terça-feira, 12 de junho de 2012

SÉRGIO RICARDO, 80 ANOS

Nacionalmente conhecido depois de quebrar o violão e jogar para a plateia em plena apresentação no Festival de Música Popular Brasileira após ser vaiado pelo público ao cantar de sua autoria, a canção "Beto bom de bola", Sérgio Ricardo completa 80 anos.


1932 - 1939


Nasce em Marília, São Paulo, em 18 de junho de 1932, João Lutfi (Sérgio Ricardo), o primeiro filho de Maria Mansur Lutfi e Abdalla Lutfi. Vindo da Síria, o casal vivia em Marília desde 1930, ano de fundação da cidade. 

Em 1940, aos 8 anos, Sérgio ingressa no Conservatório de Música de Marília para estudar piano e teoria musical.

1940 - 1949

Sua família se muda para a capital paulista. Continua seu aprendizado de piano e cursa o ginásio no Liceu Pasteur. Aluno rebelde, só se empenha em matérias relativas às artes. Dois anos mais tarde, volta com a família para Marília.

Elementos musicais como a banda do maestro Galati no coreto do jardim, o cantar dos nordestinos, interpretações do regional e intérpretes locais de programas da Rádio Clube de Marília e da Rádio Nacional sedimentam em seu inconsciente a brasilidade musical da época.

Findo o ginásio, vai para São Vicente trabalhar na rádio Cultura São Vicente, como operador de som, locutor e discotecário, onde trava conhecimento diário com toda a música da época e amplia seu conhecimento da história da música. Do erudito ao popular, do nacional ao estrangeiro. Seu ouvido fica, por um ano, tomado pela informação, distante de seu piano e dos estudos. 

Em um piano cedido pelo dono da Boite Savoi, passa a tirar de ouvido as músicas que ouve diariamente. Seu toque motiva o dono do local a contratá-lo para as domingueiras. Sozinho, anima a noite solando tangos, sambas, valsas, choros, foxes e outros ritmos ao estilo do pianista Carmen Cavalaro, coqueluche da época. A casa lota.

Seu cachê é três vezes maior do que o salário da rádio. Seu tio Salim Mansur o leva então para o Rio de Janeiro, onde passa a ter certeza de que não abandonará mais a música.

Atua como locutor no programa do tio, na Rádio Vera Cruz, depois de aprender com ele a arte da locução e da narração. Paralelamente retoma seus estudos de piano e teoria musical no Conservatório Nacional de Música. Exercita-se no piano da rádio e cursa o científico no Colégio Lafayete. Troca o colégio pela leitura. Torna-se um leitor voraz e se fixa no estudo das artes.

Exercita-se diariamente em um piano de seu amigo vizinho. Exibe-se em festas de colégio e freqüenta o auditório da Rádio Nacional para ver de perto os artistas que admirava: Léo Peracchi, Radamés Gnatalli, Garoto, Lúcio Alves, Dick Farney e tantos cantores e músicos da época.

É contratado como pianista da boite Corsário, na Barra da Tijuca, e ingressa na vida noturna. Com o lucro de seu trabalho de pianista solo, compra seu primeiro piano, um Rener vertical que o acompanharia por décadas. Com a continuidade da peregrinação em boites do Rio, suaviza a dificuldade financeira familiar e torna-se conhecido. 



1950 - 1959

Retoma seus estudos de música e o trabalho como pianista. Em Copacabana, seu colega Newton Mendonça lhe informa de uma vaga na boite Posto Cinco, onde Tom Jobim, parceiro de Newton, deixava o lugar de pianista. Sérgio assume a posição.

Durante longos anos trabalhando na noite, sucedem-se rápidas e fecundas transformações e contatos. Descobre Johnny Alf, Moacir Peixoto, João Donato, João Gilberto, Lúcio Alves, Tito Madi, Fats Elpídio, Esdras e muitos outros com os quais aprende a música mais elaborada, pesquisando formas e o bom gosto vanguardista que eles expressam com seus instrumentos, interpretações ou composições.

Recebe aulas de harmonia e contraponto com Paulo Silva, Moacir Santos e Ester Scliar. Começa a compor, prestes a largar a noite. Na boite Chez Colbert (mais tarde Little Club), da belíssima portuguesa Eunice Colbert, no Beco das Garrafas, começa a cantar incentivado por ela. 

Muito requisitado, vive a trocar de emprego, passando por praticamente todas as casas noturnas do Rio e de São Paulo. Às vezes só, às vezes com trios. Em meados dos anos 50, já se apresenta cantando, arrojando-se a mostrar suas composições.

Em companhia de Maísa, o compositor Nazareno de Brito passa na boite Dominó, em Copacabana, para fazê-la ouvir a mais recente composição de Sérgio: Buquet de Izabel. A intérprete se interessa e grava a música com arranjo de Simonetti em seu segundo LP. Sérgio é lançado, oficialmente, como compositor.

De sua fase pianística fica ainda o registro de um LP, feito para a Continental, Dançante nº1, com músicas americanas, brasileiras e algumas composições suas ainda sem letra. Vira prefixo de programa radiofônico e recebe elogio da crítica tendo uma execução relevante no rádio, mesmo com a restrita atenção voltada para a música instrumental. 

Vence um concurso para ator de cinema, porém o filme não se realiza. Mais tarde, em São Paulo, é chamado por Theófilo de Barros, diretor artístico da emissora Difusora, para fazer outro teste como ator. É contratado por quatro anos para a TV e para a Rádio Difusora (coligada), mas com uma condição: mudar seu nome. João Lutfi reluta, mas concorda em se transformar em Sérgio Ricardo.

Passa a intercalar seu trabalho de ator com o de pianista da noite. Estrela o musical Música e Fantasia (do próprio Theófilo de Barros), como galã. Atua também em vários programas e faz alguns papéis em novelas de capa-e-espada. Sente-se desconfortável com a quantidade excessiva de trabalho e rompe o contrato. Volta para a noite. 

Volta a morar no Rio, na Rua Humaitá. Assistindo a um deslizamento na pequena favela em frente à sua janela, soterrando barracos, mobiliza-se pela cena, senta-se ao piano e compõe Zelão, seu maior sucesso.

Apresentado ao novelista e escritor Pedro Anísio, que finalizava o roteiro da novela Está Escrito no Céu, da TV Rio, dirigida por Carla Civelli, Sérgio ganha o papel e faz sucesso como galã. Seu rosto fica mais conhecido do grande público carioca e seu personagem cantava ao piano o tema principal da novela.

Renova o contrato com a TV Rio, integra o elenco da novela Mulher de Branco e ganha belos papéis no Grande Teatro, dirigido por Carla e Benedito Corsi, e no Studio B. Em ambos encena peças de grandes autores. 


Seu aprendizado sobre cinema tem participação de Carla e, principalmente, de Ruy Guerra, diplomado pelo IDHEC (L'Institut des Hautes Études Cinématographiques), na França. Com a experiência de ator e o convívio com a câmera, somados à leitura de livros sobre roteiro e direção, Sérgio já se considera apto a encarar o cinema, e anseia pelo momento.

Na mesma época, grava seu primeiro disco como cantor para a RGE, com a música de Geraldo Serafim: Vai Jangada, um 78 rotações, muito tocado no rádio. Sai seu segundo disco, com as músicas Cafezinho e Amor Ruim.

Dermeval Costa Lima oferece um horário nobre na TV Continental para Sérgio dirigir um programa musical, atuar e cantar, formando um par romântico com sua companheira Lueli Figeiró, bela atriz e cantora do cinema brasileiro. O programa é batizado por Demerval de Balada. 

Miéle, diretor de estúdio dos programas de Sérgio e admirador de suas composições, leva-o à casa de Nara Leão para conhecer a turma da Bossa Nova. Todos curtem o trabalho de Sérgio e o convidam a participar do movimento.

Sérgio adota o violão como seu segundo instrumento e torna-se um bossa-novista.

Em 59, João Gilberto lança definitivamente a Bossa Nova com seu primeiro disco, pela Odeon. E Aluísio de Oliveira convida Sérgio para fazer o seu primeiro LP e o contrata por dois anos.



