a se sedimentar a partir da década seguinte.



Seu estilo musical conhecido como "samba jóia", ao combinar o samba tradicional com piano e arranjos românticos e jazzísticos popularizou-se a partir dos anos 70 a partir de alguns acontecimentos cronologicamente expostos aqui. Em 1971 a gravadora Copacabana o convidou para gravar um LP como crooner, no qual foram incluídas "Jesus Cristo" (Roberto e Erasmos Carlos), "Azul da cor do mar" (Tim Maia) e "Apesar de você", de Chico Buarque, que também fora censurada de tocar no rádio. Neste mesmo disco também interpretou quatro composições de sua autoria, entre elas "Violão não se empresta a ninguém", que foi a música que acabou puxando a vendagem do LP. Seu segundo LP, "Ela" também não trouxe grande êxito. Mas Benito estourou as paradas com o terceiro, "Um Novo Samba", onde já aparecia na capa com sua longa barba e cabelos, inúmeras correntes, brincos, pulseiras, etc. O grande sucesso desse disco foi a música "Retalhos de Cetim" principalmente em casas noturnas de São Paulo, em especial o Teleco-Teco, casa frequentada por sambistas como Ciro Monteiro e Monsueto. Em virtude do sucesso desta música foi convidado a gravar um compacto pela Copacabana, porém com a música "Ela". "Retalhos de cetim" só foi gravada em um segundo compacto pela mesma gravadora. Esta mesma composição lhe abriu as portas para o sucesso no Brasil e no exterior, tendo sido gravada por Jair Rodrigues, pela orquestra de Paul Mauriat e pelo guitarrista americano Charlie Byrd, figurando também entre as composições selecionadas pelo historiador Jairo Severiano como um dos maiores sucessos do ano de 1973. O compacto simples vendeu mais de 150 mil cópias.



Em 1974, 1975 e 1976, respectivamente, mais três composições de sua autoria fizeram sucesso: "Se não for amor", "Beleza que é você mulher" e "Vai ficar na saudade".

Em 1975, comandou o programa "Brasil Som 7", da TV Tupi, de São Paulo, que resultou em um disco lançado no mesmo ano, no qual apresentou alguns de seus convidados, entre eles Elizete Cardoso, Wando e Bebeto. Neste mesmo ano, ao lado de Elizete Cardoso, Paulinho da Viola, Gilberto Gil, Jorge Ben, Beth Carvalho, Sônia Santos, Quinteto Violado e Cláudia, integrou a delegação brasileira que participou do Festival do MIDEM (Mercado Internacional de Discos e Editoras Musicais), na cidade de Cannes, na França. Ainda em 1975, lançou a música "Charlie Brown", que obteve grande sucesso, a ponto de Chico Buarque referir-se a Charlie Brown como se fosse personagem real.



Em janeiro de 1976 foi subistituído por Elizete Cardoso na apresentação do programa Brasil Som 7, na TV Tupi de São Paulo.

No ano de 1977, lançou pela Copacabana o LP "Benito Di Paula", que contou com a participação especial do regional do Canhoto.

Em 1981, gravou o LP "Benito Di Paula", pela EMI Odeon BR. Retornou à gravadora Copacabana em 1987 gravando mais um LP que levava seu nome como título.


Hoje com inúmeros sucessos ao longo de sua carreira como "Charlie Brown", "Vai Ficar Na Saudade", "Se Não For Amor", "Amigo do Sol, Amigo da Lua", "Mulher Brasileira", tendo chegado nos anos 70, a disputar a venda de LPs juntamente com Roberto Carlos (compondo muitas músicas para este, inclusive) e tendo fãs como Ravi Shankar (tocador de cítara), a cantora Sarah Vaughan, o violonista Charlie Bird e o pianista e cantor Stevie Wonder vem após 13 anos sem gravar, na estrada divulgando o seu segundo álbum ao vivo. "Benito di Paula - Ao Vivo", gravado no Vivo Rio, no Rio de Janeiro, conta com Jorge Cardoso (direção musical), Ney Veloso (violão), o sobrinho Kauan Veloso (cavaquinho), Téo Lima (bateria), Edu (baixo), Luiz Felipe (violão de sete cordas), Ivanildo, Pirulito e Esguleba (percussão),Jussara, Jurema, Jefferson e Nélio (backing vocal) e o filho Rodrigo Veloso ao piano trazendo seus maiores sucessos e também como primeiro registro de Benito em DVD (e Blu-ray).



