quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

35 ANOS SEM MAYSA

Representante do mais legítimo estilo dor de cotovelo, a cantora e compositora Maysa tinha voz e personalidade marcantes. Dramática, intensa, apaixonada, transgressora. Num poema, feito para ela, o poeta Manoel Bandeira diz: seus olhos são como dois oceanos não pacíficos. Seus discos eram campeões de venda. Morreu, aos 41 anos, em um acidente na ponte Rio-Niterói.

Por Vanderlan Nader


Segundo alguns afirmam, Maysa nasceu na capital paulista, numa tradicional família do estado do Espírito Santo que logo se mudou para o Rio de Janeiro. Outras , porém, afirmam que seu nascimento foi mesmo no Rio. Da capital paulista ou do Rio, é certo, no entanto, que em 1947 a família transferiu-se para Bauru, no interior paulista. Logo depois, mudaram-se novamente para a capital. Mesmo fixada em São Paulo, a família ainda mudaria de endereço várias vezes.

Maysa era neta do barão de Monjardim, que foi presidente da província do Espírito Santo por cinco vezes. Estudou no tradicional colégio paulistano Assunção e no Sacré-Cœur de Marie, em São Paulo. As férias eram passadas em Vitória, onde reencontrava os tios e primos.

Casou-se aos dezessete anos com o empresário André Matarazzo, dezessete anos mais velho, amigo de seus pais, e membro do ramo ítalo-brasileiro da família Matarazzo, de cuja união nasceu Jayme Monjardim Matarazzo, diretor de cinema e telenovelas.



Desquitou-se do marido em 1957, pois ele se opôs à carreira musical. Maysa teve vários relacionamentos amorosos, entre eles, com o compositor Ronaldo Bôscoli, o empresário espanhol Miguel Azanza, o ator Carlos Alberto, o maestro Julio Medaglia, entre vários outros. Ao assumir o relacionamento com Miguel Azanza em 1963, Maysa estabeleceu residência na Espanha onde morou durante anos com o marido e o filho. Só retornou definitivamente ao Brasil em 1969.

Na década de 70, Maysa se aventuraria pelo mundo das telenovelas e do teatro participando de produções como O Cafona, Bel-Ami e o espetáculo Woyzeck de George Büchner. Em 1977, um trágico acidente automobilístico na Ponte Rio-Niterói encerrava a carreira e o brilho da estrela, que foi um dos maiores nomes da música popular brasileira.


Últimos Momentos

Vivendo isolada na casa de praia em Maricá, desde 1972, para onde ia todo o fim de semana, Maysa morreu a caminho da mesma casa de praia em Maricá, enquanto dirigia a “Brasília azul” em alta velocidade, no dia 22 de Janeiro de 1977, por volta das 5 horas da tarde, na Ponte Rio-Niterói. O efeito de anfetaminas somado à ingestão excessiva de álcool e ao cansaço físico e psicológico que a cantora vinha sofrendo teriam provocado o fatídico acidente. Porém, a conclusão dos laudos periciais mostrou que no momento do acidente ela estava completamente sóbria, não havia resquícios de álcool em seu organismo.
Em uma de suas últimas anotações, registrou:
"Hoje é novembro de 1976, sou viúva, tenho 40 anos, 20 de carreira e sou uma mulher só. O que dirá o futuro?"

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