1960 - 1962

Sai o LP A Bossa Romântica de Sérgio Ricardo, com produção de Aloísio de Oliveira e arranjos de Lindolfo Gaia. Nele, só composições próprias: O Nosso Olhar, Ausência de Você, Pernas, Não Gosto Mais de Mim, Poema Azul, Buquet de Izabel e a canção de maior sucesso: Zelão.

O disco é muito executado e alcança grande sucesso. Sérgio passa a comparecer aos programas musicais de maior audiência, passando por todos os canais de TV.

Uma nova faceta do artista aparece: a de diretor televisivo. Convidado pela TV Tupi, Sérgio passa a dirigir um programa sobre Bossa Nova - o primeiro da TV brasileira a ser transmitido ao vivo em cadeia nacional. Sérgio comandava o programa no Rio de Janeiro enquanto em São Paulo estava Cassiano Gabus Mendes, depois autor de novelas de sucesso.

Sérgio continua na Tupi, com seu novo programa Ao Sol da Tarde, em que canta, entrevista convidados e toca piano, acompanhado por uma pombinha que pousa no instrumento. 

É contratado para um programa semanal na TV Itacolomi, de Belo Horizonte. Além de apresentar-se com músicos locais, sorteia uma das cartas das telespectadoras para fazer uma serenata após o programa, ressuscitando a moda localmente.

Faz vários shows pelo país e financia e dirige seu primeiro filme, Menino da Calça Branca, realizado em 35 mm. Roda a produção na favela Macedo Sobrinho (hoje extinta), que ficava atrás de seu prédio no bairro do Humaitá, no Rio de Janeiro.

Zezinho Gama, Laura Figueiredo, Ziraldo e Sérgio atuam no filme e seu irmão Dib Lutfi faz a fotografia. Ao ver a projeção do copião na sala do laboratório Lider, Nelson Pereira dos Santos oferece-se para montar o filme - de graça. Nasce uma amizade e outro envolvimento: o Cinema Novo.


A Odeon lança seu segundo LP, Depois do Amor, com arranjos de Gaia e produção de Aluísio de Oliveira. No repertório, as músicas que gostaria de ter feito, de seus companheiros da Bossa. 

Voltado para o cinema, Sérgio termina seu curta. É escolhido pelo Itamaraty a representar o Brasil no festival de cinema de San Francisco, nos Estados Unidos, e no festival de Karlovi-Vary (Tchecoslováquia). No Rio de Janeiro, ganha o Prêmio Governador do Estado. Em Salvador, recebe o prêmio da reitoria da Universidade Católica, no Primeiro Festival de Cinema da Bahia. Sérgio viaja para San Francisco, onde um distribuidor americano se interessa imediatamente em veicular o filme pelo país e lhe paga o referente ao custo do filme como adiantamento.

Dias antes do término do festival, Sérgio é convocado pela Cônsul do Brasil em Nova York, Dora Vasconcelos, a participar do concerto da Bossa Nova no Carnegie Hall. Ele embarca para Nova York para ensaiar e se apresentar juntamente com seus colegas.

Canta Zelão e O Nosso Olhar e é muito aplaudido. Posteriormente, participa também do show de Bossa Nova de Washington e volta para Nova York. 

Vai morar no Village, e lá permanece durante quase um ano, preparando o roteiro de um próximo filme. Recebe um convite para se apresentar no Village Vanguard. Reveza no palco com Herbie Mann e Bola Sete, violonista brasileiro. Contratado por uma semana, o show é prorrogado por mais uma, devido à sua aceitação.

Volta para o Brasil iniciando seu primeiro longa metragem: Esse Mundo é Meu. Escreve, roteiriza, faz a trilha sonora e dirige, ao estilo da Nouvelle Vague. No elenco: Léa Bulcão, Ziraldo, Antônio Pitanga, Luzia Aparecida, Sérgio Ricardo e Cavaca (humorista da época). Com inserção de trechos da Peça Ripió Lacraia, de Chico de Assis, e exímia fotografia de Dib Lutfi. 


1963 - 1965

Levado para os estúdios da Philips, por seu produtor Aluísio de Oliveira, grava seu terceiro LP - Um Senhor Talento. Ao todo, 12 composições novas, entre elas: Folha de Papel, Esse Mundo é Meu, Enquanto a Tristeza não Vem, Barravento e Fábrica.

Seu amigo Chico de Assis o convida a participar do CPC (Centro Popular de Cultura), ligado a UNE (União Nacional dos Estudantes). Faz a trilha-sonora para uma peça de Carlos Estevão, atua nos shows habituais e se integra ao movimento, atuando em universidades, favelas e portas de fábricas, usando a música como meio de conscientização.

Faz a trilha-sonora do filme de Glauber Rocha, o legendário Deus e o Diabo na Terra do Sol, que lhe rende vários prêmios. Enquanto isso, Ruy Guerra finaliza a montagem de Esse Mundo é Meu. 

Cresce vertiginosamente a articulação das esquerdas, culminando com o comício do Presidente João Goulart na frente da Central do Brasil, no Rio de Janeiro. O então Governador Carlos Lacerda manda metralhar a porta do prédio da UNE no momento da saída de uma manifestação do CPC, ferindo um estudante que cai ao lado de Sérgio.

No dia seguinte, incendeia-se a sede da UNE em represália à atuação política dos estudantes. Acompanhado de amigos e curiosos, Sérgio presencia o fim de um sonho até a última chama.

Acontece o Golpe militar. É primeiro de abril de 1964. Ninguém nas ruas. O medo toma conta da cidade, do país. No Cine São Luis, no Rio, lê-se o titulo do filme que entra em cartaz: Esse Mundo é Meu. Nem um espectador.

O filme é escolhido para representar o Brasil no festival internacional do Líbano. Sérgio viaja para lá em lua-de-mel com Ana Lúcia de Castro - esposa que o acompanhou por 16 anos e que lhe deu as filhas Adriana (em 1972) e Marina (em 1974). Antônio Pitanga os acompanha como ator convidado. 

O filme é bem recebido e ao saberem de sua ascendência síria, ele é convidado a dirigir um filme na terra natal de seu pai. Sérgio aceita, curioso por conhecer a cidade de Saidnaia, nas proximidades de Damasco.

Filma O Pássaro da Aldeia, um média-metragem que discute a imigração. A película é proibida de sair do país e Sérgio sequer ganha uma cópia, por conta da temática da produção. No ano seguinte, o filme é exibido no Festival do Líbano, com muito sucesso.

Esse Mundo é Meu é selecionado para ser exibido com outros filmes brasileiros na Mostra do Cinema Novo em Gênova. É muito bem recebido, e um distribuidor italiano oferece 10 mil dólares de adiantamento para exibição em território italiano, mediante a entrega do master do filme, que nunca chegou às suas mãos. O filme é considerado pelo crítico Luc Mullet, em artigo publicado no Cahiers du Cinema, um dos cinco melhores do ano.

Vem de Roma para São Paulo, engajando-se na luta de resistência, convocado a participar de forma constante. 

Esse Mundo é Meu vira peça de teatro dirigida por Chico de Assis no Teatro de Arena, com participação de Toquinho e Manini, com casa lotada durante longa temporada.

Neste mesmo ano, o Cineclube de Marília, em seu festival anual, premia Esse Mundo é Meu como o melhor do ano, e Sérgio vai receber o Curumim em sua cidade natal.

É contratado pela gravadora Forma e realiza dois LPs: um com a trilha do filme e outro com a de Deus e o Diabo. Esta última, para o filme de Glauber Rocha, obtém, em 1966, o prêmio de melhor trilha para cinema pela Comissão Estadual de Cinema de São Paulo, entre outras premiações.

Mais uma mudança para o Rio de Janeiro. Desta vez, para a Rua Barão de Jaguaripe, em Ipanema. Cria a trilha sonora da peça Coronel de Macambira, de Joaquim Cardoso, convidado por seu diretor Amir Haddad. A peça é encenada pelo TUCA do Rio.

Em seu piano compõe a trilha sonora de Terra em Transe, convocado mais uma vez por Glauber Rocha, que agora o incita a escrever para orquestra. 




1967 - 1969

Com composições inéditas, dentre as quais trechos das últimas trilhas, grava o LP A Grande Música de Sérgio Ricardo, pela Philips. A capa é de Ziraldo e traz 12 novas composições, entre elas Zé do Encantado, Brincadeira de Angola (parceria com Chico de Assis), A Praça é do Povo (com Glauber Rocha) e Bichos da Noite (com Joaquim Cardoso).