Benito Di Paula - Discografia Oficial (com exceção de alguns compactos)

Benito Di Paula - Compacto Simples (1968)
Faixas:
01 - Andança
02 - Canção Para o Nosso Amor


Beleza Que é Você Mulher (Copacabana) (1972)
Faixas:
01 - Beleza que é você mulher
02 - Tributo a um rei esquecido
03 - Além de tudo
04 - Meu enredo


Ela - (Copacabana) (1972)

Faixas:
01 - Violão não se empresta a ninguém
02 - Antonico
03 - Fale Baixinho
04 - Quem vem lá
05 - O bom é o Juca
06 - Frevo gingado
07 - Paraíba
08 - Formiga desunida
09 - É pranto
10 - Ela
11 - Maria do Céu
12 - Fui eu


Benito Di Paula (Copacabana) (1973)
Faixas:
01 - Apesar de você
02 - Jesus Cristo
03 - Você vai ser alguém
04 - Viagem
05 - Na tonga da mironga do kabuletê
06 - Longe de você
07 - Salve salve
08 - Madalena
09 - Eu gosto dela
10 - Azul da cor do mar
11 - Menina
12 - Preciso encontrar você


Um Novo Samba (Copacabana) (1973)
Faixas:
01 - Se não for amor
02 - Samba do profeta
03 - Fui sambando, fui chegando
04 - Quando tudo mudar
05 - Certeza de você voltar
06 - Que beleza
07 - Sandália de couro
08 - Depois do amor
09 - Agradecimento
10 - Ela veio do lado de lá
11 - Retalhos de cetim
12 - Violão não se empresta a ninguém


Gravado Ao Vivo (Copacabana) (1974)
Faixas:
01- Além de Tudo
02- Charlie Brown
03- Beleza que é você Mulher
04- Pare Olhe e Viva
05- Vou Cantar Vou Sambar
06- Na Cada de Sinhá
07- Tributo a um Rei Esquecido
08- Prelúdio n°4
09- Novo Rio
10- Meu Enredo


Benito Di Paula e Seus Convidados - Brasil Som 75 (Copacabana) (1975)
Faixas:
01 - Mulher Brasileira (com Benito Di Paula)
02 - Quem Vem Lá – Ela Veio Do Lado de Lá – Fui Sambando, Fui Chegando - Retalhos de Cetim – Violão Não Se Empresta a Ninguém (com Benito Di Paula)
03 - Casa da Zezé (com Elizeth Cardoso)
04 - Nega de Obaluae (com Wando)
05 - Segura a Nega (com Bebeto)
06 - Mon Ami João (com Nonato Buzar)
07 - Capa de Viola (com Elizeth Cardoso)
08 - Pra Você Não Ir Embora (com Benito Di Paula)
09 - Samba Criola (com Grupo Xodó)
10 - Vou Deixar Você Cair (com Luiza Maura)
11 - Não Presta Mas Eu Gosto Dela (com Edu Maia)
12 - Sem Resposta (com Elizeth Cardoso)
13 - Paraíba (com Benito Di Paula)
14 - Formiga Desunida


Benito Di Paula - Não precisa perdoar (Copacabana) (1975)
Faixas:
01 - Não precisa perdoar
02 - Coisas da vida
03 - Não me importo nada
04 - Sanfona branca
05 - Sem tempo pra sonhar
06 - Bandeira do samba
07 - Modificação
08 - Vai ficar na saudade
09 - Como dizia o mestre
10 - Sempre assim


Benito Di Paula (Copacabana) (1976)
Faixas:
01 - Maria Baiana Maria
02 - Tudo está no seu lugar
03 - Do jeito que a vida quer
04 - Tudo está mudando
05 - Meu maior afeto
06 - Meu Brasil, meu doce amado
07 - Além do arco-íris
08 - Vou pro mar
09 - Homem da montanha
10 - Quando o samba sair


Benito Di Paula (Assobiar ou Chupar Cana) (Copacabana) (1977)
Faixas:
01 - Assobiar ou chupar cana
02 - Osso duro de roer
03 - Canção de viver com você
04 - Bahia
05 - Jesus Papai Noel
06 - Proteção às borboletas
07 - De tombar caminhão
08 - Razão pra viver
09 - Otelo
10 - Eu vou pedir


Jesus Papai Noel - Instrumental (Copacabana) (1977)
Faixas:
Jesus papai Noel


Benito Di Paula (Copacabana) (1978)
Faixas:
01 - Viva ao sol
02 - Trinta anos de saudade
03 - Trapézio
04 - Velho, profissão esperança
05 - Meu lamento
06 - Pra ver se ela me quer
07 - Lua, lua
08 - Chegou Maria
09 - Esperança do céu
10 - Tudo sobre a mesa
11 - Ave de rapina


Caprichos de La Vida (Copacabana) (1978)
Faixas:
01 - Todo esta cambiado
02 - Maria baiana Maria
03 - o precisas perdonar
04 - Hombre de montaña
05 - Caprichos de la vida
06 - Detras del arco iris
07 - Bandera del samba
08 - Cancion para vivir contigo
09 - Voy al mar


Benito Di Paula (Copacabana) (1979)
Faixas:
01 - Desencontro
02 - Pau de arara
03 - Banda do povo
04 - Nesse barco eu vou
05 - Se eu pudesse
06 - Olha nós aí
07 - Som do cavaquinho
09 - Madrugada
10 - Vamos cantar
11 - Marcas de amor


Benito Di Paula (Copacabana) (1980)
Faixas:
01 - Pagode da pesada
02 - Nossa homenagem
03 - Havia festa
04 - De quem é essa morena
05 - Nunca é o fim
06 - Vou pra São Salvador
07 - Perdoa
08 - Filho de Deus e pé na estrada
09 - Carinha de triste
10 - Abri a porta
11 - Flor, amor e saudade
12 - Quero ver você de perto


Benito Di Paula (WEA) (1981)
Faixas:
01 - Ah, como eu amei
02 - A mulher amada
03 - Antigo amor
04 - Vou embora e basta
05 - Olá você, como vai
06 - Um dia vai chegar
07 - Bendito seja
08 - Preciso te encontrar
09 - Xote do cheiro
10 - Não pode, dá bode


Benito Di Paula (WEA) (1982)
Faixas:
01 - Sonho em preto e branco
02 - Este nosso amor
03 - Rasgue seu verso
04 - Anerom
05 - Radamés
06 - Não quero ver você triste
07 - Sonho bom
08 - Doce Bahia
09 - Diga meu bem
10 - Morena
11 - Chorei


Bom Mesmo é o Brasil (WEA) (1983)
Faixas:
01 - Bom mesmo é o Brasil
02 - Já te digo
03 - Vovó Clementina
04 - Festa no silêncio
05 - Eu guardarei o seu sorriso
06 - Mera fantasia
07 - Senhorita Liberdade
08 - Branca
09 - No ar
10 - Velho realejo
11 - O xerife e o bandido
12 - A turma lá de casa


Que Brote Enfim o Rouxinol Que Existe Em Mim (RGE) (1984)
Faixas:
01 - Que Brote Enfim o Rouxinol Que Existe Em Mim
02 - Fonte Nova
03 - Quem Sabe?
04 - Onde Tem Camaleão, Lagartixa Também Muda de Cor
05 - Sigo Te Amando
06 - Amigo do Sol, Amigo da Lua
07 - Nova Mulher
08 - Desemprego
09 - Colibri
10 - Melô da Calibragem
11 - O Xerife e o Bandido
12 - A Turma Lá de Casa