O rádio raramente toca alguma música de sua safra social, preferindo repetir as canções antigas que ainda se ouvem com certa freqüência. Mas nos shows que faz de norte a sul do pais, o público canta com ele suas músicas políticas, causando um grande impacto. Porém, nunca deixa de apresentar e gravar o seu repertório lírico.

Volta para São Paulo e a convite de Solano Ribeiro, inscreve a música Beto Bom de Bola no Festival da Record. Chega à final. Mas impedido de cantar pelo som das vaias, reage quebrando seu violão no palco e o atira na plateia, transformando o ato em notícia internacional. 

Como desagravo, ganha alguns violões, além de shows no Rio e em São Paulo com a nata da MPB, todos solidários com seu gesto. Chovem manifestações de toda ordem na imprensa, na política etc. Consagrando com o seu gesto, como um marco na história de nossa música.

No ano seguinte, volta ao mesmo Festival com uma música parcialmente censurada: Dia da Graça, chegando também à final. A parte cortada pela censura é cantada pela platéia, acompanhada pelo Modern Tropical Quintet, enquanto ele permanece mudo frente ao microfone. O público, desta forma, se redime com Sérgio.

Convidado por Bernardo Cabral, vai denunciar o roubo do direito autoral na CPI aberta em Brasília.

Passa a compor e a participar de todos os festivais. 

Dirigido por Augusto Boal, apresenta-se em seu show Sérgio Ricardo na Praça do Povo. Sozinho no palco, ele canta com a ajuda de playbacks, inclusive a música Beto Bom de Bola, com belíssimo arranjo de Rogerio Duprat. Passa a responder a questionamentos de personalidades mostradas em circuito interno de televisão. Fica um bom tempo em cartaz com casa lotada.

Ganha na TV Globo, em horário nobre das quartas-feiras, o programa Sérgio Ricardo em Tempo de Avanço, dirigido por Chico de Assis. A empreitada não dura muito. Sérgio não aceita a recomendação insistente do executivo da emissora Bonifácio de Oliveira, o Boni, de baixar o nível do programa e se demite.

Ganha outro programa como apresentador e galã de Pernas, um musical dirigido por Roberto Palmari na TV Excelsior. Mas ele não aceita as propostas oportunistas que lhe surgem em conseqüência à enorme popularidade alcançada por conta do episódio do violão. Prefere se recolher, dedicando-se a dar prosseguimento ao seu cinema. 

Seu vizinho, Alexandre Machado, jornalista político, oferece-lhe uma verba para produzir seu próximo filme. Avesso ao papel de produtor, Sérgio convida para sócio seu parente distante, o cineasta Jorge Illeli, dono de uma produtora de filmes e consagrado diretor, para coordenar a produção. O filme seria A Noite do Espantalho. Enquanto se arma a produção, Sérgio trabalha com Jean-Claude Bernardet, Maurice Capovilla e Luis Carlos Pires no roteiro do projeto durante um bom tempo.

É decretado o AI-5 em 1968. A ditadura enrijece cruelmente, disposta a desmantelar toda oposição ao sistema. Institui a censura, acabando com a liberdade de expressão.

Jorge Illeli aconselha Sérgio a desistir do projeto, em função de suas colocações políticas. Com isso, é contratado o cineasta Roberto Santos para um outro roteiro. Assim nasce o filme Juliana do Amor Perdido - mais lírico, pregando a importância da leveza em uma época tão dura. Mesmo com todo cuidado para não sofrer censura, Sérgio é obrigado a cortar uma cena poética de sexo no filme. De qualquer forma, ele segue em frente. 

Ganha o Festival de Santos como melhor diretor e melhor fotografia, assinada por Dib Lutfi. Pelo INC (Instituto Nacional de Cinema), Sérgio recebe a Coruja de Ouro pela melhor música; e Dib, pela fotografia. Juliana também é considerado o melhor filme de 1969 com o prêmio Governador do Estado de S.Paulo.

O INC indica o filme para representar o Brasil no 20º Festival Internacional de Berlim. Sérgio é muito bem recebido no festival. Não há premiação por conta do júri daquele ano ter sido extinto.

Na volta, já o esperam Jorge Jonas - que o convida para compôr a trilha sonora de seu filme A Compadecida de Suassuna - e Roberto Santos, que lhe entrega um dos episódios de seu filme Vozes do Medo para musicar. 


1970 - 1972

Novamente, de volta ao Rio, agora em casa própria na Urca, Sérgio lança seu novo LP, o oitavo da carreira. Nele, conta com arranjos magistrais de Theo de Barros para as músicas Mundo Velho, Arrebentação (que dá título ao disco), Conversação de Paz - a mais tocada no rádio, juntamente com Jogo de Dados -, entre outras.

Em todas as canções, mesmo nas mais líricas, o autor não abre mão da denúncia social. O disco é lançado pela gravadora nacional Equipe, de Osvaldo Cadaxo.

Sofre intimações e percebe que estaria na mira da censura. Seu compacto Aleluia é apreendido e retirado das lojas de São Paulo, por exaltar Che Guevara, e sofre cortes na letra de Dia da Graça.

Seu nome suscita a auto-censura das gravadoras, rádios e TVs, o que dificulta sua divulgação ou contratação.

Entretanto, o sucesso alcançado com a quebra do violão é lembrado a todo instante e em todas as entrevistas. As declarações ousadas contra o sistema o transformam em um dos arautos da resistência, ao criticar tanto a arrecadação de direitos autorais quanto a política vigente.

Essa divulgação, ao mesmo tempo, o afasta gradativamente da mídia. Chegando ao cúmulo de ter a execução de suas músicas proibidas definitivamente pela censura, tanto no rádio como na TV.

Aproveita para receber aulas com Guerra Peixe, revisando seu conhecimento nas técnicas de contraponto, harmonia e orquestração. Com Ruffo Herrera faz curso de música aleatória e dodecafônica. Faz ainda aula de canto com Maria Helena Betsi, tornando-se um cantor ainda mais vigoroso.

Durante os anos em que desenvolve este processo de aperfeiçoamento, consegue produzir shows em Universidades por todo pais. Mantendo-se na ativa com vários projetos. 

A trilha sonora do filme Guerra dos Pelados, de Silvio Back.

Realiza o show Conversação de Paz, lançado no Teatro Casa Grande, no Rio de Janeiro. Um mês depois estréia no Teatro Opinião e segue viagem pelo Brasil. Trabalha sob a direção de Renato Rocha e com cenário de Carmélio Cruz.

Faz o show Opção, no Teatro Opinião e em média temporada. Trabalha com Sidney Miller, Marcos Venício e convidados ilustres da MPB.

Lança um LP pela Abril Cultural, da série MPB, vendido em bancas de jornal.

Faz a trilha sonora do filme Terra dos Brasis, de Maurice Capovilla.

Cria e lança em sociedade com O Pasquim a série Disco de Bolso, como encarte do jornal. Suas duas edições esgotam-se nas bancas de jornal. 

No primeiro, traz Tom Jobim como cantor da sua composição feita para o projeto, Águas de Março, de um lado. E, no lado B, o desconhecido João Bosco interpretando Agnus Sei, de Bosco e Aldir Blanc.

No outro disco, junta Caetano Veloso, com A Volta da Asa Branca, e o novato Raimundo Fágner, que interpreta Velas do Mucuripe, dele e de Belchior. Com o fechamento subsequente do Pasquim não retoma o projeto.

Como um presente de Natal antecipado, nasce no dia 15 de dezembro de 1972 a sua primeira filha, Adriana de Castro Lutfi. Aos 40 anos, Sérgio ganha vida nova. 




1973 - 1974

Monta um grupo com os músicos Piri Reis, Cassio Tucunduva, Fred Martins, Franklim da Flauta e Paulinho Camafeu. Ensaia no estúdio no anexo de sua casa e grava outro LP pela Continental, reunindo doze novas composições.

Entre elas, sucessos que seriam cantados pelos estudantes em suas andanças pelo Brasil. Tais como Calabouço (inspirado em Edson Luis, estudante assassinado pelos militares no restaurante Calabouço), Tocaia (em homenagem a Lamarca, grande herói da guerrilha), Semente, Sina de Lampião, Canto Americano e Vou Renovar (uma sátira ao momento político). Esta última passa a encerrar seus shows fazendo a platéia cantar o refrão, todos o aplaudem delirantemente.

O LP se caracteriza pelos arranjos, faz achados rítmicos explorando letra e melodia em uma elaboração sofisticada, com indicações de novos caminhos para a música brasileira. A crítica exalta seu trabalho, e algumas resenhas consideraram este o seu melhor disco. 

Caulos, que fez a capa do LP, e Sérgio são intimados pelo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) a prestar esclarecimentos. O orgão de repressão da Ditadura Militar deseja saber porquê de Sérgio aparecer na capa com a boca cortada, e o que pretendia dizer com o refrão "cala a boca, moço" de sua música Calabouço.

Ambos se defendem com explicações "intelectualizadas", como era o costume dos artistas intimados, driblando a ignorância dos censores. O disco continua circulando, mas sua execução é proibida pela censura.

Sua casa na Urca passa a ser popular entre os artistas que a freqüentam.

Cria a firma ZEM (Zelão Editora Musical), em sociedade com Otto Engel e seu irmão Dib, para produzir o filme Noite do Espantalho com financiamento da Embrafilme. Totalmente encenado em Nova Jerusalém, o maior teatro ao ar livre do mundo, revela Alceu Valença e Geraldo Azevedo como atores e cantores. Rejane Medeiros, José Pimentel, Gilson de Moura, Diva Pacheco e Emanoel Cavalcante, entre outros, formam o elenco. 

A censura, determinada a proibir o filme na sua totalidade, volta atrás, diante do convite oficial da Quinzena dos Realizadores, do Festival de Cannes. Ao escolher o filme para representar o Brasil, o Festival salva a produção, que é liberada sem cortes.

Sérgio acompanha o filme em Cannes (1974) e segue para os Estados Unidos para o Festival de Nova York, considerado, com outros 14 filmes selecionados do mundo inteiro, como os melhores do ano.

No Brasil, a originalidade e exuberância de Noite do Espantalho e acompanhada por opiniões controvertidas da crítica local.

No entanto, o filme acumula prêmios. Melhor filme, melhor música, melhor fotografia(Dib Lutfi) e melhor ator coadjuvante(Emanuel Cavalcante) no Primeiro Festival do Cinema Brasileiro de Belém. E prêmio de melhor música no festival de Cinema Jovem em Toulon, na França.

No ano seguinte, 1975, o filme é apresentado no Vienale, em Viena (Áustria), no 24º Fest. de Cinema de Melbourne (Austrália) e no 22º Fest. de Cinema de Sidney (Austrália).

É procurado por Jards Macalé, Chico Buarque e Xico Chaves para, juntos, fundarem uma associação de classe. Convocam a categoria de músicos e compositores que adere em massa a criação da Sombras, uma entidade sem fins lucrativos, com a finalidade de botar a boca no trombone contra a roubalheira do direito autoral. O movimento sensibiliza de tal forma o Governo, que em breve se criam o SDDA e o ECAD, entidades arrecadadoras.

A sede da Sombras é lambida pelas labaredas do trágico incêndio do MAM.

Ainda em 1974 sai pela Continental o LP de A Noite do Espantalho. E nasce sua filha Marina de Castro Lutfi, que chega para iluminar a Casa da Urca prenunciando a primavera.

Volta a compor e com o titulo de uma nova canção chamada Ponto de Partida, prepara um novo show para percorrer o Brasil. 





1975 - 1976

Gianfrancesco Guarnieri, empolgado com a canção Ponto de Partida, convida Sérgio a trabalhar com ele em sua nova peça, que se chamaria exatamente Ponto de Partida.

Fernando Peixoto dirige o elenco com Oton Bastos, Guarnieri, Sérgio Ricardo, Martha Overbeck e Sônia Loureiro. Sérgio usa sua música Ponto de Partida, musica as letras de Guarnieri restantes e completa a trilha que fica a cargo do Grupo Maria Déia executar. O resultado é casa cheia todas as noites.

Ainda em 1975 é lançado um compacto duplo, pela Marcos Pereira, com a trilha da peça.

A RCA lança o LP Sérgio Ricardo, dentro da série MPB Espetacular, produzido por Aloísio de Oliveira. Este se dizia inconformado com a absoluta ausência da voz de Sérgio no rádio.

Sérgio é motivado a filmar a história de Zelão, personagem de sua música. Compra um apartamento no Morro do Vidigal, para montar seu atelier, e também um barraco na favela. 

Com a intenção de conviver com os favelados, para captar a verossimilhança da história que irá compor, penetra lentamente naquele universo, já conhecido através de seus dois primeiros filmes.

Se envolve na luta contra a remoção dos favelados. E, ajudado por Eni Moreira, consegue envolver o advogado Sobral Pinto na luta. Sobral, que defende a causa gratuitamente, obtêm sucesso nos tribunais.

Os favelados começam a reconstruir suas casas, agora de posse do terreno, conquistada depois da fracassada tentativa do governo de desocupar o lugar. Sérgio convoca seus amigos Chico Buarque, Gonzaguinha, Carlinhos Vergueiro, MPB 4 e muitos outros para a realização do show Tijolo por Tijolo, realizado na concha acústica da UERJ, como forma de angariar fundos para reerguer as casas dos moradores do Vidigal.

Sérgio propõe novo show ao poeta e escritor Thiago de Mello - recém chegado do exílio. Em Faz Escuro Mas Eu Canto, Thiago declama seus poemas e Sérgio canta suas canções ao piano e violão, dirigidos por Flávio Rangel. 

Intimados a comparecer ao departamento de censura da Polícia Federal para tentar liberar o espetáculo que havia sido proibido, eles convencem os censores, o que não impede que sejam vetados quatro poemas e duas canções.

O espetáculo, lançado no Rio de Janeiro e com temporada lotada no Teatro Opinião, sai em turnê pelo Brasil. Fica uma grande amizade entre Sérgio e Thiago. 


1977 - 1979

Maurício Tapajós, companheiro e amigo de Sérgio, produz para a Continental um novo LP com canções inéditas. No entanto, eles não alimentam ilusões de sucesso. O que vale é o registro de No Vidigal, Do Lago à cachoeira, Contra a Maré, Lá vem Pedra, Tarja Cravada, Sexta-Feira 13, Canto Vadio e Ponto de Partida, além de Toada de Ternura (de um poema de Thiago de Mello) e uma releitura de O Nosso Olhar.

Mora no barraco por mais de um ano, durante o qual escreve a peça Bandeira de Retalhos. É convidado por Chico Buarque a integrar sua comitiva em visita a Cuba, para participarem do festival de música de Varadero. Faz dois shows, em Varadero e em Havana. Sérgio, Chico e os demais companheiros, Carlinhos Vergueiro, Nara Leão, MPB-4 e João Bosco, encerram o show cantando Corisco, de Sérgio. 

É escolhido para musicar todo o livro Flicts, de Ziraldo. O LP sai pela Polygram, com arranjos do próprio Sérgio e interpretações do MPB-4 e Quarteto em Si. Para espanto de Sérgio Cabral, produtor do disco, a gravadora não se empenha na promoção e divulgação, e as canções não são executadas no rádio ou na TV.

O poeta Carlos Drummond de Andrade, em sua coluna no Jornal do Brasil, tece elogios a Sérgio por seu trabalho musical para o livro de Ziraldo. O que seria o início da amizade de Sérgio com o poeta de Itabira. Drummond lhe envia seu único cordel, Estória de João-Joana, inspirado em um fato verídico, para que ele o transforme em música.

Sérgio entrega o barraco para a associação dos moradores fazerem sua sede.

Em seu apartamento no Vidigal, trabalha na composição da Estória de João-Joana. Com a participação dos músicos Bororó, Lui Coimbra, Paulinho "Briga" e Chacal conclui os ensaios do cordel e grava em um pequeno estúdio de oito canais uma amostra da composição. Obtém a aprovação, sem restrição, de seu agora parceiro Drummond. 