Nação (RGE) (1985)
Faixas:
01 - Nação
02 - Cometa Halley
03 - Noite Clara de Luar
04 - Samba de Um Não Dá
05 - Razão e Desejo
06 - Nova República
07 - Cara Pintada
08 - Encontro
09 - Caminhante
10 - Mulher Primeira


Benito Di Paula / Instrumental (1986)
Faixas:
01 - Avenida paulista
02 - Retalhos de cetim
03 - Sonho em preto e branco
04 - Mulher brasileira
05 - Madrugada
06 - Amigo do sol, amigo da lua
07 - Como seria os homens
08 - Ela
09 - Tudo está mudado
10 - Depois do amor


Quando A Festa Acabar (Copacabana) (1987)
Faixas:
01 - Quando a festa acabar
02 - Vale o que está escrito
03 - Índio caboclo cigano (Nativo)
04 - á vai amanhecer
05 - Vai escutar Cauby cantar
06 - Pare, olhe e viva
07 - Eu sou mulher
08 - Carente de amor
08 - Adelodê Yalonã
10 - Quero ter o seu amor pra mim
11 - Super bem
12 - Menor abandonado


Fazendo Paixão (BMG Ariola) (1990)
Faixas:
01 - A vida é bonita sem você
02 - Fazendo paixão
03 - Cigarra marrom
04 - Pedaços de carinho
05 - Corpo doce de mulher
06 - Soberano
07 - Me dê amor
08 - Algo mais
09 - O que é, o que é
10 - Esquece
11 - Dom Salvador
12 - Espuma de cachoeira
13 - Dama


A Vida Me Faz Viver (Copacabana) (1992)
Faixas:
01 - A vida me faz viver
02 - Dança cigana
03 - Você gosta só de mim
04 - Eu não tenho onde morar
Não tenho lágrimas
Maracangalha
05 - Giuseppe e a crise
06 - Me deixa em paz
07 - Meto o pé na porta
08 - Traço de união
09 - Foi engano
10 - Eu não aguento mais
11 - Pout - Pourri: Leva meu samba
Atire a primeira pedra
Na cadência do samba
Ai! Que saudades da Amélia
Laranja madura
12 - A flor e o espinho


Pode Acreditar (RGE) (1994)
Faixas:
01 - Choro de homem
02 - Amor de marejador
03 - O amor é um jogo
04 - Senna, nosso campeão
05 - Meu caminho
06 - Não vale a pena
07 - Pode acreditar
08 - Meu amor, não chora
09 - Não dá tempo
10 - Paciência
11 - Fantasia de rei
12 - À sombra das canções imortais
13 - Por amor
14 - Viva meu padim


Baileiro (Paradoxx Music) (1996)
Faixas:
01 - Dignidade de um otário
02 - Bicho do mato
03 - Sentimento de amor
04 - Vai saudade
05 - Quando a saudade bate à porta
06 - Eu quero muito mais
07 - E fui eu que dancei
08 - Sonho e fantasia
09 - Fica mais um pouco aqui
10 - Baileiro
11 - Cheiro de carmim
12 - Fantasia
13 - Chuá chuver
14 - Bolero Opus II


Ao Vivo (EMI Music) (2009)
Faixas:
01 - Bandeira do Samba
02 - Do Jeito que a Vida Quer Como Dizia o Mestre
03 - Maria Baiana Maria
04 - Quero Ser seu Amigo
05 - Assobiar ou Chupar Cana
06 - Se Não For Amor
07 - Osso Duro de Roer
08 - Beleza que É Você Mulher
09 - Pagode da Cigana
10 - Sanfona Branca
11 - Ah! Como Eu Amei
12 - Violão Não Se Empresta a Ninguém
13 - Ficar, Ficamos
14 - Mulher Brasileira
15 - Me Dê Motivos
16 - Unidos de Tom Jobim Citação Chega de Saudade
17 - Tudo Está no seu Lugar
18 - Charlie Brown
19 - Retalhos de Cetim


Fonte:
Wikipédia
Instituto Cravo Albin

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