Realiza, a convite de João Madeira, o curta-metragem Balanço do Vidigal, para o projeto da cinemateca da Shell. Com seus honorários paga o trabalho de orquestração de João-Joana feita pelo maestro Radamés Gnatalli.

Logo depois, Madeira o convida para dirigir outro curta, Dançando Villa-Lobos, com o grupo Nós da Dança. Durante as filmagens, o grupo se interessa em montar o espetáculo João-Joana, que é encenado no Teatro João Caetano.

É feita uma gravação com os músicos de Sérgio e a Orquestra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, para o LP independente de João-Joana, com composições, arranjos e voz de Sergio, orquestração de Radamés e produção de Homero Ferreira. Ao ouvir a gravação, Drummond envia uma carta emocionada para Sérgio. 


1980 - 1985

Sai pela Continental o LP Sérgio Ricardo e Geraldo Vandré, Juntos.

Em 1982, é lançado seu primeiro livro de poemas, Elo Ela, pela Civilização Brasileira, a partir de convite de Enio Silveira e de seu diretor literário, o poeta Moacyr Félix. A edição conta com prefácio do lingüísta Antonio Houaiss.

Prepara um show de voz e violão para apresentar-se no Barbas, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro. Declama os poemas do livro Elo Ela entremeados de suas canções, em gloriosa temporada.

No ano seguinte realiza, para a Cinemateca da Shell, mais quatro filmes: Zaluar, Traço e Cor, documentário sobre o pintor; Copacabana, inspirado no poema de Vinícius de Moraes; A Voz do Poeta, documentário poético com Ferreira Gular; e O Espetáculo Continua, documentário sobre um circo de periferia. Todos com seu irmão Dib Lutfi na fotografia.





1985 - 1989

O Governador de Brasília, José Aparecido, ao ouvir o disco João-Joana, contrata Sérgio Ricardo e o mesmo grupo da gravação para uma apresentação no Teatro Villa-Lobos, com a Orquestra Sinfônica de Brasília regida por Cláudio Santoro para uma apresentação. Devido ao sucesso, são realizadas mais duas apresentações.

É incentivado pelo amigo Zaluar a assumir a pintura e a freqüentar seu atelier. Após o falecimento do pintor, aceita o convite dos filhos deste e vai morar em sua casa de Itaipú, em Niterói. Permanece por um ano dedicando-se a pintar, ao se sentir desestimulado e cansado do boicote da censura e do seu alijamento da mídia.

O longo período da ditadura, dentre outros males, causa o distanciamento dos estudantes da ação política. Gradativamente os shows de Sérgio em faculdades vão escasseando, comprometendo até mesmo seu sustento.

Participa do Projeto Pixinguinha em várias ocasiões e de uma ou outra iniciativa desgarrada. Contudo, Sérgio continua a compor. 


Estamos em 1989. Aos 58 anos, de sua união com Irene Cristina nasce seu terceiro filho temporão - João. Nova alegria, novo estímulo.

Apresenta com seus músicos e a cantora Telma Tavares o cordel Estória de João-Joana no Masp, em São Paulo, com a Orquestra Jovem, regida pelo maestro Juan Serrano. Sua aceitação rende mais um show no dia seguinte. 


1990 - 1995

O CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), do Rio de Janeiro, promove a Semana Sérgio Ricardo com a exibição de seus filmes, seus livros, pinturas e debates, culminando com um show, no qual Sérgio é acompanhado por Bororó no baixo. Ao piano e violão, ele executa e canta uma síntese de seu repertório.

No ano seguinte é convidado para repetir o evento no MIS (Museu da Imagem e do Som), de São Paulo.

José Aparecido de Oliveira, admirador de seu trabalho e exercendo agora o cargo de Embaixador em Portugal, o chama para uma turnê por Lisboa, Angola e Guiné Bissau em 1994.

Volta mais tarde à Guiné, onde havia deixado amigos e um público muito receptivo. Apresenta-se com músicos africanos.

No ano seguinte é contratado pela TVE como diretor artístico do programa Arte no Campus, dirigido por Dermeval Neto, viajando por quatro regiões do país. 

Em 1996, dirige a série do programa Homem Natureza, no qual também é narrador e autor da trilha sonora.

Walter Avancini é nomeado diretor artístico da TV Cultura (SP) e entrega a trilha sonora da série Zumbi dos Palmares para Sérgio musicar.

É premiado no Festival de Cinema de Brasília com o Candango de melhor trilha por seu trabalho no filme de Otávio Bezerra, O Lado Certo da Vida Errada.

Levado por Otávio, volta a Cuba para acompanhar o filme no festival de cinema local. Faz um show para as delegações e é convidado a compor uma trilha original para o grupo de dança Retaços, coreografado por Isabel Bustos, em Havana. Faz a música para Lunas de Lorca, em homenagem ao poeta. Não fica para a estréia, mas recebe notícias do grande sucesso. 


1997 - 1999

Walter Avancini, agora na Manchete o chama para compor a trilha sonora da novela Mandacaru, sob sua direção. Faz a composição, arranjos e solos. O trabalho árduo de um ano consecutivo durante a exibição da novela, mas que fica arquivado, a espera de registro em disco.





1998

Dá início aos arranjos e gravação do novo disco com produção própria, independente, "Quando Menos se Espera" com seis composições novas e quatro releituras de músicas antigas. Mescla, em seu estúdio, a gravação digital com músicos. (Zelão,O nosso olhar, Calabouço e Beto bom de bola). Faz, sozinho, o clip em animação de Zelão, para ser acoplado ao CD. 


1999

Outra apresentação de Estória de João-Joana, dirigida e produzida por Adonis Karan se dá em setembro de 99, ano em que SR comemora 50 anos de carreira. Idéia e apresentação de Ricardo Cravo Alvim. Com a presença da mídia e de convidados ilustres - tanto no palco quanto na platéia do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Acompanhado pelos músicos Bororó (baixo), Jurim Moreira (bateria), Lui Coimbra (violão e charango) e Zé Marcos (piano), com a Orquestra Sinfônica do Teatro regida pelo maestro Sílvio Barbato. O canto do cordel é dividido entre os artistas amigos que vêem homenageá-lo: Chico Buarque de Holanda, Elba Ramalho, Alceu Valença, Zélia Duncan, Telma Tavares e sua filha Marina Lutfi. 


2000 - 2004

Um novo século se inicia e com ele são lançados dois CDs de Sérgio Ricardo. O primero é Estória de João-Joana, pelo selo MEC, com interpretações de Chico Buarque, João Bosco, Geraldinho Azevedo, Elba Ramalho, Telma Tavares e Alceu Valença.

E ainda Quando Menos se Espera, pela Niterói Discos, com composições de sua autoria, dividindo as faixas com as vozes de suas filhas Adriana e Marina Lutfi.

A convite de Jorge Roberto da Silveira, Prefeito de Niterói, concebe e produz o projeto de shows Palco Livre, na lona da Cantareira, que acontece todas as terças-feiras. O sucesso é absoluto. A filosofia de revelar novos valores e resgatar valores esquecidos da mídia se mostra acertada. Uma amostra da melhor produção da música brasileira.



Conclui a peça Bandeira de Retalhos no ano seguinte e cria novas composições. 

É homenageado no Festival de Cinema de Brasília, com seu filme A noite do Espantalho abrindo o festival no Teatro Villa-Lobos. Antes do filme, é realizada a quarta apresentação do concerto Estória de João-Joana com a Orquestra Sinfônica regida pelo maestro carioca Silvio Barbato. O canto é dividido entre Sérgio Ricardo, Telma Tavares e Marina Lutfi.

Muda-se para Niterói em 2002. Dedica-se ao Palco Livre como atividade principal. O projeto entra em seu segundo ano de sucesso, mas é interrompido pela Prefeitura.

Neste mesmo ano é convidado a dar uma oficina de Música para Cinema, em Fortaleza. No festival local é exibido A Noite do Espantalho.

Faz alguns shows com nova banda, especialmente no circuito Sesc, em São Paulo.

Em 2004, aos 71 anos de idade, troca as cordas do instrumento para realizar um show de voz e violão: Ponto de Partida. Aperfeiçoando a execução, voz e arranjos de um repertório síntese de seus trabalhos musicais. 




Trilhas :

PARA CINEMA

- O Menino da Calça Branca (Sérgio Ricardo, 1961)
Esse Mundo é Meu (Sérgio Ricardo, 1964)
- Deus e o Diabo na Terra do Sol (Glauber Rocha, 1964) (Prêmio de melhor música pela Comissão Estadual de Cinema, SP, 1966)
O Auto da Compadecida (Jorge Jonas, 1967)
- Terra em Transe (Glauber Rocha, 1967)
Juliana do Amor Perdido (Sérgio Ricardo, 1968)
O Auto da Compadecida (Jorge Jonas, 1969)
Vozes do Medo (Roberto Santos, 1969)
- A Guerra dos Pelados (Silvio Back, 1970)
- Terra dos Brasis (Maurice Capovilla, 1971)
- A Noite do Espantalho (Sérgio Ricardo, 1973)
- O Lado Certo da Vida Errada (Otávio Bezerra, 1996) (Prêmio Festival de Brasília de Melhor Música)



PARA TELEVISÃO

- Boi Santo (programa "especial" da Rede Globo, de Dias Gomes, 1989)
- Mandacaru (novela da Rede Manchete, dirigida por Walter Avanccini, 1997)


PARA TEATRO

O Coronel de Macambira de Joaquim Cardoso, 1965
- Os Gigantes da Montanha de Pirandello, 1969
Ponto de Partida de Guinfrancesco Guarnieri, inspirado numa canção de Sérgio Ricardo, 1976
Flicts de Ziraldo, 1976
- Godspell (tradução e adaptação das letras da peça de Stephen Schwartz, 1981)
Nokupiru de Ziraldo, 1992





Sergio Ricardo - Discografia Oficial


Dançante Nº 1 (1958) (LP / Todamérica, LPP-TA-332)

Faixas:
01 - Favela (Heckel Tavares e Joracy Camargo)
02 - 3D (Sérgio Ricardo)
03 - Máxima Culpa
04 - Puladinho
05 - A Certain Smile (P. F. Webster e Sammy Fain)
06 - Gauchinha Bem Querer (Tito Madi)
07 - Temptation (N. H. Brown e A. Freed)
08 - Destino Ruim (Jorge Gama e Darcy Moreira)
09 - Till (Sigman e Danvers)
10 - Esquecimento (Nazareno de Britto e Fernando Cezar)
11 - Uma canção a mais
12 - Tarde triste (Maysa)

Ficha Técnica

- Psssiu! Concentração, pessoal!…
LUZ VERMELHA
- Um… dois… três… quatro…
- Perdon, de nuevo por favor!…
- Que passa, Ramon?
- Nada “tchê”! Es la division complicada del ritmo brasileño.
Gargalhada geral. Apaga-se a LUZ VERMELHA.
- Aproveita a deixa e fale em mim aí, Sérgio!
- Espere, Hélcio. Já comecei com o Ramon.
Ramon Perez é o ttumbadorista do conjunto.
Cubano, simpatico e sempre disposto a cooperar. Aproveitei sua temporada no Brasil para participar deste LP dançante, no intuito de enriquecer a parte rítmica das melodias.
A cigarra toca insistentemente no “studio” de gravação a espera do silêncio. Com licença um instante!
- Fale agora, Sérgio!
- Calma Hélcio!… Psssiu!… Atenção, pessoal!…
LUZ VERMELHA
- Um… dois… três… quatro…
Dois minutos e meio de concentração, música e precisão.
Apaga-se a LUZ VERMELHA e a piada sempre oportuna do Norival surge na sala de gravação, voltando a fita magnética para a gente ouvir.
Está muito interessante, mas que diabo de ritmo é esse – rock ou maxixe?
- Não fique com essa cara, Hélcio. Não tenho culpa se o Norival entrou na sua frente… 
Norival Reis é o técnico de gravação, o homem dos botões e o que percebe toda e qualquer interferência de sons não solicitados, desde a mais ínfima desafinação e até mesmo os maus pensamentos. Realmente não soube definir o ritmo que acabamos de gravar, mas concorda que mexe com o corpo da gente. Para ilustrá-lo improvisou uns passos cômicos. Aqui surge uma necessidade de explicação, sem piada. A minha preocupação não foi buscar os instrumentos característicos de cada estilo rítmico e, sim, dar o máximo de colorido dançável em todos eles, sem pretender despersonalizar a nossa música, nem revolucionar ritmo algum, até pelo contrário…
- Como é Sérgio… Vai falar de mim ou não?…
- Seja cavalheiro, Helcio! Não vê que a Luely está a me fazer um gesto negativo com o dedo, pedindo para não falar nela?
Luely Figueiró veio para uma visita ao “studio”, trazendo sua graça dos pampas e uma voz personal, gostosa e afinada, que encheu o “studio” de uma atmosfera… sem comentário. Agradeceria à grande contora pela visita, se me autorizasse a fazê-lo. Pode estar descançada, Luely, que nada direi sobre você.
- Então aproveite e fale de mim logo, que diabo!… 
Helcio P. Milito, não reparem, é meio nervosinho assim mesmo. Talvez por isso seja, consequentemente, um exímio baterista e um excelente amigo. Foi meu braço direito na realização deste LP, revelando-se colaborador extremista. Indicou e pessoalmente se encarregou de convidar os instrumentistas verdadeiramente talentosos que atuaram no nosso lado. Dentre eles Helinho (guitarra) “bossa nova” “boa pinta” e muita musicalidade; Meireles (clarinete e clarone) esse broto é um perigo!…; Silvio (vibrafone) tão “boa praça” e competente quanto é lindo o seu instrumento; Luizinho (c. baixo); Chuca-Chuca (vibrafone) e outros. Está contente, Helcio?
Passe em casa mais tarde para tomar um cafézinho.
Se o sucesso se dignar a ir buscar das prateleiras este disco, devê-lo-ei em grande parte aos elementos que nele atuaram. E se por ventura isso não acontecer, a esses meus amigos o meu eterno agradecimento pela tentativa, pois apagar-se a LUZ VERMELHA do “studio”, deixou de ser deles para ser minha essa responsabilidade.
Bem, meus amigos, agora vocês dão-me licença, que eu vou ali pra capa sentar-me ao lado da encantadora Maria Lúcia.

Um abraço de Sérgio Ricardo 



A Bossa Romântica de Sergio Ricardo (Não Gosto Mais de Mim) (LP / Odeon, MOFB 3168)


Faixas:
01 - Pernas
02 - Máxima Culpa
03 - Poema Azul
04 - Puladinho
05 - Ausência de Você
06 - O Nosso Olhar
07 - Zelão
08 - Bouquet de Isabel
09 - Além do Mais
10 - Amor Ruim (Sérgio Ricardo)

Ficha Técnica
Produzido por Aloysio de Oliveira
Arranjador: Gaya
Este LP foi remasterizado e lançado novamente em 1998.




Depois do Amor (1961) (LP / Odeon, MOFB 3239)


Faixas:
01 - Depois do Amor (Ronaldo Bôscoli - Normando Marques)
02 - Errinho à toa (Roberto Menescal - Ronaldo Bôscoli)
03 - Maria dos Olhos Grandes (Caetano Zama - Carlos de Queirós)
04 - Foi a Noite (Tom Jobim - Newton Mendonça)
05 - Serenata Branca (Roberto Guimarães)
06 - Duas Contas (Garôto)
07 - Poema dos Olhos da Amada (Vinícius de Morais - P. Soledade)
08 - Passarinho (Chico Feitosa - Luiz Fernando Freire)
09 - Dorme, Dorme Menininha (Heloisa Buarque de Hollanda - Carlos de Queirós)
10 - Eu Sonhei Que Tu Estavas Tão Linda (L. Babo - F. Mattoso)
11 - Ilusão Atoa (Johny Alf)
12 - Quer Quiser Encontrar o Amor (Carlos Lyra - Geraldo Vandré)

Ficha Técnica
Direção artística: Ismael Corrêa
Arranjo para orquestra: Gaya





Um Sr. Talento (1963) (LP / Elenco, ME-7)


Faixas:
01 - A Fábrica
02 -  Enquanto a Tristeza Não Vem
03 -  Barravento 
04 - Manhã
05 -  Tamborim de Carnaval
06 -  Menino da Calça Branca
07 - Esse Mundo É Meu
08 - Folha de Papel
09 -  Só Eu Sei
10 - Terezinha de Jesus
11 -  Minha Vizinha
12 -  Olá

Ficha Técnica
Produtor: Aloysio de Oliveira
Arranjador: Carlos Monteiro de Souza, sem indicação dos músicos






Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) (LP / Forma, FM-3)


Cancioneiro do nordeste composto e interpretado por SÉRGIO RICARDO

Letras de GLAUBER ROCHA


O cego Zé, guiado apenas por seu primo Pedro das Ovelhas, me disse que ele cantava para não perder o juízo; pegava o cavaquinho e, voz de angústia, furando as tardes de Monte Santo, invocava amores perdidos e crimes terríveis.

Quem anda pelo sertão conhece bem um cantador -- velho e cego (que cego vê a verdade no escuro e assim canta o sofrimento das coisas) bota os dedos no violão e dispara nas feiras, levando de feira em feira e do passado para o futuro, a legenda sertaneja: história e tribunal de Lampião, vida, moralidade e crítica. Na voz de um cantador está o "não" e o "sim" -- e foi através dos cantadores que achei as veredas de Deus e o Diabo nas terras de Cocorobó e Canudos. 

Sou mau cantador -- sem ritmo e sem memória, fiquei por tempos a ruminar e reinventar a essência das coisas que tinha ouvido -- e um enorme romance em versos nasceu, impuro e rude, narrando o filme. Acabando o trabalho, pronta a montagem, restavam imagens neutras, mortas, que necessitavam da música para viver: eram imagens do romanceiro transcrito. Todo o episódio de "Corisco", por exemplo, nasceu das cantigas que ouvi cantar em vários lugares diferentes e, dispensada a música, perderia um significado maior.

Sérgio Ricardo, embora seja sambista com mistura de morro e asfalto, tem paixão pelo nordeste, tem a vantagem de ser cineasta e sabe que música de filme é coisa diferente: tem de ser parte da imagem, ter o ritmo da imagem, servir (servindo-se) à imagem.

Começamos o trabalho. Dei as letras -- nas quais usei muitos versos autênticos do povo -- e Sérgio começou a compor. Tinha seus vícios de "arranjos"; discutimos que o negócio tinha de ser "puro". Sérgio ouviu péssimas gravações do cego Zé e do seu primo Pedro: pegou e matutou o tom. Cortamos certos versos, fizemos outros: Sérgio deu uns palpites nas letras e eu, mau cantador, dei palpites na música. E ensaiamos pra valer na hora da gravação. Transformei Sérgio em ator -- gritei, ele ficou nervoso, deixou os preconceitos e soltou a voz e os dedos do violão. Depois de vários dias a noites a banda sonora estava gravada. 

Acho que o cinema brasileiro tem, nas origens de sua linguagem, um grande compromisso com a música -- o nosso triste povo canta alegre, uma terrível alegria de tristeza. O samba de morro e a bossa nova, o romanceiro do nordeste e o samba de roda da Bahia, cantiga de pescador e Villa-Lobos -- tudo vive desta tristeza larga, deste balanço e avanço que vem do coração antes da razão.

Uma das mais belas imagens do nosso cinema é, por isso, aquela de Grande Othelo, em "Rio Zona Norte", cantando um samba de Zé-Keti. É assim que nossa música no cinema funcionará sempre como a explicação profunda da alma brasileira.



Glauber Rocha 


Faixa:
01 - Deus e o Diabo na Terra do Sol (Completo)


Ficha Técnica
Trilha sonora do filme de Glauber Rocha.
Música de Sérgio Ricardo e letras de Glauber Rocha.
Sérgio Ricardo se acompanha ao violão em todas as faixas.
Inclui diálogos do filme e música de Villa-Lobos (Magnificat-Allelluia)



1964_Esse Mundo é Meu (1964) (LP / Forma, FM-5)


Faixas:
01 - Cabocla Jandira (Sérgio Ricardo)
02 - Sonho (Sérgio Ricardo)
03 - Chorinho da Barbearia (Sérgio Ricardo)
04 - Nem Fome... (Sérgio Ricardo)
05 - Tempestade (Sérgio Ricardo)
06 - Pregão Tamba Trio (Sérgio Ricardo)
07 - Oxalá, Meu Pai (Sérgio Ricardo)
08 - Esse Mundo É Meu
09 - Tempestade (II)
10 - Cabocla Jandira (Final) (Sérgio Ricardo)



Ficha Técnica
Orquestra arranjada e dirigida por Gaya
Produtor: Roberto Quartin e Wadi Gereba Netto
Diretor artístico: Sérgio Ricardo
Técnico de gravação: Célio Martins
Capa: tela de Patrícia Tattersfield
Fotos contracapa: Dib Lutfi
Texto contracapa: Carlos Diegues 




A Grande Música De Sergio Ricardo (1967) (LP / Philips, R765012L)


Faixas:
01 - A Praça é do Povo
02 - Cantochão
03 - Princesa Isabel (Sérgio Ricardo)
04 - Fantasia da Alegria
05 - Brincadeira de Angola
06 - Zé do Encantado
07 - Tema da Posse
08 - O Coronel de Macambira
09 - A Pena e o Penar
10 - Zebedeu (Sérgio Ricardo)



Ficha técnica
Direção de estúdio: João Mello
Arranjadores: 
Carlos Monteiro de Souza - Faixas: 03, 04 e 06.
Gaya: Faixa 02
Bruno Ferreira: Faixa 09
Sérgio Ricardo nas demais faixas
Capa e texto da contracapa de Ziraldo



Arrebentação (1971) (LP / Equipe, EQC-800002-A)


Faixas:
01 - Arrebentação
02 -  Labirinto
03 - Jogo de Dados
04 - Conversação de Paz
05 - Canto do Amor Armado
06 - Bezerro de Ouro
07 - Mundo Velho Sem Porteira
08 - Analfavile
09 - Juliana Rainha do Mar
10 - Espécie Espacial
11 - Ausência de Você


Ficha Técnica
Direção Artística: Carlos Guarany
Coordenação Artísticas e Direção de Estúdio: Aloysio de Oliveira
Arranjos e Regências: Chico de Moraes
Técnico de Gravação: Luiz Carlos T. Reis e Nestor Vitiriti
Mixagem: Stelio Carlini
Capa: Direção de arte: César G. Villela
Foto: Ivan Klingen



Sérgio Ricardo (1973) (LP / Continental, SLP-10093)



Faixas:
01 - Calabouço
02 - Deus de Barro
03 - Ssemente
04 - Sina de Lampião
05 - Juliana do Amor Perdido (Sérgio Ricardo)
06 - Beira do Cais
07 - Deus e o Diabo na Terra do Sol (Completo)
08 - Canto Americano
09 - Vou Renovar
10 - Tocaia



Ficha Técnica
Produção: Sérgio Ricardo
Arranjos: Sérgio Ricardo
Músicos: Sérgio Ricardo (piano, viola e violão); Piri (viola, violão, rebeca e bandolin); Fred (piano e flauta doce); Cássio (baixo e viola); Franklin (flauta); Paulinho de Camafeu (percussão)
Capa de Caulos




A Noite Do Espantalho (1974) (LP / Continental, 1-35-404-018)


Faixas:
01 -  Canção do Espantalho 
02 - História que Se Conta (Sérgio Ricardo)
03 - Meu Nome é Zé do Cão (Sérgio Ricardo)
04 - A Pena e o Penar
05 - Tulão das Estrelas (Sérgio Ricardo)
06 - Pé na Estrada (Sérgio Ricardo)
07 - Noite de Maria (Sérgio Ricardo)
08 - Mutirão (Sérgio Ricardo)
09 - Festa do Mutirão (Sérgio Ricardo)
10 - Briga de Faca (Sérgio Ricardo)
11 - Martelo a Bala e Facão (Sérgio Ricardo)
12 -  Macauã (Sérgio Ricardo)


Ficha Técnica:
Trilha sonora do filme A Noite do Espantalho
Produção e arranjos de Sérgio Ricardo
músicos: Alceu Valença (vocal); Geraldo Azevedo (vocal e violão); Ana Lúcia de Castro (vocal), Joana da Fazenda Velha (vocal), Joab Teixeira (vocal); Sérgio Ricardo (vocal, piano, viola e violão); Piri (viola, violão, rebeca e bandolin); Fred (piano e flauta doce); Cássio (baixo e viola); Franklin (flauta); João Cortez



Sérgio Ricardo / MPB Espetacular (1975) (LP / RCA, 103.0147)


Faixas:
01 -  Dulce Negra
02 - Zelão
03 - 1984 (Sérgio Ricardo)
04 - Cacumbu
05 - Flicts
06 - Briga de Faca (Sérgio Ricardo)
07 - Ausência de Você
08 - A Pena e o Penar
09 - Canção do Espantalho
10 - Bouquet de Isabel
11 - Pé na Estrada (Sérgio Ricardo)


Ficha Técnica
Direção Artística: Carlos Guarany
Coordenação Artísticas e Direção de Estúdio: Aloysio de Oliveira
Arranjos e Regências: Chico de Moraes
Técnico de Gravação: Luiz Carlos T. Reis e Nestor Vitiriti
Mixagem: Stelio Carlini
Capa: Direção de arte: César G. Villela
Foto: Ivan Klingen



Do Lago À Cachoeira (1979) (LP / Continental, 2-01-404-011)


Faixas:
01 - Vidigal
02 - Do Lago à Cachoeira
03 - Contra a Maré
04 - Lá Vem Pedra
05 - Toada de Ternura
06 - Tarja Cravada
07 - O Nosso Olhar
08 - Sexta-Feira Treze (Sérgio Ricardo)
09 - Canto Vadio
10 - Ponto de Partida


Ficha Técnica:
Produtor fonográfico: Discos Continental
Direção Artística: Maurício Tapajós
Arranjos: Oscar Castro Neves
Técnico de Som: Don Lewis
Mixagem: Don Lewis / Max Pierre / Oscar / Maurício
Corte: Ademilton Vila Nova
Estúdio: Level-Rio
Capa: Direção de arte: Oscar Paolillo
Arte final: Francisco C. Gonzaga
Fotos: Bruno Lins
Adm. Repertório: Jorge Corrêa (Rio) e Odair Coroma (SP)
Gravado em fevereiro e março de 79. 
Com agradecimentos ao compositor João Bosco 




Flicts (1980) (LP / Philips, 6349432)



Faixas:
01 -  Era uma Vez uma Cor
02 -  Tudo no Mundo Tem Cor 
03 - Solidão de Flicts
04 - A Caixa de Lápis de Cor 
05 -  Quando Volta a Primavera
06 -  A Canção do Arco-Íris 
07 - Frases Curtas 
08 - Solidão de Flicts II
09 - A Busca
10 -  Quem Sabe o Mar? 
11 -  Sumindo, Sumiu
12 -  A Modinha da Lua 
13 -  A Lua é Flicts

Ficha Técnica:
Trilha musical, composta por Sérgio Ricardo, do livro de Ziraldo.
Direção artística e de produção: Sérgio Cabral
Arranjos e regências: Sérgio Ricardo
Solos vocais: MPB 4 e Quarteto em Cy 
Músicos: Alceu (cavaquinho); Valmar (cavaquinho); Wilson das Neves (bateria); Novelli (baixo); Neco (violão de 7 cordas); Valdir (violão); Djalma Corrêa (percussão); Eliseu (ritmo); Marçal (ritmo); Luna (ritmo); Marçal Filho (ritmo); Canegal (ritmo); Oswaldo (ritmo); Jorginho (flauta); Raul Mascarenhas (flauta); Copinha (flauta); Celso (flauta); Nelsinho (trombone)
Capa de Ziraldo 




Estória de João Joana (2000) (CD / Rádio Mec)
(Este CD é uma remixagem e remasterização do LP lançado em 1983)


 

Faixas:
01 - Aboio de chamamento (Sérgio Ricardo)
02 - Caso de muito ensino (Carlos Drummond de Andrade, Sérgio Ricardo)
03 - Gente do miserê 
(Carlos Drummond de AndradeSérgio Ricardo) 
04 - Sem mentira 
(Carlos Drummond de AndradeSérgio Ricardo) 
05 - Parada com sertanejo 
(Carlos Drummond de AndradeSérgio Ricardo) 
06 - Fogo no agreste 
(Carlos Drummond de AndradeSérgio Ricardo) 
07 - Por força da natureza 
(Carlos Drummond de AndradeSérgio Ricardo) 
08 - Condição feminina 
(Carlos Drummond de AndradeSérgio Ricardo) 
09 - Duas vezes escrava
(Carlos Drummond de AndradeSérgio Ricardo) 
10 - A lei de seu mandamento
(Carlos Drummond de AndradeSérgio Ricardo) 
11 - Apenas do saco, a embira
(Carlos Drummond de AndradeSérgio Ricardo) 
12 - Em favor e graça
 (Carlos Drummond de AndradeSérgio Ricardo) 
13 - De Minas ao Piauí
 (Carlos Drummond de AndradeSérgio Ricardo)  
Ficha Técnica


Cordel musical de Carlos Drummond Andrade e Sérgio Ricardo
Voz e arranjos de Sérgio Ricardo
Participação especial de Chico Buarque, João Bosco, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Telma Tavares.
Orquestração de Radamés Gnatalli
Regência de Alexandre Gnatalli
Produção: Homero Ferreira
Técnico de gravação e mixagem: Vanderlei Loureiro
Músicos: Sérgio Ricardo (piano e violão); Lui Coimbra (violão e charango); Bororó (baixo elétrico e viola); Paulinho Vieira (bateria); Armando Marçal (percussão) Orquestra: Celso Woltzenlogel e Murilo Barquete (flautas e picollos); Braz Limonge Filho e Cleber Veiga (oboés); Noel Devos e Aluizio Sagarlande (fagotes); Zdenek Swab, Antônio Cândido e Luiz Cândido (trompas); José Botelho e Paulo Sérgio (clarinetes); Hamilton Pereira, Barreto e Formiga (trompetes); Ed Maciel, Jessé e Berto (trombones); Matusalém de Oliveira (tuba); Chacal (percussão); Giancarlo Pareschi e José Alves (primeiros violinos); Aizik Geller, Carlos Eduardo e Michel Bessler (segundos violinos); Arlindo Penteado e Frederick Stephany (violas); Alceu de Almeida Reis e Watson Clis (violoncelos); Sandrino Santoro (contrabaixo)




Quando Menos Se Espera (2001) (CD / Niterói Discos)


Faixas:
01 - Um abraço a Marília (Sérgio Ricardo)
02 - Quando Menos Se Espera
03 - Do Morro à Matriz
04 - Calabouço
05 - Vida Brasileira
06 - Beto Bom de Bola
07 - O Nosso Olhar
08 - Chama
09 - Predador
10 - Zelão



Ficha Técnica:
Sérgio Ricardo: voz, piano, teclado e arranjos
Bororó: baixo e violão
Neco: violão
Michael Sexauer: violão
Luciana Rabelo: cavaquinho
Alexandre Dacosta: cavaquinho
Marcos Pompeu: pandeiro
Jacaré: percussão
Carlos Malta: flautas e sax
Andréa Ernest Dias: flautas
Marina Lutfi: solo em “Chama”
Adriana Lutfi: voz em “O Nosso Olhar” 





Ponto De Partida (2008) - CD / Biscoito Fino (Patrocinado pela Petrobras)


Faixas:
01 - Barravento
02 - Fantasma
03 - Cacumbu
04 - Ausência de Você
05 - Lá Vem Pedra
06 - Poema Azul
07 - Palmares
08 - Enquanto a Tristeza Não Vem
09 - Dulce Negra
10 - Maria do Tambá
11 - Beira do Cais
12 - Ponto de Partida
13 - Contra a Maré
14 - Folha de Papel
15 - Deus e o Diabo na Terra do Sol (completo)


Ficha Técnica:
Direção musical: Sérgio Ricardo
Arranjos: Alain Pierre, Alexandre Caldi e Marcelo Caldi
Direção executiva: Marina Lutfi
Gravação e mixagem: Alain Pierre no estúdio Navegante - RJ
Masterização: Claudio Guimarães no estúdio Combo Music - RJ
Gravado entre setembro de 2007 e fevereiro de 2008






Fonte: www.sergioricardo.com.br

0 comentários:

LinkWithin